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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA

ELIONAI NORONHA FERREIRA DE AMORIM

APRENDIZAGEM E SEUS OBSTÁCULOS:

O INTENTO DO PSICOPEDAGOGO
POÇOS DE CALDAS - MG

2020
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA

ELIONAI NORONHA FERREIRA DE AMORIM

APRENDIZAGEM E SEUS OBSTÁCULOS:

O INTENTO DO PSICOPEDAGOGO

Artigo Científico Apresentado à Faculdade


Única de Ipatinga - FUNIP, como requisito
parcial para a obtenção do título de Especialista
em Psicopedagogia Clínica e Institucional.
POÇOS DE CALDAS - MG

2020
1

Elionai Noronha Ferreira de Amorim1

RESUMO

O principal objetivo deste trabalho é compreender qual é o papel do psicopedagogo diante das
dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendizagem em crianças inscritas nos primeiros anos do
Ensino Fundamental. Primeiramente buscou-se investigar o que vem sendo considerado como
aprendizagem, ao longo de um percurso histórico, fazendo-se necessário buscar informações que
evidenciassem as concepções de aprendizagem partindo da etimologia da palavra e também na
visão de diversos autores, como: Demo, Piaget, Vigotsky, Wallon, Fernández, Campos, Piovesan,
dentre outros utilizados na pesquisa de natureza qualitativa e bibliográfica. Posteriormente,
buscou-se analisar as barreiras encontradas durante esse processo nos quais manifestam-se: as
dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendizagem; nesse ínterim, foi imprescindível explicar a
diferença existente entre tais obstáculos, posteriormente exemplificar alguns resumidamente e por
fim então, analisou-se mediante os resultados, o papel do psicopedagogo diante das mesmas, no
qual esse profissional investigando tais problemas, conta também com uma gama de outros
profissionais para que juntos cheguem a um diagnóstico preciso e possam atuar com o intuito de
favorecer a aprendizagem à essas crianças, porquanto poderão tratar e orientar as famílias, a
escola e os professores caminhando assim ao sucesso no desenvolvimento e conhecimento
previsto para elas.

Palavras chave: Aprendizagem. Dificuldade de aprendizagem. Distúrbio de


aprendizagem. Transtorno de aprendizagem. Criança. Psicopedagogo.

Introdução

O presente trabalho tem como tema o papel do psicopedagogo diante das


dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendizagem em crianças inscritas nos
primeiros anos do Ensino Fundamental. O interesse pelo tema surgiu pelo grande
número de crianças que ingressam no Ensino Fundamental e percorrem o
caminho portando transtorno de aprendizagem e/ou dificuldades de

1
Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG, Poços de
Caldas, MG, Brasil. Atuou na rede particular de ensino como professora de Educação Infantil no
Instituto Educacional São João da Escócia e atualmente é docente da rede pública na Prefeitura
Municipal de Poços de Caldas, MG. Email: elionai_noronha@hotmail.com.br
2

aprendizagem, na qual tendo apoio de um especialista juntamente com o


professor regente, o apoio da escola e da família, poderão obter êxito em sua
aprendizagem, mesmo diante de tais obstáculos.

No primeiro momento, o artigo traz o referencial teórico utilizado na pesquisa,


onde foram discutidos os conceitos de aprendizagem com a luz dos autores:
Demo, Piaget, Vigotsky, Wallon, Fernández, Campos, Piovesan, dentre outros;
além de um breve relato sobre a diferença entre transtorno de aprendizagem e
dificuldade de aprendizagem; e em síntese, buscou-se compreender por meio
dessas análises a problemática da pesquisa como propósito final desse trabalho.

A pesquisa tem natureza qualitativa e utilizou-se como recurso metodológico a


pesquisa bibliográfica, com o intuito de atingir os objetivos propostos, sendo a
mesma realizada a partir da análise minuciosa de obras já publicadas na literatura
e artigos científicos divulgados no meio eletrônico.

