Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MARINHA DO BRASIL
APOSTILA DE ELETRÔNICA V
IV
OSTENSIVO CIAA 117-075
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto..................................................................................................................................... I
Ato de Aprovação.............................................................................................................................. II
Lista de verificação de controle de qualidade........ ......................................................................... III
Índice............................................................................................................................................... IV
Introdução......................................................................................................................................... V
IV
OSTENSIVO CIAA 117-075
CAPÍTULO 1
GERADORES DE ONDAS SENOIDAIS
Normalmente imaginamos um sinal como uma corrente elétrica (it) ou tensão elétrica υ(t). A
variação temporal do sinal é denominada forma de onda. Mais formalmente:
Uma forma de onda é uma equação ou um gráfico que define o sinal como uma função do tempo.
As formas de ondas que são constantes ao longo de todo o tempo são denominadas sinais CC.
A abreviação CC significa corrente contínua, mas se aplica à tensão ou à corrente. Expressões
matemáticas para tensão v(t) ou corrente i(t) CC têm a forma:
υ(t) = Vo
Esta equação é apenas um modelo. Nenhum sinal físico pode permanecer constante indefini-
damente. Entretanto, é um modelo útil porque se aproxima dos sinais gerados por dispositivos
físicos como uma bateria.
Existem duas formas de notação e convenção que têm de ser discutidas antes de continuarmos.
Primeiro, grandezas que são constantes (não variam com o tempo) em geral são representadas
por letras maiúsculas (Va, I, To) ou letras minúsculas do início do alfabeto (a, b, ƒo). Grande-
zas elétricas que variam no tempo são representadas por letras minúsculas i, υ, p, q e ѡ. A va-
riação temporal é indicada expressamente quando escrevemos essas grandezas como υ1(t), i-
A(t) ou ѡc(t). A variação temporal está implícita quando elas são escritas como υ1, iA ou ѡc.
As formas de onda da fig. 1.1 são exemplos de sinais usados em engenharia elétrica.
Assim como a forma de onda CC, a senoide se estende indefinidamente no tempo nos senti-
dos positivo e negativo. A senoide não tem início nem fim. Evidentemente, os sinais reais
têm durações finitas. Verifica-se que uma senoide eterna é uma aproximação muito boa em
muitas aplicações práticas.
A senoide da fig. 1.2 é uma repetição infinita de oscilações idênticas entre picos positivos e
negativos. A amplitude VA (em volts) define os valores máximo e mínimo das oscilações.
O período To (geralmente em segundos) é o tempo necessário para completar um ciclo da
oscilação. A função senoide pode ser expressa matematicamente usando a função seno ou
cosseno. A escolha entre as duas depende do ponto escolhido para definir t = 0. Se esco-
lhermos t = 0 no ponto em que a senoide é zero, então podemos escrever como segue:
Por outro lado, se escolhermos t = 0 no ponto em que a senoide está no pico positivo, escre-
vemos a equação em termos de um cosseno:
Embora qualquer uma possa ser usada, é comum escolher t = 0 no pico positivo; portanto a
equação (S02) se aplica. Assim, continuamos a chamar a forma de onda de senoide embora
seja usada uma função cosseno para descrevê-la.
A senoide geral é obtida substituindo t por (t – Ts). Inserindo esta alteração na equação (S02)
obtemos uma expressão geral para a senoide como a seguir:
Em que a constante Ts é o parâmetro de deslocamento no tempo. A fig. 1.3 mostra que a se-
noide desloca para a direita quando Ts > 0 e para a esquerda quando Ts < 0. Na realidade, o
deslocamento no tempo faz com que o pico positivo mais próximo da origem ocorra em t =
Ts.
O parâmetro de deslocamento no tempo também pode ser representado por um ângulo:
A alteração do ângulo de fase move a forma de onda para a esquerda ou direita, revelando
diferentes fases da forma de onda oscilante (por isso ângulo de fase).
O ângulo de fase deve ser expresso em radianos, mas é mais comum fazê-lo em graus.
Deve-se ter o cuidado quando se calcula numericamente o argumento do cosseno 2πt/To + ϕ
para garantir que os dois termos tenham a mesma unidade. O termo 2πt/To tem unidade de
radianos, de modo que é necessário converter ϕ para radianos quando for dado em graus.
Uma forma alternativa da senoide geral é obtida expandindo a equação (S04) usando a iden-
tidade cos(x + y) = cos (x).cos (y) – sen (x).sen (y):
Para usar apenas uma destas equações, precisamos de três tipos de parâmetros:
1. Amplitude: VA ou os coeficientes de Fourier a e b;
2. Deslocamento no tempo: Ts ou o ângulo de fase ϕ; e
3. Tempo/frequência: To, ƒo ou ωo.
para todos os valores de (t). A constante To é denominada período da forma de onda se ela
for o menor intervalo não nulo para o qual υ(t +To) = υ(t). Visto que esta igualdade tem de
ser válida para todos os valores de t, segue que os sinais periódicos têm de ter formas de on-
da eternas que se estendem indefinidamente no tempo nos dois sentidos. Os sinais que não
são periódicos são denominados aperiódicos.
A forma de onda υ3(t) = υ1(t) + υ2(t) pode ser escrita como a seguir:
υ3(t) = (a1 + a2) cos (2πƒot) + (b1 + b2) sen (2πƒot) V
Advertência: A soma tem que ser feita com as senoides na forma de coeficiente de Fourier.
A soma não pode ser feita somando amplitudes e ângulos de fases.
As propriedades de derivação e integração dizem que quando derivamos ou integramos
uma senoide, o resultado é outra senoide com a mesma frequência:
Estas operações mudam a amplitude e o ângulo de fase, mas não mudam a frequência. O fato
da derivação e integração preservarem o formato da onda é uma propriedade importante da
senoide. Nenhuma outra forma de onda periódica tem esta propriedade de preservar o forma-
to.
Uma equação ou gráfico define uma forma de onda para todos os instantes. O valor de uma
forma de onda υ(t) ou i(t) no instante t é denominado valor instantâneo da forma de onda.
Com certa frequência usamos parâmetros denominados descritores parciais que caracteri-
zam aspectos importantes de uma forma de onda. Porém não fornecem uma descrição com-
pleta. Estes descritores parciais são classificados em duas categorias: (1) os que descrevem
características temporais e (2) os que descrevem características de amplitude.
Um sinal υ(t) é periódico se υ(t + To) = υ(t) para todo t, em que o período To é o menor
valor que atende a esta condição. Os sinais que não são periódicos são denominados a-
periódicos.
O fato de uma forma de onda ser periódica fornece informações importantes sobre o sinal,
mas não especificamente todas as suas características. Portanto, o fato de um sinal ser pe-
riódico é propriamente uma descrição parcial, assim como é o valor do período. Uma on-
da senoidal eterna é o primeiro exemplo de um sinal periódico. Exemplos de ondas aperi-
ódicas são as funções degrau, exponencial e senoide amortecida.
Diz-se que uma forma de onda é causal se for idêntica a zero antes de algum momento
específico. Dizendo isto de forma precisa,
Um sinal υ(t) é causal se existe um valor de T tal que υ(t) = 0 para todo t < T; caso con-
trário, ele será não causal.
