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PIANO

A HISTÓRIA DO PIANO

Piano (apócope derivado do italiano pianoforte) é um instrumento


musical de cordas, pelo sistema de classificação de Hornbostel-Sachs.

O som é produzido por peças feitas em madeira e cobertas por um


material (geralmente feltro) macio e designados martelos, e sendo ativados
através de um teclado, tocam nas cordas esticadas e presas numa estrutura
rígida de madeira ou metal. As cordas vibram e produzem o som. Como
instrumento de cordas percutidas por mecanismo ativado por um teclado, o
piano é semelhante ao clavicórdio e ao cravo. Os três instrumentos diferem no
entanto no mecanismo de produção de som. Num cravo as cordas
são beliscadas. Num clavicórdio as cordas são batidas por martelos que
permanecem em contacto com a corda. No piano o martelo afasta-se da corda
imediatamente após tocá-la deixando-a vibrar livremente.

Teve a sua primeira referência publicada em 1711, no "Giornale dei


Litterati d'Italia" por motivo da sua apresentação em Florença pelo seu
inventor Bartolomeo Cristofori. A partir desse momento sucede-se uma série de
aperfeiçoamentos até chegar ao piano atual. A essência da nova invenção,
residia na possibilidade de dar diferentes intensidades aos sons e por isso
recebeu o nome de "piano-forte" (que vai do pianíssimo ao fortíssimo) e mais
tarde, reduzido apenas para piano. Tais possibilidades de matrizes sonoras
acabaram por orientar a preferência dos compositores face ao clavicêmbalo.

Os pianos modernos, embora não se diferenciem dos mais antigos no


que se refere aos tons, trazem novos formatos estéticos e de materiais que
compõem o instrumento. Um piano comum tem, geralmente, oito lás, oito sis
bemóis, oito sis, oito dós, sete dós sustenidos, sete rés, sete mis bemóis,
sete mis, sete fás, sete fás sustenidos, sete sóis e sete sóis sustenidos,
formando um total de 88 notas musicais[6]. Se for um de 97 notas musicais, do
tipo Bösendorfer 290, ele terá nove dós, oito dós sustenidos, oito rés, oito mis
bemóis, oito mis, oito fás, oito fás sustenidos, oito sóis, oito sóis sustenidos,
oito lás, oito sis bemóis e oito sis.

O piano é amplamente utilizado na música ocidental, no jazz, para a


performance solo e para acompanhamento. É também muito popular como um
auxílio para compor. Embora não seja portátil e tenha um alto preço, o piano é
um instrumento versátil, uma das características que o tornou um dos
instrumentos musicais mais conhecidos pelo mundo.
Tipos de piano

Existem duas versões do piano acústico moderno: o piano de cauda e o piano


vertical (piano armário).

Piano de cauda

Piano vertical

O piano de cauda tem a armação e as cordas colocadas


horizontalmente. Necessita por isso de um grande espaço pois é bastante
volumoso. É adequado para salas de concerto com tetos altos e boa acústica.
Existem diversos modelos e tamanhos, entre 1,8 e 3 m de comprimento e 620
kg. O piano vertical tem a armação e as cordas colocadas verticalmente. A
armação pode ser feita em metal ou madeira. Os martelos não beneficiam da
força da gravidade.

Pode considerar-se um outro tipo de piano: o piano automático


ou pianola. Trata-se de um piano com um dispositivo mecânico que permite
premir as teclas numa seqüência marcada num rolo.
Alguns compositores contemporâneos, como John Cage, Toni
Frade e Hermeto Pascoal, inovaram no som do piano ao colocarem objetos no
interior da caixa de ressonância ou ao modificarem o mecanismo. A um piano
assim alterado chama-se piano preparado.

A Família Real portuguesa incentivou o uso do pianoforte no Brasil.

Há ainda o piano digital, que guarda em uma memória os sons a serem


reproduzidos. Difere dos teclados digitais por simular a sensação das teclas
dos pianos acústicos, e por simular também um piano comum em sua estrutura
externa. Apesar de sua estreita semelhança com os pianos acústicos no que
diz respeito ao som e às teclas, possui vantagens como a capacidade de
alterar o volume do piano e também permitir o uso de fones de ouvido.

Mecanismos

Teclado

Teclas do piano

Praticamente todos os pianos modernos têm 88 teclas (sete oitavas mais


uma terça menor, desde o lá0 (27,5 Hz) ao dó8 (4.186 Hz))[8]. Muitos pianos
mais antigos têm 84 teclas (exatamente sete oitavas, desde o lá0 (27,5 Hz) ao
lá7 (3.520 Hz)). Também existem pianos com oito oitavas, da marca austríaca
Bösendorfer. Tradicionalmente, as teclas das notas naturais
(dó, ré, mi, fá, sol, lá e si) são brancas, e as teclas dos acidentes (dó ♯, ré ♯, fá
♯, sol ♯ e lá ♯ na ordem dos sustenidos e as correspondentes ré ♭ , mi ♭
, sol ♭, lá
♭e si ♭na ordem dos bemóis) são da cor preta, feitas de madeira, sendo as
pretas revestidas geralmente por ébano e as brancas de marfim, já em desuso
e proibido no mundo, ou de material plástico.

Pedais
Pedais são um componente importante do piano.Os pianos têm
geralmente dois ou três pedais, sendo sempre o da direita o que permite que
as cordas vibrem livremente, dando uma sensação de prolongamento do som.
Permite executar uma técnica designada legato, como se o som das notas
sucessivas fosse um contínuo. Compositores como Frédéric Chopin usaram
nas suas peças este pedal com bastante frequência.

O pedal esquerdo é o chamado una corda. Despoleta nos pianos de


cauda um mecanismo que desvia muito ligeiramente a posição dos martelos.
Isto faz com que uma nota que habitualmente é executada quando o martelo
atinge em simultâneo três cordas soe mais suavemente pois o martelo atinge
somente duas. O nome una corda parece assim errado, mas nos primeiros
pianos, mesmo do inventor Cristofori, o desvio permitia que apenas uma corda
fosse percutida. Nos pianos verticais o pedal esquerdo consegue obter um
efeito semelhante ao deslocar os martelos para uma posição de descanso mais
próxima das cordas.

O pedal central, chamado de sostenuto possibilita fazer vibrar livremente


apenas a(s) nota(s) cujas teclas estão acionadas no momento do acionamento
dos pedais. As notas atacadas posteriormente não soarão livremente,
interrompendo-se assim que o pianista soltar as teclas. Isso possibilita
sustentar algumas notas enquanto as mãos do pianista se encontram livres
para tocar outras notas, o que é muito útil ao realizar, por exemplo, passagens
em baixo contínuo. O pedal sostenuto foi o último a ser incrementado ao piano.
Atualmente, quase todos os pianos de cauda possuem esse tipo de pedal,
enquanto entre pianos verticais ainda há muitos que não o apresentam. Muitas
peças do século XX requerem o uso desse pedal. Um exemplo é "Catalogue
d'Oiseaux", de Olivier Messiaen.

