Você está na página 1de 32

Capítulo 2

INTRODUÇÃO A SINAIS

Sinal – é um conjunto de informações ou dados

Exemplos: sinal de telefone, sinal de televisão, saldos mensais de uma empresa,


fechamento diário do mercado.

Sistema – é uma entidade que processa um conjunto de sinais (entradas) para produzir
outro conjunto de sinais (saída).

Exemplos: Sistemas elétricos, mecânicos ou hidráulicos; algoritmo que calcula uma saída
de um sinal.

2.1 – Tamanho de um sinal

O tamanho de qualquer entidade é o número que indica sua extensão ou intensidade.

Sinal de energia

O tamanho do sinal é a área sob g2(t), que sempre é positiva.

Energia do sinal real (Eg)

E g   g 2 t dt (2.1)

Energia de um sinal complexo (Eg)

E g   g t  dt
2
(2.2)

A energia de um sinal deve ser finita para ela ser uma medida significativa.

Para a energia ser finita a amplitude  0 quando |t|  

Caso contrário, a energia não converge e o sinal de energia é infinito.

Nesse caso, a medida significativa do tamanho do sinal é a média no tempo da energia,


que é a potência média (Pg).

Potência Média para um Sinal Real

1 T /2 2
Pg  lim T / 2 g (t ) dt (2.3)
T  T

19
Potência Média para um Sinal Complexo:

1 T /2 2
Pg  lim T / 2 g (t ) dt (2.4)
T  T

A potência Pg do sinal é a média no tempo do quadrado da amplitude do sinal que é o


valor quadrático médio de g(t).

Pg: valor quadrático médio

[g(t)]rms = √ Pg : raiz quadrada do valor quadrático médio ou valor RMS (root mean
square) ou valor eficaz.

A média existe se o sinal é periódico ou tem regularidade estatística.

A energia do sinal depende do sinal e da carga.

g 2 (t ) Eg
Energia dissipada = =  dt  (2.5)
R R

Se R = 1, a energia dissipada no resistor é Eg.

A medida da “energia” ou (da “potência”) indica a capacidade de energia ou (potência)


do sinal, e não a energia real.

Unidades de Energia e Potência:

Se g(t) é um sinal de tensão:

Eg – volts2.segundos.

Pg – volts2.

Se g(t) é um sinal de corrente:

Eg – amperes2. segundos.

Pg – amperes2.

Exemplo 2.1 – Determine as medidas adequadas dos sinais na Figura 2.3.

20
Figura 2.3. Sinal para o Exemplo 2.1.

Exemplo 2.2 – Determine a potência e o valor rms de:

(a) g(t) = C cos(0t + )

(b) g(t) = C1 cos(1t + 1) + C2 cos(2t + 2), 1  2

(c) g (t )  D e j 0t

Para uma soma de qualquer número de senóides com frequências distintas n (n  0).

g (t )   Cn cos( nt   n )
n 1
1  2
Pg   Cn
2 n 1

2.2 - CLASSIFICAÇÃO DE SINAIS

2.2.1 - Sinais Contínuo no Tempo e Discreto no Tempo

Sinal contínuo no tempo – é um sinal que é especificado para cada valor do tempo t.

Exemplo – Saídas de telefone e câmera de vídeo.

Ver Figura 2.4a.

21
Figura 2.4 – Sinais contínuo no tempo e discreto no tempo.

Sinal discreto – é um sinal que existe somente em valores discretos de t.

Exemplos - saldos mensais de uma sociedade, médias de mercado diário.

Ver Figura 2.4b

2.2.2 - Sinais Analógico e Digital

Sinal analógico – é um sinal cuja amplitude pode tomar qualquer valor em um intervalo
contínuo.

Isto significa que a amplitude do sinal analógico pode tomar um número infinito de
valores.

Ver Figura 2.5a e c.

Sinal digital - a amplitude pode tomar somente um número finito de valores.

Exemplo: Sinais de um computador digital tomam somente 2 valores (sinais binários).

Um sinal digital cujas amplitudes podem tomar M valores é um sinal M-ário.

O binário (M = 2) é um caso especial.

22
Ver Figura 2.5b e d.

Figura 2.5 – Exemplos de sinais. (a) Analógico, contínuo no tempo. (b) Digital, contínuo
no tempo. (c) Analógico, discreto no tempo. (d) Digital, discreto no tempo.