Normalmente considera-se que um sinal causal seja zero para t < 0, visto que sempre po-
demos usar o deslocamento temporal para fazer com que o ponto de início de uma forma
seja em t = 0. Exemplos de formas de onda causais são as funções degrau, exponencial e
senoidal amortecida. A onda senoidal eterna é, evidentemente, não causal.
As formas de onda causais têm papel importante na análise de circuito. Quando a entrada
acionadora x(t) for causal, a resposta do circuito y(t) também tem de ser causal. Ou seja,
um circuito fisicamente realizável não pode se antecipar e responder a uma entrada antes
que ela seja aplicada. A causalidade é uma característica temporal importante, mas é ape-
nas uma descrição parcial da forma de onda.
Com esta definição, Vpp é sempre positivo mesmo se Vmáx e Vmín forem negativos. O
valor de pico (Vp) é o valor máximo absoluto da forma de onda. Ou seja,
Vp = Máx {|Vmáx|,|Vmín|}
O valor de pico é um número positivo que indica a excursão absoluta máxima da forma
de onda a partir do zero. A fig.1.4 mostra exemplos destes dois descritores de amplitude.
Os valores de pico e pico a pico descrevem as variações da forma de onda usando os valo-
res extremos. O valor médio suaviza as coisas para revelar a linha de base subentendida
da forma de onda. O valor médio é a área sob a forma de onda ao longo do período de
tempo T, dividida pelo período de tempo. Matematicamente, definimos o valor médio
(Vméd) ao longo do intervalo de tempo T como:
vo porque a área negativa abaixo do eixo do tempo é maior do que a área acima dele. De
modo similar, a forma de onda inferior possui, claramente, um valor médio positivo.
O valor médio indica se a forma de onda contém uma constante, que é uma componente
que não varia com o tempo. O valor médio também é denominado componente CC por-
que os sinais CC são constantes para qualquer t. Por outro lado, as componentes CA têm
valores médios nulos e são periódicas.
A raiz do valor médio quadrático (VRMS) é uma medida da potência média transportada
pelo sinal. A potência instantânea fornecida a um resistor R por uma tensão υ(t) é:
P(t) = 1/R[υ(t)]2
O valor dentro das chaves, é o valor médio do quadrado da forma de onda. As unidades
do termo entre os colchetes é o volt ao quadrado. A raiz quadrada deste termo define o
descritor parcial de amplitude VRMS:
A equação para a potência média em termos de VRMS tem o mesmo efeito que uma po-
tência fornecida por um sinal CC. Por esta razão o valor RMS foi originalmente denomi-
nado valor eficaz, embora este termo não seja mais comum. Se a amplitude da forma de
onda for dobrada, o seu valor RMS é dobrado e a potência média é quadruplicada.
Na fig. 1.5a temos uma fonte de tensão Vin alimentando a entrada do amplificador. Esta
tensão será amplificada de acordo com a expressão abaixo:
Vout = AVin
Esta tensão alimenta a malha de realimentação que, geralmente é um circuito ressonante. Por
isso obtemos realimentação máxima em uma certa frequência. A tensão realimentada (Vf)
que volta ao ponto X é dada por:
Vf = ABVin,
tes ruídos amplificados alimentam o circuito de realimentação ressonante. Através dos pa-
râmetros do projeto, podemos fazer o desvio de fase ao longo do ckt = 0º , na frequência
de operação do circuito tanque. Desta forma, obtemos oscilações apenas em uma frequência
de ressonância do circuito de realimentação.
Estes osciladores têm um desempenho satisfatório na faixa de 1MHz a 500 MHz, sendo, por
tanto, bem utilizado para gerar sinais senoidais na faixa de HF e VHF. Geralmente a sua
construção é a partir de circuitos a TJB e FET, pois esta faixa de frequência está bem acima da
frequência útil da maioria dos amplificadores operacionais.
Com um amplificador é um circuito tanque podemos realimentar um sinal com amplitude e
fase adequadas para manter as oscilações.
a) Condição Inicial - A condição inicial exigida para qualquer oscilador é que AB>1, na
frequência de ressonância do circuito tanque. Isto equivale a dizer que A >1/B.
O ganho de tensão A, nesta expressão, é o ganho de tensão na frequência de ressonância do
circuito tanque.
Analisando o circuito da fig. 1.6a VCout = VC1 e Vf = VC2. Como a corrente nos dois ca-
pacitores é comum:
OSTENSIVO 1-14 ORIGINAL
OSTENSIVO CIAA 117-075
2
1 Q
fr
2 LC
2
1 Q
na maioria dos casos Q > 10 e a equação da fr é simplificada para o valor ideal (fo).
Se Q < 10 a frequência de oscilação fica menor que a frequência ideal. Além disso, um baixo
Q pode levar o oscilador a não operar, visto que o ganho em alta frequência ficará abaixo de
1/B.
A fig. 1.7a mostra como acoplar a resistência de carga (R L). Se a resistência de carga for
grande, então não sobrecarregará demais o circuito ressonante e o Q será maior que 10. Por
outro lado, se RL for pequena, o Q cai abaixo de 10 e as oscilações podem não ter início,
como foi explicado anteriormente. Uma solução para este problema é usar o capacitor de a-
coplamento C5, com um baixo valor, de forma que a sua reatância Xc, seja grande em rela-
ção à RL, para a frequência de operação. Isto evitará a carga excessiva no circuito tanque, po-
rém a amplitude do sinal acoplado será pequena.
A fig. 1.7b mostra o acoplamento indutivo, que usa um transformador de RF como abaixa-
dor, pois a relação de espiras entre primário e secundário é grande (Np/Ns). Embora tenha
uma pequena amplitude no sinal de saída acoplado para R L, o acoplamento indutivo garante
a não influência de baixos valores de RL no Q do CKT tanque. O problema da baixa ampli-
tude é resolvido pela amplificação em classe A. O que se pode notar é que tanto um, quanto
outro tipo de acoplamento, reduz a amplitude do sinal de saída, mas garante um alto Q no
circuito tanque, o que garante uma saída senoidal não distorcida com um início confiável pa-
ra as oscilações.
Para que comecem as oscilações A > 1/B, logo A > ( C1 + C2)/C1. Esta aproximação não
leva em conta a impedância de entrada do amplificador.
Exercício proposto:
Analise o circuito da figura 1.10 e determine:
1) Qual a frequência de oscilação?
2) Qual o ganho da malha de realimentação?
3) Qual o ganho do amplificador para que fique garantido o início das oscilações?
fo = 1/2π√LC3
Por que isto é importante? Porque C1 e C2 são colocados em paralelo pelas capacitâncias do
transistor e pelas parasitas. Estas capacitâncias extras alteram ligeiramente os valores de C1
e C2. Num oscilador Colpitts, a frequência ressonante depende até certo ponto das capaci-
tâncias do transistor e das parasitas. Mas no oscilador Clapp, as capacitâncias do transistor e
OSTENSIVO 1-19 ORIGINAL
OSTENSIVO CIAA 117-075
de dispersão não tem nenhum efeito sobre C3, o que significa que a frequência de oscilação
é mais estável e mais precisa. É por isso que você ocasionalmente vê o oscilador Clapp sen-
do utilizado no lugar de um oscilador Colpitts.
