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Harmonia na Música Popular
Semitom ou meio tom (½T) é a distância entre duas notas adjacentes, ou seja, é a menor distância
entre duas notas. Exemplos:
Tom (T) é a distância entre duas notas separadas por uma única nota. Exemplos:
T T ½T T T T ½T
Se começarmos a mesma estrutura com a nota dó (escala de dó maior), teremos apenas notas
naturais (sem alterações - sustenidos ou bemóis):
T T ½T T T T ½T
ré maior
T T ½T T T T ½T
2
Intervalos _
si b maior
T T ½T T T T ½T
1.3. INTERVALOS
Intervalo é a distância entre duas notas. Conta-se o intervalo a partir da primeira nota; entre ré e
mi, por exemplo, existe um intervalo de segunda; entre mi e sol, de terça, e assim por diante.
Iniciaremos nosso estudo de intervalos com a escala “natural”, ou seja, a escala de dó maior
(teclas brancas do piano). Assim que dominarmos os intervalos possíveis formados entre as sete
notas naturais, será fácil reconhecermos intervalos com acidentes (sustenidos e bemóis).
Examinemos agora os intervalos formados pelas notas naturais. Para cada intervalo, teremos uma
“dica” que, se memorizada, facilitará a rápida identificação do tipo de intervalo.
Segundas
Uma segunda maior é formada por um tom, e uma segunda menor é formada por um semitom;
portanto, entre as notas naturais só existem duas 2as menores: mi-fá e si-dó; as restantes são
maiores.
DICA: Lembre-se sempre que mi-fá e si-dó são as duas únicas 2as menores da escala natural;
todas as outras são maiores.
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Harmonia na Música Popular
Terças
3a M 3a m 3a m 3a M 3a M 3a m 3a m
DICA: Para rapidamente identificar o tipo de 3a entre notas naturais, verifique se entre as notas
que formam a 3a existe um mi-fá ou um si-dó. Se existir, trata-se de uma 3a menor; se não, trata-se
de uma 3a maior. Por exemplo, entre o si e o ré existe o si-dó; portanto, si-ré é uma 3a menor; sol-
si é uma 3a maior, pois não há si-dó nem mi-fá entre o sol e o si.
Quartas
Uma quarta justa é formada por 2½ tons (ex.: dó-fá). Uma quarta aumentada é formada por 3
tons, e uma quarta diminuta é formada por 2 tons.
Nota: observe que a 3a maior também tem 2 tons, assim como a 4a diminuta; a diferença é na
nomenclatura, e não no som; por exemplo, dó-mi é uma 3a maior, mas do-fáb é uma 4a diminuta;
mi e fáb têm o mesmo som, assim como a 3a M e a 4a dim têm o mesmo som. Trata-se de um
caso de enarmonia (nomes diferentes para a mesma nota ou mesmo intervalo).
Entre as notas da escala de dó maior não há nenhuma 4a diminuta. Encontramos apenas 4a justas
e só uma 4a aumentada: fá-si.
4a J 4a J 4a J 4a aum 4a J 4a J 4a J
DICA: Guarde em mente que fá-si é a única 4a aumentada entre as notas naturais e que todas as
outras 4as são justas.
Quintas
1 Adotamos o procedimento de sempre indicar primeiro a nota inferior. Ex. fá-lá: fá é a nota inferior.
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Intervalos _
Uma quinta justa é formada por 3 ½ tons (ex.: sol-ré). Uma quinta diminuta é formada por três
tons, e uma quinta aumentada é formada por quatro tons.
Nota: aqui temos um outro caso de enarmonia; tanto uma 4a aumentada quanto uma 5a diminuta
são formadas por três tons, mas suas notas têm nomes diferentes. Por exemplo, do-fá# é uma 4a
aumentada, mas dó-solb é uma 5a diminuta. De dó a fá são quatro passos (contando com o dó) e
de dó a sol são cinco passos, não importando as alterações.
Entre as notas naturais há 5as justas e somente uma 5a diminuta: si-fá. Não há 5a aumentada na
escala natural.
5a J 5a J 5a J 5a J 5a J 5a J 5a dim
DICA: Guarde em mente que si-fá é a única 5a diminuta entre as notas naturais; todas as outras
5as são justas.
Para 5as, decore a ordem dos sustenidos na armadura (aqui começando em dó): dó-sol-ré-lá-mi-si-fá.
INVERSÃO DE INTERVALOS
Um intervalo se inverte quando a nota que estava na posição inferior passa para a posição
superior, ou vice-versa. Dito de outra forma: quando uma das duas notas muda de oitava. Ex.: lá-
fá é a inversão de fá-lá:
Quando invertemos um intervalo, sua qualidade também se inverte, com exceção da qualidade de
justa. Uma 4a justa, invertida, passa a ser uma 5a também justa; mas uma 4a aumentada passa a ser
uma 5a diminuta, e vice-versa. Os intervalos maiores, quando invertidos, passam a ser menores, e
vice-versa. Isso se aplica a todos os outros intervalos.
2a m 7a M
3a M 6a m
4a J 5a J
Observe que na escala natural a única 4a aumentada é fá-si, e a única 5a diminuta é si-fá,
justamente a inversão de fá-si. O intervalo de 5a é a inversão do intervalo de 4a.
4a aum 5a dim
2a vira 7a;
3a “ 6a ;
4a “ 5a ;
Sextas
Uma sexta maior é composta de 4 ½ tons, e uma sexta menor, de 4 tons. Ex.: dó-lá é uma 6a
maior, e mi-dó é uma 6a menor. Entre as notas naturais não temos 6as aumentadas nem
diminutas.
6a M 6a M 6a m 6a M 6a M 6a m 6a m
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Intervalos _
DICA: Para rapidamente identificar as 6as, pense na sua inversão: se for uma 3a maior, a 6a será
menor, e vice-versa. Por exemplo, que 6a é fá-ré? Sua inversão, ré-fá, é uma 3a menor; portanto,
fá-ré é uma 6a maior.
Sétimas
Uma sétima maior é composta de 5½ tons, e uma sétima menor, de 5 tons. Ex.: fá-mi é uma 7a
maior e ré-dó é uma 7a menor. Entre as notas naturais não há 7as diminutas nem aumentadas.
7a M 7a m 7a m 7a M 7a m 7a m 7a m
DICA: Pense nas 7as como inversões das 2as ; se a 2a for maior, a 7a é menor e vice-versa. Como já
temos em mente que mi-fá e si-dó são as duas únicas 2as menores entre as notas naturais, sabemos
que suas inversões, fá-mi e dó-si, são as duas únicas 7as maiores.
Para 7as, simplesmente decore a escala descendente: dó-si-lá-sol-fá-mi-ré.
Oitavas
Uma oitava justa possui 12 semitons, ou 6 tons. Obviamente na escala natural só existem oitavas
justas. Para que houvessem 8as aumentadas ou diminutas, seriam necessários acidentes. Ex.:
8a dim
EXERCÍCIO 1.3.1
Exemplos:
ré-lá - de ré a lá são cinco passos (contando com o ré), portanto é uma 5a ; lembre-se da dica de
que toda as 5as naturais são justas, exceto si-fá; portanto, ré-lá é uma 5a justa.
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Harmonia na Música Popular
sol-fá - de sol a fá são sete passos (sempre incluindo a primeira nota), portanto é uma 7a ; lembre-
se das dicas para as 7as: se invertermos essa 7a , teremos fá-sol, que é uma 2a maior; portanto, sol-
fá é uma 7a menor.
5a J 7a m
Você pode continuar propondo intervalos para si mesmo e exercitando-se até adquirir
proficiência. É aconselhável que você se sinta seguro com os intervalos entre as notas naturais
antes de seguir adiante.
Para reconhecermos os intervalos que envolvem notas com acidentes (sustenidos e bemóis),
basta que nos reportemos ao intervalo sem acidentes, com os quais somos familiares, e que
façamos o ajuste necessário.
Por exemplo: sabemos que entre dó e sol existe um intervalo de 5a justa; se aumentarmos o
intervalo, pondo um # no sol, essa 5a passa a ser aumentada.
5a J 5a aum
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Intervalos _
3a m 3a M
4a aum 4a J
Tanto este raciocínio quanto o raciocínio baseado nas escalas maiores podem contribuir para a
identificação dos intervalos com acidentes.
EXERCÍCIO 1.4.1
Assim como no exercício anterior, você pode (e deve) praticar sozinho para obter proficiência na
identificação dos intervalos com acidentes.
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Harmonia na Música Popular
Intervalos compostos são os que compreendem mais que uma oitava e obedecem às mesmas
regras e classes dos intervalos simples.
2a M 9a M
3a M 10a M
4a J 11a J
No entanto, para o estudo da harmonia, só nos interessam os seguintes intervalos compostos: 9as,
11as e 13as, que são exatamente equivalentes a suas versões simples (2as ,4as e 6as , respectivamente).
Exemplos:
Os demais intervalos, mesmo que a mais de uma oitava de distância da fundamental, serão
considerados como intervalos simples. Por exemplo, uma 10a será considerada como uma 3a.
INTERVALOS INCOMUNS
Existem intervalos enarmônicos que vêm a ser maiores que os aumentados (super-aumentados)
ou menores que os diminutos (sub-diminutos) e geralmente envolvem dobrados-bemóis e/ou
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Intervalos _
A coerência do sistema de intervalos baseado na escala diatônica se relaciona com a coerência das
inversões: todo intervalo maior é inversão de um menor, e todo intervalo diminuto é inversão de
um aumentado. Os justos, como a classe que possui um numero ímpar de categorias (justos,
aumentados e diminutos), permanecem justos sob inversão.
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
Nesta figura estão representados os graus da escala de dó maior, sendo que as notas com
alteração (sustenidos ou bemóis) estão representadas por pontos. O ponto central, eqüidistante
dos “dós” é o fá sustenido, representado pelo ponto entre o fá e o sol. O fá sustenido é o “eixo”
em torno do qual as notas se relacionam por inversão. Por exemplo, a nota ré se relaciona com a
nota si bemol por inversão: ambas estão eqüidistantes do eixo fá sustenido; isso equivale a dizer
que a segunda maior (dó-ré) invertida passa a ser sétima menor (dó-si bemol).
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
Dessa mesma maneira podemos encontrar todos os intervalos e suas inversões a partir da nota
dó. Observe agora que quase todas as notas da escala de dó maior se relacionam por inversão
com notas que não pertencem à escala: ré com si bemol, mi com lá bemol, etc. As únicas notas da
escala de dó maior que, ao girarem em torno do eixo (fá sustenido) se relacionam com outras
notas da escala são fá, sol e o próprio dó. Estas são exatamente as notas que correspondem aos
intervalos justos: quarta, quinta e oitava.
Se chamássemos a quinta justa de quinta maior, por exemplo, teríamos a seguinte incoerência: a
quinta menor (dó-sol bemol) teria que corresponder à quarta maior, que obrigatoriamente teria
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Harmonia na Música Popular
que ser dó-fá sustenido; dó fá, portanto, teria que ser chamada de 4a diminuta, que por sua vez
não corresponderia à quinta aumentada... Portanto, para manter a coerência do sistema, temos
que tratar as notas que pertencem à escala natural e são eqüidistantes do centro (dó, fá e sol)
como intervalos da categoria justa.
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2 - ACORDES
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Harmonia na Música Popular
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Acordes _
2.1. CIFRAS
A - lá E - mi
B - si F - fá
C - dó G - sol
D - ré
Além das letras que indicam a fundamental (nota mais grave, que dá nome ao acorde) há o
complemento da cifra, formado por números, letras e símbolos, que define o tipo de acorde e sua
superestrutura.
2.2. TRÍADES
Para que haja um acorde são necessárias, no mínimo, três notas. Qualquer grupo de três notas
simultâneas pode constituir um acorde. No entanto, na música tonal, os acordes são formados
por superposição de terças.
Se tomarmos a nota dó e sobrepusermos duas terças a ela, teremos um acorde formado pelas
notas dó, mi e sol.
