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Guia Básico

Violão
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Introdução

A origem deste instrumento é carregada de especulações e ainda distante de uma conclusão.


As duas hipóteses mais aceitas por estudiosos são as seguintes:
· É derivado do alaúde árabe, levado para a península Ibérica na época das invasões muçulmanas;
· É oriundo da Khetara Grega. Devido ao fato de ter sido levada pelos romanos à Península Ibérica na
época de seu Império, também era conhecida como Cítara Romana.
Independentemente de sua verdadeira origem, sabemos que suas especificações foram desenvolvidas
na Espanha. Com o passar dos anos, a aplicação do violão foi se tornando cada vez mais diversificada,
sendo utilizado tanto na música instrumental, ou seja, dentro de orquestras, bandas e em apresentações
solo, quanto em canções eruditas e populares.

Na língua portuguesa tradicional, o nome “guitarra” se aplica tanto ao instrumento acústico quanto ao
elétrico, indistintamente. No Brasil, o termo “violão” foi mantido como designação comum para o
instrumento acústico (guitarra clássica). Acredita-se que o nome seja uma derivação do termo “viola”,
referindo-se à viola portuguesa, da qual a viola caipira brasileira é uma evolução. Embora possua
diferenças de timbre e de estrutura, a viola é muito semelhante em formato à guitarra acústica, apenas
menor. Apesar de referir-se ao mesmo instrumento que a guitarra clássica, a origem linguística do nome
“violão” foi o termo “viola”, com o acréscimo do sufixo “ão”, como referência ao seu tamanho em relação à
viola portuguesa.

O violão está presente em quase todos os gêneros musicais e sua abrangência é comparada somente
com a do piano. Além disso, por ser um instrumento portátil, de sonoridade agradável, preço acessível e
relativamente fácil de aprender, sua popularidade alcançou um nível absurdamente alto. Ao longo do
tempo, este instrumento sofreu grandes evoluções e, hoje em dia, possui uma grande variedade de
formatos, tamanhos e especificações, onde cada um é adequado para uma determinada situação
musical. Veremos em seguida todos os itens que compõem este instrumento, de acordo com os modelos
e configurações mais comuns do mercado.

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construção
O violão é formado por diversas partes, onde cada uma exerce funções específicas. A imagem abaixo nos
mostra a estrutura fundamental do instrumento:

HEADSTOCK
TARRAXAS
NUT

ESCALA
BRAÇO

TRASTES

TRÓCULO

PRÉ-AMPLIFICADOR
BOCA
LATERAL
CORDAS

CAVALETE FUNDO

RASTILHO

TAMPO
ROLDANA

HEADSTOCK - Também conhecido como “paleta”, “mão” ou “cabeça”, é a extremidade do braço que
serve de suporte para as tarraxas. Além disso, é o local geralmente escolhido para ser estampada a
logomarca da empresa fornecedora do instrumento. Juntamente com a logo, cada empresa irá trabalhar
com um design de headstock diferente, como identificação do produto.

NUT - Também conhecido como “capotraste” ou “pestana”, é o ponto de apoio das cordas localizado logo
abaixo do headstock. Ele determina o espaço entre as cordas e possibilita a vibração das mesmas
livremente, ou seja, evitando que as cordas esbarrem na escala. Os materiais mais utilizados na
confecção dessa peça são o plástico e o osso.

TARRAXAS - Também conhecidas como “cravelhas”, são peças usadas para definir e manter a afinação
do instrumento. São basicamente engrenagens de acionamento manual que tanto esticam quanto
afrouxam as cordas, possibilitando a busca pela afinação correta. Existem basicamente três tipos de
tarraxas para violão: blindadas, semi blindadas e abertas. As blindadas possuem uma proteção
hermeticamente fechada na região das engrenagens, evitando o desgaste das mesmas. Esse tipo de
tarraxa é aplicado em violões com cordas de aço.

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As semi blindadas partem do mesmo princípio das blindadas e também são utilizadas em violões cordas
de aço, porém há apenas uma tampa que protege as engrenagens. Já as tarraxas abertas não possuem
proteção nas engrenagens e são geralmente usadas em violões cordas de nylon, mas também podem
ser utilizadas em violões cordas de aço.