A fig. 1.13 representa o circuito equivalente CA. Como o circuito de entrada está ligado à
porta, cuja resistência de entrada é supostamente muito alta, representa-se pelo circuito aber-
to. O FET tem como equivalente uma fonte de corrente com o valor dado por gm Vgs em pa-
ralelo com a resistência de saída rd. O trafo pode ser representado por uma indutância L no
primário e um fator de acoplamento M. A resistência série do trafo (que representa as per-
das) pode ser considerada como uma resistência efetiva em paralelo com o primário
Reff=Qs2.Rl. No circuito Qs é o fator Q-série do trafo que é definido como:
QS = (2πƒL)/Rs
fo = 1/(2π√LC)
Exercício
1) Calcular a fo e a transcondutância mínima (gm) do FET para o oscilador da figura 1.7,
que tem como valores: rd=40 K, L=4mH, M=0,1 mH, Rs=50 e C=1pF.
B = M/L
A = L/M
O enrolamento do secundário do transformador, neste tipo de oscilador, também é conhecido
como bobina de realimentação. A frequência de operação do oscilador é a frequência de res-
OSTENSIVO 1-22 ORIGINAL
OSTENSIVO CIAA 117-075
O circuito da fig. 1.15a representa um oscilador do tipo "Hartley". Note que os indutores L1
e L2 têm um acoplamento mútuo que deve ser levado em consideração na hora do cálculo da
frequência de ressonância. Já vimos que M (indutância mútua) é dada pela expressão M = K
√L1.L2, onde K é a constante que depende do núcleo do transformador, normalmente de
ferrite. O conjunto L1, L2, M e C, formam o circuito ressonante que é o circuito responsável
pela malha de realimentação B.
OSTENSIVO 1-23 ORIGINAL
OSTENSIVO CIAA 117-075
Ao analisar o circuito da fig 1.15b vemos que ele representa o equivalente CA do circuito da
fig 1.15a. Os capacitores Cg e Cc, são calculados como curto para a frequência de operação,
assim como CRF é circuito aberto. O FET foi substituído pelo seu equivalente. O circuito
tanque é formado pelos indutores L1e L2, acoplados por M e pelo capacitor C. Estes compo-
nentes têm como equivalente um circuito tanque formado por C e a indutância equivalente
do circuito indutivo Leq = L1 + L2 + 2M. Desta forma a frequência de operação do circuito
é dada, aproximadamente pela expressão:
fo = 1/(2π√LeqC)
Esta mesma configuração de oscilador pode ser conseguida com um amplificador a TJB, e-
missor comum, como mostrado no circuito da fig. 1.16.
Quando o circuito está em ressonância, a corrente flui através de L1 em série com L2 logo o
Leq = L1+L2+2M.
A realimentação é desenvolvida pelo divisor indutivo formado por L1 e L2, a tensão de saída
se desenvolve em L2 e a realimentação em L1, logo:
sagem de 180º. Como sabemos, o circuito RC introduz uma defasagem no sinal que é pro-
porcional aos valores de R, C e a frequência de operação (fo). Como a malha de realimenta-
ção é composta por 3 redes RC, é fácil deduzir, que cada rede terá que defasar 60º. Mas este
raciocínio é errado, pois temos que levar em conta que uma rede carrega a outra. Utilizando
os conceitos de análise de circuitos, aplicando o teorema de Maxwell:
Para determinar a tensão de saída Eo precisamos conhecer o valor de i3. Esta corrente é de-
terminada resolvendo o sistema com três incógnitas usando, por exemplo, determinantes.
Assim:
i3 = Ei.R2/[R3 – 5R X2C + j(X3C – 6R2. XC)]
i3 = Eo/R
Como a função de transferência deve ser um número real a parte imaginária deve ser nula.
X3C – 6R2.XC = 0
XC = 6R2 | XC/R = √6 | XC = R√6 | 1/2πfC = R√6
Então:
fo = 1/ 2πRC√6
Obs: para um sistema em que amplificador tenha uma impedância de saída tendendo a zero.
Nessa frequência:
Eo/Ei = R3/(R3 – 5R.X2C)
Como B = Eo/Ei e AB = 1
Então:
(Eo/Ei).A = 1 | Eo/Ei = 1/A
Então:
1/A = R3/(R3 – 5R.X2C)
A = (R3 – 5R.X2C)/ R3
Mas, XC = R√6, substituindo:
RL = [(RD.rd)/RD+rd)]
Podemos considerar que a Zin do amplificador é infinita (carga ideal). Mas para isto ser ver-
dadeiro a frequência de operação tem que ser suficientemente baixa, para que as capacitân-
cias do FET não influenciem a Zin. Outra consideração que se faz necessária é que R L tem
que ser baixa se comparada com a impedância da malha de realimentação, para que o efeito
de carga seja evitado.
Exercício: Desejamos fazer um circuito oscilador para a frequência de 1KHz, usando um
FET cuja gm = 5000 S e rd = 40K. Para o circuito de realimentação os resistores serão de
10K. Determine o valor de C para a malha de realimentação e o valor de R D do amplificador
para que haja oscilação em 1KHz quando A > 29.
b) Oscilador de deslocamento de fase a TJB - Se um TJB for usado como elemento ativo
do estágio amplificador, a saída do circuito de realimentação será consideravelmente
carregada, pela baixa impedância de entrada (hie) do transistor. É claro, se usarmos estágios
ampificadores casadores de impedância e isoladores, corrigiremos o problema, mas, isto
encareceria o circuito e complicaria o projeto. Então, o ideal é trabalharmos com apenas um
estágio amplificador. Analisemos o circuito da fig. 1.19.
onde R é o valor de um dos resistores da malha de realimentação. Para que o produto AB >
1 é necessário que o ganho de corrente do transistor atenda ao seguinte requisito:
c) Oscilador por deslocamento de fase com AMP-OP - O circuito da fig. 1.20 representa
um oscilador por deslocamento de fase usando um Amp-Op como elemento ativo. A malha
de realimentação é formada por um circuito RC de três estágios que defasa do sinal da fo
em 180º e, como já sabemos, o ganho desta malha (B) é igual a 1/29. Se o Amp-Op produz
um ganho (Rf/Ri) maior que 29, o produto AB será maior que 1 e o circuito passará a oscilar
na freqüência determinada pela expressão:
fo = 1/ 2πRC√6
a) Circuito de atraso
Analisando o circuito da fig. 1.21a sobre o aspecto do ganho do circuito que também é cha-
mado de função transferência, podemos dizer que:
O sinal negativo na expressão do angulo , significa que a tensão de saída estará atrasada
em relação tensão de entrada, o que “bate” com os conceitos adquiridos quando estudamos
circuitos capacitivos. Isto está representado na fig. 1.21b, diagrama fasorial entre entrada e
saída. Este ângulo de fase de saída está na faixa de 0 a 90º em relação ao fasor de entrada.
b) Circuito de Avanço
Da mesma forma:
Neste caso o angulo de fase é positivo o que caracteriza uma rede de avanço, pois o sinal de
saída está adiantado em relação ao sinal de entrada como mostra o diagrama fasorial da fig.