Os termos contínuo no tempo e discreto no tempo qualificam a natureza de um sinal ao


longo do eixo do tempo (horizontal).

Os termos analógico e digital, qualificam a natureza da amplitude do sinal (eixo vertical).

Um sinal analógico pode ser convertido em um sinal digital [conversão analógica/digital


(A/D)] através da quantização.

2.2.3 - Sinais Periódico e Aperiódico

Sinal periódico – o sinal é periódico se para alguma constante positiva T0,

g(t) = g(t + T0) para todo t (2.7)

T0 - menor valor positivo que satisfaz a condição de periodicidade da Equação (2.7).

T0 - período

Ver Figura 2.3b.

Por definição um sinal periódico g(t) permanece inalterado quando deslocado no tempo
por um período.

Sinal aperiódico - se ele não é periódico.

Ver Figura 2.3a.

23
2.2.4 - Sinais de Energia e de Potência

Um sinal g(t) é um sinal de energia se:

 2
  g (t ) dt   (2.8)

Ver Figura 2.3a.

Um sinal g(t) é um sinal de potência se:

1 T /2 2
0  lim  T / 2 g (t ) dt   (2.9)
T  T

Ver Figura 2.3b.

Desde que a mediação é sobre um intervalo infinitamente grande:

Um sinal com energia finita tem potência zero.

Um sinal com potência finita tem energia infinita.

Um sinal não pode ser um sinal de energia e um sinal de potência ao mesmo tempo.

2.2.5 - Sinais Determinístico e Aleatório

Sinal determinístico – é um sinal que é conhecido completamente em sua forma


matemática ou gráfica.

Sinal aleatório – é o sinal que é conhecido somente em termos de sua descrição


probabilística, tal como valor médio, valor quadrático médio, etc.

Exemplo: ruído, sinais mensagens.

2.3 - ALGUMAS OPERAÇÕES USUAIS DE SINAIS

2.3.1. Deslocamento no Tempo

(t + T) = g(t) (t) está adiantado de T de g(t).

Exemplo: g(t + 2)

(t - T) = g(t) (t) está atrasado de T de g(t)

Exemplo: g(t - 2)

24
Figura 2.8 – Deslocamento no tempo de um sinal.

2.3.2 - Escalonamento no tempo

Se g(t) está comprimida no tempo por um fator a (a > 1), o sinal resultante (t) é:

(t) = g(at) (2.14)

Se g(t) está expandida no tempo por um fator a (a > 1), o sinal resultante (t) é:

t
 (t)  g   (2.15)
a

Se a > 1, o escalonamento é compressão

Se a < 1, o escalonamento é expansão

25
Figura 2.9 – Escalonamento no tempo de um sinal.

Exemplo 2.3 – A Figura 2.10a e b mostra os sinais g(t) e z(t), respectivamente. Esboce:

(a) g(3t);

(b) (b) z(t/2).

26
Figura 2.10 – Exemplos de compressão no tempo e expansão no tempo de sinais.

2.3.3 - Inversão no Tempo (Reversão no tempo)

A inversão no tempo pode ser considerada um caso especial de escalonamento no tempo


com a = –1 na Equação (2.14).

Inverter g(t) é rotacioná-la de 1800 em torno do eixo vertical.

(–t) = g(t)

e:

(t) = g(-t) (2.16)

Figura 2.11 – Inversão no tempo (reflexão) de um sinal.

27
Exemplo 2.4 – Para o sinal g(t) mostrado na Figura 2.12a, esboce g(–t).

Figura 2.12 – Exemplo de inversão no tempo.

2.4 - FUNÇÃO IMPULSO UNITÁRIO

A função impulso unitário (t) é uma das funções mais importantes no estudo de sinais e
sistemas.

Esta função foi definida primeiro por P.A.M. Dirac como:

(t) = 0 t0

  (t )dt  1 (2.17)
 
Figura 2.13 – Impulso unitário e sua aproximação.

28
Multiplicação de uma Função por um Impulso

Se (t) é contínua em t = 0

(t)(t) = (0)(t) (2.18a)

Se (t) é contínua em t = T

(t)(t – T) = (T)(t – T) (2.18b)

Propriedade da Amostragem da Função Impulso Unitário:

Se (t) é contínua em t = 0

 
    (t ) (t ) dt   (0)     (t )dt = (0) (2.19a)

Este resultado significa que a área sob o produto de uma função com um impulso (t) é
igual ao valor daquela função no instante onde está localizado o impulso unitário.