Em muitos pianos verticais, nos quais o pedal central de sostenuto foi


abolido, há no lugar do pedal central um mecanismo de surdina, que serve
apenas para abafar o som do instrumento.

SP

Recentemente os chamados pianos elétricos passaram por uma grande


evolução. São chamados de SP (Stage Piano ou piano de palco). Têm
exatamente o mesmo número de teclas do piano acústico e aproximam-se
cada vez mais do seu som, onde nos mais atuais, possuem ate timbres de
gravações de alta fidelidade dos mais famosos pianos acústicos do mundo,
entre eles o Steinway, Yamaha, Bosendorfer, etc. Muitos possuem ainda sons
de outros instrumentos musicais, como no caso dos teclados eletrônicos. O
'som' do piano elétrico é na verdade uma gravação do 'som autêntico' de um
piano acústico, com amostras sonoras chamadas de "samples". Suas teclas
são 'sensitivas', pois simulam a intensidade sonora do piano convencional.
Muitas vezes, nesse grupo do conjunto timbres, teclas e funções, não deixam
nada a desejar em relação a algumas marcas de pianos acústicos. Hoje a
popularização desses SP é muito grande no mundo face aos preços mais
acessíveis e grande poder de transporte.

A afinação de um piano

«Os afinadores de piano não afinam; desafinam-no (temperam-no) de uma


maneira controlada»

Os martelos e as cordas do piano

Não é possível num instrumento com teclado ou com trastos obter


quintas, terças e oitavas todas «justas» no sentido físico do termo, ou seja,
perfeitamente consonantes. Em outras palavras, se forem afinadas todas as
quintas sem batimento, haverá batimentos para a oitava. E as terças não serão
justas. Para chegar a oitavas perfeitas o afinador tem que encurtar uma ou
mais quintas. O temperamento de uma escala é exatamente o ajuste dos
intervalos entre as notas, afastando-os do seu valor natural «harmônico», para
fazer com que os intervalos caibam numa oitava.

No sistema de temperamento igual, que (geralmente) é o adotado


atualmente no ocidente, os intervalos de quinta, terça e quarta não são
perfeitamente consonantes. Mas o seu batimento é bem suportável e o ouvido
contemporâneo já se habituou a ele. Só as oitavas são perfeitas. As quartas
aumentadas (ou quintas diminutas) ainda que não sejam consonantes, também
tem seu valor harmônico exato.

Hoje em dia, depois de afinarem bem cada quinta, os afinadores


encurtam-na ligeiramente temperando-a até que se ouça uma flutuação distinta
de volume que tem um som «ondulante» - o que se chama um batimento. Na
oitava central do piano, as quartas e quintas devem soar com
aproximadamente um batimento (uma ondulação) por cada dois segundos,
enquanto as terceiras maiores e as terceiras menores devem criar
aproximadamente três batimentos por segundo.

Exceto as oitavas, nenhum outro intervalo fica a soar «puro»


acusticamente, embora a impureza seja suficientemente fraca para ser
tolerável pelo ouvido. Mas só assim é possível conseguir que uma mesma
melodia tocada em várias tonalidades soe do mesmo modo.

Além disso, os bons afinadores de piano aumentam as oitavas nos


graves e nos agudos, para terem em conta as características da perceção
auditiva humana. O que acontece é que o material com que são feitas as
cordas provoca a existência de harmônicos ligeiramente mais elevados do que
os que correspondem a razões de inteiros, o que faz com que uma oitava só
soe bem se for ligeiramente aumentada («stretched octave»). Tipicamente, as
oitavas mais graves acabam por ficar cerca de 35 cents mais curtas e as mais
agudas 35 cents mais longas do que a oitava central. O efeito é menor num
piano de cauda, por ter cordas mais longas.

E não se deve de fato usar um temperamento igual nos agudos. Porque,


com um temperamento igual, se executarmos passagens menos rápidas nas
regiões agudas, usando terças, já surgem cerca de 40 batimentos por segundo
o que cria uma espécie de linha de baixo fundamental abominável, muito perto
do verdadeiro baixo, que soa como se estivesse a ser tocada num instrumento
desafinado.

É de referir que um piano normalmente fica, pelo menos, ligeiramente


desafinado quando é transportado ou quando é sujeito a fortes correntes de ar.

Piano
Informações

ClassificaçãoHornbostel-
Classificação 314.122-4-
Sachs 8

(cordofone
simples
com
teclado
com ação
por
martelos)

Instrumento
de teclado

Instrumento
de cordas
percutidas

Extensão

Instrumentos relacionados

Clavicórdio
Cravo
Espineta
Órgão eletrônico
Pianola
Saltério
Virginal
O Clavicórdio é um instrumento de teclas europeu usado desde o final
da Idade Média, durante o Renascimento, Barroco e período Clássico.
Historicamente, era utilizado como um instrumento para praticar e como um
auxiliar de composição, já que não produzia um som com volume suficiente
para atuações. O clavicórdio produz som pelo beliscamento de cordas de
bronze ou ferro com pequenas lâminas de metal chamadas tangentes. As
vibrações são transmitidas através das pontes até à caixa de som. O nome
deriva do latim clavis, que significa "chave" (associado com o clavus, que
significa prego, taxa, etc) e chorda, que significa corda de um instrumento
musical.

Clavicórdio

História e uso

(um termo usado sobretudo para o cravo) e clavichordium, designando-os


como os melhores instrumentos para acompanhar melodias. Uma das
primeiras referências ao clavicórdio em Inglaterra acontece no reinado
de Henrique VII, pela rainha Isabel de York, numa entrada do seu diário de
Agosto de 1502:

"The same day, Hugh Denys for money by him delivered to a stranger that gave
the queen a payre of clavycordes. In crowns form his reward IIII libres."
O clavicórdio foi muito popular entre os séculos XVI e XVIII, mas o seu
uso floresceu sobretudo nos países de língua alemã, Escandinávia e
a Península Ibérica, no final desse período. Em 1850 tinha caído em desuso.
No final da década de 1890, Arnold Dolmetsch reviveu a construção do
clavicórdio e Violet Gordon-Woodhouse, entre outros, ajudaram a popularizar o
instrumento. Embora muitos dos instrumentos construídos antes de 1730
fossem pequenos (4 oitavas, 1,2metros de comprimento), estes novos
instrumentos chegavam a ter mais de 2 metros e 6 oitavas de extensão. Hoje
em dia os clavicórdios são tocados especialmente pelos entusiastas da música
do Renascimento, Barroco e Clássica. Há muitos interessados e são por isso
produzidos mundialmente. Existem hoje em dia várias sociedades de
clavicordistas, e cerca de 400 gravações com o instrumento foram feitas nos
últimos 70 anos. Os executantes expoentes do instrumento incluem Derek
Adlam, Christopher Hogwood, Richard Troeger, e Miklos Spányi.