1.22b.
c) Circuito de Avanço-atraso
O circuito de realimentação do oscilador com Ponte de Wien é formado por um circuito de
avanço-atraso:
Analisando o circuito da fig. 1.23, verificamos que, se a frequência de operação for muito
baixa o capacitor C1 torna-se um circuito aberto e o sinal de saída cai a níveis muito baixos;
para as frequências muito altas, C2 aproxima-se de um curto circuito, e da mesma forma a
tensão de saída assume um valor, também, muito baixo. Se o valor da tensão de saída cair a
70% do valor da tensão de entrada, atingiremos o corte do circuito, o que é conhecido como
ponto de queda de 3 dBs.
Entre estes extremos, a tensão de saída atinge um valor máximo, fig. 1.24. A frequência des-
te ponto é chamada de frequência de operação ou frequência de ressonância do circuito, onde
o desvio de fase é 0º.
Verificando o gráfico fasorial representado pela fig. 1.25, podemos ver que em frequências
muito baixas o angulo de fase é positivo o que caracteriza o avanço. Em frequências muito
altas o angulo de fase é negativo, o que caracteriza o atraso. Entre estas frequências existe
uma em que a relação de fase é 0º. Esta é a frequência de ressonância. A fig. 1.26 mostra o
diagrama fasorial entre as tensões de entrada e saída. A extremidade do fasor pode estar em
qualquer ponto do circuito tracejado, por isso, o angulo de fase pode variar entre -90º e +90º.
Podemos afirmar então que o circuito da fig. 1.23 se comporta como um circuito ressonante
quando f = fr, a fração de realimentação, atinge um valor máximo de 1/3 e o angulo de fase é
de 0º. Acima ou abaixo de fr o ganho da malha B é menor que 1/3 e o angulo de fase não é
0º.
A equação de B, tem um valor máximo quando R = Xc, para esta condição, B = 1/3 e = 0º.
Este resultado representa a fr do circuito de avanço-atraso. Como Xc = R, podemos dizer
que:
1/(2π frC) = R então: fr = 1/(2πRC)
Como o circuito de avanço-atraso tem o ganho de 1/3 para fr, o ganho de tensão da entrada
não inversora é maior que 3 ao se estabelecerem as condições iniciais de operação, logo o
AB>1. Conforme cresce a oscilação, a resistência da lâmpada cresce, quando R lampada = R’,
AB=1, então o oscilador fica estabilizado com
fr = 1/(2πRC)
NOTA: Desvio de fase do amplificador - A defasagem introduzida pelo circuito deve ser
de 0º. No Ponte de Wien, a fase será 0º quando as oscilações atingirem a uma fr = 1/(2RC).
Logo podemos ajustar a fr variando os valores de R ou C, considerando que a defasagem in-
troduzida pelo amplificador é 0º. Para que isto aconteça é necessário haver um compromisso
entre a fr e a frequência critica do amplificador (fc).
fc > fr
EXERCÍCIO:
Para o circuito abaixo determine:
a) Sais de Rochelle - Maior atividade Piezoelétrica, vibram mais que outros, quando a eles é
aplicada uma tensão AC. Mecanicamente são mais frágeis. Muito utilizados em microfones,
toca discos, cabeçotes e alto-falantes.
b) Turmalina - Menor atividade Piezoelétrica, mais forte mecanicamente e de custo mais al-
to. Sua utilização é para frequências muito altas.
c) Quartzo - Compromisso entre a atividade Piezoelétrica dos sais e a rigidez mecânica da
turmalina, torna o custo baixo e é facilmente encontrado na natureza. Amplamente usado em
osciladores de RF e filtros.
Para utilização, o cristal é cortado como uma fatia retangular com espessura ‘t’, como apre-
sentado na fig. 1.30.
Quando o cristal está vibrando, comporta-se como um circuito sintonizado como mostra a
fig. 1.32. Dependendo do corte e espessura do cristal, os valores dos componentes equivalen-
tes podem variar. Como exemplo, um cristal pode ter as seguintes características:
L = 3 H, Cs = 0,05pF , R = 2 K e Cm =10 pF
Os cristais possuem valores de Q altíssimos. Para os valores acima podemos calcular um Q
acima de 3000, porém os cristais apresentam geralmente valores acima de 106. Estes altos
valores de Q determinam frequências estáveis nos osciladores.
Analise a expressão da fr exata:
2
fr
1 Q
2 LC
2
1 Q
Comparados com um oscilador LC, notamos que os osciladores a cristal têm uma tolerância
na fr muito pequena.
fS = 1/ 2π√LCS
fP = 1/(2π√LCLoop)
Por isso a frequência de oscilação deverá estar entre fS e fP; estas fixam os limites inferior e
superior para a frequência do oscilador a cristal.
Nesta variação do circuito Colpitts a realimentação é aplicada ao emissor e não na base. Esta
variação permite que o oscilador opere em frequências mais altas.
O oscilador do tipo “Clapp” é usado para melhorar ainda mais a estabilidade de frequência,
reduzindo sobremaneira o efeito das capacitâncias parasitas.
CAPÍTULO 2
GERADORES DE ONDAS QUADRADAS
sendo que:
1 T
A0 = (t) dt
T 0
2 T
An = Cos nt dt
T
0
Esta expressão representa as amplitudes das harmônicas em Cos de uma frequência funda-
mental
2 T
Bn = Sen nt dt
T
0
Também podemos afirmar que na expressão de (t), se (t) for par os termos Bn=0 e, se (t)
for ímpar, os termos An=0.
A expressão de (t) anteriormente mostrada é o que em matemática chamamos de série de
Fourier, que é um modelo matemático que transforma uma função que está no domínio do
tempo, para o domínio da frequência.
Podemos formar ondas não senoidais com elementos ativos como, TJB, válvulas ou CIs e com
elementos passivos como resistores e capacitores ou resistores e indutores. Estes circuitos res-
pondem expressões imediatas como integração e diferenciação.
Os sinais não senoidais ou complexos possuem uma infinidade de formas possíveis, porém as
mais amplamente usadas são: quadrada, dente de serra ou rampa e os pulsos ou impulsos.
OSTENSIVO 2-2 ORIGINAL
OSTENSIVO CIAA 117-075
Nas representações que foram apresentadas, estão apenas representadas poucas harmônicas,
mas a série de Fourier apresenta o somatório infinito das amplitudes para que o sinal resul-
tante fique igual ao sinal, quando analisado matematicamente. As representações apresenta-
das mostram apenas uma aproximação grosseira.
2.2 - MULTIVIBRADORES
São circuitos eletrônicos que geram em sua saída um sinal complexo de onda quadrada. Os
circuitos multivibradores (Fig. 2.1) são formados por dois amplificadores polarizados no
mesmo POE (ponto de operação estática), com a saída do amplificador A1 acoplado à entrada
do amplificador A2. Podemos dizer que estes dois amplificadores são polarizados de forma
que operem no corte e na saturação. Com relação à estabilidade do estado de saída, estes po-
derão ser classificados como: Biestáveis, Monoestáveis ou Astáveis.