Da Equação (2.18b) segue que:


    (t ) (t  T ) dt   (T ) (2.19b)

A área sob (t)(t – T) é (T), o valor de (t) no instante onde está localizado o impulso
(em t = T).

FUNÇÃO DEGRAU UNITÁRIO u(t)

1 , t0
u (t )  
0 , t0

Se queremos começar um sinal em t = 0 (de maneira que ele tem um valor de zero para t <
0), multiplicamos o sinal por u(t).

Um sinal que começa em t = 0 é chamado um sinal causal.

Em outras palavras, g(t) é um sinal causal se:

g(t) = 0 t<0

A área de –  a t sob a forma limitante de (t) é zero se t < 0 e é um se t  0.

29
t 0 , t0
   ( )d  
1 , t0
= u(t) (2.20a)

Figura 2.14 – (a) Função degrau unitário u(t). (b) Exponencial causal e– atu(t).

du
  (t ) (2.20b)
dt

2.5 – Sinais

2.5.2 Componente de um Sinal

Se um sinal g(t) é aproximado por outro sinal x(t) no intervalo [t1, t2] como:

g t  ~
 cx t1  t  t2 (2.28)

Nesta aproximação o erro e(t) é:

g(t) - c x(t) , t1  t  t 2
e(t )   (2.29)
0 , caso contrário

A melhor aproximação é a energia do sinal, então precisamos minimizar o sinal erro,


que é sua energia Ee sobre o intervalo [t1, t2]:

Ee   tt2 e 2dt
1
  tt2 g (t )  c x(t)2 dt
1

t
 t 2 g (t ) x(t ) dt 1 t2
c 1   t g (t ) x (t ) dt (2.31)
t 2 x 2 (t ) dt E 1
t x
1

30
c é o valor ótimo que minimiza a energia do sinal erro nesta aproximação.

2 sinais reais g(t) e x(t) são ortogonais no intervalo [t1, t2] se:

t
 t 2 g (t ) x(t )dt  0 (2.32)
1

2 sinais são ortogonais quando eles não são relacionados.

Exemplo 2.5 - Para o sinal quadrado g(t) mostrado na Figura 2.17 encontre a componente
em g(t) da forma sen t. Em outras palavras, aproxime g(t) em termos de sen t.

g (t ) ~
 c sen t 0  t  2

Figura 2.17 – Aproximação de um sinal quadrado em termos de uma única senóide.

2.5.3 Ortogonalidade em Sinais Complexos

2 funções complexas x1(t) e x2(t) são ortogonais no intervalo (t < t1 < t2) se:

t * t *
 t 2 x1 (t ) x2 (t )dt  0 ou  t 2 x1 (t ) x2 (t )dt  0 (2.40)
1 1

2.6 COMPARAÇÃO DO SINAL: CORRELAÇÃO

Correlação – mede o grau de similaridade entre 2 sinais.

Índice de Similaridade ou Coeficiente de Correlação (cn) para Sinais Reais:

1 
cn     g (t ) x(t ) dt (2.45)
Eg Ex

-1 < cn < 1 (2.46)

31
Se g(t) = Kx(t)

cn = 1  máxima similaridade.

cn = –1  máxima dissimilaridade.

cn = 0  os 2 sinais são ortogonais.

Índice de Similaridade ou Coeficiente de Correlação (cn) para Sinais Complexos:

1  *
cn     g (t ) x (t ) dt (2.47)
Eg Ex

Exemplo 2.6 - Encontre o coeficiente de correlação cn entre o pulso x(t) e os pulsos gi(t), i
= 1, 2, 3, 4, 5, e 6, mostrados na Figura 2.18.

Figura 2.18 – Sinais para o EXEMPLO 2.6.

2.6.1 Aplicação para Detecção de Sinal

Exemplos:

Aplicações de processamento de sinal em radar, sonar, comunicações digitais, guerra


eletônica, etc.

Exemplo:

Radar – um pulso do sinal é transmitido para detectar o alvo suspeito.

- Se o alvo está presente, o pulso será refletido por ele.

- Se o alvo não está presente, o pulso não será refletido por ele, apenas um ruído.

