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Instrumento de

sopro
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Instrumentos de sopro ou instrumentos de vento são instrumentos


musicais em que o som é produzido pela vibração de uma coluna de
ar.[1] Na organologia moderna que utiliza a classificação Hornbostel-
Sachs, os instrumentos de sopro formam uma subcategoria da classe
dos aerofones identificada pelo código 42.
Pastor flautista, de Sophie Anderson.

De modo geral, a afinação dos instrumentos de sopro depende do


tamanho dos tubos (quando existentes). Quanto maior é o instrumento,
mais baixa é a afinação e mais grave é a sonoridade. Em instrumentos
que não possuem tubos, como a gaita, o acordeão e outros
instrumentos de palheta livre, a afinação depende do tamanho da
palheta.

O timbre destes instrumentos depende em geral do meio de produção


do som (palhetas, lábios, arestas), do formato e do comprimento dos
tubos.

Muitos dos instrumentos de sopro são transpositores. Isso significa


que, por razões de construção, a afinação destes instrumentos não se
baseia na fundamental Dó, mas em outras notas (as mais comuns são
Si♭, Mi♭ e Fá). Como as partituras são feitas geralmente como se o
instrumento fosse afinado em Dó, a nota que soa não é a mesma que
está escrita. Por essa razão, sempre que um instrumento de sopro é
descrito sua afinação é especificada (por exemplo: trompa em Fá,
clarinete em Si ♭).
Funcionamento
Um instrumento de sopro funciona pela vibração de uma coluna de ar.
Em alguns dos instrumentos esta coluna é contida em um ou mais
tubos que servem para definir a altura do som e também para
amplificá-lo. Em geral quando existe um tubo de tamanho fixo, só as
notas da série harmônica são executáveis. Para controlar a altura da
nota obtida o executante deve:

Variar a intensidade (e às vezes o ângulo) de entrada do ar no


instrumento para alternar entre as notas da série harmônica.

Alterar o comprimento efetivo do tubo. Isso pode ser feito por


válvulas de movimento linear (pistões) ou rotativas (como nos
trompetes e na trompa) ou variando o comprimento do tubo por um
mecanismo deslizante (vara) - como no trombone.

Introduzir furos ao longo do tubo, que permitem aumentar ou diminuir


o comprimento de onda ou anular certas harmônicas. Este tipo de
mecanismo é usado nas madeiras, como as flautas, clarinetes,
saxofones, trompa e etc

Algumas técnicas

Em muitos casos é possível alterar também o timbre do instrumento ou


a articulação das notas: sons diferentes podem ser obtidos ao usar
meios alternativos de produção de som e em muitos casos são usados
acessórios.

Surdina - Na maior parte dos metais, é possível utilizar surdinas, que


ao serem encaixadas na campânula do instrumento, criam uma
obstrução à saída do ar e, ao absorver algumas frequências, tornam o
som abafado. Efeito semelhante pode ser obtido na trompa pela
própria mão do trompista que é inserida totalmente na campânula
(efeito conhecido como bouché). Muitas vezes os trompetistas usam
um lenço de tecido ao invés de uma surdina para obter o efeito de um
instrumento tocado à distância.

Whaa-whaa - efeito usado sobretudo por trompetistas e trombonistas


no jazz, às vezes para obter um efeito cômico. O músico tampa a
campânula do instrumento com a mão espalmada e, durante a nota,
move a mão para a frente e para trás obtendo uma variação de timbre
e altura simultâneos, como se o instrumento "falasse" uáá-uáá.

Mirlitão - Se uma membrana (ou mesmo um pedaço de papel) for


adaptada na boquilha de uma flauta ela vai vibrar solidariamente à
nota principal ou ao canto e um som bem diferente, semelhante ao de
um instrumento de palheta, pode ser obtido. Este tipo de membrana é
chamado de mirlitão. Há um instrumento de brinquedo chamado
flauta de mirlitão, mas na verdade este tipo de efeito pode ser
aplicado a qualquer flauta.

Acordes em instrumentos melódicos - O instrumentista pode cantar


uma nota ao mesmo tempo que produz uma nota pelo meio
tradicional do instrumento. O resultado vai ser semelhante a um
acorde de duas (e em alguns casos até de três notas, devido a uma
ilusão auditiva). Esta técnica é possível na tuba, trompa e trombone
sobretudo no registro mais grave desses instrumentos. Também é
possível cantar notas na flauta.

Flaterzung - Também na flauta é possível produzir um tremolo ao


soprar fazendo um som de rrr ou de frr com os lábios ou com a língua
entre os lábios. Este efeito pode ser usado em qualquer estilo
musical mas é mais comum na música popular. O frulato combinado
ao canto é uma das marcas registradas de Ian Anderson, flautista e
vocalista do grupo Inglês Jethro Tull.