Três notas dispostas em terças formam uma tríade. A tríade é formada por uma fundamental,
uma terça e uma quinta.
No exemplo acima, temos uma tríade de dó maior. Dó é a fundamental (a nota que dá nome ao
acorde), mi é a 3a e sol é a 5a do acorde.
A tríade maior possui uma 3a maior e uma 5a justa (considerando os intervalos a partir da
fundamental), e sua cifra é uma letra maiúscula sem complemento.
maior,
menor,
diminuta,
aumentada e
maior com 5a diminuta.
A tríade menor é composta por uma 3a menor e uma 5a justa, e sua cifra possui um “m” ou um “-
” como complemento. Ex.:
dó menor (Cm)
A tríade diminuta é composta por uma 3a menor e uma 5a diminuta, e sua cifra é uma letra com
um “°” ao lado. Ex.:
dó diminuto (C°)
A tríade aumentada é composta por uma 3a maior e uma 5a aumentada, e sua cifra é uma letra
com um “+” ou um “aum”, ou ainda “5#”’ ou “5+” ao lado. Ex.:
dó aumentado (C+)
Finalmente, a tríade maior c/ 5a diminuta (mais comum como parte de acordes de quatro notas) é
composta por uma 3a maior e uma 5a diminuta. A 5a diminuta é representada por um “5b” na
cifra. Ex.:
EXERCÍCIO 2.2.1
G Am B° Bb+ D5b G°
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Acordes _
EXERCÍCIO 2.2.2
2.3. TÉTRADES
Tétrades são acordes de quatro notas (em terças superpostas), e compreendem, além da tríade,
sétimas.
Nas cifras, “7” representa uma 7a menor, e “7+”, uma 7a maior.
C7+
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Harmonia na Música Popular
C+7+
C5b7+
C7
C+7
C7(b5)
Tétrades menores:
Cm7
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Acordes _
Cm7+
Tétrades diminutas
C°
C°7+
A 7a M pode ser usada junto c/ a 7a dim (tendo o acorde, neste caso, cinco notas). Ex.:
C°7+
Tétrade meio-diminuta
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Harmonia na Música Popular
Cø
Acorde maior c/ 6a
C6
Acorde menor c/ 6a
Cm6
EXERCÍCIO 2.4.1.
20
Acordes _
EXERCÍCIO 2.4.2
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Harmonia na Música Popular
2.5. INVERSÕES
Um acorde invertido é um acorde cuja nota mais grave não é a sua fundamental. Na cifra, a nota
“do baixo” passa a ser indicada após uma barra. Ex.: A/C# - lá maior c/ baixo em dó#.
C C/E C/G
pos. fund. 1a inv. (baixo na 3a) 2a inv. (baixo na 5a ) 3a inv. (baixo na 7a)
Quando o baixo está na 7a (3a inversão), não se indica a 7a na cifra, pois isso seria redundante.
D6 D6/F# D6/A
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Acordes _
EXERCÍCIO 2.5.1
EXERCÍCIO 2.5.2
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Harmonia na Música Popular
Abaixo listamos as formas de uso freqüente, sendo que preferimos e usamos neste livro as da
primeira coluna (exemplos em dó).
C tríade maior
Cm C- Cmin tríade menor
C+ C5+ C(#5) Caug Caum tríade aumentada
C° Cdim tétrade (ou tríade) diminuta
C7 tríade maior c/ 7a menor (sétima de
dominante
C7M C C7+ Cmaj7 maior c/ 7ª maior
Cm7 C-7 menor c/ 7ª menor
Cm7M Cm7+ menor c/ 7ª maior
Cø Cm7/b5 Cm7/5- tétrade meio-diminuta
C/E acorde com outra nota no baixo
C7alt Calt dominante alterado (5ª dim. e/ou aum. e 9ª
menor e/ou aum.)
6 6a maior
9 9a maior
9b 9- 9a menor
9+ 9# 9a aumentada
(#11) 11+ 11a (aumentada)
(b13) 13- 13a (menor)
sus4 sus 4a suspensa (sem 3a)
add9 9a adicionada
omit3 3a omitida
omit5 5a omitida
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3 - O CAMPO HARMÔNICO MAIOR
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Harmonia na Música Popular
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O campo harmônico maior _
O vocabulário harmônico da música tonal ocidental (música erudita até o século XX, música
“popular”, jazz, etc.) é composto quase sempre de acordes formados por superposição de terças.
Esses acordes são basicamente tríades e tétrades.
Qualquer escala pode originar um conjunto de acordes; no entanto, a maior parte da harmonia
tonal ocidental deriva da escala maior e das escalas menor melódica e menor harmônica2.
Chamamos esses conjuntos de acordes de campos harmônicos, e iniciaremos nosso estudo
investigando o campo harmônico derivado da escala maior, ou o campo harmônico maior.
C Dm Em F G Am B°
EXERCÍCIO 3.1.1
Escreva as cifras das tétrades do campo harmônico maior em todos os tons e toque-as.
exemplos:
D:
A:
E:
B:
F#:
F:
Bb:
Eb:
Ab:
Db:
Gb:
28
O campo harmônico maior _
EXERCÍCIO 3.1.2
EXERCÍCIO 3.1.3
ex.:
Am7 II de Sol M, III de Fá M ou VI de Dó M
F7 V de Si b M
D7
Em7
Bm7
Gø
F#7
A7+
B7
Cm7
Dø
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Harmonia na Música Popular
E7
G#m7
C#m7
Bb7
A#ø
E7+
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O campo harmônico maior _
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4 - PROGRESSÃO HARMÔNICA
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Extensões do campo harmônico maior _
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Harmonia na Música Popular
4.1. INTRODUÇÃO
Na música tonal, entende-se por “progressão harmônica” uma seqüência de acordes que
“progridem”, ou seja, dão a sensação de fluxo e continuidade e cumprem as expectativas
auditivas. Uma sucessão aleatória de acordes não oferece tal continuidade. Neste capítulo Pedro Dias! 3/7/07 4:18 PM
Comment: Falar sobre progressão x sucessao
estudaremos, usando os acordes do campo harmônico maior, as regras que fazem com que uma
sucessão de acordes seja uma progressão e não uma simples seqüência sem sentido.
Tradicionalmente refere-se aos graus da escala (tanto acordes quanto notas) por um conjunto de
nomes, dos quais só nos interessam os relativos aos graus I, IV, V e VII, os quais convém
memorizar:
I Tônica
IV Subdominante
V Dominante
VII Sensível
Os acordes de I e de V
A meta harmônica da progressão tonal é o acorde de tônica, e esse acorde é também a meta de
partes ou seções de uma peça ou canção. O acorde de tônica é freqüentemente precedido de um
acorde de dominante (V7), e podemos dizer que a progressão V7 - I (dominante-tônica) é a
progressão mais básica do sistema tonal. Esses dois acordes, sozinhos, estabelecem auditivamente
a tonalidade. Exemplo:
Samba-lelê
I V7 V7 I
G D7 D7 G
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Extensões do campo harmônico maior _
A resolução da sensível
A sétima nota da escala, chamada de sensível, não oferece a sensação auditiva de resolução; para
que tenhamos a sensação de resolução, a sensível deve ser seguida pela nota de tônica:
V7 I
G7 C
A resolução da sensível acontece da mesma forma no âmbito harmônico, fazendo com que o
acorde de V (que tem a sensível como 3a ) resolva no acorde de tônica:
V I
G C
A resolução do trítono
V7 I
G7 C
No acorde de sétima de dominante (V7), portanto, estão presentes as duas notas que pedem
resolução (4o e 7o ) elas são a 3a e a 7a do acorde. Elas formam, entre si, um intervalo de trítono (3
tons - 4a aum ou 5a dim) - um intervalo que tende a resolver na fundamental e na 3a do acorde de
tônica:
3
Números arábicos referem-se a notas (7o grau = 7 a nota); números romanos referem-se a acordes.
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Harmonia na Música Popular
V7 I
G7 C
O ciclo de quintas
Notas da escala maior ordenadas por quintas (mudamos oitavas p/ evitar excessivas linhas
suplementares):
Usaremos o ciclo de quintas para mostrar como os outros acordes do campo harmônico maior
são empregados.
O acorde de IIm7
Se estendermos nossa progressão do ciclo de quintas um passo para trás, a partir do acorde de V,
teremos a seguinte progressão:
IIm7 V7 I
36
Extensões do campo harmônico maior _
Samba-lelê
I IIm7 V7 I
G Am7 D7 G
Ciranda, cirandinha
I IIm7 V7 I
F Gm7 C7 F
O acorde de VIm7
Anos Dourados
A. C. Jobim / Chico Buarque
O acorde de IIIm7
Exemplo:
Marinheiro só
I IV V7 IIIm7
A D E/D C#m7
VIm7 IIm7 V7 I
F#m7 Bm7 E7 A
O acorde de VIIø
Outro passo para trás nos traz o acorde de VIIø, mas aqui o processo não mais se aplica;
raramente se encontra o acorde de VIIø indo para o IIIm7; é mais freqüente que se use o VIIø
como substituto do V7, ou como seu antecessor (principalmente na música erudita), como o
esquema indica:
A inclusão de dois acordes numa chave indica que um ou outro pode ser usado, ou os dois em
sucessão, no sentido da seta.
Na música popular, não é muito comum que o acorde de VIIø anteceda ou substitua o acorde de
V7. O acorde meio-diminuto é mais comum como II grau de tons menores, como veremos mais
adiante.
Pedro Dias! 2/14/07 11:35 AM
Comment: Chico sugere inserir um dos raros
exemplos :A Rita
O acorde de IV7+
No nosso diagrama só falta o acorde de IV7+ (que está uma 5a abaixo da tônica). Ele tem três
funções comuns: pode vir antes do I, pode substituir o IIm7, e pode vir antes do IIm7, como
indica nosso diagrama.
IIm7 V7
IV IV I
G G D
O diagrama anterior inclui todos os acordes diatônicos; no entanto, para torná-lo mais completo,
quatro movimentos devem ser incluídos:
Agora nosso diagrama para o campo harmônico maior pode ser considerado completo:
EXERCÍCIO 4.2.1
1. V7 - I7+
2. IIm7 - V7 - I7+
39
Harmonia na Música Popular
Exemplo: C7+ Am7 Dm7 G7 C7+ F7+ Dm7 Gm7 C7 F7+, etc.
Inúmeras canções de estrutura melódica simples podem ser harmonizadas só com os acordes de
tônica, dominante e subdominante.
Exemplos:
Peixe Vivo
IV I V7 I IV I V7 I
C G D7 G C G D7 G
I V7 V7 I
C G7 G7 C
I IV I V7 I
C F C / G7 C
Obs.: quando dois acordes dividem irregularmente o compasso, como no penúltimo compasso
do exemplo anterior, pode-se usar uma barra (/) para tornar a divisão mais clara. Por exemplo,
num compasso quaternário com C nos primeiros três tempos e F no último tempo, pode-se
escrever: C / / F.
40
Extensões do campo harmônico maior _
I IV IV V7 I
F Bb Bb / C7 F
I IV V7 IV I
F Bb C7 / Bb F
Ao harmonizar uma melodia simples, procure encontrar os pontos em que a harmonia muda e
escolher qual dos três acordes básicos se encaixa melhor em cada trecho. Em geral haverá um ou
dois acordes por compasso, numa periodicidade mais ou menos constante.
EXERCÍCIO 4.3.1
a)
Carneirinho
b)
Maria Bonita
41
Harmonia na Música Popular
c)
Ciranda, cirandinha
d)
Oh, Minas Gerais
42
Extensões do campo harmônico maior _
Na harmonização de melodias simples, uma vez tendo definido as funções de cada trecho, muitas
vezes podemos substituir alguns acordes de I IV e V pelos outros de suas respectivas categorias.