32
Na comunicação digital, para detectar a presença de 2 formas de ondas na presença de
ruído, usando a correlação.

Para fazer a detecção mais fácil, fazemos os 2 pulsos tão dissimilares quanto possível,
que significa que devemos selecionar um pulso tão negativo do outro (cn = -1). Este
esquema é chamado antipodal.

Pulsos ortogonais (cn = 0).

Para o esquema antipodal

Se os 2 pulsos são p(t) e –p(t)  cn = -1.

O receptor possui um correlator que calcula a correlação entre p(t) e o pulso recebido.

Se a correlação é 1, p(t) é recebido.

Se a correlação é -1, -p(t) é recebido.

2.7 - Representação do Sinal pelo Conjunto de Sinal Ortogonal

2.7.2 Espaço do Sinal Ortogonal

A ortogonalidade de um conjunto de sinal x1(t), x2(t), . . . , xN(t) sobre o intervalo [t1, t2]
é:

t * 0 ,m  n
 t 2 xm (t ) xn (t ) dt  (2.55)
1 E n ,mn

Se as energias En = 1 para todo n, então o conjunto é normalizado e é chamado um


conjunto ortonormal.

Considerando que o sinal g(t) é aproximado por um conjunto de N sinais mutuamente


ortogonais x1(t), x2(t), . . . , xN(t) no intervalo [t1, t2]:

g (t ) ~
 c1x1(t )  c2 x2 (t )    cN xN (t ) (2.56a)

  cn xn (t ) t1  t  t 2 (2.56b)  Série Generalizada de Fourier
n 1

A energia do sinal erro e(t) nesta aproximação é minimizada.

33
t *
 t 2 g (t ) xn (t ) dt
cn  1 (2.57a)
t 2
 t 2 xn (t ) dt
1
1 t2 *
  t g (t ) xn (t ) dt n  1, 2,  , N (2.57b)
En 1

Teorema de Parseval

E g  c12 E1  c22 E2  C32 E3  


(2.59)
  cn2 En
n

A energia da soma de sinais ortogonais é igual a soma de suas energias.

Exemplos de Conjuntos Ortogonais que podem ser usados como Sinais Base para a
Série Generalizada de Fourier:

 funções trigonométricas (senóide);

 funções exponenciais;

 funções de Walsh;

 funções de Bessel;

 polinômios de Legendre;

 funções de Laguerre;

 polinômios de Jacobi;

 polinômios de Hermite; e

 polinômios de Chebyshev.

2.8 - Série Trigonométrica de Fourier

Considere um conjunto de sinais:

[1, cos 0t, cos 20t, ..., cos n0t, ..., sen 0t, sen 20t, ..., sen n0t, ...} (2.60)

n0 - n-ésima harmônica da senóide de freqüência o

n – inteiro

34
o - fundamental

Como este conjunto é ortogonal sobre qualquer intervalo de duração T0 = 2/0, temos:

0 , n  m

 cos n 0t cos m 0t dt   T0 (2.61a)
T0  2 , m  n  0

0 , n  m

 sen n 0t senm 0t dt   T0 (2.61b)
T0  2 , n  m  0

e:

 sen n 0t cos m 0t dt  0 para todo n e m (2.61c)


T0

To – período da fundamental

T0 - integral sobre um intervalo de t = t1 a t = t1 + T0 para qualquer valor de t1.

Série trigonométrica de Fourier em qualquer intervalo de duração T0 segundos:

g(t) = a0 + a1cos 0t + a2cos 20t+...+ b1sen 0t + b2sen 20t + t1  t  t1+T0 (2.62a)


g(t)  a0  an cosn0t  bn senn0t t1  t  t1  T0 (2.62b)
n1

onde:

2
0  (2.63)
T0

a0, an e bn - coeficientes de Fourier.

1 t T
a0   t 1 0 g (t ) dt (2.65a)
T0 1

2 t T
an   t1 0 g (t ) cos n 0t dt n  1, 2, 3, ... (2.65b)
T0 1

35
2 t1T0
bn   g(t)senn0t dt n 1,2,3,... (2.65c)
T0 t1

Série Trigonométrica Compacta de Fourier:


g(t)  C0  Cn cos(n0t n ) t1  t  t1  T0
n1

onde:

Cn  an2  bn2 (2.67a)

  bn 
 n  tan 1  (2.67b)
a
 n 

C0 = a0 (2.67c)

Espectro de Fourier

O gráfico Cn versus   espectro de amplitude

O gráfico n versus   espectro de fase.