A1
A2
c) Circuito discreto
I) Condições iniciais - Ao se ligar o circuito, o transistor mais sensível aos sinais de ruídos
presentes no circuito conduzirá primeiro, provavelmente aquele que apresentar um maior.
Estabelecida a condução de um dos TJBs, imediatamente o seu Vce cai, fazendo com que a
tensão de base do outro caia, elevando o seu Vce, que aumenta o Vb do transistor, que
começa a conduzir. Esta ação é cumulativa até que o transistor que conduziu primeiro atinja
a saturação, Vce=0 e o outro, o corte, Vce=Vcc.
Esta condição é estável pois o circuito, por meios próprios, jamais sairá desta condição.
Nesta condição um dos transistores terá o seu Vce=0, saída baixa, e o outro terá Vce=Vcc,
saída alta, como visto no diagrama de estados.
Ao se aplicar um pulso de disparo, note que um dos diodos estará polarizado diretamente e
conduzirá. Este diodo será o que está ligado à base do transistor que está cortado. Esta
condução do diodo, tirará momentaneamente o transistor do corte, o que provocará uma
nova ação cumulativa, o que resultará na troca do estado de saída.
II) Período do sinal de saída - O período do sinal de saída de um biestável é o dobro do
período do sinal de disparo, consequentemente, a sua freqüência será a metade.
EXERCÍCIOS
1) Determine e represente as formas de onda do sinal de saída de um biestável cujo sinal de
disparo tem uma FRI (freqüência de repetição de impulsos) de 800 pps.
disparo t=t
Q
t=t A B
Q
b) Aplicações
I) Regenerador ou restaurador de pulsos;
II) Circuito de retardo;
III) Circuito de disparo automático;
IV) Circuito temporizador em alarmes; e
V) Aplicações diversas em circuito digitais.
c) Circuito discreto
ton é o tempo de instabilidade do One Shot, e toff é o tempo necessário para que o circuito
restabeleça as suas condições iniciais de operação. Logicamente se esta condição for excedi-
da, o circuito não poderá executar a sua função acertadamente. Para cada tipo de One Shot
(transistor, FET, AmpOp ou CI) haverá um DC correspondente. O DC limita a frequência de
repetição de impulso (FRI).
Atualmente com o advento dos circuitos integrados digitais esta característica está sendo
posta de lado pelos circuitos conhecidos como “Retrigáveis”, cujo DC é ilimitado. Como e-
xemplos, podemos citar o 74122 (Fig. 2.6) que é um One Shot Retrigável da família TTL e
o 4098 (Fig. 2.7) que é um Dual One Shot Retrigável, da família C-MOS.
Para este CI da família C-MOS as características do pulso de disparo e do pulso de saída são
as seguintes:
Tout = RC
EXERCÍCIOS
1) Sabendo-se que um “one shot” (Fig 2.5) está sendo disparado por um trem de impulsos
cuja FRI é de 1600 pps, e que os componentes determinadores do período de instabilida-
de são: R=10K e C = .02 F, faça um gráfico da forma de onda de saída, admitindo que
em condições iniciais de operação Q=0 e Q’=1.
o processo se repete, agora na malha do outro transistor. Esta ação é cumulativa e estará se
repetindo enquanto o circuito estiver alimentado.
Normalmente os dois transistores estarão operando de modo que o DC (ciclo de trabalho) de
cada um seja de 50%. Neste caso teremos a simetria da forma de onda pois Ton=Toff. Se
por acaso o DC > 0,5, então Ton > Toff. Caso contrário, se DC < 0,5, então Ton < Toff.
Exercício:
No circuito analisado considere R1=R2=30K e C1=C2=20 nF. Determine a frequência de
operação.
Admitindo que Q=HI. Logo, o transistor de descarga está saturado, o que faz a tensão do
capacitor C se igualar a 0V. A tensão da entrada não inversora do AmpOp é chamada de
“tensão de limiar” e a tensão de entrada inversora é chamada de “tensão de controle”. Com
Q=HI e o transistor saturado, a tensão de limiar é mantida em 0V. A tensão de controle é
fixada em 10V.
Aplicando uma tensão HI em R, a saída Q=LO, isto faz o transistor cortar, o que acarreta a
carga no capacitor através de R. Conforme o capacitor aumenta sua carga a tensão de limiar
cresce na mesma proporção. Quando a tensão de limiar for levemente maior que a tensão de
controle, a saída do AmpOp [(Vout = (Vin1 – Vin2) A)] torna-se HI fazendo com que Q=HI,
saturando o transistor e fazendo com que a tensão no capacitor caia rapidamente. Vide a
forma de onda representada na fig. 2.14.
O comparador superior tem uma entrada de tensão de limiar (pino 6) e uma entrada de tensão
de controle (pino 5), normalmente a entrada de controle não é utilizada de modo que a tensão
de controle é igual a 2/3 Vcc. Sempre que a tensão de limiar exceder à tensão de controle a
saída do comparador ativa o flip flop. O transistor de descarga está ligado ao pino 7.
Quando a este pino é ligado um capacitor de descarga, toda vez que Q=HI, satura o transistor
e descarrega o capacitor. Quando Q=L, o transistor entra no corte e o capacitor pode ser
carregado. A saída do dispositivo está ligado ao pino 3. O pino 4 tem a função de desativar o
dispositivo toda vez que a ele for aplicado um nível de tensão LO. Para liberar a operação,
conecta-se o pino 4 ao pino de alimentação 8.
Quando a entrada de disparo é ligeiramente menor que Vcc/3, o comparador tem uma saída
alta e desativa o flip flop, cortando o transistor e permitindo que o capacitor se carregue.
Quando a tensão do capacitor é ligeiramente maior que 2/3 Vcc o comparador superior tem
uma saída HI que faz Q=HI; o transistor satura, descarregando rapidamente o capacitor. A
fig. 2.17 mostra o diagrama temporal do circuito.
T = 1,1 RC
Normalmente o 555 não é mostrado com suas conexões internas e sim como um bloco único,
apenas mostrando a pinagem do CI. Por isso é importante guardarmos a função de cada pino
deste CI, pois sua aplicação é cada vez mais comum em todos os circuitos que envolvam
temporização de sistemas.
Note que existe um capacitor de pequeno valor ligado do pino 5 ao potencial de terra. Este
capacitor faz a filtragem do ruído da tensão de controle. Lembre-se que um pulso baixo (LO)
no pino 4 desativa o flip flop, logo deveremos ligá-lo para Vcc para evitar disparos
aleatórios. A fig. 2.18 mostra um Monoestável (one shot) com o 555 representado em um
circuito reduzido.
DC = TON/(TON + TOFF)
fo = 1,44/(RA +2RB) C
A fig. 2.20 mostra o diagrama simplificado do oscilador 555 e as formas de onda resultantes.
Este circuito é projetado de forma que UTP LTP a diferença entre estes dois potenciais
(UTP - LTP) é conhecida como histerese do circuito, por analogia ao que acontece no
fenômeno da magnetização do ferro. A fig. 2.22 ilustra a curva de transferencia Vout = f
(Vin), para um Disparador Schimitt.
