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TF Aula 6

Canto I, estrofes 93-106 (mais ou menos)

Ilha de Moçambique, plano b de Baco, sugerido pelo rei Mouro, é aceite por Vasco da Gama
após a cilada, e o piloto foi bem recebido pela tripulação, tendo isto grandes consequências e
Vasco da Gama devia ter evitado uma grande catástrofe, foi ingénuo, imprudente e
descuidado, muito inocente e crédulo. De que lhe vale a superioridade tecnológica se o piloto
os sabotar e levar ao desastre? Piloto é uma versão, em certos aspetos, do cavalo de Troia.

(Tendo em conta que Camões diz que escrever uma epopeia é suicídio, então porque é que o
faz?)

Canto IV

Estrofe 79- Relato na primeira pessoa de Vasco da Gama sobre a história de Portugal até ao seu
momento atual (Descobrimentos, as suas viagens), fim do discurso do convite de D. Manuel a
Vasco da Gama para ser o capitão das viagens para a Índia, Vasco da Gama diz que desejaria
que a vida fosse maior para mais aventuras se aventurar pelo rei, refere contos herculanos
(feitos de Hércules), na estrofe 80, e diz que está pronto a morrer pelo rei. Quando diz “Por
Vós, Ó Rei, o espírito e a carne é pronta” é uma referência bíblica ao livro de Génesis em que
Jesus diz “o espírito é forte, mas a carne é fraca” estando espiritualmente pronto para a sua
eventual morte, mas que ainda lhe sente medo; Gama, tendo a audácia, de se comparar em
superioridade a Jesus quando diz isto ao rei.

(O senhor professor lê os Lusíadas muitas vezes, mas não lê a Bíblia 😉 Jesus não tinha medo da
dor física e essa frase é acerca da fraqueza da carne dos discípulos e não da Dele. A Bíblia
quase não descreve o sofrimento físico de Jesus. Mas descreve muito a humilhação. Jesus
sentiu tristeza e pediu para afastar de si essa amargura. Ele era filho de Deus e foi humilhado
abaixo de todos os homens. Sentiu o peso das culpas de todos os homens. A Bíblia fala em
angústia e tristeza e não em medo da dor física) - citação de alguém do grupo do whats
snsfhsifhwah

Estrofe 99- Discurso do velho do restelo, em que critica o rei enviar assim, para morrer, com
tanto desprezo, os homens para o mar)

Canto V

Estrofe 86 : Fim do longo relato de Vasco da Gama, que durou três cantos, sobre a história de
Portugal ao rei Mouro, refere-se a Eneias e a Ulisses, descrevendo-o como facundo (falador,
ardiloso, com muita lábia e retórica se safa de situações através do discurso, do diálogo) e faz
caricatura da literatura antiga pois considera-se (na estrofe 87) um herói de carne e osso, ou
seja, superior aos fictícios; “Esse outro que esclarece toda a Ausónia”= Homero; considera o
seu relato superior à Odisseia e à Eneida, porque Homero e Virgílio falam de coisas fantásticas
e ele fala da realidade que ele próprio passou (estrofe 89)

Vasco da Gama, no final do Canto V, imita Camões no Canto I; Camões rebate Vasco da Gama:
o critério crucial para imortalizar um feito é ser contado por um poeta e não por ser real ou
fictício- se não há poesia não heróis, não há façanhas, não há feitos. Camões ‘diz’ por este meio
a Vasco da Gama que só por ele o ter imortalizado na epopeia é que ele é um herói, não por
ele ser real.

Camões dedica 13 estrofes ao rei D. Sebastião durante a Dedicatória, prática incomum pois os
autores clássicos dedicariam uma estrofe ou menos.

António José Saraiva diz que os Lusíadas é uma lição a D. Sebastião, ao jovem rei; cuja matéria
é poesia, relações entre poesia e vida, história, moral, estratégia, geografia, mitologia,
diplomacia, politica, religião, cultura, botânica, astronomia, navegação, educação sexual que é
crucial nos Lusíadas (a Ilha dos Amores é um prémio para os marinheiros, explica Vénus, e é um
incentivo de Camões ao casamento e à companhia feminina pois o jovem rei não queria casar;
no Canto IX, Camões fala de Actéon, caçador mítico que com, muito azar, encontrou a deusa
Diana, deusa virgem da castidade e da caça, nua a banhar-se e para que este não pudesse
contar o que viu foi transformar em veado e foi devorado pelos seus próprios cães, como um
aviso a D. Sebastião por este preferir a caça e ignorar a sua responsabilidade de casar

Canto IX

Estrofe 83: Camões descreve a Ilha dos Amores e os prazeres sexuais que lá acontecem, como
incentivo a D. Sebastião que os julgue pela prática e a experiência e não pela leitura, deixando
a leitura só para quem não pode praticá-los.

Canto III

Estrofe 12, Camões refere que Gama rouba a fama a grandes heróis clássicos como Eneias, mas
esta representação positiva do capitão não dura muito.

Canto X- Na Ilha dos Amores, Gama ouve profecias e Tétis explica-lhe a Máquina do Mundo, as
profecias que ouve são o futuro para Gama, mas são passados para Camões.

Na estrofe 8, é sugerido que as profecias são de tragédia e que Camões já se sente penoso de
escrever a epopeia.

Na estrofe 145, Camões diz que chega de escrever pois está cansado e que a lição que ele está
a tentar oferecer cairá em saco roto pois o povo português não se importa com poesia. Este
poema épico é mais subjetivo e com mais perspetivas do poeta nela comparado a outros
poemas épicos.

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