Exemplos (comparar com as harmonias anteriores):
I IIm IIm V7 I
F Gm Gm / C7 F
I IIm V7 IV I
F Gm C7 / Bb F
Peixe Vivo
Pedro Dias! 2/14/07 11:41 AM
Comment: Colocar em 2/4
No exemplo acima, substituímos o G do 1o e do 3o compassos pelos outros dois acordes que têm
função de tônica (Bm7 e Em7); nos finais de frase (2o e último compassos) não substituímos o
G, pois isso iria suprimir a sensação de conclusão que o acorde de I oferece. Também
substituímos o IV pelo IIm7 no 2o tempo dos compassos 1 e 3.
Uma situação freqüente que restringe o uso do IIIm7 no lugar do I é a presença do 1o grau na
melodia. O 1o grau é a fundamental do acorde de I mas, além de não pertencer ao acorde de
IIIm7, está ½ tom acima de sua 5a. Por exemplo, no 3o compasso de Maria Bonita não é
aconselhável que se use o IIIm7 (C#m7), pois o lá da melodia (1o grau) choca-se com o sol#, que
é a 5a do acorde de C#m7.
Peixe Vivo
Em geral, quando se substitui o V7 pelo IIm7-V7, o IIm7-V7 ocupa o mesmo espaço que o V7,
como acontece no exemplo acima.
EXERCÍCIO 4.4.1
Partindo das harmonias que você já fez para os trechos seguintes, faça algumas substituições
quando achar apropriado. Lembre-se das substituições possíveis: IV pelo IIm7, V7 por IIm7 V7,
e I por VIm7 ou IIIm7. Dê preferência a movimentos harmônicos que sigam o sentido das setas
no nosso diagrama de progressões (p. 33).
Em seguida, ponha a análise em numerais romanos acima das cifras e toque-as em todos os tons.
a)
Carneirinho
44
Extensões do campo harmônico maior _
b)
Maria Bonita
c)
Ciranda, cirandinha
45
Harmonia na Música Popular
d)
Oh, Minas Gerais
46
Harmonia na Música Popular
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Extensões do campo harmônico maior _
49
Harmonia na Música Popular
5.1. INTRODUÇÃO
Acordes de três e quatro notas (tríades e tétrades) são suficientes para que se obtenham boas
harmonizações; porém é freqüente o uso de extensões (9as, 11as e 13as), que enriquecem e dão um
colorido adicional às tríades e tétrades.
À medida que adicionamos extensões às tétrades da escala maior, vemos que os acordes se
diferenciam cada vez mais, até que, com acordes de sete notas, teremos, obviamente, sete acordes
diferentes:
(NB: Exceto no acorde de dominante, preferiremos representar a 13ª como 6ª; a 11ª também
pode ser representada como 4ª).
Como pode ser observado se os tocarmos ao piano, a maioria desses acordes complexos, cada
um contendo todas as notas da escala, soam “carregados” devido à presença de algumas
extensões excessivamente “dissonantes”. Essas extensões dissonantes são as que se situam uma
9ª menor (ou 2a menor) acima das notas da tríade e em geral não são usadas.
Antes de eliminá-las, porém, examinemo-las em cada grau (é importante que você toque e ouça
os acordes mencionados).
A 11ª é dissonante, pois está ½ tom acima da terça. A outras extensões (9a e 6a/13a) podem ser
usadas. Exemplo:
50
Extensões do campo harmônico maior _
C6/7+/9
IIm
Dm7/9/11
IIIm
A 9ª menor é dissonante, pois está ½ tom acima da fundamental4. A 13ª menor é dissonante, está
½ tom acima da 5a; na verdade, não se trata de uma dissonância propriamente dita, mas se
adicionarmos a 13a menor (ou 6a menor) no acorde de III grau, teremos uma inversão do acorde
de I grau. Ex.:
Em/6b = C7+/E
Cifrar o acorde acima como Em6b só se justifica no tipo seguinte de progressão, por exemplo:
no qual um movimento cromático da 7a para a 5a faz com que a 6a maior e a 6a menor sejam de
“passagem”, por assim dizer; neste caso, cifrar o Em6b como C7+/E seria um contra-senso, já
que o acorde é claramente de mi menor.
No entanto, é freqüente a cifragem do acorde seguinte como Em7/5# , onde a 5a aumentada (ou
6a menor) substitui a 5a justa:
Em7/5# (Cadd9/E) 5
Apesar de ser tecnicamente um erro, já que suas notas configuram uma tríade de dó maior com
nona adicionada, consideramos tal cifragem aceitável, dependendo do contexto harmônico.
IV
A 11ª é dissonante, porém, nos acordes de sétima de dominante, como aqui é o caso, é freqüente
seu uso como 4ª suspensa, ou seja, em substituição à 3ª. Ex.:
5 Muitas vezes usam-se algumas extensões sem a presença da 7a; quando assim se desejar, pode-se usar o sufixo “add”
(do inglês added, adicionado) à cifra, o que explicita uma extensão adicionada à tríade.
6 Em referência ao modo do IV grau da escala maior (v. cap. VI).
52
Extensões do campo harmônico maior _
G7/sus4
F/G
Tal acorde, apesar da cifragem, na verdade não é um IV grau, mas um V7 c/ 4a suspensa e 9a, e
sem a 5a. A 5a, nos acordes de 5a justa, pode ser omitida sem prejuízo nenhum para a sonoridade
do acorde.
VIm
A 13ª menor não é usada como tal, assim como no III grau. Ex.:
Am7/6b = F7+/9/A
Assim como no III grau, é aceitável cifrar o VI grau com “5a aumentada”, novamente
dependendo do contexto:
53
Harmonia na Música Popular
Am7/5# (Fadd9/A)
Am7/11
VIIø
Bø13b = G7/9/B
Bø11
7 Quando o acorde meio-diminuto tem função de II, é aceitável cifrá-lo com 13a menor (v. cap. X).
54
Extensões do campo harmônico maior _
É bom que se deixe claro, desde já, que o conceito de dissonância é relativo, variando muito com
o estilo musical e a época. O que agora estamos considerando como dissonante pode funcionar
muito bem em determinados contextos, como será visto mais adiante; por ora, vamos nos ater
aos tipos de acordes do esquema abaixo.
Na prática o músico seleciona, dentre as extensões listadas acima, as que julgar mais adequadas
no momento em que compõe, toca ou rearmoniza uma música. Em alguns casos (como é
freqüente no jazz), muitas vezes a partitura indica apenas tétrades, e o instrumentista fica livre
para adicionar as extensões de sua escolha. Em outros casos, certas extensões são requeridas pelo
autor e explicitadas na cifra, sendo mais inerentes à composição. O conhecimento do esquema
acima ilumina a escolha dessas extensões, bem como possibilita identificar eventuais extensões
não diatônicas.
Peixe Vivo
55
Harmonia na Música Popular
EXERCÍCIO 5.2.1
Completar as cifras, indicando o tipo de tríade, as sétimas e as extensões possíveis de acordo com
as tonalidades dadas:
ex.: sol maior: C
ré maior: A mi b maior: G
lá maior: C# lá b maior: Db
mi maior: D# ré b maior: C
fá maior: G dó maior: E
si b maior: G
EXERCÍCIO 5.2.2
Colocar extensões nas harmonias que você já fez para os trechos seguintes (escolha as que julgar
mais adequadas, evitando exageros).
a)
Carneirinho
b)
Maria Bonita
56
Extensões do campo harmônico maior _
c)
Ciranda, cirandinha
d)
Oh, Minas Gerais
57
Harmonia na Música Popular
58
6 - ANÁLISE MELÓDICA
___________________________________________
Harmonia na Música Popular
60
Análise melódica _
Neste capítulo começaremos a investigar com mais detalhe o relacionamento entre melodia e
harmonia. Iniciaremos pelo estudo dos modos e prosseguiremos com o estudo de notas
melódicas.
Chamamos de “modo” uma escala que deriva de outra, ou seja, uma escala cujo 1o grau é um dos
graus de outra escala. Por exemplo, a escala de dó maior de ré a ré (com ré como 1o grau) é um
modo - o modo do 2o grau da escala maior, chamado de dórico.8
O estudo dos modos é importante porque nos dá uma visão mais acurada da relação entre escala
e acorde, no sentido em que observamos como se comporta cada nota em relação a cada acorde
do seu campo harmônico. Tal conhecimento é fundamental para a boa harmonização, bem como
para a improvisação e o arranjo.
Abaixo listamos os modos da seguinte forma (exemplos em dó maior): as notas brancas são as
que pertencem à tétrade do respectivo acorde; as notas negras são as extensões admissíveis; essas
podem ser usadas tanto como notas de passagem quanto como de repouso (nesse caso sendo
mais “tensas” que as da tétrade); as notas negras entre parênteses são as extensões dissonantes,
ou seja, podem ser usadas somente como notas melódicas (de passagem, etc.), e não como notas
de repouso. Abaixo de cada nota, indicamos seu papel em relação ao acorde de seu grau.
1 9 3 11 5 6 7+
1 9 3m 11 5 6 7b
1 9b 3m 11 5 6b 7b
8
Os nomes dos modos derivam dos chamados “modos eclesiásticos” - nomes dados, na prática musical
da Igreja Católica, a certas estruturas usadas antes do estabelecimento da tonalidade.
61
Harmonia na Música Popular
1 9 3 11+ 5 6 7+
mixolídio (V grau) - G7
1 9 3 11 (sus4) 5 13 7b
1 9 3b 11 5 6b 7b
1 9b 3b 11 5b 6b 7b
Observe que fizemos aqui o mesmo que no capítulo anterior, só que agora sob um enfoque
melódico; as notas que antes foram eliminadas dos acordes agora são usadas, melodicamente, só
como notas de passagem (ou como outras categorias de “notas melódicas”, o que logo
estudaremos).
Observe que, se você se familiarizou com as extensões do campo harmônico maior, você já está
familiarizado com os modos, pois cada acorde com suas três extensões possui todas as notas da
escala (ou do modo). Outra coisa que podemos fazer para nos familiarizar com os modos é
comparar sua estrutura. Acima vimos os modos de dó maior, mas devemos também observar os
modos em dó, ou seja, transpô-los para que comecem todos em dó. Tendo compreendido as
estruturas dos modos, será fácil transpô-los para qualquer tonalidade.
Comecemos pelos modos maiores, que são, além do jônico, o lídio (IV grau) e o mixolídio (V
grau). Acima de cada modo, temos a cifra do acorde correspondente, com suas extensões
possíveis entre parênteses.
62
Análise melódica _
Dó lídio
Se o lídio é o modo do IV grau, dó lídio é a escala maior cujo IV grau seja dó; ou seja, dó lídio é a
escala de sol maior começando em dó. Tal modo se usa melodicamente para o acorde de IV7+.
C7+ (6/9/11+)
Dó mixolídio
C7 (9/sus4/13)
Vemos que a diferença do modo mixolídio p/ a escala maior está no 7o grau - no mixolídio, a 7a é
menor.
O eólio é o modo do VI grau, portanto, dó eólio é mib maior (escala de quem dó é o 6o grau).
Cm7 (9/11)
O modo eólio é a escala menor natural; ela possui, além da 3a menor, 6a e 7a menores.
Dó dórico
Dórico é o modo do 2o grau, portanto, dó dórico é sib maior (de quem dó é o 2o grau).
Cm7 (6/9/11)
Dó frígio
Frígio é o modo do 3o grau - dó é 3o grau de lá bemol maior; portanto, dó frígio é láb maior de dó
a dó.
Cm7 (11)
Dó lócrio
Cø (11)
O lócrio, além da 6a e 7a menores, tem também a 2a menor e é o único que tem a 5a diminuta.
EXERCÍCIO 6.2.1
Escreva, numa folha à parte, os seguintes modos (podem-se usar armaduras de clave):
Notas melódicas (NM) são notas que não pertencem ao acorde. Elas podem ser notas melódicas
por toda sua duração ou por parte dela, se o acorde muda enquanto a nota permanece. As
categorias de notas melódicas são:
Nota de passagem
Bordadura
Retardo
Apojatura
Escapada
Bordadura dupla
64
Análise melódica _
Antecipação
Nota de passagem
A nota de passagem (np), como seu nome sugere, completa o espaço entre duas outras notas, e é
alcançada e deixada por grau conjunto na mesma direção. As duas notas que ela liga em geral
pertencem ao acorde, mas podem também ser notas melódicas. Geralmente a nota de passagem
está entre duas notas que estão a uma 3a de distância. Pedro Dias! 4/19/07 3:04 PM
Comment: É mesmo?.....