TARRAXAS ABERTAS SEMI BLINDADAS TARRAXAS BLINDADAS

ESCALA - Também conhecida como “espelho”, a escala é a superfície braço do Instrumento, região onde
o instrumentista irá pressionar as cordas para executar as notas musicais.

TRASTES - São pequenas barras de Metal dispostas na Escala. Eles indicam exatamente onde a nota
deve ser tocada, dividindo a Escala em “casas”, ou seja, o espaço localizado entre dois trastes, com
exceção da primeira casa, que está localizada entre o primeiro Traste e o Nut.

BRAÇO - Essa é a parte que sustenta a escala e o headstock. Além disso, é o local que o instrumentista
utiliza para apoiar o dedo polegar durante a execução das notas musicais. Sua espessura e largura
variam de acordo com o tipo de violão. Instrumentos com cordas de nylon possuem braços mais largos,
enquanto aqueles com cordas de aço possuem braços mais finos.

TRÓCULO - Peça responsável pela junção do braço com o corpo do instrumento por meio de colagem.

TRÓCULO

CORPO - União do tampo, lateral e fundo do violão. Região responsável pela produção sonora do
instrumento.

CAVALETE - Também conhecido como ponte ou bridge, é a peça que serve como ponto de fixação das
cordas na região do corpo do instrumento. Fixação essa que, em alguns casos, é realizada na própria
estrutura do cavalete (violões cordas de nylon e alguns modelos de violões cordas de aço). Na maioria
dos violões cordas de aço, a fixação é feita por meio de pinos de plástico inseridos na parte interna do
cavalete, com o objetivo de aliviar a tensão exercida pelas cordas esticadas.

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RASTILHO - Considerado parte do cavalete, o rastilho (também conhecido como saddle) é o ponto de
apoio das cordas no corpo do violão. Tanto o rastilho quanto o nut delimitam a área de execução do
instrumento e determinam a altura de cordas em relação à escala. Assim como o nut, são geralmente
feitos de osso ou plástico.

TAMPO - Parte frontal do corpo do instrumento. Área que sustenta o cavalete e onde é localizada a
“boca” do violão. O tampo recebe toda vibração das cordas e a transmite para o restante do corpo, que,
por sua vez, é refletida para a abertura ou boca, produzindo o som do violão. Violões de valores mais altos
possuem tampos feitos de madeira sólida ou maciça, ou seja, 2 peças de aproximadamente 0,5cm de
espessura de madeira pura, coladas em paralelo (uma ao lado da outra). Violões com essa característica
são chamados de violões de tampo sólido ou de tampo maciço e a grande vantagem é a sua qualidade
sonora, com mais volume e timbre mais agradável. Já violões mais baratos utilizam madeira laminada ou
compensada para essa finalidade, o que não é sinônimo de material ruim. Violões de tampo laminado
bem construídos também proporcionam boa qualidade sonora e ótima resistência contra alterações
climáticas.

ABERTURA - Popularmente chamada de “Boca” e também conhecida como Soundhole, é responsável


pela projeção do som do natural do instrumento. Uma das principais tradições na construção de violões é
de incluir ao redor da abertura uma faixa decorativa, que também contribui para a identidade do produto.
Essa faixa é chamada de Mosaico, também conhecida como Roseta.

LEQUE HARMÔNICO - Conjunto de travessas de madeira localizado na parte de baixo (interna) do


tampo. Ele tem a função de intensificar a transmissão das vibrações sonoras do instrumento, além de
reforçar a estrutura do tampo, fazendo com que ele suporte toda pressão exercida pelas cordas
esticadas, bem como os riscos de empenamento gerados pelas alterações climáticas.

LEQUE HARMÔNICO

LATERAL - Também conhecida como Faixa, é a peça que circunda o corpo do violão, localizada entre o
tampo e o fundo. Geralmente é feita de madeira laminada, mas também podemos encontrar laterais de
madeira sólida em instrumentos mais sofisticados.

FUNDO - Também chamado de tampo traseiro, é a estrutura de madeira que compõe a parte traseira do
corpo. Assim como a lateral, é comumente confeccionada em madeira laminada, mas nos casos de
instrumentos mais caros e sofisticados, são feitos em madeira sólida.

