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Demonstração
Tipos de argumentação
Ethos (eu, individuo) - tipo de prova centrado no caracter do orador. Deve ser credível
para conseguir a confiança do seu auditório.
Logos (razão) – tipo de prova centrado nos argumentos e no discurso. O discurso tem
de estar bem estruturado do ponto de vista lógica-argumentativo, de modo que a tese
se imponha como verdadeira. As premissas não são discutíveis, logo, fundamentam
necessariamente a conclusão. Este é o tipo de argumentação que se utiliza quando o
orador não conhece nada a respeito do auditório, porque apesar de não saber nada
sobre este, tem a certeza de uma coisa: que todos os membros do auditório têm uma
coisa em comum, a sua racionalidade.
Retórica e Filosofia
Se uma pessoa falasse bem, conseguia convencer as pessoas. Se soubermos usar bem
a palavra, levamos os outros a fazer o que quisermos.
Nesta altura, passou a existir a democracia, uma vez que era mais justa. Dizia-se que a
Democracia era o governo de todos para todos, ou seja, todos faziam as leis (que
tornava logo este tipo de governo mais justo).
Os sofistas ensinavam retórica aos futuros políticos. Para eles, era mais importante
saber falar bem do que dizer a verdade, ser justo, porque quem soubesse falar bem,
convencia alguém sempre que quisesse. Os sofistas eram associados ao falso saber;
aquele que detém a sabedoria aparente, que faz uso de um raciocínio falacioso.
Os sofistas tinham imensos adeptos porque ensinavam o que a maior parte das
pessoas queria: poder. Eles ensinavam tudo, sem saber nada, porque apesar de
parecer que os sofistas eram muitos cultos (e eles próprios diziam que sabiam tudo),
não o eram, na realidade tinham muito poucos conhecimentos, tudo o que sabiam
sobre algo era superficial. Para os sofistas tudo era relativo, tudo podia ser defendido.
A verdade válida era aquela que conseguia mais adeptos.
Desde muito cedo que os sofistas entendem que o uso da palavra é mais eficaz do que
o conteúdo do próprio discurso. Acreditar e defender a verdade dos discursos é a
verdade que serve ao homem; e a verdade relativa feita à medida das necessidades e
circunstâncias de cada um.
A retorica era a arte de bem falar ou a técnica de persuadir para ganhar a adesão de
um certo auditório, para os filósofos a argumentação só pode servir a busca da
verdade. Uma boa argumentação é aquela que serve o filósofo da busca da verdade.
Não interessa o conteúdo, interessa apenas que seja aceite, que convença e persuada.
Com Aristóteles, a retorica torna-se um saber como todos os outros, uma disciplina
que se ocupa do verosímil. Pode fazer-se uso do bom ou do mau uso da retorica; a
retorica não é moral ou imoral, mas quem a utiliza.
Retórica e Democracia
Tal como na Grécia antiga, hoje, nos países democráticos, a palavra continua a ser o
primeiro instrumento de defesa da liberdade e da igualdade dos direitos fundamentais
do individuo e do cidadão. A palavra substitui a violência física, mas fomenta outro tipo
de violência (manipulação do conhecimento e das emoções). A democracia parece ser
também um terreno propício ao aumento da sedução, da manipulação da demagogia.
Persuasão e manipulação
Persuadir: levar alguém a aceitar ou optar por determinada posição. Todo o discurso
argumentativo tem por objectivo persuadir determinado auditório a adoptar as teses
de dado orador.
Não podemos confundir argumentação com manipulação.
Manipular: paralisar o juízo e em tudo fazer para que o receptor aceite uma ideia que
conscientemente não aceitaria.
Deixamo-nos manipular porque não sabemos o que decidir, ou porque não queremos
assumir as responsabilidades da nossa opção e assim deixamos outros decidir por nós.