No exemplo seguinte, o ré é uma nota de passagem diatônica (ou seja, que pertence à escala).
np
Ocasionalmente a np se encontra entre duas notas que estão a uma 2a de distância, sendo assim
uma np cromática. No próximo exemplo, o ré e o ré# são notas de passagem, sendo que o ré# é
uma nota de passagem cromática.
np np
Bordadura
A bordadura (b) é usada para embelezar uma única nota; pode ser superior ou inferior, diatônica
ou cromática. É sempre alcançada e deixada por grau conjunto, só que na direção oposta, de
volta à nota que ela embeleza.
C C
Em E7 D7
65
Harmonia na Música Popular
b np
Retardo
O retardo (r) é uma nota que se prolongou até um novo acorde, do qual ela não faz parte. Em
geral, resolve por grau conjunto descendente para uma nota do acorde. No exemplo seguinte
(Vai Trabalhar, Vagabundo - Chico Buarque), o lá do 2o compasso é um retardo:
D7 G
Chama-se de preparação a nota que ainda não constitui retardo (no exemplo acima, o lá do 1o
compasso, onde é nota do acorde); o retardo propriamente dito pode ou não ser ligado à
preparação; a resolução é a nota que se segue ao retardo, uma 2a acima ou abaixo dele.
Pedro Dias
Comment: Incluir exemplo de retardo não ligado
Apojatura
Em geral as apojaturas (ap) são acentuadas e alcançadas por salto; são sempre deixadas por grau
conjunto.
Exemplo (trecho de O Primeiro Amor - Francis Hime e Cacaso):
G7+ G6 Bø E7(b9)
bd ap ap
Pedro Dias! 2/14/07 11:50 AM
o Comment: Chico sugere marcar as notas da
O dó# da anacruse e o lá# do 2 compasso são apojaturas não acentuadas, cromáticas e bordadura
ascendentes, e o mi do 1o tempo do 3o compasso é uma apojatura acentuada, diatônica e
descendente. (o fá# e o lá do 1o cp. são uma bordadura dupla – v. adiante).
B7 E7
ap
Dm/F A7+
ap
Escapada
O contorno da escapada (e) é o inverso do da apojatura, pois a escapada é sempre alcançada por
grau conjunto e deixada por salto. A escapadas geralmente são submétricas (de duração menor
que um tempo), não acentuadas, e diatônicas.
F/C C7 F6
b e
São muito freqüentes casos como o anterior, em que a escapada embeleza o movimento do 2o
para o 1o grau da escala. O caso é o mesmo do exemplo seguinte (final de Chuva - Durval Ferreira
e Pedro Camargo), onde o mi do penúltimo compasso é uma escapada:
Bordadura dupla
A combinação de duas notas melódicas em sucessão, a primeira uma escapada e a segunda uma
apojatura, é denominada bordadura dupla (bd), pois assemelha-se à figura da bordadura. Pedro Dias! 4/11/07 4:30 PM
Comment: Modoficar enunciado
Nos exemplos seguintes, o fá e o lá formam uma bordadura dupla.
C7+ C7+
67
Harmonia na Música Popular
bd bd
Antecipação
A antecipação (an), como o nome indica, antecipa um acorde que ainda não foi alcançado. Ela
não pertence ao acorde atual, mas sim ao próximo.
No seguinte trecho (início de Cadê Você - João Donato e Chico Buarque), os últimos mis do 1o
compasso são antecipações:
C G/B Am7
an
Pedro Dias! 11/1/05 7:40 PM
Comment: Mudar exemplo
Na análise melódica que aqui propomos devemos indicar, sob cada nota da melodia, a sua
posição no acorde, e identificar as notas melódicas por meio de abreviaturas. Por exemplo
(observe a série de retardos):
Peixe Vivo
9 1 3 5 4 3 5 7 4 3 5 7 4 3 3 5
r r r r
Pedro Dias! 2/14/07 12:58 PM
Comment: Considerar tipo de interval?...
EXERCÍCIO 6.4.1
a) Faça a análise melódica dos trechos de Parabéns pra Você e O Cravo Brigou com a Rosa, na p. 38.
Pedro Dias! 2/14/07 1:03 PM
Comment: Ver caso do sol do pen cp do cravo
b) Faça o mesmo com as duas versões das seguintes canções que você harmonizou nos exercícios
Pedro Dias! 2/14/07 11:51 AM
do cap. IV: Comment: Fazer link dinamico
Carneirinho
Maria Bonita
68
Análise melódica _
Ciranda, Cirandinha
Oh. Minas Gerais
EXERCÍCIO 6.4.2
Cadê Você
João Donato e Chico Buarque
Anos Dourados
Tom Jobim
69
Harmonia na Música Popular
EXERCÍCIO 6.4.3
Harmonize o trecho seguinte, considerando as notas como notas dos acordes (fundamentais, 3as
ou 5as. Em seguida escreva, numa folha à parte, uma versão enriquecida com notas melódicas
(mantendo a harmonia), e faça a análise melódica.
70
7 - DOMINANTES SECUNDÁRIOS E USO DAS
INVERSÕES
___________________________________________
Harmonia na Música Popular
72
Dominantes secundários e uso das inversões _
em dó maior: A7 B7 C7 D7 E7
Não há dominante secundário do VII grau porque, por ser esse um acorde com quinta diminuta,
não oferece resolução.
V7 IV7+
Dó maior: C7 F7+
V7/VI IV7+
Ré maior: F#7 G7+
I7+ V7 V7 V7 V7 V7 V7 IV V7 I7+
C7+ B7 E7 A7 D7 G7 C7 F7+ G7 C7+
I V7 V7 I
C G7 G7 C
73
Harmonia na Música Popular
V7 IV I V7 I
C7 F C G7 C
Peixe Vivo
Ciranda, cirandinha
I IIIm7 V7 IIm7 V7 I V7
D F#m7 B7 Em7 A7 D D7
IV V7 V7 V7 VIm7 V7 I
G E7 A7 F#7 Bm7 A7 D
Carinhoso
Pixinguinha
74
Dominantes secundários e uso das inversões _
As extensões dos dominantes secundários são notas que pertencem ao tom. Ou seja, mantemos
as tétrades e adicionamos 9as, 11as e 13as pertencentes ao tom original. No exemplo abaixo
(dominantes secundários de dó maior), vemos que todas as extensões são notas que pertencem a
dó maior:
Vemos no quadro acima que há três tipos de dominantes secundários (todos c/ 11a justa):
Os que têm 9a e 13a maiores são dominantes de graus maiores, e os que têm 9a e 13a menores são
dominantes de graus menores. A exceção a essa regra é o V/II, que tem 9a maior; porém, ele é
mais freqüentemente utilizado com a 9a menor. Veja como esta progressão é familiar:
Portanto, como regra geral, eis as extensões que podem ser usadas com os dominantes
secundários:
Assim como se pode substituir o V7 pelo IIm7-V7, o mesmo pode ser feito com os dominantes
secundários, sendo que:
75
Harmonia na Música Popular
Para facilitar a análise, usa-se uma chave ( ) sob os números romanos, além da seta do V7
para o grau de quem ele é dominante.
Exemplo:
Há dois tipos de emprego de dominantes secundários; num caso, seu uso é opcional, ou seja, a
melodia não o exige; noutro, notas alteradas na melodia exigem o seu uso. Em geral, as notas da
melodia que exigem o uso de dominantes secundários vêm a ser a 3a ou 7a do acorde de dom.
secundário). Por exemplo, se, em dó maior, temos um dó# na melodia (que não seja nota
melódica), provavelmente ele é a 3a do acorde de A7, o V7/II; se temos um sol#, provavelmente
harmonizaremos com um E7 (V7/VI), de quem ele é a 3a.
Todas as cinco notas que não pertencem à escala maior pertencem a algum dominante
secundário. Por exemplo, em dó maior, as cinco notas que não pertencem à escala (em suas
versões enarmônicas mais prováveis - dó#, ré#, fá#, sol# e sib) são encontradas nos dominantes
secundários:
EXERCÍCIO 7.3.1
Complete as harmonias seguintes, de maneira coerente, usando um acorde por nota, lançando
mão de dominantes secundários; ponha em seguida a análise em numerais romanos.
1.
C C
2.
G C E7 G
76
Dominantes secundários e uso das inversões _
EXERCÍCIO 7.3.2
A partir das harmonias que você já fez para os trechos seguintes, faça algumas substituições por
dominantes secundários.
Carneririnho
Maria Bonita
77
Harmonia na Música Popular
EXERCÍCIO 7.3.3
a) só com I, IIm7, IV e V7
b) fazendo substituições
c) usando dominantes secundários
d) usando II-V secundários.
Saudade da Bahia
EXERCÍCIO 7.3.4
78
Dominantes secundários e uso das inversões _
a)
Se Todos Fossem Iguais a Você
2.
Vai Trabalhar, Vagabundo
Chico Buarque
EXERCÍCIO 7.3.5
Anos Dourados
Tom Jobim e Chico Buarque
79
Harmonia na Música Popular
Nota pedal é uma nota que permanece enquanto o acorde muda. Nos dois últimos compassos
do exemplo anterior, os acordes de F/C e C7 têm a nota dó como baixo pedal, enfatizando o
final da progressão. No exemplo seguinte (Peixe Vivo), o baixo pedal em dó dá um certo efeito
dramático à harmonia:
EXERCÍCIO 7.4.1
Cadê você
81
Harmonia na Música Popular
EXERCÍCIO 7.4.2
Felicidade
Lupicínio Rodrigues
82
8 - DOMINANTE SUBSTITUTO E O ACORDE
DIMINUTO
_________________________________________
Harmonia na Música Popular
84
Dominantes substitutos e o acorde diminuto _
O Db7 é o dominante substituto (subV7), pois substitui o dominante principal do tom. Isso é
possível porque o acorde de Db7 possui o mesmo trítono que o acorde de G7:
A 3a do acorde de Db7 é a mesma nota que a 7a do acorde de G7, e vice-versa; ou seja, o trítono
presente no acorde de G7 existe também no acorde de Db7. Observe também que as
fundamentais dos dois acordes estão a um trítono de distância entre si.
Quaisquer dominantes cujas fundamentais estejam a um trítono de distância possuem o mesmo
trítono; entre as 3as e 7as dos dois acordes existe uma relação cruzada.
Assim como se pode substituir o dominante pelo dominante substituto, existem também
dominantes secundários substitutos. Cada grau pode ser preparado por subV7 ou por IIm7
subV7.
1. Em ré maior
85
Harmonia na Música Popular
2.
Samba de uma nota só
Assim como acontece com os dominantes secundários, há melodias que exigem dominantes
substitutos e outras não. No exemplo anterior, nenhuma nota da melodia realmente exige o
emprego de dominantes substitutos, mas, neste caso, a graça da canção está justamente aí: “uma
nota só” na melodia harmonizada por vários acordes.
Nos exercícios seguintes, as melodias exigem acordes não-diatônicos (dom. substitutos e
secundários ou II - V7 secundários) em alguns trechos.
EXERCÍCIO 8.2.1
Vamos, maninha
Sampa
Caetano Veloso
EXERCÍCIO 8.2.2
Chuva
Durval Ferreira e Pedro Camargo
F/G
87
Harmonia na Música Popular
Dm7
Eø Dm7
Nos dominantes substitutos podem-se usar as extensões permitidas pela melodia; porém como
regra geral, usam-se a 9a maior, a 11a aumentada e a 13a maior. Dentre estas, a 11a aumentada
sempre pertence ao tom principal. Freqüentemente a 11a aumentada é usada como 5a diminuta, e
é muito comum o dom. substituto possuir a seguinte estrutura:
Eb7/9/b5
Muitas vezes a nota da melodia harmonizada vem a ser a 11a aumentada do acorde, sem que haja
problema, mesmo que o acorde não seja cifrado com tal extensão.