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CORDAS - São os elementos primordiais do instrumento. É por meio delas que todas as outras partes do
violão cumprem seus objetivos. As cordas de nylon possuem sonoridade mais suave e, por proporcionar
uma tocabilidade mais macia (não agride tanto os dedos), são mais indicadas para iniciantes. Já as
cordas de aço são mais agressivas em termos de timbre, com médios e agudos mais presentes.
Importante ressaltar que cada tipo de corda (aço ou nylon) necessita de um violão específico, com
padrões de construção adequados tanto para a sonoridade quanto para a tensão exercida por elas.
Dessa forma, teremos os violões próprios para cordas de aço e os adequados para cordas de nylon. De
maneira geral, o violão possui 6 cordas (seja de aço ou de nylon), entretanto existem variações. As mais
comuns são: Violão 12 cordas (aço; usado em diversos estilos musicais) e Violão 7 cordas (nylon; usado
em estilos como Samba, Choro e música erudita).

AÇO AÇO 12 CORDAS NYLON

TENSOR - Haste metálica localizada na parte interna do braço de instrumentos como violão, guitarra e
contrabaixo. A grande maioria dos violões presentes no mercado é equipada com este mecanismo. O
tensor tem o objetivo de manter o braço do instrumento alinhado diante da força exercida pelas cordas
esticadas, podendo ser ajustado de acordo com a necessidade por meio de chave Allen. A maioria dos
violões equipados com tensor conta com este tipo de chave em sua embalagem.

ACESSO AO AJUSTE LOCALIZAÇÃO DO TENSOR CHAVE PARA AJUSTE

CUTAWAY - Corte presente na parte inferior do corpo de alguns violões, com a finalidade de facilitar o
acesso às últimas casas do instrumento, ou seja, as que produzem sons mais agudos.

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PRÉ-AMPLIFICADOR - Em violões equipados com sistemas


eletrônicos (Eletroacústicos), o pré-amplificador, também conhecido
apenas como “pré”, corresponde à seção de equalização do sistema,
contando, por exemplo, com controles de grave, médio, agudo, volume,
etc. Ele basicamente prepara o som captado antes de chegar às caixas
de som. A maioria dos “prés” inseridos nos violões também conta com
afinador eletrônico (Tuner), contribuindo para a precisão na afinação
do instrumento.

Os controles mais comuns presentes em pré-amplificadores são:


Bass - Controla as frequências graves.
Middle - Controla as frequências médias.
Treble - Controla as frequências agudas.
Presence - Reforço de frequências agudas.
Phase - Inverte a polaridade de entrada do captador, reduzindo ruídos
e proporcionando um timbre diferente ao instrumento.
Notch - Realiza varredura nas frequências, contribuindo para a
redução de microfonia (Feedback).
Volume - Controle de nível do volume.
Tuner - Habilita o afinador digital do pré.

CAPTADOR - É a peça responsável por captar o som natural do


instrumento e convertê-lo em sinal elétrico. O captador mais comum
em violões é chamado de Piezo, que consiste em uma pequena barra
instalada logo abaixo do rastilho. Ele recebe este nome por atuar pelo
princípio da pressão exercida sobre ele (o termo piezo tem origem do
CAPTADOR PIEZO grego piezein, que significa “apertar” ou “pressionar”). Através da
pressão das cordas esticadas sobre o rastilho, ele emite um campo
magnético e realiza finalmente a captação.

JACK - Entrada para conexão de cabos localizada na lateral dos


violões Eletroacústicos.

ROLDANA - Peça metálica utilizada para instalação de correia,


geralmente localizada tanto na base lateral quanto no tróculo do
JACK-ROLDANA violão. Em alguns casos, a roldana da lateral também cumpre a função
de Jack (conhecida como Jack-Roldana ou Endpin Jack).

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PRINCIPAIS MODELOS
Existem no mercado diversos modelos de violões, com características distintas de design, de timbre e de
tocabilidade. Veremos em seguida os mais comuns:

CLÁSSICO - Talvez o mais tradicional dentre os modelos


existentes, é o preferido dos professores e o mais
indicado para estudantes, músicos de estilos populares
no Brasil (Samba, Bossa Nova e MPB) e instrumentistas
eruditos. Possui corpo com silhuetas bem arredondadas
e é geralmente equipado com cordas de nylon, que,
diferentemente das cordas de aço, necessitam de um
espaço maior para vibrar e produzir boa sonoridade. Por
esse motivo, o braço do violão clássico é mais largo.