Música moderna

O clavicórdio também ganhou atenção noutros tipos de música, sob a


forma do clavinete, que é essencialmente um clavicórdio eléctrico que usa um
pickup magnético para produzir um sinal para amplificação. Stevie Wonder usa
um clavinete em muitas das suas canções, como "Superstition" e "Higher
Ground". Um clavinete tocado através de um amplificador com pedais de
efeitos de guitarra é muitas vezes associado com o rock dos anos 70, funk e
com influências disco. Guy Sigsworth tocou clavicórdio num projecto moderno
com Björk, notavelmente na gravação de estúdio de "All is Full of Love". Björk
também fez um uso alargado e até tocou o instrumento na canção "My
Juvenile" do seu álbum de 2007 Volta. Tori Amos usou o instrumento em "Little
Amsterdam" do álbum Boys for Pele e na canção "Smokey Joe" do seu álbum
de 2007 American Doll Posse. Amos também usou o clavinete no seu trabalho
de 2004 "Not David Bowie", lançado em 2006 como parte da sua caixa "A
Piano: The Collection". Em 1976, Oscar Peterson tocou (com Joe Pass na
guitarra acústica) canções de Porgy and Bess no clavicórdio. Keith
Jarrett também gravou um álbum inteiro chamado Book of Ways (1987), no
qual ele toca uma série de improvisações para clavicórdio. A canção "For No
One" (1966) dos Beatles inclui Paul McCartney a tocar o clavicórdio. Rick
Wakeman toca o clavicórdio na faixa "The Battle" do álbum Journey to the
Centre of the Earth.
Estrutura e Ação

Diagrama esquemático do mecanismo do clavicórdio: A/B. Teclas.


1A/1B. Tangentes. 2A/2B. Alavancas das teclas 3. Corda 4. Caixa de som. 5.
parafuso da ponte, 6. Damping felt, next to hitch-pin.
hitch (Notar
Notar que este esquema
é uma simplificação. No instrumento real, as cordas correm perpendiculares às
alavancas das teclas. Por outras palavras, as cordas correm ao comprimento
do instrumento.

No clavicórdio, as cordas correm transversalmente desde o fim


fim, no lado
esquerdo, do carril do pino de engate, até às cavilhas de afinação à direita.
Perto do extremo direito elas passam sobre uma ponte de madeira curvada. A
acção é simples, com as teclas a funcionarem como alavancas com uma
pequena tangente de metal,
metal, uma pequena peça de metal semelhante em
tamanho e forma à cabeça de uma chave de fendas, no limite oposto. As
cordas, que normalmente são de bronze, ou de uma liga de bronze e ferro,
estão normalmente organizadas em pares, como num alaúde ou bandolim.
Quando
ando a tecla é pressionada, a tangente atinge as cordas acima, fazendo
fazendo-as
soar de forma semelhante à técnica de percussão das cordas da guitarra. Ao
contrário da acção de um piano, a tangente não faz ricochete da corda, pelo
contrário, ela fica em contacto com a corda enquanto a tecla está pressionada,
actuando ao mesmo tempo como o iniciador e o controlador do som. O volume
da nota pode ser mudado consoante a suavidade ou dureza do toque, e o tom
também pode ser afectado pela variação na força exercida sobre
sobre a tangente
contra a corda (conhecida como Bebung). Quando a tecla é solta, a tangente
perde o contacto com a corda e a vibração desta é silenciada pelas tiras do
pano de amortecimento.
A ação do clavicórdio é única entre todos os instrumentos de teclas, já
que uma das partes da acção simultaneamente inicia a vibração sonora ao
mesmo tempo que define o final da vibração da corda, e por isso o seu tom.
Por causa deste contacto íntimo entre a mão do tocador e a produção de som,
o clavicórdio já foi referido como o mais íntimo dos instrumentos de cordas.
Apesar das suas muitas (e sérias) limitações, incluindo o volume extremamente
baixo, o instrumento tem um considerável poder expressivo, já que o tocador
consegue controlar o ataque, a duração, o volume, e até criar certos efeitos
subtis de alteração de tom e um tipo de vibrato único.

Fretting

Clavicórdio não fretado com 5 oitavas de Paul Maurici, baseado num de J.A.
Hass

Uma vez que as cordas vibram desde a ponte apenas até à tangente, teclas
múltiplas com tangentes múltiplas podem ser atribuídas a uma mesma corda.
Isto é chamado fretting. Os primeiros clavicórdios tinham frequentemente
muitas notas tocadas na mesma corda.

Cravo

Cravo
Cravo é a designação dada a qualquer dos membros de uma família
europeia de instrumentos musicais de tecla,, incluindo os grandes instrumentos
comumente chamados de cravos, mas também os menores: virginal,, o vi virginal
muselar e a espineta.. Todos esses instrumentos pertencem ao grupo das
cordas pinçadas, ou seja, geram o som tangendo ou beliscando uma corda ao
invés de percuti-la
la como no piano ou no clavicórdio. Acredita-se
e que a família
de instrumentos desse tipo se originou quando um teclado foi anexado a
um saltério,, fornecendo um meio mecânico para tanger
tanger as cordas. O tipo de
instrumento que em português, é chamado de cravo é geralmente chamado
de clavicembalo ou simplesmente cembalo em italiano, e esta última palavra
também é geralmente utilizada em alemão. A palavra francesa tipicamente
usada é clavecin.. Confusamente, a palavra mais utilizada na Espanha para o
cravo é clavicordio, gerando confusão com o clavicórdio.. Por essa razão, nos
círculos musicais espanhóis, os locutores
locutores utilizam a palavra italiana ou, mais
comumente, a palavra francesa.

Um cravista é um músico que toca o cravo.

História
Virginal, provavelmente inglês, fins do século XVII

A origem do cravo é obscura, mas sabe-se que surgiu em algum


momento da alta Idade Média ou na Idade Média tardia. As mais antigas
referências escritas ao instrumento datam dos anos 1300 e é possível que o
cravo tenha sido inventado naquele século. Esta era uma época na qual os
avanços na fabricação de mecanismos e outras formas de antigas máquinas
pré-modernas estavam sendo desenvolvidas e, portanto, uma época
apropriada para a invenção daqueles aspectos que diferenciam o cravo
do saltério. Um manuscrito latino sobre instrumentos musicais, de autoria
de Henri Arnault de Zwolle, c. 1440, inclui diagramas detalhados de um
pequeno cravo e de três tipos de movimentos de ação dos ganchos.

