Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO:
Esse trabalho tem por objetivo utilizar a Flauta Nativa Americana como instrumento mediador
que irá conectar três áreas do conhecimento, a saber: física, música e matemática e também
determinara as propriedades tais como frequência e a quantidades de harmônicos presentes no
som desse instrumento. Para isso, o registro sonoro foi analisado com os programas Audacity e
Musev. A partir disso foi possível caracterizar as frequências e harmônico de cada som gravado.
ABSTRACT:
In this work the used the Native American Flute mediating instrument which will connect three
areas of knowledge, namely: physics, mathematics and music and also determine properties
such as frequency and harmonics present in amounts of sound of the instrument. For this, the
recorded sound was analyzed with the programs Audacity and Musev. Then the samples were
transferred to the sound Musev software to be interpreted, this program provided the frequency
and the embedded harmonics in sound.
Introdução
Acústica é uma área da física rica em exemplos que são observados no
cotidiano, tais como ruídos, sons de automóveis, pássaros, pessoas cantando e também
nos instrumentos musicais. Essa área pode ser trabalhada no contexto interdisciplinar
envolvendo disciplinas tais como a própria física, a matemática e a música. Na física,
podem-se trabalhar conceitos de velocidade, pressão, temperatura, frequência, ondas e
fenômenos associados ao ramo da acústica. A matemática trabalha os conceitos de
1
Aline Clissiane Ferreira da Silva - Departamento de Música-Universidade Estadual de Maringá
DMU/UEM, a.clissiane@gmail.com
2
Maurício Custodio de Melo - Departamento de Física-Universidade Estadual de Maringá DFI/UEM,
mmelo@dfi.uem.br
3
Nivaldo Eloi de Souza – Instituto Federal do Paraná - Campus Paranavaí, nivaldo.eloi@ifpr.edu.br
Revista Pontes, Paranavaí, v. 1, nº 1, p. 128-139 – ISSN 1808-6462
razões entre frequências, progressões e também funções com o objetivo de descrever as
ondas sonoras. A música, por sua vez, trabalha dentro dos conteúdos que relaciona
frequência e notas musicais. Um instrumento musical pode ser utilizado como elo entre
essas três disciplinas, permitindo extrair informações e correlacionando essas
informações em um contexto interdisciplinar. Um instrumento fácil para ser utilizado
nesse ambiente interdisciplinar é a flauta, visto que é de fácil manuseio e execução.
Dessa forma, o jato de ar, ao ser inserido no bocal, é direcionado para a aresta,
confeccionada na parede superior do tubo, produzindo um vórtice e, por conseguinte, o
som específico desse instrumento.
Vórtices são estruturas persistentes, geradas por movimentos rotativos de um
fluido, não necessariamente dissipativos [15]. O vórtice aqui mencionado diz respeito
ao Vórtice de Von Karman, que é ilustrado na figura 3.
Uma das características físicas que mais diferencia a flauta nativa americana da
flauta doce é o fato de a primeira possuir câmara dupla. O ar é introduzido no bocal,
localizado à esquerda. O jato de ar é conduzido pela primeira câmara e passa por um
duto localizado na parte superior do tubo que irá conduzir o jato até a segunda câmara.
Na segunda câmara, o jato se choca com a aresta localizada na parede superior do tubo
produzindo o vórtice e consequentemente seu som como é exibido na figura 4.
O comprimento acústico (La) para um tubo aberto-aberto pode ser obtido pela equação
2:
(2)
√ (3)
Essa escala é mais comumente utilizada para composições de estilos como blues,
rock, música popular entre outros, mas também pode ser identificada em músicas de
diversas culturas, como a chinesa, a japonesa e a africana [6].
Figura 8: Simulação da organização utilizada para a gravação de todos os sons emitidos pela
flauta, posicionando a flauta com uma distancia fixa de 3 cm em relação ao microfone.
Figura 11: Resultado da Transformada Rápida de Fourier realizada pelo programa Musev. O
som corresponde à primeira nota da flauta nativa americana.
Figura 12: Resultado da Transformada Rápida de Fourier realizada pelo programa Musev. O
som corresponde à terceira nota da flauta nativa americana.
De acordo com o gráfico apresentado na figura 14, foi possível, por meio do
programa Origin, construir um gráfico apresentando a relação de comprimento (Lg) por
frequência (Hz), mostrando que a frequência é inversamente proporcional ao
comprimento geométrico do tubo.
0,40
) g
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
400 500 600 700 800 900
Frequência (Hz)
Bibliografia
[2] PEREIRA, Frank de Andrade. A Flauta Doce no Ensino Fundamental nas Turmas
do 1º ao 5º ano. Monografia (Licenciatura Plena em Educação Artística – Habilitação
em Música) –Instituto Villa-Lobos, Centro de Letras e Artes, Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro, p. 7, 2009.
[3] FARIA, Regis Rossi Alves. Aplicação de wavelets na análise de gestos musicais em
timbres de instrumentos acústicos tradicionais. Dissertação de Mestrado, Escola
politécnica da Universidade de São Paulo. P. 54, 1997.