Estes dois gráficos juntos são o espectro de freqüência de g(t).

Exemplo 2.8 – Encontre e escreva a série trigonométrica compacta de Fourier para a onda
quadrada periódica w(t) mostrada na Figura 2.22a, e esboce seu espectro
de amplitude e seu espectro de fase.

36
Figura 2.22 – Sinal periódico pulso quadrado e seu espectro de Fourier.

Exemplo 2.9 - Encontre a série trigonométrica de Fourier e esboce o espectro


correspondente para o trem de impulsos periódico T0(t) mostrado na
Figura 2.24a.

Figura 2.24 – Trem de impulsos e seu espectro de Fourier.

Efeito da Simetria

Função par:
an  0
bn = 0

Função ímpar:

37
an = 0
bn  0

2.9 - Série Exponencial de Fourier

Vantagens da série exponencial de Fourier (SEF) em relação a série trigonométrica de


Fourier (STF):

1 – Ela é mais compacta.

2 – A equação dos coeficientes é mais compacta.

3 – É mais conveniente de manusear a SEF do que a STF.

4 – Em análise de sistema a SEF é mais conveniente que a STF.

O conjunto de exponenciais e jn 0t n  0,  1,  2, é ortogonal sobre qualquer


intervalo de duração T0 = 2/0; isto é,

e
T0
 
jm0t jn0t *
e
T0
0 , m n
dt   e jmn0tdt  
T0 , m n


g (t )   Dn e jn 0t (2.79)
n  

g(t) = D0 + D1ej0t + D-1e-j0t + D2ej20t + D-2e-j20t + ...

onde:

1  jn 0t
Dn   g t e dt (2.80)
T0 T0

Relação entre os coeficientes da série exponencial de Fourier (Dn) e os coeficientes da


série trigonométrica compacta de Fourier (Cn):

1
Dn  Cn e j n
2

1
Dn  Cn e  j n (2.82)
2

C0 = a0 = D0

38
Para um sinal real Dn e D-n são conjugados:

|Dn| = |D-n|

Dn = n e D-n = -n

Dn na forma polar:

Dn  Dn e j n e D- n  D n e  j n (2.86)

Espectro de amplitude  |Dn| x   função par de .

Espectro de fase  Dn x   função ímpar de .

Exemplo 2.11 - Encontre e escreva para -7 <= n <= 7 a série exponencial de Fourier para a
onda quadrada periódica (t) mostrada na Figura 2.22a.

Exemplo 2.12 – Encontre e escreva para -2 <= n <= 2 a série exponencial de Fourier e
esboce o espectro correspondente para o trem de impulsos T0(t)
mostrado na Figura 2.27.

Figura 2.27 – Trem de impulsos e seu espectro exponencial de Fourier.

Teorema de Parseval

Série Trigonométrica Compacta de Fourier:


g (t )  C0   Cn cosn 0t   n 
n 1

A potência de g(t) é dada por:

39
1  2
Pg  C02   Cn
2 n 1

Para a série exponencial de Fourier:


g (t )  D0   Dn e jn 0t
n  
n  0 

A potência é dada por:

 2
Pg   Dn (2.91a)
n  

Para uma g(t) real, |D-n| = |Dn|

 2
Pg  D02  2  Dn (2.91b)
n 1

Exemplo: Dada a série exponencial de Fourier de um sinal periódico g(t) encontre a


potência desse sinal utilizando o teorema de Parseval.

g(t) = 0,5 + (1/)ejt + (1/)e-jt + (1/3)ej(3t-) + (1/3)e-j(3t-) + (1/5)ej5t + (1/5)e-j5t +


(1/7)ej(7t-) + (1/7)e-j(7t-) + ...

PROBLEMAS

2.1-1 Encontre as energias dos sinais mostrados na Figura P2.1-1. Comente o efeito na
energia da mudança de sinal, deslocamento no tempo ou dobramento do sinal. Qual
é o efeito na energia se o sinal é multiplicado por k ?.

40
Figura P2.1-1

2.1-2 (a) Encontre Ex e Ey, as energias dos sinais x(t) e y(t) mostrados na Figura P2.1-2a.
Esboce os sinais x(t) + y(t) e x(t) – y(t) e mostre que as energias desses dois sinais
são iguais a Ex + Ey. Repita o procedimento para o par de sinal da Figura P2.1-2b.
(b) Repita o procedimento para o par de sinal da Figura P2.1-2c. Neste caso, as
energias dos sinais x(t) + y(t) e x(t) – y(t) são idênticas.