No CI 7404 - TTL
UTP = 0,95 V e LTP = 0,7 V
No CI 40 50 - CMOS
No circuito TTL, é necessário que o sinal de entrada provenha de uma fonte de baixa
impedância de saída. No circuito CMOS a impedância da fonte está limitada ao valor de
RI.( Fig. 2.23)
Apesar dos circuitos anteriores operarem relativamente bem dentro dos limites impostos, é
mais conveniente usarmos circuitos Schimitt Trigger já disponíveis na forma de CIs. Na
série TTL encontramos o 7413 que é um Dual Nand Gate four Input Schimitt Trigger ou o
7414 que é um Hex inverter Schimitt Trigger. Em ambos os casos LTP=0,9V e UTP=1,7V
com histerese de 0,8V.
Na série CMOS, podemos citar o 4093 que é um Quad Two input Nand Gate Schimitt
Trigger. Neste circuito teremos duas faixas de histerese.
Para alimentação de 5V : LTP = 2,3V e UTP = 2,9V e histerese de 0,6V
Para alimentação de 10V: LTP = 3,9V e UTP = 5,9V e histerese de 2,0V.
CAPÍTULO 3
CIRCUITOS GERADORES DE PULSOS
No circuito da fig. 3.1 quando é aplicada a alimentação ao coletor do transistor, este começa
a conduzir, fluindo uma corrente de coletor através dos terminais 3 e 4 do transformador de
pulsos, o que provoca o aparecimento de um campo magnético que ali se desenvolve,
induzindo uma tensão nos outros dois enrolamentos. Isto faz com que no terminal 1 apareça
uma tensão positiva, que é acoplada através de Cf para a base de Q1, saturando-o, o mesmo
ocorrendo com relação ao terminal 5 do transformador.
Analisando o circuito podemos deduzir que a constante de tempo de carga de Cf é muito
pequena, por que se faz através da junção base-emissor de Q1, que está diretamente
polarizada. Quando o transistor atinge a saturação plena e sua corrente se torna constante,
deixa de existir a tensão induzida, pois o campo magnético do transformador começa a
diminuir (Lei de Lenz Em = - L . i/t). Não havendo mais aumento na carga de Cf este
começa a descarregar, agora, por outro caminho, através de Rf. A descarga do capacitor
torna a base negativa, o que faz o transistor ir ao corte. Esta descarga é feita de forma lenta
devido ao valor de Rf ser muito maior que a resistência de base do transistor. Quando a
tensão no capacitor atingir um valor que tire a polarização reversa da base, um novo ciclo se
reinicia.
Note que a diferença entre o oscilador de bloqueio livre e o monoestável é que, no livre, a
polarização de base é feita de modo que o amplificador esteja operando em sua região ativa,
ou seja, em Classe A ou AB. No monoestável, a polarização é feita de maneira a operar em
Classe B.
No circuito da fig. 3.3 o transformador fornece a realimentação positiva para desestabilizar o
amplificador e ao mesmo tempo acopla o sinal de saída. O capacitor Cf acopla o sinal de
D = A. Kt
Nesta relação, se fizermos AK=1 teremos a escala horizontal do osciloscópio diretamente ca-
librada no tempo. Nos osciloscópios mais modernos, nesta escala horizontal, o produto AK é
dado desde cm/s até cm/ns.
Com o eixo horizontal calibrado em tempo e a deflexão vertical proporcional à f (t), se a per-
sistência luminosa da tela for suficiente, a forma de onda de f (t) aparecerá na tela, como por
exemplo T1= 3T, teremos 3 ciclos de f (t).
O circuito da fig. 3.7 representa um gerador de rampa a partir de um one shot 555
A idéia é substituir o resistor por uma fonte de corrente constante, para que o capacitor se
carregue através dela. Para o transistor do circuito teremos:
Vcc Ve
Ic
Re
15V 10,7
Ve=10V + 0,7V = 10,7V ; Ic = Ic = 0,215 mA
20 K
Quando o “timmer” recebe um pulso de disparo (Vin) (Fig. 3.8), a fonte de corrente força
a passagem de uma corrente de carga constante pelo capacitor, portanto a tensão de carga
do capacitor é uma rampa (Vout) e a inclinação da rampa é dada por:
Ic
S
C
“S” é uma unidade que mostra qual a variação da tensão em relação ao tempo. Se a cor-
rente da fonte for de 215 mA e a capacitância de 22F, a rampa terá uma inclinação de :
S = I / C = 215 mA / 22 uF = 9,77 V / ms
O problema pode ser contornado se, ao invés de usarmos como carga do coletor do tran-
sistor de saída um elemento passivo (R2 no circuito anterior), ligarmos o coletor ao Vcc
através de uma fonte de corrente constante, como mostra o circuito da fig. 3.11
1
υ(t) = I dt
C2
I
resolvendo a integral temos: υ(t) = t
C2
I = (Vz – 0,6)/R2
Ie = ( Vz – 0,6)/R2
Nos transistores podemos dizer que Ic = Ie, então afirmamos que a corrente de coletor é:
Ic (Vz – 0,6)/R2
Esta relação determina a corrente de carga do capacitor, logo podemos dizer que:
I = Vcc/R (I1)
Por outro lado, tendo em vista que a impedância de entrada do amplificador é muito
elevada, temos que a corrente I fluirá para o capacitor C. Desse modo I ≈ -ic. Sendo
constante a corrente que flui para o capacitor C, a tensão entre seus terminais cresce
linearmente com o tempo. A tensão entre os terminais do capacitor C pode ser dada por:
Mas, por outro lado, tendo em vista que I = -ic, a partir da relação Ic = C( dVc/dt) = -
C(A +1) (dVe/dt), podemos escrever que:
Por outro lado, tendo em vista a relação I = Vcc/R, podemos concluir que:
Nessas condições, podemos observar que tudo se passa como se dispuséssemos de uma
tensão Vcc multiplicada pelo ganho do amplificador e um resistor (A + 1) vezes maior
que o resistor R.
Como segundo caso, vamos adimitir que dispomos de um quadripolo cujo ganho A é tão
proximo de 1 quanto possível e que tenhamos, também nesse caso, impedância de entrada
praticamente infinita e impedância de saída praticamente igual a 0. Reportando-nos ao
diagrama em blocos delineado na fig. 3.13, temos esquematizado um gerador linear de
varredura denominado de Bootstrap usando um amplificador desse tipo.
