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Flauta transversal

A flauta (ou flauta transversal) é um aerofone da família das madeiras. É um instrumento


não palhetado, possuindo um orifício por onde o instrumentista sopra perpendicularmente
ao sentido do instrumento

A flauta é um dos instrumentos mais antigos que se conhece, tendo sido sempre muito
utilizado ou pela sua facilidade de construção, ou pelo som melodioso, de timbre doce e
suave que produz. A Flauta sempre permeou o pensamento do homem, sendo associada a
seres mitológicos, aos espíritos da natureza, anjos, e até Deuses...é bem perceptível a
natureza mística que acompanha a Flauta, desde o seu surgimento, quando o ser humano a
construía da tíbia ou de tubos de bambu, para fins festivos e/ou ritualísticos.

Até o barroco, a flauta transversal dividia igualmente o campo da instrumentação com as


flautas retas, como a flauta doce. A partir do século XVIII é a Flauta Transversal que
passou a ser mais importante, ocupando um posto titular no corpo das orquestras. Os
motivos que levaram a ascensão da Flauta Transversal é, entre outros motivos, o maior
poder de expressão, o timbre e o volume sonoro.

A flauta transversal como a conhecemos hoje (ou "flauta de concerto"), data de 1871, a
partir de um aperfeiçoamento feito pelo flautista e pesquisador de instrumentos Theobald
Boehm, que descreveu seu modelo de flauta no livro "The Flute and Flute playing".

Dentro de uma orquestra sinfônica há, geralmente três flautistas no naipe, geralmente as
Flautas estão numa espécie de "núcleo da orquestra" onde se encontram os principais
instrumentos das Madeiras (Oboé, Clarineta, Fagote e claro a Flauta) já que os solos de
uma melodia geralmente são confiados à eles. É ainda comum que as flautas na orquestra
dobrem a melodia dos violinos, acrescentando-lhes suavidade, brilho e claridade. A Flauta
é particularmente usada em passagens rápidas e salteadas - aliás, o virtuosismo na flauta se
mostra também na agilidade. Diz-se que é o instrumento mais ágil da orquestra. Porém não
só a agilidade caracteriza um bom flautista, mas também a sua habilidade em produzir um
volume de som equilibrado entre os registros e a pureza de seu timbre...a Flauta bem tocada
parece "elevar-se", como se estivesse voando acima dos outros instrumentos. Em
momentos de explosão a Flauta pode "desaparecer" porque seu timbre, por ser fluido,
mistura-se com os outros instrumentos,entretanto nestas situações podemos percebe-la
atuando através dos ruídos do sopro ou das ondulações do vibrato que lhe são, em certas
proporções, características particulares.

Registro e Extensão
A extensão normal da flauta é de três oitavas, do Dó3 (Dó central no piano) ao Dó6.
Estudos acústicos levaram os flautistas a conseguir obter um maior alcance no instrumento,
podendo chegar até o Sol6 e, dependendo do flautista, até ao Dó7.
Técnica
Na flauta, a emissão do som é relativamente fácil, levando ao virtuosismo quase espontâneo
no que diz respeito à velocidade. Não tão fácil é obter um som vibrante sem ser vulgar no
forte ou inconsistente no piano. As dificuldades de execução apresentam-se também pela
natureza heterogénea dos registros, tanto tem timbre, quanto em volume de som. O agudo é
potente e brilhante, e o grave, aveludado e de difícil emissão. O controle da embocadura,
por se tratar de um instrumento de embocadura livre, deve ser minucioso, já que pequenas
alterações no ângulo do sopro interferem bastante no equilíbrio da afinação.

Recursos comuns na flauta transversal

- A Flauta sempre foi um instrumento muito privilegiado no que diz respeito a recursos e
ornamentos. Grande parte dos recursos musicalmente conhecidos são executáveis na Flauta,
salvo as particularidades e dificuldades inerentes ao próprio instrumento.