88
Dominantes substitutos e o acorde diminuto _
Exemplo:
Dm7 Db7
O acorde diminuto pode preparar qualquer acorde do campo harmônico, seja maior ou menor.
Em geral, a fundamental do acorde diminuto resolve meio tom acima. Ex.:
Repare que o mesmo trítono presente no acorde de dominante existe no acorde diminuto cuja
fundamental se situa ½ tom abaixo do acorde de tônica:
O diminuto de passagem faz a ligação entre dois acordes do campo harmônico por meio de um
movimento cromático entre fundamentais. Na preparação diminuta, o movimento é ascendente;
no diminuto de passagem, o movimento pode ser ascendente ou descendente.
Exemplos:
1. Ascendente
3.
Minha Namorada
Carlos Lyra e Vinícius de Moraes
Progressões com diminutos de passagem podem também envolver acordes invertidos. A linha de
baixo continua cromática. Ex.:
Chama-se de diminuto auxiliar um acorde diminuto que “resolve” num acorde maior ou menor
com a mesma fundamental.
Exemplos de progressões com diminuto auxiliar:
V° V7 I° I7+
G° G7 C° C7+
Lamento
Pixinguinha
I I° I V7/II
A A° A F#7/13b
90
Dominantes substitutos e o acorde diminuto _
V7/III IIIm7 V° V7 V° V7
F#7 Bm7 D° D7 D° D7
A escala diminuta (também chamada de escala octatônica) é formada por intervalos alternados de
tom e de semitom, e contém oito notas. Ela pode iniciar com um intervalo de tom (sendo então
chamada de “tom-semitom”) ou com um intervalo de semitom (“semitom-tom”).10
Tom-semitom:
Semitom-tom:
Se construirmos tétrades a partir da escala diminuta (seja com a semitom-tom, seja com a tom-
semitom), teremos apenas acordes diminutos. No exemplo a seguir, enarmonizamos algumas
notas para melhor visualização das tétrades.
10
A semitom-tom pode ser considerada um modo da tom-semitom.
91
Harmonia na Música Popular
B° C
O trítono, por ser um intervalo que permanece o mesmo quando invertido, possui a característica
de poder resolver em duas direções - abrindo ou fechando; no exemplo acima, ele resolveu
fechando, para a terça dó-mi; se o trítono estivesse na outra inversão, para resolver em dó-mi teria
que abrir:
B° (ou G7) C
Ora, se o trítono invertido continua trítono, e resolve tanto abrindo quanto fechando, pode-se
resolvê-lo em duas direções: uma como no exemplo anterior, outra como no seguinte, para a
terça fá#-lá#:
B° (ou G7) F#
O G7 neste caso funciona como subV7 de F#. Assim como o G7 pode resolver tanto em C
como em F#, o B° também.
Outra característica importante do acorde diminuto é que ele não tem inversão; sendo ele de
estrutura simétrica (somente 3as menores superpostas), cada inversão tem uma estrutura
exatamente idêntica. Portanto, não existe, por exemplo, B°/F, porque tal acorde é um F°. Repare
que, no exemplo anterior, o acorde diminuto resolveu em F#; ou seja, ele funcionou mais como
92
Dominantes substitutos e o acorde diminuto _
um F° (ou E#°) invertido (com a nota do baixo subindo ½ tom p/ F#) do que como um B°.
Ambos são o mesmo acorde, assim como também são o mesmo acorde o D° e o Ab°.
B° D° F° Ab°
Se investigarmos o outro trítono presente no acorde de B° (ré-láb), veremos que ele pode resolver
em Eb e em A. (No 1o caso ele funciona como um D°, e no 2o como um G#°).
D° Eb G#° A
B° C B° F#
B° Eb B° A
O B° (ou qualquer “inversão” dele) funciona como dominante c/ 9a menor sem fundamental
para os quatro acordes onde ele resolve:
Como cada acorde diminuto equivale a outros três (que seriam suas inversões), só existem
realmente três acordes diminutos que não são inversões um do outro:
Portanto, ao analisarmos uma passagem contendo, por exemplo, D° C7+ , saberemos que o D°
equivale ao si diminuto (VII° de dó), e na análise, poderemos interpretar tal passagem como
VII° I7+.
93
Harmonia na Música Popular
As extensões do acorde diminuto são notas que se situam um tom acima das notas do acorde.
São elas: 7a maior (neste caso considerada extensão, já que o acorde possui uma 7a diminuta, à
qual a 7a maior é acrescentada), 9a , 11a e 13a menor.
C°7+/9/11/13b
Não é muito freqüente que se cifrem extensões no acorde diminuto, e pode-se especular que a
razão disto é que qualquer extensão do acorde diminuto o transforma numa inversão de um
acorde de dominante com 9a menor. (C°9 = D7/b9/C - a extensão passa a ser a fundamental).
Porém, achamos que tais extensões funcionam muito bem com o acorde diminuto, sem
descaracterizar sua sonoridade de diminuto.
EXERCÍCIO 8.9.1
Harmonize, lançando mão de acordes diminutos (e, se quiser, usando algumas extensões nos
mesmos). Em seguida, analise usando numerais romanos.
Cm6
94
Dominantes substitutos e o acorde diminuto _
95
9 – CAMPOS HARMÔNICOS MENORES
___________________________________________
Campos harmônicos menores _
97
Harmonia na Música Popular _
Existem três campos harmônicos menores, que derivam das três escalas menores:
- menor natural
- menor harmônico
- menor melódico
A escala menor natural nada mais é que o modo eólio, ou seja, o sexto modo da escala maior.
Como se trata de um modo, consideramos o campo harmônico menor natural como sendo
modal.
Os acordes do campo harmônico menor natural (assim como suas extensões) são idênticos aos
do campo harmônico maior; só mudam os graus: o VIm7 passa a ser Im7, o VIIø passa a ser IIø,
e assim por diante.
Usam-se sinais de alteração (# e b) junto aos números romanos dos campos menores para indicar
a estrutura das escalas, sempre em comparação com a escala maior. Por exemplo, o grau III das
escalas menores é ½ tom abaixo do da escala maior, então o representamos como IIIb. Observe
que o bemol está presente na representação, mas não necessariamente no acorde do tom em
questão.
O que acontece quase sempre é que os campos harmônicos menores se misturam; ou seja,
acordes dos diferentes campos menores convivem numa mesma canção ou trecho.
O tom menor que se situa uma 3a menor abaixo da tônica do tom maior é chamado de tom
relativo menor, e vice-versa. Por exemplo, lá menor é o relativo menor de dó maior; dó maior e lá
menor são relativos.
A escala menor harmônica equivale à menor natural com o sétimo grau elevado em ½ tom.
Lá menor harmônica
98
Campos harmônicos menores _
Temos aqui dois tipos de tétrades que não existem no campo harmônico maior: o acorde menor
c/ 7a maior (Im7+) e o acorde aumentado com 7a maior (III5+7+), além do diminuto, que vimos
no capítulo anterior.
EXERCÍCIO 9.2.1
Escreva e toque as cifras das tétrades do campo menor harmônico em todos os tons.
D:
A:
E:
B:
F#:
F:
Bb:
Eb:
G#:
99
Harmonia na Música Popular _
C#:
EXERCÍCIO 9.2.2
Escreva as cifras (tétrades) correspondentes aos graus solicitados do campo menor harmônico:
Im
Am7+/9
IIø
Podem-se usar a 11a e a 13a, embora a 13a maior num acorde meio-diminuto não seja comum. A
9a é menor, sendo, portanto, omitida.
IIIb+
Pode-se usar somente a nona; a 11a está ½ tom acima da 3a, e a 6a está ½ tom acima da 5a
aumentada. (A 6a o transformaria num acorde de I grau invertido).
Exemplo:
100
Campos harmônicos menores _
C5+7+/9
IVm
Podem-se usar todas as extensões, embora a 11a aumentada num acorde menor não seja comum.
Aqui encontramos duas extensões novas para o acorde de dominante: a 9a menor e 13a menor,
extensamente utilizadas. Geralmente omite-se a 5a quando se usa a 13a menor, o que faz com que
este acorde possa ser cifrado como tendo 5a aumentada.
Como em qualquer dominante, a única restrição é a 11a, que é usada como 4a suspensa.
Assim como no V grau do campo maior, existe uma forma alternativa para se cifrar e tocar o V
grau com 7a, 4a suspensa e 9a (menor, neste caso). No acorde abaixo, a 7a, a 9a menor e a 4a
suspensa perfazem a tríade de ré menor; trata-se de um acorde de mi sem a 5a.
Dm/E (= E7/9b/sus4)
VIb7+
F7+/9+
101
Harmonia na Música Popular _
VII°
Em qualquer acorde diminuto, as extensões possíveis são as notas que se situam 1 tom acima das
notas da tétrade (7a maior, 9a maior, 11a justa e 13a menor) no nosso caso, só temos a 13a menor.
Exemplo:
G#°13b
EXERCÍCIO 9.3.1
EXERCÍCIO 9.3.2
102
Campos harmônicos menores _
Lá menor melódica
EXERCÍCIO 9.4.1
Escreva e toque as cifras das tétrades do campo menor melódico em todos os tons.
Exemplos:
103
Harmonia na Música Popular _
D:
A:
E:
B:
F#:
F:
Bb:
Eb:
G#:
C#:
EXERCÍCIO 9.4.2
Escreva as cifras (tétrades) correspondentes aos graus solicitados do campo menor melódico:
IIIb de mi menor
Im
Todas as extensões podem ser usadas, pois nenhuma está ½ tom acima de notas da tríade.
O acorde menor c/ 6a (13a) e 7a maior tem a sonoridade característica do campo menor melódico.
Exemplo:
104
Campos harmônicos menores _
Am6/7+
IIm
Só a 9a menor é eliminada.
III+
Assim como o III grau do campo menor harmônico, omitimos a 6a (13a ), pois está ½ tom acima
da 5a aumentada. Todas as outras extensões podem ser usadas.
Note que aqui, assim como no IV grau do campo harmônico maior, pode-se usar o acorde
“lídio”.
Exemplo:
Clyd
IV
D7/b5/9
105
Harmonia na Música Popular _
Aqui encontramos um dominante que combina uma 9a maior com uma 13a menor. Como em
qualquer dominante, a 11a deve ser usada como 4a suspensa.
VIø
Aqui encontramos pela primeira vez um meio-diminuto com 9a maior. A 9a e a 11a podem ser
usadas; a 13a o transformaria numa inversão do acorde de IV grau.
VIIø
Não usamos a 9a menor (½ tom acima da fundamental) nem a 11a menor (½ tom acima da 3a).
Este grau do campo menor melódico é muito importante porque ele gera um outro acorde.
Vejamos.
Ao usarmos a 11a menor neste acorde, o transformamos num acorde maior, pois a 11a menor
equivale a uma 3a maior. A 3a menor passa então a funcionar (soar) como 9a aumentada, e se
usarmos todas as extensões, teremos um acorde de dominante com 5a diminuta, 5a aumentada, 9a
menor e 9a aumentada.
Este acorde é chamado de acorde de dominante alterado, ou simplesmente de acorde alterado,
e é cifrado com o sufixo alt. Num acorde alterado, podemos usar quaisquer combinações de 5as e
9as, desde que alteradas (aumentadas e/ou diminutas).
Exemplos:
G#alt G#alt
Outra maneira relativamente comum de se cifrar e tocar um acorde alterado é a seguinte: D/G#.
Temos aqui um acorde de Sol# c/ 7a, 9a menor e 5a diminuta. Apesar de não possuir 3a, tal
acorde funciona muito bem como dominante alterado.
D/G# (G#alt)
106
Campos harmônicos menores _
EXERCÍCIO 9.5.1
EXERCÍCIO 9.5.2
O diagrama de progressões que usamos para o tom maior também é válido para os tons menores.
Porém, como é muito comum que se misturem acordes de diferentes campos menores, podemos
incluir também o VII grau bemolizado da menor natural em nosso diagrama (já que ele não
funciona como substituto da dominante).