Itália

O cravo mais antigo, completo, ainda preservado, veio da Itália, o exemplar


mais velho tendo sido datado de 1521. A Real Academia de Música em
Londres possui um instrumento de curiosa forma vertical. Infelizmente, ele não
funciona. Entretanto, esses primitivos instrumentos italianos não lançam
qualquer luz sobre a origem do cravo uma vez que representam uma forma já
bastante aperfeiçoada do instrumento. Os fabricantes italianos do cravo
construíram instrumentos de manual simples (um único teclado), de construção
muito leve e relativamente pouca tensão nas cordas. Este desenho sobreviveu
entre os fabricantes italianos durante séculos, com muito pouca alteração. Os
instrumentos italianos são considerados agradáveis mas discretos quanto ao
seu tom e são apropriados para acompanhamento de cantores ou outros
instrumentos. Próximo ao final do período histórico, instrumentos maiores e
mais elaborados foram construídos, principalmente por Bartolomeo Cristofori.

Flandres
Uma dama em pé junto a um virginal, de Jan Vermeer van Delft

Um revolução na técnica de construção do cravo ocorreu


em Flandres em algum momento durante 1580 com o trabalho de Hans
Ruckers e seus descendentes, inclusive Ioannes Couchet. O cravo Ruckers era
construído de maneira mais resistente do que os italianos. Devido ao fato de
utilizarem cordas mais longas (sempre os dois conjuntos básicos de cordas:
uma de 2,5 metros (8 pés) e outra de 1,3 metros (4 pés), embora
ocasionalmente pudessem utilizar duas cordas de 2,5 metros (8 pés)), maior
tensão nas cordas e uma caixa mais pesada junto com uma caixa de
ressonância de abeto, bastante esbelta e responsiva. O tom era mais
sustentável do que o do cravo italiano e foi largamente copiado pelos
fabricantes de cravo na maioria das outras nações. Os fabricantes flamengos
também desenvolveram um tipo de cravo de manual duplo (dois teclados) que
inicialmente era usado meramente para permitir a fácil transposição, no
intervalo de quarta, ao invés de aumentar a faixa expressiva do instrumento.
Entretanto, mais tarde, no século XVII, o manual adicional foi também usado
para contraste do tom, com a possibilidade de duplicar os registros de ambos
os manuais para se obter um som mais cheio. Os cravos flamengos com
freqüência são elaboradamente pintados e decorados.

França
Cravo Ruckers-Taskin, (Paris, Musée de la Musique)

O instrumento flamengo foi mais desenvolvido na França, no século


XVIII, principalmente com o trabalho da família Blanchet e seu
sucessor, Pascal Taskin. Estes instrumentos franceses imitaram o projeto
flamengo mas tiveram a extensão seu teclado aumentada de cerca de quatro
para cerca de cinco oitavas. Adicionalmente, os instrumentos franceses de
manual duplo além de usarem seus manuais para transposição, os
empregavam também para variar a combinação de paradas sendo utilizadas
(isto é, a corda a ser beliscada). O cravo francês do século XVIII é
freqüentemente considerado um dos apogeus do projeto do cravo e é
largamente adotado na construção dos instrumentos modernos.

Um aspecto impressionante da tradição francesa do século XVIII era sua


quase obsessão com pelos cravos Ruckers. Num processo conhecido
como grand ravalement, muitos dos instrumentos Ruckers sobreviventes foram
montados e remontados com novo material de ressonância e construção da
caixa que acrescentou uma oitava à extensão original do teclado. Considera-se
que muitos dos cravos que, na época, se diziam resutaurações Ruckers eram
fraudulentos a despeito de poderem ser, de direito, considerados instrumentos
soberbos. Um processo mais básico foi o chamado petit ravalement, no qual os
teclados e os conjuntos de cordas, mas não a caixa, foram modificados.

Inglaterra

Para a Inglaterra, o cravo teve relevância durante a Renascença para o


grande grupo de compositores importantes que escreveram para ele, mas,
aparentemente, muitos dos instrumentos, na época, eram importados da Itália.
Os cravos construídos na Inglaterra só ganharam notoriedade no século XVIII,
com o trabalho de dois fabricantes emigrantes, Jacob Kirckman (da Alsácia)
e Burkat Shudi (da Suíça). Os cravos destes fabricantes, construídos para uma
elite social próspera e em expansão, eram notáveis por seu tom poderoso e
exótico devido às caixas de madeira compensada. O som dos cravos Kirckman
e Shudi impressionaram muitos ouvintes, mas o sentimento de que eles
afetavam negativamente a música, fez com que muito poucos instrumentos
tenham sido fabricados segundo o seu modelo. A firma Shudi passou para o
genro de Shudi, John Broadwood, que o adaptou para a fabricação de pianos e
se tornou uma força criadora no desenvolvimento daquele instrumento.

Alemanha

Os fabricantes alemães de cravos adoptaram ligeiramente o modelo


francês, mas com interesse especial em conseguir uma variedade de
sonoridades, talvez porque alguns dos mais eminentes construtores alemães
fossem também construtores do órgão de tubos. Alguns cravos alemães
incluem um coro de cordas de 2 pés, isto é, cordas afinadas duas oitavas
acima do conjunto primário. Uns poucos chegaram mesmo a incluir um
registros de 16 pés, afinados uma oitava abaixo dos coros principais de 8 pés.
Um cravo alemão preservado, tem até manual triplo para controlar as muitas
combinações de cordas que estavam disponíveis. Os registros de 2 pés e de
16 pés do cravo alemão, não são apreciados pelos cravistas modernos que
tendem a preferir o tipo francês de instrumento.

Obsolescência e Renascimento

No ponto máximo de seu desenvolvimento, o cravo perdeu para


o piano o favoritismo que desfrutava. O piano rapidamente evoluiu a partir de
suas origens semelhantes ao cravo e o conhecimento tradicional, acumulado,
dos construtores de cravo gradualmente se dissipou.

No início do século XX, um interesse despertado por interpretações de


época, tendo a renomada, energética e atualmente, algumas vezes,
controversa Wanda Landowska como sua porta-voz, resultou no renascimento
do cravo. Nas primeiras décadas de seu renascimento, os cravos então
construídos foram fortemente influenciados pelo moderno piano de cauda,
principalmente quanto ao uso de pesadas armações de metal, de longe muito
mais robustas do que o necessário para suportar a tensão das cordas do cravo.
Este foi o instrumento que os fabricantes parisienses de
piano Pleyel construíram
struíram para Mme. Landowska. Os construtores incluíram
registros de 16 pés nesses instrumentos para abafar o som, uma prática
relativamente incomum dos construtores alemães do século XVIII.