A tensão VB, durante o período que a chave de entrada está fechada, é igual à tensão
presente nos terminais do capacitor C2. Esse capacitor tem normalmente um valor muito
elevado, de modo a manter com grande precisão a tensão entre seus terminais durante o
período de duração da tensão de varredura. Vamos supor que abrimos agora a chave de
entrada. O capacitor C1 de entrada começa então a receber cargas através do resistor R1
e, desse modo, a tensão entre seus terminais Ve começa a aumentar de valor. Como o
ganho de tensão é praticamente igual a 1, a tensão de saída Ve tende a acompanhar
exatamente o valor da amplitude da tensão de entrada. Por outro lado, como o capacitor
C2 tem valor elevado, o aumento da tensão Vs se transfere através desse capacitor para o
ponto B. O resultado de tudo isso é que a tensão do ponto B aumenta de valor, da mesma
forma que aumenta de valor a tensão do ponto A. Temos assim uma queda de tensão
constante através do resistor R1 e, assim, uma corrente I constante circulando pelo
mesmo. Essa corrente pode ser dada por:
Ora, o capacitor C1 recebendo cargas através de uma corrente I constante tem a tensão Ve
entre seus terminais, dada por:
υe = 1/C ∫ I dt (I9)
Então:
Podemos observar que, tanto no primeiro caso de uso de amplificador como no caso atual,
consideramos especificações e condições ideais que são muito difícies de ser preenchidas,
na prática. Vamos, nas duas subseções seguintes, usando os princípios expostos nesta
introdução, implementar, em termos de circuitos, os geradores de varredura linear tipo
Miller e tipo Bootstrap.
Q2 atua como uma chave de entrada. A polarização é feita de forma que estabelecidas as
condições iniciais, este transistor estará saturado. Será levado ao corte, se aplicarmos à
sua entrada um pulso negativo de tensão, logicamente satisfazendo a condição de que
R1C1 >> , sendo “” a largura máxima do pulso de entrada. Saturado Q2, a tensão entre
o ponto A e terra é de 0,3V, então a tensão de carga do capacitor C2, inicialmente
será de Vcc - 0,3V sendo 0,3V = Vce de saturação de Q2. Aplicado o pulso de en-
trada, Q2 irá ao corte e a tensão do ponto A para terra passa de 0,3V para 0,6V, ponto
em que Q1 passa a conduzir.
Estudando o circuito equivalente da fig. 3.15, chamamos de Icb01 a corrente de fuga co-
letor-base, emissor aberto. A corrente de base do transistor Q1 pode ser dada por:
Assim:
iRC = Vcc – (0,6 + VC)/RC (M6)
A tensão através dos terminais do capacitor C2, tendo em vista (M2) e (M3):
- (iC2/ᵦF) – IC2 – (Vcc/ᵦFRC) + [(0,6 + VC2)/ᵦFRC] + [(ᵦF + 1)/ᵦF](Icb01 – Icb02) + (Vcc – 0,6)/R2 = 0 (M8)
Vc + (ᵦF + 1)C2RC (dVC2/dt) (Vcc – 0,6) – [ᵦF RC(Vcc – 0,6)/R2] + (Icb01 – Icb02) (M10)
Fazendo uma comparação entre (M15) e (I6), podemos notar que, apesar de termos, no
circuito transistorizado adotado, impedância de saída relativamente baixa e impedância
de entrada relativamente alta, a não ser os inconvenientes introduzidos pela estabilidade
térmica, não temos diferenças formais entre as duas relações. Isso se deve ao fato de que
o circuito transistorizado adotado, cujo esquema está na fig. 3.15, é virtualmente o dual
do amplificador adotado na seção introdutório de GDS com amplificadores.
Nessas condições, substituindo os valores de ib, iCQ1 e iC2 nas relações anteriores:
Comparando (M10) com (M18), nota-se que as duas são idênticas, exceto quanto a deta-
lhes de circuito, o que confirma a dualidade do circuito transistorizado.
Retornando ao circuito da fig. 3.15, vamos analisar as particularidades da forma de onda
do sinal de saída do mesmo. Vamos considerar como condição inicial o instante em que
o Q2 é levado da saturação ao corte, devido à aplicação de um pulso negativo à entrada
do circuito. No instante da transição, a tensão no capacitor C2 é de Vcc – 0,3V e a ten-
são do ponto A em relação a terra passa de + 0,3 a + 0,6V, ponto em que o transistor Q1
passa a conduzir. Se o ponto A passar de + 0,3 a + 0,6V, a tensão do ponto B em rela-
ção a terra passa de Vcc a Vcc + 0,3. Essas variações podem ser analisadas no gráfico da
fig. 3.17b. A partir do instante t1, a tensão de saída começa a cair linearmente com o
tempo, obedecendo aproximadamente com a relação:
Essa relação foi obtida através de (M15), tendo em vista VB = VC2 + 0,6V. A queda de
tensão cessa quando Q1 entra em saturação. Q1 permanece nessa condição até que Q2
seja novamente levado à saturação pelo término do pulso negativo aplicado à sua entra-
da.
Vimos nessa seção introdutória que para implementar um gerador de varredura linear,
operando pelo o princípio de Bootstrap, é necessário dispor de um amplificador com
ganho tão próximo de 1 quanto possível, tenha elevada impedância de entrada e baixa
impedância de saída. Com esse fim, vamos considerar o circuito Bootstrap esquemati-
zado na fig. 3.20. Nesse esquema, o transistor Q1, em conjunto com o resistor R1 e o
capacitor C1, serve para substituir a chave de entrada. O transistor Q2, por sua vez, em
conjunto com o R3 substitui o amplificador com ganho A próximo a 1. O capacitor C3 é
OSTENSIVO 3-18 ORIGINAL
OSTENSIVO CIAA 117-075
um capacitor com valor muito elevado, tal que R2C3 >> τ sendo τ o máximo intervalo
de duração de varredura. O capacitor C3 deve manter a tensão constante entre seus ter-
minais, de modo a transferir as variações da tensão de saída para o ponto B. Finalmente,
o resistor RD do diagrama em blocos esboçado na fig. 3.13 foi substituído pelo diodo D
no esquema da Fig. 3.20. Essa substituição é vantajosa por dois motivos, que discrimi-
namos a seguir:
1 – Em cada período de varredura linear, a tensão do ponto B com relação à terra atinge
valores maiores do que a tensão de alimentação +Vcc, devido à tensão presente nos ter-
minais do capacitor C2. Se, entre o ponto B e a tensão +Vcc, tivéssemos o resistor RD,
este tenderia a descarregar o capacitor C2 mais rapidamente. Entretanto o diodo D, sen-
do polarizado reversamente quando a tensão do ponto B for maior do que +Vcc, não
drenará a corrente do referido capacitor.
Vamos estudar a operação do circuito gerador de varredura linear esboçado na fig. 3.20.
Para isso, admitamos que, no instante t1, o transistor Q1 seja cortado. Nessas condições,
a tensão no ponto A em relação a terra é + 0,3V. Por outro lado, o transistor Q2, sendo
um seguidor de emissor, encontra-se sempre na região ativa, de modo que a tensão de
saída, no instante t1 de corte do transistor Q1, é aproximadamente -0,3V. Nesse mesmo
instante, a tensão no ponto B em relação à terra é Vcc-0,6, de modo que a corrente que
circula pelo resistor R2 pode ser dada por:
Essa corrente se divide em três partes. Uma é usada para carregar o capacitor C2, outra
para fornecer a corrente de base do transistor Q2 e, finalmente, a última parte serve para
fornecer a corrente Icb0 1, que é a corrente de fuga coletor-base, emissor em aberto, do
transistor Q1 que está cortado. A fig. 3.21 mostra o esquema de um circuito equivalente
ao circuito esquematizado na fig. 3.20 quando o transistor Q1 estiver cortado. Observe
que, nesse circuito equivalente, não colocamos o diodo D1, pois esse componente está
reversamente polarizado, tendo-se em conta que a tensão do ponto B é maior que Vcc –
0,6V.