Desenvolvimento

Mas o que é aprendizagem? Esse termo comum na educação possui várias


concepções, mas de modo geral, afirma-se que a aprendizagem é um processo
duradouro e constante, é algo que jamais finaliza, mas sempre se estará em
busca de novos saberes e influenciará nossas ações. Assim, Campos apud
Piovesan et al, 2018, p.62 “Explicar o mecanismo da aprendizagem é esclarecer a
maneira pela qual o ser humano se desenvolve, toma conhecimento do mundo em
que vive, organiza sua conduta e se ajusta no meio físico e social” (CAMPOS,
2014, p. 16 apud PIOVESAN et al, 2018, p.62).

Buscando a definição da palavra, apresenta-se o dicionário Houaiss da


língua portuguesa (2009) fornecendo ao vocábulo aprendizado ou aprendizagem a
seguinte definição: “ato, processo ou efeito de aprender; duração desse processo;
experiência inicial do que se aprendeu, prática, experiência.” Nessa mesma
linha, vem o dicionário Michaelis (2020) trazendo que aprender é
“ficar sabendo, reter na memória, tomar conhecimento de; Adquirir habilidade
prática (em); Passar a compreender (algo) melhor graças a um depuramento da
3

capacidade de apreciação, empatia, percepção etc. ETIMOLOGIAlat


apprehendĕre, como esp.”

Para Fernández, 2001, p. 124 apud Piovesan et al 2018, p. 60, “a


aprendizagem é uma construção singular que cada sujeito vai fazendo a partir de
seu saber para ir transformando as informações em conhecimento” (FERNÁNDEZ,
2001, p. 124 apud PIOVESAN et al 2018, p. 60). Dentre os muitos significados, a
aprendizagem traz uma definição de: habilidade que o sujeito manifesta de
oferecer soluções cabíveis às demandas e obstáculos manifestados na sua
relação com o meio.

Para Demo (2000), a aprendizagem acontece de forma progressiva


resultando em uma transformação da conduta do sujeito, através de vivências
compostas por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Dito
isso, o autor defende a ideia de que aprender é uma consequência da interação
do sujeito com o objeto, com o meio, com suas relações sociais e até de fatores
biológicos. Complementando essa perspectiva, vem à teoria piagetiana, que
defende a concepção da aprendizagem também por intermédio da relação que a
criança tem com o meio social, mas explica tal aprendizagem por estágios do
desenvolvimento da própria criança, na qual a mesma exerce um papel
fundamental no avanço dos seus conhecimentos. Nisto Piaget (1983) apud Treviso
e Almeida (2014) apontam que:

O desenvolvimento psíquico, que começa quando nascemos e termina na


idade adulta, é compatível ao crescimento orgânico: como este, orienta-
se, essencialmente, para o equilíbrio. Da mesma maneira que um corpo
está em evolução até atingir um nível relativamente estável –
caracterizado pela conclusão do crescimento e pela maturidade dos
órgãos -, direção de uma forma de equilíbrio final, representada pelo
espírito adulto. O desenvolvimento, portanto, é uma equilibração
progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio
para um estado de equilíbrio superior (PIAGET, 1983, p. 11 apud Treviso
e Almeida, 2014, p. 234).

Na teoria Piagetiana, a aprendizagem passa por três estágios: assimilação,


acomodação e adaptação. Sua teoria foi definida por Epistemologia Genética.
4

Já Vigotsky defende a teoria sociointeracionista, ele afirma que o


desenvolvimento e a aprendizagem humana ocorrem pela relação social e que
apesar dele não descartar a ideia de que o meio também é importante ele não o
coloca como fator principal, dessa forma ressalta Vigotsky, 2001, p.63 apud Mello
e Teixeira 2012 p.2 "o comportamento do homem é formado por peculiaridades e
condições biológicas e sociais do seu crescimento". Ressaltando aqui que o
desenvolvimento para ele resulta da relação entre o homem, a cultura e o homem
novamente; referindo então, a espécie humana como fator biológico e o sujeito
como participante de uma civilização provida de costumes e demais bens, nos
quais juntos denominam cultura. Nessa visão, a cultura é compreendida como um
elemento crucial da aprendizagem, porquanto a mesma forma o indivíduo através
de suas relações com o meio.