Legato e portamento - Várias notas ligadas podem ser tocadas em


um único sopro. Ligaduras de portamento podem ser obtidas ao
tocar várias notas sem interromper totalmente o sopro entre cada
uma delas.

staccato - O sopro é totalmente interrompido pela língua entre uma


nota e a próxima. Em muitos casos o músico articula a língua como
se dissesse tá-tá-tá. No staccato duplo, usado em passagens muito
rápidas, o músico articula como se dissesse tá-ca-tá-ca.

respiração circular - Uma das técnicas mais difíceis de dominar. O


músico armazena na boca e libera lentamente o ar, sem interromper o
sopro, ao mesmo tempo que inspira pelo nariz. Permite sustentar
uma mesma nota por um longo tempo ou executar longas frases sem
interrupções. Faz parte da técnica padrão do didjeridu, mas também
é bastante utilizada por virtuoses de qualquer outro instrumento de
coro.

Classificação
Há várias maneiras de classificar os instrumentos de sopro. A forma
mais comum, derivada da formação de uma orquestra sinfônica divide
os instrumentos em metais e madeiras.

O que permite a classificação de um instrumento como metal ou


madeira é o seu timbre. A diferença entre o timbre dos instrumentos de
sopro se dá pela relação entre o comprimento e a conicidade do tubo
empregado na sua construção. Nos metais, o tubo é muito extenso em
relação à sua baixa conicidade, e o pequeno comprimento em relação à
conicidade é uma propriedade do naipe das madeiras.
Metais

Este grupo compreende os instrumentos em que o som é produzido


pela vibração direta dos lábios do executante sobre um bocal. O termo
refere-se, portanto, à forma de produção sonora e não ao material de
fabricação. Existem instrumentos classificados como metais que são
feitos de outros materiais, como o shofar, feito de chifre de carneiro.

Os metais mais comuns são: trombone, trompa, eufônio (bombardino),


tuba, sousafone, trompete, fliscorne (Flugelhorn) e corneta de pistões.
O oficleide foi o precursor da tuba.

Madeiras

Assim como o caso dos metais, o termo madeiras, refere-se à forma de


execução e não ao material de que o instrumento é feito. Muitas das
"madeiras" são feitas de plástico ou metal. São subdivididos de acordo
com a forma de produção de som:

em também ser de metal (a flauta transversal geralmente é de níquel,


prata ou ouro) ou de plástico (como algumas flautas doces). Este
grupo inclui ainda a quena, a flauta de pan, a zampronha, o flautim ou
flauta piccolo, o pífano (ou pífaro) e os tubos flautados dos órgãos.

Outras classificações
Erke.

A classificação em madeiras e metais é eurocêntrica e apropriada à


música erudita, mas deixa de fora uma variedade de instrumentos que
não fazem parte da orquestra clássica. Por isso, muitos musicólogos
defendem a classificação apenas pelo meio produtor de som:

Embocadura: O som é produzido pela vibração dos lábios do


executante. Inclui todos os metais citados acima e mais os
didjeridus, berrantes e trompas de chifre ou madeira, entre outros.

Palhetas: divididos em:


Palheta simples: Os mesmos já citados acima.

Palhetas duplas: Os mesmos já citados acima, mais a gaita de


foles e vários instrumentos orientais como o surnay, o duduk e o
hojok.

palhetas livres: O som é produzido pela vibração livre de uma


palheta dentro de uma cavidade, provocada pela passagem do ar.
Normalmente não possuem tubos e a afinação depende do
tamanho da palheta. Alguns musicólogos consideram que este
tipo de instrumento é na verdade uma variação dos idiofones ou
lamelafones. Inclui as gaitas, o sheng e vários instrumentos de
foles (acordeão, concertina, bandoneón, entre outros) e os tubos
palhetados dos órgãos.

Arestas: Que compreende todas as flautas já descritas acima. Divide-


se em:

flautas de embocadura aberta: Flauta transversal, flauta de pan,


pífano, shakuhachi etc.
flautas de embocadura fechada: flauta doce/flauta de bisel, apito,
pennywistle, ocarina, entre outros.

Ver também
Instrumento musical

Lista de instrumentos de sopro

Aerofone

Búzio

Referências
1. «Instrumento de sopro» (https://www.britannica.com/art/wind-instr
ument) . Encyclopædia Britannica Online (em inglês). Consultado em
9 de agosto de 2020

Obtida de
"https://pt.wikipedia.org/w/index.php
?
title=Instrumento_de_sopro&oldid=63
858794"
Última modificação há 3 meses por Douglasboavista

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