Tal acorde por si não pertence ao campo harmônico, mas suas notas que, fazem parte da escala:
láb, si (enarmonizado como dób), mib e fá. Sua sonoridade se assemelha à de um acorde de
G7/b9/b13, e sua função é, portanto, de dominante. Podemos indicá-lo, na análise,
simplesmente como VIbm6, conscientes de que funciona como um dominante.
Todas essas categorias e funções harmônicas que vimos em relação ao campo harmônico maior
funcionam da mesma forma para os campos menores.
Lembre-se sempre que não existem dominantes secundários nem substitutos para graus meio-
diminutos. (II da menor natural e da menor harmônica, VI e VII da menor melódica).
EXERCÍCIO 9.8.1
Mania de Você
108
Campos harmônicos menores _
Rita Lee
Água de Beber
Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Deixa
Baden Powell e Vinícius de Moraes
V7 Vm7 V7 Im7 V7 V7
B7 Em7 E7b9 Am7 B7 B7 E7b9 E7b9
110
Campos harmônicos menores _
EXERCÍCIO 9.8.2
1.
2.
EXERCÍCIO 9.8.3
Harmonize, coloque os graus em números romanos e faça a análise melódica do trecho seguinte:
Tarde em Itapoã
(Sol menor) Toquinho e Vinícius
111
Harmonia na Música Popular _
EXERCÍCIO 9.8.4
1.
2.
EXERCÍCIO 9.8.5
Luíza
Tom Jobim
112
Campos harmônicos menores _
113
Harmonia na Música Popular _
114
10 - EMPRÉSTIMO MODAL E DOMINANTE
AUXILIAR
__________________________________________
Harmonia na Música Popular _
EMPRÉSTIMO MODAL
Acordes de empréstimo modal são acordes que não pertencem ao campo harmônico, mas são
“tomados de empréstimo” do tom homônimo de outro modo (maior ou menor). Por exemplo,
no tom de dó maior, Fm é um acorde de empréstimo modal, pois não pertence ao campo de dó
maior, mas ao de dó menor. Em geral, os acordes de empréstimo modal são mais comuns em
tons maiores (tomados de empréstimo do homônimo menor).
Qualquer acorde do tom homônimo menor que não se enquadre numa das categorias estudadas
anteriormente (nem implique em modulação, o que estudaremos mais adiante) pode ser
considerado como acorde de empréstimo modal.
Em geral os acordes de empréstimo modal (e.m.) são precedidos e seguidos por acordes do tom
original. Muitas vezes são seguidos pelo I, como nas seguintes cadências finais, muito comuns
(exemplos em dó):
IVm I7+
Fm C7+
VIb7+ I7+
Ab7+ C7+
116
Empréstimo modal e dominante auxiliar _
A Paz
Gilberto Gil e João Donato
I6 IIm7
Bb6 Cm7
Peixe Vivo
O DOMINANTE AUXILIAR
Acordes de empréstimo modal também podem ser preparados por dominantes individuais,
dominantes substitutos e diminutos. Dominantes individuais de acordes de empréstimo modal
são chamados de dominantes auxiliares.
Exemplos de progressões com dominantes auxiliares:
I V7 VIb7+ V7 I
C Eb7 Ab7+ G7 C
117
Harmonia na Música Popular _
I V7 IIb7+ subV7 I
C Ab7 Db7+ Db7 C
Esse Cara
Caetano Veloso
O exemplo anterior possui quatro acordes de e.m., todos preparados por IIm7 V7 auxiliares; o
VIIb7+ da última linha é tomado de empréstimo de dó dórico.
118
Empréstimo modal e dominante auxiliar _
EXERCÍCIO 1
1.
2.
Asa Branca
Luiz Gonzaga
EXERCÍCIO 2
119
Harmonia na Música Popular _
Vou Vivendo
Pixinguinha
Caminhos Cruzados
Tom Jobim e Newton Mendonça
120
Empréstimo modal e dominante auxiliar _
121
Harmonia na Música Popular _
EXERCÍCIO 3
O Cantador
Dori Caymmi e Nelson Motta
122
Empréstimo modal e dominante auxiliar _
123
Harmonia na Música Popular _
124
11 - EXTENSÕES ALTERADAS E MODULAÇÃO
___________________________________________
Harmonia na Música Popular _
126
Extensões alteradas e modulação _
Chama-se extensão alterada toda extensão que, em acordes do campo harmônico e dominantes
secundários, não pertença à escala em questão. Por exemplo, em sol maior, o acorde de Bm7/9
possui uma extensão alterada: a 9a maior (dó#, que não pertence à escala de sol maior).
Extensões alteradas são usadas para harmonizar notas não diatônicas ou simplesmente para
embelezar o acorde, desde que a melodia permita o seu uso.
Eis as extensões alteradas mais comuns no campo harmônico maior:
As extensões alteradas, ao contrário das extensões do campo harmônico, sempre devem ser
indicadas na análise harmônica, ao lado dos numerais romanos.
Peixe Vivo
Anos Dourados
Tom Jobim e Chico Buarque
127
Harmonia na Música Popular _
EXERCÍCIO 11.1.1
1.
O Cravo Brigou Com a Rosa
2.
Carneirinho
3.
Oh, Minas Gerais
128
Extensões alteradas e modulação _
11.2. MODULAÇÃO
A modulação acontece quando a harmonia muda de tonalidade por um certo período de tempo,
não podendo ser analisada no tom principal; em geral, há uma certa afirmação desse novo tom
por meio de cadência ou progressão; não se considera modulação uma simples tonicalização
temporária de um grau, ou um simples acorde de passagem, mas sim um trecho inteiro
claramente num novo tom.
Na análise, os números romanos passam a se referir, dali em diante, a esse novo tom.
Uma modulação pode ocorrer para um tom próximo ou para um tom distante. Para determinar a
distância entre tonalidades, estudamos as afinidades tonais.
AFINIDADES TONAIS
Dois tons com a mesma tônica são chamados de tons homônimos; (p. ex. dó maior e dó menor).
Quando a tonalidade de uma canção muda para o tom homônimo (maior ou menor), não se
considera tal mudança como modulação, e sim como mudança de modo; os acordes continuam
sendo analisados com a mesma tônica como referência.
Tons relativos são tons que possuem a mesma armadura, um maior e outro menor. Cada tom
maior possui seu relativo menor situado uma 3a menor abaixo; ex. sol maior e mi menor (mesma
armadura: 1#). Quando o tom de uma canção muda para seu relativo maior ou menor, não se
considera modulação, mas mudança de modo.
Tons vizinhos são tons com apenas um sustenido ou bemol de diferença entre suas armaduras.
Isso se aplica a tons maiores e menores. Por exemplo, os tons vizinhos de dó maior/lá menor
(0#, 0b) são sol maior/mi menor (1#) e fá maior/ré menor (1b).
Os tons vizinhos e seus relativos estão representados nos acordes maiores e menores do campo
harmônico maior; observe que os vizinhos de dó maior listados acima, além do relativo menor,
são exatamente idênticos às tríades do seu campo harmônico (C, Dm, Em, F, G, Am). Para tons
menores, usa-se o campo harmônico menor natural (que é o mesmo do relativo maior); por
exemplo, para encontrar os tons vizinhos de dó menor, usam-se as tríades do campo harmônico
de dó menor natural (mi b maior): Cm Eb Fm Gm Ab Bb.
As tonalidades que não são relativas ou vizinhas são consideradas tonalidades afastadas; algumas
tonalidades são mais afastadas (maior diferença na armadura) que outras. Por exemplo, em
relação a dó maior, mi maior (4 sustenidos de diferença) é mais afastado do que ré maior (2
sustenidos).
Existem várias maneiras pelas quais uma modulação acontece. Uma das mais comuns é por meio
de acordes comuns ou pivôs. Tais acordes podem ser analisados em relação às duas tonalidades
129
Harmonia na Música Popular _
Eles têm uma função no tom anterior e outra função no novo tom, dessa maneira fazendo a
ligação entre os dois tons.
Tanto acordes diatônicos quanto outros (dom. secundário, som. substituto secundário, ou até
mesmo empréstimo modal) podem ser acordes comuns.
O Bm7 e o E7 do 7o e 8o compassos são os acordes pivô; em fá maior, são IIm7-V7 do III (com
a peculiaridade de o II ser menor em vez de meio-diminuto, como às vezes acontece); em Lá
maior, são IIm7 V7.
Exemplo:
Dindi
Tom Jobim e Aloísio de Oliveira
130
Extensões alteradas e modulação _
EXERCÍCIO 11.4.1
Harmonizar:
Ciúme
Carlos Lyra
Exemplo:
131
Harmonia na Música Popular _
Olê, Olá
Chico Buarque
Em C7 F6 Db7 Gb6
O trecho acima, em Mi menor, passa pelos tons de Sol bemol maior, Sol maior e Lá bemol maior,
e culmina em Sol maior.
EXERCÍCIO 11.5.1
132
Extensões alteradas e modulação _
2. Analisar:
Dó# menor:
F#m7 F#m/E D#ø G#7(b5) G#7 A7+(b5)
133
Harmonia na Música Popular _
Algumas harmonias modulam tão rápida e freqüentemente que se torna difícil determinar a
tonalidade da canção. Em tais casos, pode-se dispensar o uso da armadura. A seguir, um exemplo
de análise de uma canção deste tipo, que faz extenso uso de acordes pivô.
Imagem
Luiz Eça e Aloysio de Oliveira
134
Extensões alteradas e modulação _
Comentários:
• Observe o uso de acordes de empréstimo modal como acordes pivô.
• No 4o compasso, o acorde cifrado como Em6/G na verdade funciona como C#ø/G, ou seja, é
um IIø c/ baixo na 5a ; no compasso 10, um caso idêntico: Am6/C, que na verdade é F#ø/C
(também IIø/5).
• No compasso 11 - lembrar que Am/B é a cifragem mais prática de B7sus4(b9) - portanto, um
acorde de V7 c/ extensão alterada (9a menor).
• No compasso 14, o acorde de Eb7 é um dominante auxiliar (V7/VIb), assim como, no
compasso 24, o acorde de Eb7 (desta vez um V7/IIb).
• O acorde de IIb7+ (compasso 24, Ab7+), que já estudamos como acorde de empréstimo
modal, também é conhecido como acorde “napolitano”.
• No compasso 20, o acorde Eb7, analisado como subV7/V, também poderia ser analisado
como VIb7, ou seja, como um dominante sem função dominante (v. próximo capítulo).
135
Harmonia na Música Popular _
136
12 - OUTRAS CATEGORIAS DE ACORDES
___________________________________________
Harmonia na Música Popular _
138
Outras categorias de acordes _
Os acordes de dominante sem função dominante possuem estrutura de dominante (acorde maior
com sétima menor) mas não preparam outro acorde, no sentido tradicional da resolução V-I. Já
vimos um acorde desse tipo ao estudarmos o campo harmônico menor melódico – o IV7. Os
dominantes sem função dominante são usados para harmonizar notas não pertencentes à escala
ou para embelezamento, e costumam “resolver” no I grau.
Na análise harmônica, tais acordes não são representados pelo numeral romano “V”, mas em
função do tom principal.
Os acordes de dominante sem função dominante são seis, tanto em tom maior quanto menor:
II7/9/(sus4)/11+/13
Exemplo:
Maria Bonita
IV7/9/11+/13
Exemplo:
Peixe Vivo
VIb7/9/11+/13
139
Harmonia na Música Popular _
Exemplo:
Chove Lá Fora
Tito Madi
VIIb7/9/(sus4)/11+/13
Exemplo:
Carneirinho
VII7/9(b9)/11+/13b
Exemplo:
Cheiro de Saudade
Olivia Palito
Muitas vezes pode-se usar IIm7 V7 no lugar dos dominantes sem função dominante;
Carneirinho
140
Outras categorias de acordes _
Na análise dos dominantes sem função dominante, pode-se usar o numeral romano relativo ao
grau da escala ou o numeral V. Ao usar o V, devemos adicionar uma indicação, entre parênteses,
como no exemplo acima. Nesse exemplo, também poderíamos analisar o IIm7 V7 sem função
dominante como IVm7 (e.m.) e VIIb7.