FOLK - Conhecido mundialmente como Dreadnought é


provavelmente o modelo com cordas de aço mais
popular. Possui corpo grande, lateral larga e silhuetas
discretas. Sua sonoridade é potente, com graves e
médios bem destacados.

JUMBO - Modelo equipado com cordas de aço muito


requisitado por artistas Pop / Rock dos anos 50 e 60 e
ainda muito popular no cenário musical. Seu corpo tem
dimensões grandes, com lateral, fundo e tampo largos e
silhuetas arredondadas. É dono de uma sonoridade
encorpada, com graves abundantes e bastante volume.

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PRINCIPAIS MODELOS

ARTÍSTICO - Categoria de violões com silhuetas


arredondadas e com dimensões menores que os
modelos Jumbo, Semi Jumbo e Folk. Com modelos
configurados tanto para cordas de aço como para cordas
de nylon, possuem, de forma geral, sonoridade
equilibrada e proporcionam tocabilidade confortável.
Alguns exemplos de modelos Artísticos são: Nex, Gran
Auditoruim e Gran Concert.

FLAT - Essa é uma categoria de violões com laterais bem


menos largas que o convencional, característica que
contribui muito para quem precisa tocar em pé durante
apresentações ao vivo. O padrão Flat é designado tanto
para cordas de aço como cordas de nylon e em designs
diversos (Artístico, Folk, Clássico, etc.). Por possuir um
corpo muito fino, não produz uma sonoridade natural
potente, com isso, é necessário que este tipo de violão
seja equipado com sistema eletrônico (captador e pré-
amplificador), para que seja reproduzido em caixas de
som. Ainda dentro dessa categoria, existe um tipo de
violão que não possui praticamente som acústico
nenhum, são os chamados Sólidos (não confundir com
os violões de tampo sólido!). Esses instrumentos são
construídos em blocos maciços de madeira, assim como
uma guitarra elétrica, o que faz com que eles não
produzam um som natural, pois seus corpos não formam
uma caixa de ressonância. Dessa maneira, dependerão
diretamente do sistema eletrônico instalado.

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PRINCIPAIS MODELOS

NEW YORKER - Também conhecido como Parlor, é um


modelo similar ao Clássico em termos de dimensões e
design, porém equipado com cordas de aço. Possui
tocabilidade confortável e sonoridade equilibrada.

12 CORDAS - Categoria de violões equipados


basicamente com 6 pares de cordas, divididas em
grupos tonais. O padrão de afinação é o mesmo do violão
6 cordas, onde os 2 primeiros pares (contando de baixo
para cima) são afinados em uníssono (mesmo tom e
oitava) e os 4 últimos pares (Sol, Ré, La, Mi ou G, D, A, E)
são oitavados.
Por exemplo: no par afinado em “Lá” (“A”), teremos um
“Lá” mais agudo e outro mais grave. Essa configuração
resulta em uma sonoridade ampla e rica em detalhes.
Existem violões 12 cordas de diversos modelos, tais
como Folk, Jumbo, Flat e artísticos.
Ressaltamos que a afinação é a mesma do violão 6
cordas e cada par é tocado como se fosse uma única
corda, portanto, os acordes aplicados serão os mesmos.

7 CORDAS - Variação do violão Clássico nylon, onde é


adicionada uma corda mais grave, que tradicionalmente
é afinada em “Dó” (C). Com isso, teremos a seguinte
afinação: E (mi), B (si), G (Sol), D (Ré), A (La), E (Mi), C (Dó).
Este instrumento é muito utilizado em estilos como
Choro, Samba tradicional e música erudita.

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PRINCIPAIS MODELOS

VIOLÕES REDUZIDOS - São instrumentos com


dimensões reduzidas de corpo, braço e escala. Existem
no mercado diversos modelos disponíveis, tanto cordas
de aço como cordas de nylon. É geralmente voltado para
o público infantil e para aqueles que simplesmente
optam por um instrumento ainda mais fácil de
transportar.

CANHOTO (“LH” LEFT HANDED) - Categoria de violões


dimensionados para músicos canhotos, disponíveis em
diversos modelos.

ACÚSTICOS - Categoria que corresponde a todos os violões não equipados com sistema eletrônico
(captador e pré-amplificador).

ELETROACÚSTICOS - Categoria que basicamente corresponde a todos os violões equipados com


sistema eletrônico (captador e pré-amplificador).

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