A partir de meados do século XX, a construção de cravos tomou um


novo ímpeto quando uma nova geração de fabricantes procurou os métodos de
projeto e construção dos séculos passados. Este movimento foi liderado, entre
outros por Frank Hubbard e William Dowd, trabalhando em Boston Boston, Arnold
Dolmetsch,, sediado em Surrey no Reino Unido e Martin tin Skowroneck
Skowroneck,
trabalhando em Bremen, Alemanha.
Alemanha Estes peritos-construtores
construtores estudaram e
inspecionaram muitos instrumentos antigos e consultaram o material escrito no
período histórico, disponível, sobre cravos. Hoje os cravos que se baseiam nos
princípios redescobertos dos antigos fabricantes dominam o cenário e são
construídos em oficinas ao redor do mundo. As oficinas tamb também
constroem kits que são montados na sua forma final por amadores entusiastas.

Funcionamento

O modo de funcionar é o mesmo em todos os cravos:

Visão esquemática de um cravo 2x8 de manual simples.simples. 1) tecla, 2) batente do


nome, 3) placa do nome 4) pinos de afinação, 5) porca, 6) trilho do saltador, 7)
registros superiores, 8) corda , 9) cavalete, 10) pino de sustentação, 11)
revestimento, 12) curvatura lateral, 13) moldura, 14) placa de som, 15) folga,
16) trilho interno superior, 17) saltador, 18) trilho interno inferior, 19) base, 20)
cavalete, 21) pino guia, 22) registros inferiores, 23) prancha de afinação, 24)
pino balanceador, 25) estrutura do teclado.
A tecla é um pivô simples que oscila em
em torno de um pino que a atravessa.

O Saltador é uma peça de madeira, fina, retangular que se assenta sobre a


extremidade final da tecla. É mantido no lugar por duas guias (superior e
inferior) que são duas longas peças de madeira com furos através dos qua
quais os
saltadores possam passar.

Parte superior de um saltador. 1) corda, 2)eixo da lingüeta, 3) lingüeta, 4)


plectro, 5) amortecedor.

No saltador, um plectro projeta


projeta-se quase horizontalmente
nte (normalmente, o
plectro está colocado num pequeno ângulo para cima) e passa sob a corda.
Historicamente, os plectros eram fabricados de penas de corvo ou couro
embora a maioria dos cravos modernos
m utilizem um plástico (delrin or celcon).

Quando a parte da frente te da tecla é pressionada (2) a parte de trás é


levantada, o saltador é levantado e o plectro faz a corda vibrar (3).
Funcionamento do saltador. A) Saltador na posição normal. O
amortecedor está encostado à corda para evitar sua vibração. B) Quando uma
tecla
ecla é pressionada, o saltador é levantado e o plectro toca a corda e começa a
se dobrar. C) O plectro tange a corda, que emite uma vibração (som). O
saltador atinge o trilho do saltador. D) Quando a mão do intérprete libera a
tecla, o saltador cai de volta,
volta, sob a ação do próprio peso e o plectro se inclina
para trás, para permitir que passe pela corda sem tocá-la.
tocá la. 1) trilho superior, 2)
feltro, 3) amortecedor, 4) corda, 5) plectro, 6) lingüeta, 7) eixo da lingüeta, 8)
mola, 9) saltador, 10) rotação da lingüeta.
ling

Quando a tecla volta à sua posição de repouso, o saltador cai, descendo


pela ação do próprio peso, e os pivôs do plectro se curvam para trás permitindo
que ele passe pela corda (4) sem tocá-la.
tocá la. Isto se torna possível porque o
plectro está fixado a uma a lingüeta que, por sua vez, está presa por uma
articulação e uma mola ao corpo do saltador.

Na parte de cima do saltador, um amortecedor de feltro encosta na


corda impedindo-a
a de vibrar quando a tecla não está pressionada (1).

Controlando múltiplos coros de cordas


Num aspecto em que os cravos variam muito, é nos mecanismos que
controlam que coro de cordas deverá soar quando as teclas forem
pressionadas.
adas. Geralmente um conjunto de cordas pode ser "desligado"
movendo um pouco para os lados o registro superior (através do qual seus
saltadores deslizam), impedindo desse modo que o plectro toque as cordas.
Nos instrumentos mais simples, esta função é realizada
realizada manualmente, mas à
medida que o cravo evoluiu, surgiram várias invenções que facilitaram a
mudança dos registros, por exemplo, com alavancas próximas ao teclado,
alavancas na altura dos joelhos e pedais.

Em instrumentos que tivessem mais de um manual (teclado), os


fabricantes freqüentemente arranjaram disposições em que as notas de um
manual podiam, opcionalmente, ser tocadas com o outro manual. O sistema
mais flexível foi o sistema francês de acoplamento por empurra, no qual o
manual mais baixo pode deslizar para frente e para trás, e, na posição para
trás, ganchos presos à superfície superior do manual inferior agarram a
superfície inferior das teclas do manual superior, fazendo-as
fazendo as tocar.
Dependendo da escolha do teclado e da posição de acoplamento, o executante
poderia selecionar o conjunto de saltadores rotulados como A, B ou C ou todos
os três.

Acoplamento francês por empurra. 1) pino de balanceamento, 2)&5) guia


inferior (fixa), 3) saltadores, 4) gancho de acoplamento, S) tecla superior, I)
tecla
a inferior. À esquerda: teclados não acoplados. A tecla superior pressionada
levanta o saltador. A tecla inferior pressionada levanta os saltadores B e C. À
direita: O teclado superior está acoplado ao inferior ao se puxar este último. Ao
ser pressionada teclaecla superior, o saltador A é levantado. Ao pressionar o
teclado inferior, são levantados os saltadores A, B e C.
O sistema inglês de saltadores tipo "perna de cão" ("dogleg") era menos
flexível, na medida em que os manuais ficavam imóveis. O formato em pe perna
de cão do conjunto de saltadores rotulados como A, permitiam que os
saltadores A fossem tocados por ambos os teclados, mas o manual inferior
tocava obrigatoriamente os três conjuntos e não podia tocar apenas o conjunto
B e C, como no caso do acoplamento
acoplament francês por empurra.

Saltador perna de cão, Sistema inglês de acoplamento. 1) pino balanceador, 2)


registro inferior (fixo), 3) saltador com "perna de cão" 4) saltadores, S) tecla
superior, I) tecla inferior. Quando pressionada, a tecla superior levant
levanta o
saltador tipo "perna de cão" (saltador A). A tecla inferior levanta os três
saltadores A, B e C.

Variações

Embora os termos utilizados para denotar os vários membros da família


estejam hoje praticamente
amente padronizados, nos dias do apogeu do cravo este
não era o caso.