Figura P2.1-2

2.1-3 Repita o EXEMPLO 2.2a para encontrar a potência de uma senóide C cos(0 t + )
pela média da energia do sinal sobre um período 2/0 (melhor que a média sobre o

intervalo infinitamente grande).

2.1-4 Mostre que se 1 = 2, a potência de g(t) = C1 cos(1t + 1) + C2 cos(2t + 2) é
C2
1   
 C 22  2C1C 2 cos1   2  / 2, a qual não é igual a C12  C 22 / 2

2.1-5 Encontre a potência do sinal periódico g(t) mostrado na Figura P2.1-5. Encontre
também as potências e os valores rms de: (a) – g(t); (b) 2g(t); (c) cg(t). Comente.

41
Figura P2.1-5

2.1-6 Encontre a potência e o valor rms para os sinais em: (a) Figura 2.21b; (b) Figura
2.22a; (c) Figura 2.23; (d) Figura P2.8-4a; (e) Figura P2.8-4c.

21.7 Mostre que a potência de um sinal g(t) dada por:

n
g (t )   Dk e j k t  i   k para todo i  k
k m

é (teorema de Parseval):

n
Pg   Dk
2

k m

2.1-8 Determine a potência e o valor rms para cada um dos sinais:

     
a  10 cos100t   (b) 10 cos100t    16 sen 150t  
 3  3  5
c  10  2 sen 3t  cos10t (d) 10 cos 5t cos10t

(e) 10 sen 5t cos10t (f) e jt cos  0 t

2.2-1 Mostre que uma exponencial e–at começando em – é um sinal de energia ou de


potência para qualquer valor real de a. De qualquer modo, se a é imaginário, ele é
um sinal de potência com potência Pg = 1 apesar do valor de a.

2.3-1 Na Figura P2.3-1, o sinal g1(t) = g(–t). Expresse os sinais g2(t). g3(t), g4(t), e g5(t) em
termos dos sinais g(t), g1(t), e suas versões deslocadas no tempo, escalonadas no
tempo, ou invertidas no tempo. Por exemplo, g2(t) = g(t – T) + g1(t – T) para algum
valor adequado de T. Similarmente, ambas g3(t) e g4(t) podem ser expressas como
g(t – T) + g(t + T) para algum valor adequado de T, g5(t) pode ser expressa como
g(t) deslocada no tempo, escalonada no tempo, e então multiplicada por uma
constante. (Estas operações podem ser executadas em qualquer ordem).

42
Figura P2.3-1

2.3-2 Para o sinal g(t) mostrado na Figura 2.3-2, esboce os sinais: (a) g(–t); (b) g(t + 6);
(c)g(3t); (d) g(6 – t).

Figura P2.3-2

2.3-3 Para o sinal g(t) mostrado na Figura P2.3-3, esboce: (a) g(t – 4); (b) g(t/1,5); (c) g(2t
– 4); (d) g(2 – t). Dica: Lembre que substituir t por t – T atrasa o sinal de T. Assim,
g(2t – 4) é g(2t) com t substituído por t – 2. Similarmente, g(2 – t) é g(–t) com t
substituído por t – 2.

Figura P2.3-3

2.3-4 Para um sinal de energia g(t) em energia Eg, mostre que a energia de qualquer um dos
sinais –g(t), g(-t), e g(t – T) é Eg. Mostre também que a energia de g(at) as well as

43
g(at – b) é Eg/a. Isto mostra que a inversão no tempo e deslocamento no tempo não
afeta a energia do sinal. Por outro lado, compressão no tempo de um sinal por um
fator a reduz a energia do fator a. Qual é o efeito na energia do sinal se o sinal é: (a)
expandido no tempo por um fator a (a > 1); (b) multiplicado por uma constante a ?

2.4-1 Simplifique as seguintes expressões:

 sen t   j  2 
(a )    (t ) (b)    ( )
2 2
 t  t     9 

  
 sen 2 (t  2) 

(c) e - t cos 3t  60 o   (t ) (d) 
2   (t  1)
 t 4 
 

 1   sen k 
(e)      3 (f)    ( )
 j  2    

Dica: Use a Equação (2.18). Para a letra (f) use a regra de L’ Hôpital.