Wallon, no entanto, defende a teoria denominada como psicogênese da


pessoa completa. Em sua teoria ele defende o estudo do desenvolvimento
humano de uma forma detalhada, global e integral, considerando todos os campos
e estágios. Nesse sentido, Galvão 1995 apud Piovesan et al 2018, p.88, defende
que na teoria walloniana se estude o “desenvolvimento infantil tomando a própria
criança como ponto de partida, buscando compreender cada uma de suas
manifestações no conjunto de suas possibilidades, sem a prévia censura da lógica
adulta” (GALVÃO 1995 apud PIOVESAN et al 2018, p.88)

Nesta ótica, a teoria walloniana é descrita por etapas do desenvolvimento


na qual nos remete a lembrar um tanto de Piaget, porém a mesma realiza um
aprofundamento nos atos reflexivos, involuntários e voluntários, na qual explica
que o desenvolvimento do sujeito se alterna entre aspectos afetivos e cognitivos.

Entretanto, considerando todas as definições, entende-se por


aprendizagem o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos,
comportamentos e valores são adquiridos ou modificados, como resultado de
estudos, experiências, formação, raciocínio e observação.
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Contudo, qual seria a diferença entre dificuldades, distúrbios e transtornos


de aprendizagem?

Dificuldade de aprendizagem (DA) descreve-se a problemas de ordem


psicopedagógica, social, cultural e/ou emocional. Ciasca e Rossini 2000 apud
Piovesan et al 2018 (pág. 106), declara que dificuldade de aprendizagem é
“qualquer tipo de dificuldade apresentada durante o processo de aprender em
decorrência de fatores variados, que vão desde causas endógenas2 e exógenas3”.
É um problema passageiro, que com o apoio da família e da escola, em
decorrência ao tempo e com o auxílio de outros profissionais, como por exemplo:
o psicopedagogo, o neuropsicopedagogo e o psicólogo, a criança irá vencer tal
(ais) dificuldade (s). Ainda se tratando dessa questão, Feitosa e Nunes (2012),
despertam outra ótica para tais:

“As dificuldades de aprendizagem se apresentam na escrita, na leitura,


no cálculo, na ortografia, no raciocínio dentre outros aspectos que fazem
parte da vida escolar e são inerentes aos alunos já que elas se acentuam
durante a vida escolar ou por desenvolvimento (a criança já nasce com
esse problema) ou adquirem durante algum momento da vida (acidentes,
AVC)”. (FEITOSA e NUNES, 2012, p.6)

Distúrbio de aprendizagem ainda de acordo com Fonseca 1995 apud


Piovesan et al 2018, pág. 106, “está ligado a um grupo de dificuldades pontuais e
particulares, caracterizadas pela presença de uma disfunção do sistema nervoso
central, resultando em prejuízos na aquisição e processamento da informação”.

Complementando a mesma vem Ciasca e Rossini 2000 apud Piovesan et al


2018, pág. 106, atestando que o distúrbio é uma desordem no ato de aprender
descrito por mudanças nos modelos de aprendizagem, assimilação, utilização e
armazenamento da informação, consequência de uma disfunção neurológica.
Sendo assim, o distúrbio refere-se a uma maneira diferente do funcionamento do

2
Que se forma no interior; do interior para o exterior. Que se origina no interior de um organismo,
de um sistema ou se desenvolve pela influência de fatores externos. Etimologia (origem da palavra
endógeno). Endo + geno.

3
Que provém do exterior, que se produz no exterior (do organismo, do sistema), ou que é devido a
causas externas. Etimologia (origem da palavra exógeno). Exo + geno.
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cérebro, no qual resulta em uma dificuldade em alcançar conhecimento em


determinadas matérias.

Transtorno de aprendizagem para Rubinstein, 1999 apud Piovesan et al


2018, pág. 107, transtornos de aprendizagem é definido pela revista National Joint
Comitte Of Learning Disabilities como:

[...] é um termo global que diz respeito a um grupo de dificuldades


referentes à aquisição e uso de habilidades acadêmicas como leitura,
escrita e matemática. Os transtornos de aprendizagem são decorrentes
de disfunções do sistema nervoso central e relacionados a uma “falha” no
processo de aquisição e processamento da informação, diferindo das
“dificuldades de aprendizagem”, pois este último quadro decorre de
questões relacionadas a problemas de ordem pedagógica, emocional ou
sociocultural ou a quadros neurológicos (RUBINSTEIN, 1999 apud
PIOVESAN et al 2018, pág. 107).