Cravo

Atualmente, cravo pode designar todos os elementos que compõem a


família do instrumento ou, mais especificamente, o instrumento no formato
formato de
um piano de cauda como uma caixa de forma quase triangular acomodando à
esquerda cordas longas para o baixo e, à direita, cordas curtas soprano à
direita; Caracteristicamente tem um perfil mais alongado do que o do piano de
cauda e o lado em curva com maior raio de curvatura (bentside).

Um cravo pode ter de uma a três - e algumas vezes até mesmo mais,
cordas por nota. Normalmente, uma está afinada a quatro pés, isto é uma
oitava acima do fundamental. Quando existem dois coros de oito pés, um deles
tem seu ponto de vibração próximo ao cavalete criando uma tonalidade mais
"nasal", enfatizando os harmônicos superiores.

Manuais simples ou teclados, são comuns, especialmente nos cravos


italianos. Manuais duplos, que permitem maior controle sobre que cordas são
beliscadas são encontrados em instrumentos mais elaborados. Há uns poucos
exemplos de manuais triplos em cravos alemães.

Virginais

Virginal flamengo (Paris, Musée de la Musique)

O virginal ou virginals é um cravo pequeno de forma retangular (que se


parece com um clavicórdio (ver também clavicórdio - em inglês), com apenas
uma corda para cada nota fixada paralelamente ao teclado no lado comprido
da caixa. Identificado com esse nome por volta de 1460, era tocado sobre o
colo ou, mais comumentoe colocado sobre uma mesa. embora o nome venha
da mesma raíz que o adjetivo "virginal" a razão para lhe ter sido dado este
nome é obscura. Observe-se que no Período elisabetano era utilizado para
designar qualquer tipo de cravo não, como acontece hoje, apenas os virginais.
Portanto, as obras primas de William Byrd e seus contemporâneos foram
tocadas freqüentemente num cravo, no estilo italiano e não nos instrumentos
que hoje chamamos de virginais. Os virginais são descritos como espineta
virginal (o tipo comum) ou virginal muselar.

Espineta Virginal

Na espineta virginal o teclado é colocado do lado esquerdo e as cordas


são beliscadas numa das extremidades, como nos demais membros da família
cravo. Este é o arranjo mais comum e um instrumento descrito simplesmente
como um "virginal" é uma espineta virginal.

Virginais Muselares

Num virginal muselar (em flamengo, muselaar), o teclado é colocado á


direita ou no meio da caixa, de modo que as cordas são beliscadas no centro
de seu comprimento sonoro. Isto produz um som quente e rico, mas a um
preço, o funcionamento para a mão esquerda é colocado no meio da placa de
som do instrumento, resultando que qualquer ruído originário deste tipo de
funcionamento é amplificado. Um comentarista do século XVIII disse que os
muselares "grunhem nos baixos como leitões". Em adição ao ruído mecânico, o
ponto de vibração no baixo torna a repetição difícil porque o movimeno da
corda, que ainda permanece vibrando, interfere com a habilidade do plectro
conectar novamente. Portanto o muselar é mais apropriado
para música com acordes e melodias sem partes complexas para a mão
esquerda.

Os muselares foram populares nos séculos XVI e XVII mas caíram em desuso
no século XVIII.

Espineta

Finalmente, um cravo com o conjunto de cordas inclinado de um ângulo


(geralmente cerca de 30º) em relação ao teclado é chamado espineta. Neste
instrumentos as cordas estão muito próximas para se colocar os saltadores
entre elas do modo normal, em vez disso, as cordas são dispostas aos pares e
os saltadores são colocados no espaço maior entre os pares de cordas e são
instalados com suas faces voltadas para direções opostas, beliscando as
cordas adjacentes a esse espaço.
Clavicítero

Um clavicítero é um cravo que é montado verticalmente. Foram


construídos poucos exemplares. O mesmo conceito de economia de espaço foi
posteriormente incorporado ao piano vertical. Seu funcionamento na vertical foi
possibilitado, modificando-se a forma dos saltadores para um corpo curvo,
como um setor circular de 45º (um quarto de círculo). Um modelo do século XV
pode, por exemplo, ser encontrado no Royal College of Music en Londres). O
clavicítero foi utilizado até o século XVIII. Variações[editar | editar código-fonte]

Para um instrumento que foi produzido em larga escala ao longo de três


séculos, não surpreende que exista um grande número de variantes entre os
cravos.

Em adição às formas variadas e as diferentes disposições


ou registros que podem ser adaptados ao cravo, como foi visto anteriormente,
a gama de variações é muito grande.

Geralmente, os cravos mais antigos têm uma extensão menor e os


modelos posteriores têm uma extensão maior, embora possa haver exceções.

Em geral, os cravos maiores têm uma extensão acima de cinco oitavas e os


menores, uma extensão abaixo de quatro oitavas. Usualmente, estende-se os
menores teclados usando a técnica da "pequena oitava".

No século XVI, foram construídos vários cravos com os teclados


bastante modificados, como o arquicímbalo, para acomodar sistemas variados
de afinação demandados pelas práticas composicionais e experimentação
teórica.

Música para o cravo

Histórico

A primeira música escrita especificamente para solo de cravo foi


publicada em meados do século XVI. Compositores que escreveram solos de
cravo foram bastante numerosos durante todo o período Barroco na Itália,
Alemanha, Portugal, Espanha, Inglaterra e França. Os gêneros favoritos para o
solo de cravo incluem as suites de danças a fantasia e a fuga. Além das obras
solo, o cravo foi largamente utilizado para acompanhamento no estilo de baixo
contínuo (uma função mantida na ópera mesmo no século XIX). No século XIX
o cravo foi considerado como tendo vantagens e desvantagens com relação ao
piano.
Durante o século XIX o cravo foi ignorado pelos compositores tendo sido
suplantado pelo piano. No século XX, entretanto, graças aos esforços e
pioneirismo de Wanda Landowska, o crescente interesse em música antiga e a
busca dos compositores por novos sons, mais uma vez passou-se a se
escrever novamente obras para o cravo. Concertos para o instrumento foram
escritos por Francis Poulenc (o Concert champêtre, 1927-28), Manuel de
Falla e mais tarde por Henryk Górecki, Philip Glass e Roberto
Carnevale. Bohuslav Martinů escreveu um concerto e uma sonata para ele e
o Double Concerto de Elliott Carter é para cravo, piano e duas orquestras de
câmara. Na música de câmara, György Ligeti escreveu um pequeno número de
peças solo para o instrumento, incluindo o "Continuum" enquanto que "Les
Citations" (1991) de Henri Dutilleux é uma composição para cravo, oboé,
contrabaixo e percussão. Ambos Dmitri Shostakovich em Hamlet (1964)
e Alfred Schnittke (Symphonia No.8, 1998) utilizaram o cravo como parte da
textura orquestral. Mais recentemente, o cravista Hendrik Bouman compôs, no
estilo dos séculos XVII e XVIII, 75 peças, das quais 37 foram composições para
solo de cravo, duas são concertos para cravo, duas composições tinham o
cravo obbligato e 36 composições incluíam o cravo como baixo contínuo em
sua música de câmara e música orquestral.