2.4-2 Calcule as seguintes integrais:

 
(a)  -
g ( ) (t   )d (b)  -
 ( ) g (t   )d

 
(c)  -
 (t )e  jt dt (d)  -
 (t  2) sen t dt

 
( e)  -
 (t  3)e t dt (f)  -
(t 3  4) (1  t )dt

  
(g)  -
g (2  t ) (3  t )dt (h)  -
e ( x 1) cos
2
( x  5) ( x  3)dx

Dica: (x) está localizado em x = 0. Por exemplo, (1 – t) está localizado em 1 – t = 0; isto
é, em t = 1, e assim por diante.

2.4-3 Prove que:

1
 (at )   (t )
a

Portanto, mostre que:

44
1
 ( )  (f) onde :   2f
2

Dica: Mostre que:

 1
 -
 (t ) (at )dt 
a
 ( 0)

  
2.5-1 De uma maneira alternativa, derive a Equação (2.26) observando que e   g  cx , e:

2     2 
e   g  cx 
. g  cx   g  c 2 x  2cg .x
2

2.5-2 Para os sinais g(t) e x(t) mostrados na Figura P2.5-2, encontre a componente da forma
x(t) contida em g(t). Em outras palavras, encontre o valor ótimo de c na
aproximação g(t)  cx(t) de maneira que a energia do sinal erro é mínima. Qual é a
energia do sinal erro ?.

Figura P2.5-2

2.5-3 Para os sinais g(t) e x(t) mostrados na Figura P2.5-2, encontre a componente da forma
g(t) contida em x(t). Em outras palavras, encontre o valor ótimo de c na
aproximação x(t)  cg(t) de maneira que é mínima a energia do sinal erro. Qual é a
energia do sinal erro ?.

2.5-4 Repita o Problema 2.5-2 se x(t) é o pulso senoidal mostrado na Figura P2.5-4.

Figura P2.5-4

2.5.-5 As energias dos dois sinais de energia x(t) e y(t) são Ex e Ey, respectivamente.

(a) Se x(t) e y(t) são ortogonais, então mostre que a energia do sinal x(t) + y(t) é idêntica a
energia do sinal x(t) – y(t), e é dada por Ex + Ey.

45
(b) Se x(t) e y(t) são ortogonais, encontre as energias dos sinais c1x(t) + c2y(t) e c1x(t) –
c2y(t).
(c) Definimos Exy, a energia cruzada dos dois sinais de energia x(t) e y(t), como:


E xy   x(t ) y * (t )dt
-

Se z(t) = x(t) + y(t), então mostre que:

Ez = Ex + Ey + (Exy + Eyx)

2.5-6 Se x1(t) e x2(t) forem dois sinais de energia ortogonais unitários sobre um intervalo de
t = t1 a t2. Podemos representar x1(t) e x2(t) por dois comprimentos unitários, vetores
 
ortogonais  x1 , x 2  . Considere um sinal g(t) onde:

g(t) = c1x1(t) + c2x2(t) t1 < t < t2



Este sinal pode ser representado como um vetor g por um ponto (c1, c2) no plano x1 – x2.

(a) Determine a representação vetorial dos seis sinais seguintes neste espaço vetorial bi-
dimensional:

(i) g1(t) = 2x1(t) – x2(t) (ii) g2(t) = – x1(t) + 2x2(t)

(iii) g3(t) = – x2(t) (iv) g4(t) = x1(t) + 2x2(t)

(v) g5(t) = 2x1(t) + x2(t) (vi) g6(t) = 3x1(t)

(b) Ressalte pares de vetores mutuamente ortogonais entre esses seis vetores. Verifique que
os pares de sinais correspondentes a estes vetores ortogonais são também ortogonais.

2.6-1 Encontre o coeficiente de correlação cn do sinal x(t) e cada dos quatros pulsos g1(t),
g2(t), g3(t) e g4(t) mostrados na Figura P2.6-1. Qual par de pulsos você deve
selecionar para uma comunicação binária de maneira a fornecer a margem máxima
em contraste com o ruído ao longo do caminho de transmissão.

Figura P2.6-1

46
2.8-1 (a) Esboce o sinal g(t) = t2 e encontre a série trigonométrica de Fourier para
representar g(t) sobre o intervalo (–1, 1). Esboce a série de Fourier (t) para
todos os valore de t.