Ele pode ser uma inabilidade da criança em uma ou mais áreas específicas,
então, essa não consegue alcançar o mesmo nível de desenvolvimento dos
demais alunos da turma. Considera-se o transtorno algo bem mais preocupante do
que os demais, portanto é necessário que seu tratamento seja inerente em
diferentes áreas, pois a criança portadora de transtorno, sempre irá mostrar um
ritmo de aprendizagem distinto das demais de sua faixa etária.

Dito isto, os autores trazem os principais transtornos como sendo: a


Dislalia, a Disortografia, a Dislexia, a Discalculia, e o Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH).

 Dislalia: Segundo Souza e Fontanari, 2015, (p. 6) a dislalia é um distúrbio


da articulação comumente observado na sociedade, que consiste na
dificuldade de pronunciar determinados sons, podendo interferir também no
aprendizado da escrita.

Sendo assim, entende-se como um distúrbio que afeta a fala e sua


articulação, consequentemente a aprendizagem da escrita. Ela pode ser
manifestada mais em pessoas com problemas no palato, lábio leporino e/ou
flacidez na língua.
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 Disortografia: Segundo Pereira apud Piovesan et al 2018 (p. 117):

[...] disortografia refere-se a prejuízos na expressão da escrita e pode ser


definida como: Perturbação que afeta as aptidões da escrita e que se
traduz por dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da
criança em compor textos escritos. As dificuldades centram-se na
organização, estruturação e composição de textos escritos; a construção
frásica é pobre e geralmente curta, observa-se a presença de múltiplos
erros ortográficos e [por vezes] má qualidade gráfica (PEREIRA, 2009, p.
9 apud PIOVESAN et al 2018, p. 117).

A mesma ainda pode ser consequência da dislexia, tendo como característica


a troca de fonemas, separação ou junção inadequada de palavras, ausência de
percepção e de compreensão das regras ortográficas, como por exemplo, sinais
de acentuação e pontuação.

 Dislexia: De acordo com Rodrigues e Ciasca, 2016:

A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, de origem


neurológica. Acomete pessoas de todas as origens e nível intelectual e
caracteriza-se por dificuldade na precisão (e/ou fluência) no
reconhecimento de palavras e baixa capacidade de decodificação e de
soletração. Essas dificuldades são resultado de déficit no processamento
fonológico, que normalmente está abaixo do esperado em relação a
outras habilidades cognitivas. Problemas na compreensão e reduzida
experiência de leitura normalmente são as consequências secundárias
desse transtorno. (RODRIGUES e CIASCA, 2016, p.87)

A dislexia caracteriza-se por um prejuízo na capacidade para processar


informações de forma eficaz e precisa. É marcada por dificuldades na
aprendizagem e no uso de habilidades acadêmicas que estão abaixo do esperado
para a idade cronológica, podendo interferir no desenvolvimento do indivíduo,
tanto em sua vida acadêmica como também na profissional.

 Discalculia: Conforme Paín, 1985, apud Piovesan et al, 2018, a discalculia


é um transtorno que afeta as habilidades matemáticas e caracteriza-se por
dificuldades na realização de operações matemáticas, tendo como provável
causa disfunções cerebrais específicas (PAIN, 1985, apud PIOVESAN et al,
2018, p.121).
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O sujeito com discalculia, pode apresentar dificuldades para realizar operações


matemáticas simples, além de outras dificuldades que caracterizam esse
transtorno, eles se dividem em: operacional, gráfica, léxica ou verbal.

 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): De acordo


com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais apud
Piovesan et al 2018:

o TDAH caracteriza-se pela presença persistente de sintomas de


desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade que interferem no
funcionamento do indivíduo e seu desenvolvimento, impactando
negativamente as atividades sociais, acadêmicas e/ou profissionais.
(DSM-5, 2014 apud PIOVESAN et al 2018, p.125 )