EXERCÍCIO 12.1.1
Demais (trecho)
Tom Jobim e Aloysio de Oliveira
2. Harmonizar, usando acordes de dominante sem função dominante; em seguida, fazer a análise
harmônica:
Meditação (trecho)
Tom Jobim e Newton Mendonça
141
Harmonia na Música Popular _
3. Completar a seguinte harmonia, usando também acordes de dominante sem função dominante,
e em seguida fazer a análise harmônica:
Inútil Paisagem
Tom Jobim e Aloysio de Oliveira Pedro Dias! 2/22/07 5:40 PM
Comment: rever
Dominantes estendidos são uma série de dominantes em sucessão, modulante ou não. Às vezes
podem-se analisar os acordes em função da tonalidade; outras vezes a sucessão é modulante, ou
seja, passa por várias tonalidades. No caso de uma sucessão modulante, usa-se o numeral romano
V acompanhado de setas (como as que se usam para dominantes secundários).
Exemplos:
142
Outras categorias de acordes _
A sucessão de dominantes estendidos também pode ocorrer com a resolução característica dos
dominantes substitutos, ou seja, ½ tom abaixo:
Feitio de Oração
Noel Rosa e Vadico
No trecho acima, apenas o B7 não é um dominante sem função dominante, apesar de o acorde
que o segue não ser o II; (poderia ser um IIø). Tal progressão configura uma sucessão de
dominantes estendidos.
Outra possibilidade é a substituição de cada dominante por II V7 (o II pode ser menor ou meio-
diminuto). Vejamos os dois trechos acima após tais substituições:
143
Harmonia na Música Popular _
Feitio de Oração
Noel Rosa e Vadico
No caso acima, é preferível que se analise a sucessão de dominantes exclusivamente com II V7,
embora seja bom que se conheça a qualidade funcional de cada dominante, como analisado na
versão anterior.
A sucessão de dominantes estendidos se analisa graficamente da forma acima; cada seta aponta
para o próximo V7, ficando o II interpolado entre os dominantes. No caso de dominantes que
resolvem ½ tom abaixo, usa-se uma seta pontilhada.
Numa sucessão de dominantes estendidos que resolvem ½ tom abaixo, podem-se usar dois tipos
de II:
G7sus4 Db7
Peixe Vivo
Am7 D7 Dm7 G7 C7 F7 G6
EXERCÍCIO 12.2.1
1.
Avarandado (lá menor)
Caetano Veloso
Am7
2.
Feitinha pro Poeta
Baden Powell e Lula Freire
Am7 D7
Em7 C#ø C7
G6 F6
Dm7 A7
Certas alterações nas quintas e sétimas em acordes do campo harmônico (maior ou menor) não
se enquadram em nenhuma das categorias já estudadas. Acordes com tais alterações são
146
Outras categorias de acordes _
chamados de acordes alterados, e, assim como os acordes com extensão alterada, são usados para
harmonizar notas não diatônicas ou para embelezamento, embora esta última função seja mais
freqüente. (Não confundir com o acorde de dominante alterado, estudado no cap. IX).
Na análise harmônica, é necessário que se indiquem as alterações.
Maior 5+ 5+ _ 7+ 5+ _ _ 7+ 7+
7+ 5j
Menor _ 7+ _ _ 5+ _ 5+ 7+ 7+
Peixe Vivo
No exemplo acima, o Am7+ do 1o cp., o G+7+ do 3o cp. são acordes alterados; a 9a maior no
Bm7 no 2o cp. e a 13a menor no D7 do 5o cp. são extensões alteradas. Observe o uso do acorde
de empréstimo modal IVm6 (penúltimo compasso), cuja sonoridade assemelha-se à do V7 c/ 9a
menor.
Acordes de II secundários também podem ter suas 5as e 7as alteradas. No exemplo abaixo estão
em negrito os acordes alterados e as extensões alteradas:
Carneirinho
147
Harmonia na Música Popular _
EXERCÍCIO 12.3.1
C#m7 A7+ Bm7 E7 C#m7 A7+ Bm7 E7 C#m7 A7+ Bm7 E7b9 A6
148
Outras categorias de acordes _
Tais acordes se situam a ½ tom acima ou abaixo do acorde que o seguem, e têm estrutura
idêntica a estes. São acordes de passagem, de embelezamento.
Exemplo:
Surpresa
Caetano Veloso
V7sus4 I7+ IIb7+ I7+ IIIbm7 IIm7 VIb7sus4 V7sus4 IIm7 IIIbm7
F/G C7+ / / Db7+ C7+ / / Ebm7 Dm7 / / Gb/Ab F/G Gm7 / / Abm7
No exemplo acima, as duas primeiras frases (cp. 1 a 6) têm uma estrutura melódica que se repete,
favorecendo a repetição da estrutura harmônica, que utiliza acordes de aproximação cromática
descendentes.
149
Harmonia na Música Popular _
150
13 – HARMONIA MODAL
___________________________________________
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
152
Harmonia modal _
Qualquer um dos modos que já vimos pode dar origem a um campo harmônico. Exemplo:
Observe que o campo harmônico acima é idêntico ao de dó maior, só que aqui os acordes não
têm a mesma qualidade funcional. O primeiro grau é G7, e é ele que passa a oferecer a sensação
de resolução.
Nas harmonias modais, assim como acontece com as tonalidades menores, diferentes modos se
misturam, inclusive com campos harmônicos tonais.
A seguir listamos os campos harmônicos modais derivados dos modos da escala maior. Para
ilustrar a sonoridade de cada campo harmônico, realizamos uma harmonização do trecho de
“Peixe Vivo” com o qual viemos trabalhando, com a melodia adequadamente alterada para cada
modo.
DÓRICO
FRÍGIO
153
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
LÍDIO
MIXOLÍDIO
EÓLIO
LÓCRIO
154
Harmonia modal _
Dentre os campos harmônicos modais acima, os que se encontram com mais freqüência na
música popular brasileira são o dórico, o eólio (menor natural) e o mixolídio. O lócrio é o que
oferece menos sensação de resolução devido à estrutura de seu I grau, que é um acorde meio-
diminuto.
Vm7 I Vm7 I
Am7 D6(9) Am7 D6(9)
G Am
155
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
EXERCÍCIO 13.1.1
Batucada surgiu
Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle
Os campos harmônicos derivados dos modos das escalas menores têm sonoridades menos
familiares. O único modo de escala menor que se encontra com freqüência na música popular é o
modo do 4o grau da escala menor melódica, chamado de “lídio c/ 7a menor” ou “lídio-
mixolídio”.
A seguir enumeramos os campos harmônicos derivados dos modos das escalas menor harmônica
e menor melódica, ilustrando suas sonoridades com a mesma melodia de “Peixe Vivo”,
transposta para cada modo.
MENOR HARMÔNICA
MODO DO 2O GRAU
156
Harmonia modal _
O campo harmônico acima oferece pouca sensação de resolução, assim como os outros que têm
acordes meio-diminutos ou diminutos como I grau (o campo harmônico do lócrio, já visto, o do
7o grau da menor harmônica e os do 6o e do 7o graus da menor melódica, mais adiante).
MODO DO 3o GRAU
MODO DO 4o GRAU
MODO DO 5o GRAU
MODO DO 6o GRAU
157
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
MODO DO 7o GRAU
O VII grau deste campo harmônico é representado com duplo bemol, pois ele se situa 1½ tom
de acima do I.
(O exemplo seguinte está enarmonizado para si#, pois em dó (armadura de ré bemol menor)
haveria muitos acidentes).
MENOR MELÓDICA
MODO DO 2O GRAU
MODO DO 3o GRAU
158
Harmonia modal _
MODO DO 5o GRAU
MODO DO 6o GRAU
159
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
MODO DO 7o GRAU
Além da escala maior e das escalas menores, podem-se construir diferentes divisões da oitava, o
que comumente se chamam de “escalas sintéticas”. Tais escalas geram também campos
harmônicos distintos dos que estudamos. Dentre as muitas possibilidades de escalas sintéticas,
listamos abaixo algumas que nos parecem dignas de nota. O estudante fará bem em pesquisar
outras escalas e campos harmônicos sintéticos (atentando para o fato de que uma pode não ser
realmente uma escala “nova”, e sim um modo de alguma já estudada).
Tal escala pode ser usada para improvisar sobre um acorde de C7+(#5), além dos acordes de seu
próprio campo harmônico.
A escala maior c/ 6a menor não pode ser considerada um modo, já que possui V7 com função de
dominante; as relações tonais estão presentes aqui, assim como na escala maior, e deve-se analisar
qualquer trecho nessa escala normalmente, como estando em tom maior (indicando extensões
alteradas, etc.). A peculiaridade desta escala são suas extensões e as possibilidades de acorde que
elas geram, como veremos abaixo.
160
Harmonia modal _
I7+
A 13a menor choca-se com a 5a ; porém, ela pode ser usada como 5a aumentada, mesmo que
junto com a 5a ; teremos assim um acorde com “duas quintas” (lá b enarmonizado no exemplo):
C7+(#5/b5)
Ou, pode-se usar o acorde somente com a 5a aumentada para harmonizar uma melodia com 5a
justa, desde que não haja a 6a na melodia:
C7+(#5)
IIø
Temos aqui um meio-diminuto com nona maior (assim como o VI grau da menor melódica), e
com 13a maior. No entanto, o emprego da 13a o aproximaria muito da sonoridade do V7/5a .
IIIm7 (III7(#9))
Temos aqui um fenômeno semelhante ao que acontece com o VII grau da escala menor
melódica: a extensão 11b gera um acorde de dominante com 9a menor; a 3a menor passa a soar
como 9a aumentada, especialmente se ela se localiza acima da 11a menor.
E7(#9)
161
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
IVm7+
V7
VIb7+(#5)
VII°
A escala de tons inteiros divide a oitava em seis partes iguais (possui seis notas). É uma escala
simétrica, assim como a diminuta, e, como qualquer escala simétrica, forma acordes idênticos.
Como vemos, esta escala gera somente acordes de dominante c/ 5a aumentada , 5a diminuta e 9a
maior: o chamado “acorde de tons inteiros”.
Usa-se a escala de tons inteiros para improvisar sobre dominantes c/ 5a aumentada e/ou
diminuta (desde que não possua 9a menor).
Observe que nesta escala os acordes são intercambiáveis (p. ex.: C7(#5/#11/9) =
G#7(#5/#11/9)/C), e pode-se lançar mão desta característica na harmonização.
Exemplo:
162
Harmonia modal _
Lamento
Pixinguinha
ESCALA AUMENTADA
A escala aumentada também é uma escala simétrica e também é composta de seis notas,
contendo intervalos de 2a aumentada e 2a menor.
C+ D#+ E+ G+ G#+ B+
Os mesmos acordes podem ser construídos sobre mi e sobre sol#; os acordes construídos sobre
as outras notas (ré#, sol e si) serão inversões daqueles.
O último acorde listado acima (aumentado com sétima maior) é que oferece a sonoridade mais
típica da escala aumentada. Esta escala se presta muito bem para a improvisação sobre tal acorde,
oferece possibilidades interessantes de construção de padrões melódicos, e sugere extensões
interessantes para o acorde em questão.
163
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
A escala menor harmônica com 2a menor é outro exemplo de escala “sintética” que podemos
investigar. Eis o seu campo harmônico:
Nesta escala há dois semitons consecutivos (si-dó-réb), ou seja, uma terça diminuta (si-réb). A
terça diminuta, quando faz parte de um acorde, soa como uma 2a maior. Portanto, o acorde sobre
o 7o grau desta escala (si-réb-fá-láb) soa como uma tríade de ré bemol maior com baixo na 7a , e
assim o representamos.
EXERCÍCIO 13.3.1
1. Liste o campo harmônico da escala acima (menor harmônica com 2a menor) com as extensões
possíveis. Em seguida, transponha a melodia de Peixe Vivo para esta escala e harmonize.