Música popular

Como no caso da maioria dos instrumentos da música clássica, o cravo


tem sido adaptado às obras populares. O número de tais usos é enorme; para
uma lista parcial ver O cravo na cultura popular

Espineta

Espineta

Uma Espineta
Espineta é um instrumento musical de cordas beliscadas, dotado
de teclado, da família dos cravos. As cordas são beliscadas com uma pena de
ave.

Seu uso foi muito difundido na Europa, paralelamente ao do cravo, desde o


final do século XV até o século XVIII. Cravo e espineta eram praticamente
sinônimos, na França. Na região de Flandres, no século XVII, um virginal era
chamado "espineta".

História

Em 1503, Giovanni Spinetti, em Veneza, constrói um instrumento de


forma alongada, com cordas compridas de latão e um grande tampo harmônico
abrangendo a totalidade do espaço disponível, o que fazia aumentar o volume
de som. Neste instrumento as cordas não eram agitadas por um tangente, mas
sim postas em vibração por um plectro acoplado a um saltarelo. O plectro era
feito de pena de pato e colocado na ponta do saltarelo de modo a beliscar a
corda ao passar por ela. O saltarelo era uma peça de madeira fina e com cerca
de 10 centímetros de comprimento, que ficava apoiada na extremidade da
tecla, acompanhando o movimento da mesma. Uma pequena peça de feltro
acoplada na ponta do saltarelo fazia as funções de abafador, impedindo a
corda de continuar a vibrar após a tecla voltar à posição de repouso. Esse
instrumento chamou-se espineta.

Apesar do sistema de funcionamento da espineta não permitir qualquer


expressividade relacionada com o controle da intensidade, foi um instrumento
que se tornou muito popular graças ao fato de produzir maior volume de som
que o clavicórdio.

As espinetas variam o seu tamanho entre 1 metro e 17 centímetros


aproximadamente. As mais pequenas podiam ser colocadas diretamente sobre
uma mesa, o que aumentava ainda um pouco mais o volume sonoro.

Giovanni Spinnetti fazia as suas espinetas com o teclado exterior à caixa


de ressonância, tal como acontece nos pianos atuais. Mas, em 1550, Rossi de
Milão construiu espinetas em que o teclado estava inserido na caixa, tal como
acontecia nos clavicórdios, o que tornava o instrumento mais compacto e mais
facilmente transportável.

Naturalmente, vários construtores de espinetas na Itália,


na Alemanha mas especialmente os ingleses experimentaram formas de
incrementar o volume de som. No fim do Séc XVI Rimbault experimentou algo
que parece a união de um teclado com uma harpa, que pode ser considerado
uma espécie de protótipo do formato do piano vertical. Esse instrumento
certamente teria um mecanismo de grande complexidade, cuja construção não
estaria facilmente ao alcance dos meios técnicos disponíveis naquela época.
Para alguns historiadores esta estranha espineta inglesa seria o virginal.

Pelos exemplares de espinetas que se conhecem, parece razoável concluir-se


que os construtores da Europa continental preferiam construí-las com a caixa
de forma triangular, enquanto os ingleses as construíam com a caixa
retangular, mais à semelhança dos clavicórdios. A caixa em forma de asa
(tipo piano de cauda ) parece ter sido usada pela primeira vez pelo construtor
Gerónimo de Bolonha em 1521.

O órgão electrónico (português europeu) ou eletrônico (português


brasileiro) (AO 1990: eletrónico / eletrônico) é um instrumento
musical destinado a substituir o órgão, mas cujo som é produzido integralmente
através de meios eletrónicos.

Os órgãos eletrónicos começaram a surgir na década de 1970,


aproveitando as mesmas inovações que se iam aplicando ao sintetizador. Com
o desenvolvimento da tecnologia eles se foram tornando cada vez mais
complexos, com possibilidades de imitação de vários instrumentos (e não
apenas de órgãos), dotados de uma secção rítmica e, com o advento da
tecnologia digital, foram dotados de uma memória que permitiu que tivessem
uma secção com um arranjador (que permite efetuar automaticamente um
acompanhamento completo) e/ou um sequenciador. Na década de 1980,
versões destinadas ao grande público (incluindo crianças) foram criadas para
uso doméstico, desenvolvendo-se no instrumento que é hoje conhecido como
teclado electrónico ou simplesmente teclado.

Um antigo órgão eletrónico da marca Vox.


Note-se as barras fónicas à esquerda, para imitar órgãos eletromecânicos.
A designação órgão eletrónico é às vezes incorretamente aplicada
ao órgão elétrico ou ao órgão eletromecânico. Mesmo assim, alguns modelos
de órgãos electrónicos modernos destinam-se especialmente para imitar (visual
e acusticamente) os antigos órgãos eletromecânicos (por exemplo, os novos
modelos CX-3 e BX-3 da Korg, a série XB da Hammond–Suzuki, a série VK
da Roland, etc). Esses novos instrumentos são apelidados em inglês
de clonewheel organs.

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Pianola

Pianola Chase & Baker (Buffalo, EUA), de 1885.

A Pianola, também chamada piano mecânico, é um piano que executa


músicas automaticamente, por meio de
mecanismos pneumáticos ou eletromecânicos que operam o piano através
de rolos de pianola, que são feitos de papel perfurado, ou, mais raramente, de
metal. Versões mais modernas do instrumento podem incluir implementos
usando música gravada em formato MIDI, que é armazenada em discos
rígidos ou flexíveis, ou ainda em CDs. Frequentemente o instrumento permite
determinadas regulações, que são executadas por um músico através de
pedais e alavancas manuais.

Pianola Steinway. Gravação do pianista inglês Harold Victor


Bauer tocando o Concerto para piano n. 2 em G menor, Op. 22, de Saint-Saëns
O instrumento cresceu com a produção em massa de pianos
domésticos, entre o final do século XIX e o começo do século XX.[1] As vendas
atingiram seu ápice em 1924, e depois disso gradualmente declinaram devido
ao aperfeiçoamento do fonógrafo e de gravações. Posteriormente, a
popularização de aparelhos de rádio reduziu sensivelmente o mercado para
esses instrumentos, que finalmente tiveram sua produção interrompida devido
à crise econômica de 1929.

Origens

Rolo de papel perfurado alimentando uma pianola.