Existem pessoas que já nascem com esse transtorno, outras a


desenvolvem desde algumas situações particulares, como um estresse intenso.
Essa desordem geralmente é manifesta na infância, sua relação pode estar ligada
a uma sequência de impasses, como problemas em relacionamentos, baixa
autoestima e dificuldades na escola.
Entretanto, qual o papel da escola e da família se tratando de crianças com
dificuldade, distúrbio ou transtorno de aprendizagem?
A escola juntamente com a família devem estar atentas e comprometidas
com o aluno, porquanto ambas tem muita importância para a percepção e
intervenção, caso ele apresente alguma dificuldade, distúrbio ou transtorno de
aprendizagem.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):
a formação da escola deve favorecer o desenvolvimento de capacidades,
de modo que ocorra a compreensão e a mediação dos fenômenos sociais
e culturais, assim como possibilitar aos alunos usufruir das manifestações
culturais nacionais e universais (BRASIL, 1996).
Nessa mesma lógica, manifesta-se a postura do educador na sala de aula,
pois segundo Morais (2010) apud Feitosa e Nunes (2012):
o professor, deve respeitar as dificuldades da criança. Este respeito
envolve: a não utilização de comentários depreciativos sobre as
dificuldades apresentadas pelo aluno; respeitar o ritmo da criança e não
9

envolver em situações de competição com os demais colegas; não


colocá-la em situações geradoras de ansiedade (pedir que leia em voz
alta na frente da classe, solicitar que escreva na lousa frases ditas
oralmente); evitar comparações com os outros colegas que não
apresentam dificuldades; e conversar com os alunos sobre as
dificuldades, explicando-lhe porque ocorrem (MORAIS, 2010, p. 187-188
apud FEITOSA e NUNES, 2012, p. 9).

E ainda na sequência, qual é o papel do psicopedagogo diante do das


dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendizagem?
Acerca do papel do psicopedagogo frente a alunos com dificuldades de
aprendizagem Feitosa e Nunes (2012), acrescentam que:

Quando uma criança é diagnosticada pela equipe multiprofissional


(médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos etc.) com uma
dificuldade de aprendizagem específica faz-se importante que o professor
planeje estratégias pedagógicas diferenciadas e apoie seu aluno,
transmitindo a ele confiança (FEITOSA e NUNES, 2012, p.9).

Frisando então ao final que o psicopedagogo vinculado à educação, é um


profissional que presta assistência e auxilia o aluno e o professor em suas
relações e/ou possíveis problemas com a aprendizagem, nessa perspectiva Silva
et al 2015, fundamenta que:

Uma das características principais do papel do psicopedagogo é o


preventivo, quer seja clínico ou educacional. Ajudar, orientar e
principalmente diagnosticar corretamente os problemas relacionados à
aprendizagem, evitando assim o fracasso escolar e erros na intervenção
ou diagnóstico psicopedagógico. (SILVA et al 2015)

Conclui-se então que o papel do Psicopedagogo é investigar os


problemas existentes no processo do aprendizado. Seu trabalho resulta em
atender, tratar e orientar o aluno e sua família, bem como a Escola e seus
professores, informando sobre os obstáculos encontrados no cotidiano da vida
dos discentes e as possíveis intervenções para essas.

Conclusão

A família juntamente ao educador carregam um papel de grande


importância em relação a oferecer oportunidades para que a criança busque o seu
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próprio conhecimento, logo, ela estará se desenvolvendo. Mas também cabe a


família juntamente com o professor e toda a equipe pedagógica, observar com
atenção e cuidado a criança, porquanto havendo dificuldades, distúrbio e/ou
transtorno de aprendizagem esse aluno possa ser encaminhado para uma equipe
de profissionais que atem para sanar as mesmas, auxiliando o aluno a encontrar
um caminho em que seu desenvolvimento aconteça da melhor maneira possível.

Sendo assim, em favor da educação contemporânea, o papel do professor


é mediar, instigar, estimular e auxiliar seus alunos no processo da aprendizagem,
sendo que no âmbito da educação vale muito poder contar com a cooperação de
outros profissionais, então, nessa visão, o psicopedagogo consegue prestar uma
assistência ao professor, ele pode orientá-lo e juntamente com outros profissionais
chegar a um diagnóstico para o aluno. Nessa troca de conhecimentos há grande
probabilidade da aprendizagem ser efetiva e significativa. Ressaltando que não só
o professor e o psicopedagogo podem intervir, mas podendo contar com uma
equipe multiprofissional com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros,
que estarão apoiando, discutindo e estudando para que o aluno venha obter
resultados satisfatórios diante do conhecimento ofertado a ele e a aprendizagem
prevista ao mesmo.

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