(b) Verifique o teorema de Parseval [Equação (2.90)] para este caso, dado que:


1 4

n 1 n
4

90

2.8-2 (a) Esboce o sinal g(t) = t e encontre a série trigonométrica de Fourier para
representar g(t) sobre o intervalo de (–, ). Esboce a série de Fourier  (t) para
todos os valores de t.
(b) Verifique o teorema de Parseval [Equação (2.90)] para este caso, dado que:


1 2

n 1 n
2

6

2.8-3. Se um sinal periódico satisfaz certas condições de simetria, o cálculo das


componentes da série de Fourier é um tanto simplificado. Mostre que:

(a) Se g(t) = g(–t) (simetria par), então todos os termos de seno na série de Fourier
desaparecem (bn = 0).
(b) Se g(t) = – g(–t) (simetria ímpar), então os termos dc e todos os termos cosseno na série
de Fourier desaparecem (a0 = an = 0).

Além disso, mostre que em cada caso os coeficientes de Fourier podem ser calculados
integrando o sinal periódico somente sobre a metade do ciclo. Isto é porque toda a
informação de um ciclo está implícita em uma metade do ciclo devido a simetria. Dica: Se
ge(t) e go(t) são funções par e ímpar, respectivamente, de t, então (assumindo nenhum
impulso ou sua derivada na origem).

a a a
 -a g e (t ) dt  2  0 g e (t ) dt e  -a g o (t ) dt  0

Também o produto de uma função par e uma ímpar é uma função ímpar, o produto de duas
funções ímpares é uma função par, e o produto de duas funções pares é uma função par.

2.8-4 Para cada dos sinais periódicos mostrados na Figura P2.8-4, encontre a série
trigonométrica compacta de Fourier e esboce o espectro de amplitude e de fase. Se
os termos seno ou cosseno estão ausentes na série de Fourier, explique porque.

47
Figura P2.8-4

2.8-5 (a) Mostre que uma função arbitrária g(t) pode ser expressa como uma soma de uma
função par ge(t) e uma função ímpar go(t):

g(t) = ge(t) + go(t)

Dica:

48
1
g (t )  g (t )  g (t )  1 g (t )  g (t )
2  
 2 
ge (t ) g0 (t )

(b) Determine as componentes ímpar e par das funções: (i) u(t); (ii) e–atu(t); (iii) ejt.

2.8-6 Se as duas metades de um período de um sinal periódico são de forma idêntica exceto
que uma é o negativo da outra, o sinal periódico é dito ter uma simetria de meia
onda. Se um sinal periódico g(t) com um período T0 satisfaz a condição de simetria
de meia onda, então:

 T 
g  t  0    g (t )
 2

Neste caso, mostre que todas as harmônicas numeradas par desaparecem, e que os
coeficientes harmônicos numerados ímpares são dados por:

4 T0 / 2 4 T0 / 2
an   g(t)cos n 0 t dt e bn   g(t)sen n 0 t dt
T0 0 T0 0

Usando estes resultados, encontre a série de Fourier para os sinais periódicos na Figura
P2.8-6.

Figura P2.8-6

2.9-1 Para cada dos sinais periódicos na Figura P2.8-4, encontre a série exponencial de
Fourier e esboce o espectro correspondente.

2.9-2. Um sinal periódico g(t) é expresso pela seguinte série de Fourier:

 2   2 
g (t )  3 cos t  cos 5t    2 cos 8t  
 3   3 

49
(a) Esboce o espectro de amplitude e de fase para a série trigonométrica.
(b) Por inspeção do espectro na parte (a), esboce o espectro da série exponencial de
Fourier.
(c) Por inspeção do espectro na parte (b), escreva a série exponencial de Fourier para g(t).

2.9-3 A Figura P2.9-3 mostra o espectro trigonométrico de Fourier de um sinal periódico


g(t).

(a) Por inspeção da Figura P2.9-3, encontre a série trigonométrica de Fourier que
representa g(t).
(b) Por inspeção da Figura P2.9-3, esboce o espectro exponencial de Fourier de g(t).
(c) Por inspeção do espectro exponencial de Fourier obtido na parte (b), encontre a série
exponencial de Fourier para g(t).
(d) Mostre que a série encontrada nas partes (a) e (c) são equivalentes.

Figura P2.9-3

2.9-4 Mostre que os coeficientes da série exponencial de Fourier de um sinal periódico par
são reais e aqueles de um sinal periódico ímpar são imaginários.

50

Você também pode gostar