 Vibrato - introduzido pela escola francesa, é feito a partir do diafragma,


semelhantemente ao vibrato vocal. Existe também a possibilidade de realizar o
vibrato utilizando-se das chaves em forma de anel presentes em algumas flautas. O
abuso do vibrato por parte de flautistas leva a interpretações erradas, tocando em
vibrato passagens que deveriam soar limpas e serenas.

 Glissando - consiste em "deslizar" entre as notas, seja por meio das chaves ou por
alterações na embocadura.

 Harmônicos - feito ao mudar a embocadura e a direção da coluna de ar, obtendo


uma nota diferente da que seria a da digitação fundamental. O timbre é mais doce e
etéreo do que o da nota "real".

 Multifonia - consiste em solfejar e tocar ao mesmo tempo, o resultado é um som


cortante e agressivo. (técnica mais moderna)

 Frullato - pronuncia-se a letra "R" (sem voz) enquanto toca, dando à nota uma
intermitência. (técnica também conhecida por Fluterzung e sempre foi característica
própria deste instrumento, mas seu uso se tornou mais evidente em épocas mais
atuais)

 Polifonia ou Nota dupla - através de pesquisa foram descobertos alguns intervalos


de notas possíveis de se emitir na flauta usando digitação especial e de um sopro
mais "difuso", de forma a permanecer entre dois sons harmônicos. (técnica
moderna)

 Trinados, trêmolos, mordentes, staccatos, legatos e outros compõem uma lista vasta
de ornamentos e expressões muito comuns na execução da Flauta.
Fabricação
O instrumento era feito originalmente de madeira, passando-se posteriormente a fabricá-lo
em prata ou outro metal, que confere uma maior intensidade do som, melhor afinação, mais
facilidade de uso das chaves. Ainda há orquestras na Alemanha que utilizam flautas de
madeira, justificando-se pela beleza timbrística inigualável.

A classificação nos diz que a Flauta pertence às Madeiras embora a sua construção seja
geralmente feita de metal. A Classificação no entanto não se embasa na construção, mas na
natureza dos timbres. As Madeiras caracterizam pela diversidade de timbres e pela
delicadeza destes.

Na fabricação da Flauta, atualmente existem flautas feitas em Níquel e banhadas em


prata...outras já são feitas em Prata e algumas são feitas de Ouro. Existe algumas marcas
como a Muramatsu, Yamaha, Haynes, Sankyo que constroem Flautas de Platina. Muito se
discute a questão do tipo de metal e as conseqüências que ele acarreta no som. Sabe-se que
as Flautas de Ouro possuem um timbre "mais definido" enquanto as de Prata possuem o
som "mais fluido e aberto".

Uma Flauta é um tubo aproximadamente cilíndrico dividido em três partes principais:


Bocal ou Cabeça, Corpo e Pé.

O bocal possui um orifício com as bordas em formato adequado para que o instrumentista
apoie comodamente o lábio inferior (porta-lábio). Numa extremidade, há uma peça móvel
formada cortiça com um ressonador de metal, movendo-se-a, ajusta-se a afinação da flauta
(geralmente as flautas vêm com um bastão indicando a distância correta do ressonador ao
centro do orifício. Na outra extremidade, encaixa-se o corpo. O tamanho e forma do orifício
pode alterar radicalmente todo o funcionamento e execução.

O corpo possui diversas perfurações e um sistema complexo de chaves, atualmente usa-se o


sistema de Boehm, e outros mecanismos adicionais como rolamentos para o dedo mínimo
na chave fundamental de Dó e o Mi Mecânico que auxilia a emissão desta nota em oitavas
agudas, além de outros.

O pé é uma extensão do corpo, possuindo três ou quatro chaves. Termina geralmente na


chave de Dó, mas há flautas que se estendem até o Si2.

Cuidados
 Limpar sempre com flanela, por dentro e por fora, guardando-a sempre seca.
 Ter cuidado com o bocal.
 Ter leveza nos dedos ao acionar as chaves.
 Guardar sempre a flauta no estojo e na bolsa.
 Encaixar delicadamente as partes da Flauta.
 Higienizar a boca e as mãos antes de tocar.
 Tocar sempre com a postura correta.

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