2. Faça uma escala “sintética”, diferente das que já vimos, e seu campo harmônico (atenção para
que ela não seja um “modo” das escalas que já vimos).
// C7 / C7 / F7 / F7 / C7 / C7 /C7 / C7 / F7 / F7 / C7 / C7 / G7 / F7 /
C7
/ G7 //
164
Harmonia modal _
A forma de blues de doze compassos é usada como harmonia de uma infinidade de temas de
jazz; por isso, e pelo fato de que ela suporta grande número de variações e substituições
harmônicas, é bastante utilizada como base para o aprendizado e a prática da improvisação.
Abaixo listamos diversas variantes da forma de blues de doze compassos. Tais variantes podem
ser combinadas umas com as outras para obtermos uma infinidade de variações.
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12
C7 C7 C7 C7 F7 F7 C7 C7 G7 G7 C7 C7
C7 C7 C7 C7 F7 F7 C7 C7 G7 F7 C7 G7
C7 F7 C7 C7 F7 F7 C7 C7 D7 G7 C7 G7
C7 F7 C7 C7 F7 F7 C7 A7 D7 G7 C7 G7
C7 F7 C7 C7 F7 F7 C7 A7 Dm7 G7 C7 Dm7 G7
C7 F7 C7 C7 F7 Bb7 C7 A7 Ab7 G7 C7 Ab7 G7
C7 F7 C7 Gm7 C7 F7 Bb7 C7 Em7 A7 Dm7 G7 Em7 A7 Dm7 G7
C7 F7 C7 Gm7 C7 F7 Bb7 Em7 A7 Dm7 G7 Em7 A7 Dm7 G7
C7 F7 C7 Gm7 C7 F7 F#m7 B7 C7 B7 Bb7 A7 Dm7 G7 F7 Em7 A7 Dm7 G7
C7+ Bm7 E7 Am7 D7 Gm7 C7 F7 F# Em7 A7 Ebm7 Ab7 Dm7 G7 Abm7 Db7 C7 A7 Dm7 G7
C7+ Bm7 Bb7+ Am7 Abm7 Gm7 Gb7 F7+ Fm7 Em7 Ebm7 Dm7 G7 Em7 Ebm7 Dm7 Db7
C7+ F7+ Em7 Dm7 Dbm7 Gb7 F7+ Fm7 Em7 Ebm7 Dm7 Db7 C7+ Ebm7 Dm7 Db7
C7+ F7+ Em7 Dm7 Dbm7 Gb7 F7+ Fm7 Bb7 Eb7+ Ebm7 Ab7 Db7+ Dm7 G7 Em7 A7 Abm7 Db7
C7+ Bm7 E7 Am7 D7 Gm7 C7 F7+ Fm7 Bb7 Em7 Ebm7 Ab7 Dm7 G7 Em7 A7 Dm7 G7
C7+ Bm7 E7 Am7 D7 Dbm7 Gb7 F7+ F#m7 B7 Em7 Ebm7 Ab7 Dm7 G7 F7 Em7 A7 Dm7 G7
C#m7 F#7 Bm7 E7 Am7 D7 Gm7 C7 F7+ Fm7 Bb7 Eb7+ Ebm7 Ab7 Db7+ Dm7 G7 Em7 A7 Dm7 G7
C7+ C#m7 F#7 B7+ Bb7+ Ab7+ Gb7+ F7+ F#m7 B7 E7+ Em7 A7 D7+ Db7+ C7+ Eb7+ D7+ Db7+
165
EXERCÍCIO 13.5.1
Faça a análise funcional das oito últimas progressões de blues do quadro anterior.
14 – ACORDES COM BAIXO ALTERADO
___________________________________________
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
168
Acordes com baixo alterado _
Neste capítulo estudaremos acordes com baixo alterado, suas estruturas e suas possíveis funções
e usos na harmonização.
Na análise harmônica, é necessário que compreendamos o papel do acorde com baixo alterado e
o representemos de acordo com esse papel, que muitas vezes difere do que a forma cifrada pode
sugerir. Apesar de ser muitas vezes um “disfarce” de um acorde que pode ser cifrado de outra
forma, os acordes de baixo alterado são úteis tanto em termos de praticidade de cifragem quanto
em termos de sonoridade, pois muitas vezes ele cumpre o papel de um acorde mais complexo,
mas com algumas notas omitidas, o que simplifica também sua sonoridade.
Em cada caso, analisaremos o acorde em questão e exemplificaremos o seu uso.
Listaremos os acordes tomando por base tríades e tétrades de dó, com o baixo alterado
cromaticamente descendentes com o baixo na nota dó. Acordes com baixo alterado, por
definição, excluem as inversões.
TRÍADE MAIOR
Como o acorde diminuto se relaciona com o dominante/ 9a menor, o acorde acima pode também
ser usado como uma espécie de “dominante c/ baixo na 9a menor”:
No exemplo acima, o A/Bb funciona como Bb°, que é inversão de C#° (VII°/II); acontece o
mesmo com o G/Ab.
Experimente substituir o A/Bb no exemplo acima por C/Db, D#/E e F#/G, e substituir o
G/Ab por A#/B, C#/D e E/F.
Como uma opção mais dissonante, tal acorde pode funcionar também como substituição para
um acorde maior. A nota do baixo tanto pode ser a mesma do acorde a ser substituído quanto ½
tom acima. Por exemplo, o acorde de C pode ser substituído por B/C ou por C/Db. Vejamos o
mesmo trecho com este tipo de substituição:
169
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
Observe que, no exemplo acima, o último acorde C/Db foi o único acorde a ser analisado como
um acorde com baixo alterado, pois não prepara nenhum outro (assumindo-se que o próximo
acorde é um A7); portanto, não tem função de VII° nem de diminuto auxiliar. Todos outros
funcionam como diminutos c/ 7a maior (VII° secundários ou diminutos auxiliares).
Este acorde corresponde a um acorde maior c/ 7a maior e 9a , sem 3a , e pode ser usado como tal:
Demais (trecho)
Tom Jobim
I7+(9)
D/G C7(9/b5) Am7 F7(9/b5)
Este tipo de acorde, como muitos outros com baixo alterado, é freqüentemente utilizado em
trechos com baixo pedal, como o seguinte:
Este acorde corresponde a um dominante alterado (7, b5 e b9, sem 3a - v. cap. 10):
170
Acordes com baixo alterado _
C C/B Am7
ou, pode ser usado com função de dominante (c/ 4a suspensa, 9a menor, 5a aumentada, e sem 7a ):
TRÍADE MENOR
Este acorde pode ter a sonoridade de um lídio (Db c/ 7a maior, 9a maior e 11a aumentada, mas
sem 3a nem 5a ) ou a de um acorde menor com baixo alterado (Cm), como os dos exemplos
abaixo:
Tal acorde, como já vimos, corresponde a um dominante c/ 4 suspensa e 9a menor (sem 5a).
171
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
Tal acorde pode funcionar como um VII (diminuto c/ 7a maior e sem 5a). Também pode ser
usado como uma inversão do acorde “maior-menor” (acorde com duas 3as).
Este acorde corresponde a um fá# diminuto com 9a menor e sem 3a , podendo funcionar como
VII (como em a. no exemplo abaixo) ou como acorde menor com baixo alterado (como em b.).
a. b.
C7+ Gm/C# Dm6 Dm7 Dm/Ab Fm/G C7+/G C6/G
172
Acordes com baixo alterado _
TRÍADE AUMENTADA
173
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
Corresponde a Cø7/7+ (dó meio-diminuto c/ 7a maior e 7a menor), podendo ser utilizado como
um acorde de II.
Bb7M/C
Corresponde a C7sus4(9/13)
V7sus4(9/13) I7+/5a
C7+/D G7+/D C7+/D G7+/D
A7M/C
G7M/C
F#7M/C
174
Acordes com baixo alterado _
E7M/C
Eb7M/C
Corresponde a Cm7/9, e só é aceitável cifrá-lo da forma acima em casos de baixo pedal, como o
seguinte:
D7M/C
Corresponde a um D7M/7 (duas sétimas) c/ 7a menor no baixo. Funciona bem com baixo pedal:
TÉTRADE DOMINANTE
B7/C
Bb7/C
A7/C
Ver A/C; a 7a de lá é a 5a de dó. Ao usá-lo como um acorde de lá (com baixo pedal, p. ex.), a
presença da 7a justifica cifra-lo desta forma, como na progressão seguinte:
G7/C
Acorde de dominante sobre baixo de tônica, freqüente em trechos de baixo pedal. Pode ser
usado também como acorde “retardo”:
TÉTRADE DIMINUTA
Acorde de sensível diminuta sobre baixo de tônica. Eficaz em trechos de baixo pedal:
Bb/C E°/F F
176
Acordes com baixo alterado _
D+7+/C
Pode soar como um dominante com duas nonas (9a maior e 9a menor).
F+7+/C
F#+7+/C
Corresponde a um D7/#9/#5/C (baixo na 7a). Não se justifica cifrá-lo da forma acima, a não
ser em caso de baixo pedal.
G+7+/C
Corresponde a um Cm7M/#11. Não se justifica cifrá-lo da forma acima, a não ser em caso de
baixo pedal.
A+7+/C
Corresponde a um Db7M/5/5#. Não se justifica cifrá-lo da forma acima, a não ser em caso de
baixo pedal.
Bb+7+/C
B+7+/C
177
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
B+7/C
Bb+7/C
Corresponde a C+7/9/11+, sem a 3a . Esta estrutura pode ser construída sobre o 3o grau da
escala menor melódica.
A+7/C
Estrutura que se assemelha a um Csus4/7/b9/13, mas sem a 7a. Sua sonoridade e sua cifra
simples justificam o seu uso, a nosso ver.
G+7/C
F#+7/C
F+7/C
EXERCÍCIO 14.2.1
178
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
180
Poliacordes _
15 - POLIACORDES
181
16 - MÉTODOS DE REARMONIZAÇÃO
__________________________________________
Harmonia quartal e cerrada _
F7 D7 C7 E7 F7 D7 G7 E7
183
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
184
Sumário
1 - INTERVALOS 1
2 - ACORDES 13
2.1. CIFRAS 15
2.2. TRÍADES 15
EXERCÍCIO 2.2.1 16
EXERCÍCIO 2.2.2 17
2.3. TÉTRADES 17
2.4. ACORDES DE SEXTA 20
EXERCÍCIO 2.4.1. 20
EXERCÍCIO 2.4.2 21
2.5. INVERSÕES 22
EXERCÍCIO 2.5.1 23
EXERCÍCIO 2.5.2 23
2.6. QUADRO DAS CIFRAS 24
4 - PROGRESSÃO HARMÔNICA 32
4.1. INTRODUÇÃO 34
4.2. ESTUDO DOS ACORDES DO CAMPO HARMÔNICO MAIOR 34
EXERCÍCIO 4.2.1 39
4.3. HARMONIZAÇÃO DE MELODIAS SIMPLES C/ TRÊS ACORDES 40
EXERCÍCIO 4.3.1 41
4.4. SUBSTITUIÇÃO DE ACORDES 43
EXERCÍCIO 4.4.1 44
5.1. INTRODUÇÃO 50
Harmonia na Música Popular Pedro Augusto Dias
6 - ANÁLISE MELÓDICA 59
BIBLIOGRAFIA 189
188
Bibliografia
CHEDIAK, Almir (ed.). Songbook Bossa Nova (4 vols.), 4a ed. Rio de Janeiro: Lumiar Editora
GUEST, Ian. Curso de Harmonia Funcional (manuscrito distribuído a alunos). Ouro Preto, 1985.
GUEST, Ian. Arranjo (Método Prático) (3 vols.) Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 1997
KOECHLIN, C. Traité de l’Harmonie (3 vols.) Paris, Editions Max Eschig, 1928
KOSTKA, Stefan e PAYNE, Dorothy. Tonal Harmony: with an Introduction to Twentieth-
Century Music. New York: Alfred A. Knopf, 1984.
PERSICHETTI, Vincent. XXth Century Harmony