O mecanismo original, patenteado em 1897 pelo engenheiro


americano Edwin S. Votey, era instalado diante do teclado e consistia num rolo
de papel perfurado com a notação da peça que se pretendia executar,
acionado pelos pedais. Cada perfuração abaixava uma tecla e impulsionava o
respectivo martelo, o que substituía a ação dos dedos. Mais tarde o mecanismo
foi incorporado ao instrumento, que passou a possibilitar uma considerável
variação de dinâmica e andamento.

Entre outras obras, a pianola inspirou o Estudo para pianola,


de Stravinski, em 1917, e a Toccata de Hindemith, composta em 1926. Para
esse insólito instrumento de teclado, os músicos escreviam peças sem cuidado
com as limitações impostas pelo tamanho da mão do executante.

Também conhecida como piano mecânico, a pianola ganhou vasta


popularidade por volta da primeira guerra mundial. Algumas companhias
fabricavam rolos que reproduziam com bastante exatidão as interpretações de
músicos famosos, como Cortot e Debussy. Apesar do sucesso que fez no início
do século XX, a pianola caiu em desuso logo a seguir.

Na década de 1990 passaram a ser produzidos pianos mecânicos que,


utilizando dados armazenados num disquete de computador, são capazes de
gravar e reproduzir com fidelidade uma execução real.
Um saltério é um livro contendo o Livro dos Salmos (150 Salmos),
muitas vezes com prática devocional, cristã para ser usada como nos
Mosteiros e Conventos para o Ofício Divino na recitação das Horas Canônicas
desde as épocas em que o monaquismo foi estabelecido pelo Patriarca São
Bento de Núrsia. Até a emergência da era da Idade Média houve-se livro de
horas, saltérios eram os livros mais amplamente propriedade de leigos ricos e
eram comumente usado para aprender a ler.E estes livros eram
ricamente iluminados e incluem alguns dos exemplos mais espetaculares de
cultura e da arte medieval. Ele também é usado na cultura judaica.

O Saltério Católico

O Saltério da Igreja Católica foi desenvolvido no Ocidente no início do


século VIII. E foi amplamente ilustrado sendo que o Saltério é um dos mais
importantes e permanentes manuscritos carolíngios que exerceu uma grande
influência sobre o desenvolvimento posterior do povo na Dinastia Carolíngia, de
Carlos Magno. Na Idade Média os saltérios estavam entre os mais populares
tipos de livros de iluminuras, só rivalizado pelo Livro dos Evangelhos, do qual
assumiu progressivamente como o tipo de manuscrito escolhido para as
iluminuras de luxo. A Partir do final do século XI tornou-se particularmente
difundido e popular o livro, pois Salmos eram recitados pelo Clero em vários
pontos da Liturgia, assim os saltérios eram uma parte essencial do Material
litúrgico-devocional nas grandes Igrejas. Vários esquemas diferentes existiram
para o arranjo dos Salmos em grupos, pois como os 150 salmos dos saltérios
medievais, frequentemente incluídos a um calendário, uma Ladainha de Todos
os Santos, Cânticos do Antigo Testamento e do Novo Testamento, e
textos devocionais entre outros. A seleção dos Santos mencionados
no calendário e na ladainha variaram muito e muitas vezes podem dar pistas
quanto à propriedade original do manuscrito, uma vez em que os Mosteiros de
diferentes Ordens Religiosas podiam estabelecer especial recitação litúrgica-
salmódica para seus Santos Patronos.

Saltérios foram muito profusamente iluminados com iluminuras e


capitulares na página inteira, assim como as iniciais bem decoradas. Das
iniciais o mais importante é normalmente o chamado "Beatus inicial", com base
na letra "B" das palavras Beatus Omnes … ("Bem-aventurado é o homem…")
no início do Salmo 1. Este foi dado geralmente a decoração mais elaborada em
um saltério iluminado, com muitas vezes levando uma página inteira para a
letra inicial ou duas primeiras palavras. Iniciais historiadas ou de página inteira
também foram usadas para marcar o início das três divisões principais dos
Salmos, ou as várias leituras diárias, que podem ter ajudado os usuários a
navegar para a parte relevante do texto (livros medievais quase nunca tinha
números de páginas). Nos Saltérios, especialmente a partir do século XII,
incluíram ricamente decorado "ciclos prefaciais" – uma série de iluminações de
página inteira anterior a um Salmo, geralmente ilustrando a história da Vida
Bíblica de Cristo ou da Virgem Maria, embora alguns também com narrativa
do Antigo Testamento. Essas imagens ajudaram a elevar o status do livro, mas
que também servem como auxiliares para a contemplação na prática da
devoção pessoal, e para ajudar a compreender o texto já que
o analfabetismo na era Medieval era alto.

O Saltério também foi usado na Liturgia das Horas, o Ofício Divino recitando os
150 Salmos em duas semanas ou em quatro, seguindo as Horas
Canônicas: Vigílias, Laudes, Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas.

O Saltério calvinista

Uma das principais mudanças propostas pelos reformadores do século


XVI foi relativa a aspectos da liturgia e da música. Lutero defendeu o canto
congregacional e a forma coral, especialmente com a criação de
hinos. Calvino tinha visão diferente, pois defendia que "somente a palavra de
Deus é digna de ser cantada". Para tanto empreendeu a produção de um
'Saltério' em francês, que ficou conhecido como "Saltério Genebrino", devido à
cidade em que Calvino atuou como reformador. Tal coletânea consistiu em
traduções para o francês dos Salmos bíblicos (disponíveis em hebraico ou em
latim), que receberam versões metrificadas de poetas como Clement Marot e
música de compositores como Louis Bourgeois, sobre as quais Claude
Goudimel compôs obras estilizadas. Durante a maior parte do tempo as igrejas
de tradição calvinista mantiveram-se fiéis ao uso exclusivo do "Saltério
Genebrino" como livro de cânticos litúrgicos. Somente ao final do século XVIII é
que a realidade dos avivamentos proporcionou a introdução dos hinários nas
igrejas de matriz calvinista (como os presbiterianos, congregacionais, batistas,
anglicanos e metodistas).

Virginal
Virginal é um instrumento musical de cordas, da família do cravo.
Constitui-se de um conjunto de cordas dispostas em uma caixa de ressonância
de modo que cada corda produz uma única nota. A execução é feita por
pinçamento através de um teclado.

O virginal é a mais simples variação do cravo. Possui uma caixa


pequena e retangular, diferentemente dos cravos modernos que possuem
caixa grande e triangular. As cordas (uma para cada nota) são montadas
paralelamente ao teclado, sobre o lado mais longo da caixa. Possui um único
teclado e em geral apenas um plectro por corda. A origem do nome é obscura.
Na Inglaterra Elizabetana a palavra virginal era usada para designar qualquer
tipo de cravo. Assim, as obras de William Byrd e seus contemporâneos eram
tocadas em cravos de estilo italiano e não em virginais como são chamados
hoje.

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