O valor das correntes IR2, iR3 e Ic2, por sua vez são dados diretamente pelas relações
(B01), (B05) e (B07), substituindo na relação (B08), tende em conta (B04):
VS + (ᵦF + 1)C2R3 dVS/dt = ( R3/R2) ᵦF(Vcc – 0,9) – Vcc + (ᵦF + 1)R3(Icb02 – Icb01) (B09)
A relação (B09) apresenta surpreendente semelhança com a relação (M10), o que mostra
que os circuitos das fig. 3.14 e fig. 3.20, são topologicamente quase equivalentes. Nes-
sas condições, a relação (B09) mostra que o circuito esquematizado na fig. 3.20. tem as
mesmas dificuldades de estabilidade térmica que o circuito de Miller. Outro fato surpre-
endente na relação, é que a constante de tempo determinante da tensão VS e, assim, de-
terminante de tensão VC2 depende do resistor R3 e não do R2. Admitindo que os termos
em Icb0 não tenha influência sensível, a tensão VS em função do tempo:
Estes tipos de varreduras estudados são aplicados em sistemas que usam varredura ele-
trostática, como por exemplo, os circuitos vertical e horizontal dos osciloscópios. A var-
redura é feita através de tensão e por isso é gerado, pelo sinal de saída, um campo ele-
trostático na carga, daí o nome varredura eletrostática. Podemos concluir que a varre-
dura eletrostática é gerada por um sinal de tensão cuja variação é linear.
ra linear de corrente. Para que se chegue a esta conclusão vamos analisar a operação do cir-
cuito da fig. 3.23.
O circuito opera como um gerador de varredura linear de tensão. Note que Q1 é a chave que
dá o início da varredura. Q2 com os seus componentes associados opera no princípio de um
gerador de rampa do tipo Bootstrap, que gera no seu emissor ponto A, uma tensão de varre-
dura linear a partir de 0,3V até um valor máximo de Vcc - 0,3V. Quando VA= -0,3V, a ten-
são em Ref é igual a Vcc - 0,3V, considerando Q3 na região ativa. Nestas condições, a cor-
rente de emissor de Q3 para o to será:
Esta relação mostra que a corrente na bobina varia linearmente com o tempo.
A função de D1 e D2 é proteger o transistor e sua ação se faz presente quando esse dispositi-
vo é levado novamente ao corte. De fato, sendo o transistor levado ao corte, temos uma e-
nergia acumulada no indutor dada por:
E = ½ ( L.IL2max ) (C03)
Como esta energia não pode ser dissipada instantaneamente, a corrente I Lmax continua cir-
culando pelo indutor, fazendo com que a tensão no ponto A e a tensão no ponto B aumentem
até que a tensão no ponto A atinja um valor igual a Vcc + 1,2V. Neste ponto, D2 conduz fi-
xando a tensão no ponto B em Vcc + 0,6V. É possível em algumas circunstâncias que a ten-
são no ponto A tenda a ficar negativa com relação à tensão no ponto B devido à energia a-
cumulada no indutor. Nesse caso o diodo D1 deixa de conduzir e isola o indutor do resto do
circuito.
O circuito da fig. 3.25 mostra uma forma de gerar varredura de corrente diretamente pelo uso
de um indutor.
CAPÍTULO 4
CIRCUITOS CONTROLADORES DE FREQUÊNCIA
Note que apenas dois amplificadores operacionais são necessários, um é usado para integrar
a tensão DC de entrada de controle, VC, e o outro é conectado como um “Schimitt Trigger”
o qual monitora a saída do integrador. O disparo do circuito é usado para controlar o
“Clamp” do transistor Q1. Quando Q1 está conduzindo a corrente de entrada I2 é desviada
para massa. Durante este meio ciclo a corrente de entrada I1 causa na tensão de saída do in-
tegrador uma rampa de descida, para o menor ponto da forma de onda triangular (saída 1). O
“Schimitt Trigger” troca o estado de saída e o transistor Q1 corta. A corrente I2 é exatamen-
Portanto, uma vez que, VH, VL, R1 e C são valores fixos, a frequência de saída, f , é uma
função linear de I1 (como desejado para o VCO).
A qual cai dentro da faixa especificada pelo fabricante que é de 0,75V + = 9V, para o caso.
Calculando a freqüência:
2 12 10,4
f0 11 32,5KHz
10 82 10 12
4
Um outro exemplo é mostrado na fig. 4.5, onde a frequência da onda quadrada pode ser ajus-
tada usando a tensão de entrada, Vc.
Vc
R3 R4
V [
5 18K ] 12v 11,54v
R2 R3 R4 0,51 5 18K
Resultando uma frequência de saída inferior de:
2 12 11,74
f0 11 19,7 KHz
10 22 10
4
12
Com o contato de R3 em baixo (R mínimo), a tensão de controle é:
R4 18K
Vc [ ] 12V 9,19V
R2 R3 R4 0,51 5 18K
Resultando numa frequência superior de:
2 12 9,19
f0 11
( ) 212,9KHz
10 22 10
4
12
A frequência da onda quadrada poderá ser variada usando R3 dentro de uma faixa de
frequência de pelo menos 10:1.
Se ao invés de variarmos um potenciômetro para mudar o valor de Vc, uma tensão
modulante de entrada, Vin, pode ser aplicada como mostrado na fig. 4.6.
O divisor de tensão fixa Vc em cerca de 10,4V. Uma tensão de entrada AC de cerca de 1,4V
de pico pode forçar Vc a variar em torno do POE entre as tensões de 9V e 11,8V, fazendo a
frequência de saída variar dentro de uma faixa de cerca de 10:1. O sinal de entrada Vin,
Nem todos os PLLs são constituídos exatamente de acordo com o diagrama em blocos mos-
trado na fig. 4.7, sendo possíveis as seguintes alterações:
a) inclusão de um estágio amplificador entre a saída do filtro de passa baixas e a entrada do
Vco. Este amplificador é necessário quando a tensão produzida pelo comparador de fase não é
suficiente para controlar diretamente a entrada do Vco.
b) a inclusão de um filtro de passa baixas no caminho da tensão de saída, com a finalidade de
atenuar mais fortemente a componente CA produzida pelo comparador de fase. Este procedi-
mento é empregado, principalmente, quando o PLL é usado como demodulador de FM. E-
xemplos de PLLs monolíticos: CI-565 e 4046.
O PLL é um dispositivo muito usado em telecomunicação e outros campos, com as mais di-
versas finalidades, como recuperação de portadora em PSK e QAM, recuperação de relógio
(sincronismo) em transmissões digitais, demodulação de sinais FM ou FSK e muitas outras.
Usado com um divisor de frequência após o VCO e um oscilador a cristal gerando Ve, atua
como sintetizador de frequência para geração de portadoras e sinais de sincronismo.
O PLL é um caso particular de servo mecanismo ou sistema retroalimentado.
De acordo com a aplicação, pode ser implementado de forma analógica ou digital ou por
software em DSP (Digital Signal Processor).
c) o VCO, Oscilador Controlado por Tensão, gera um sinal cuja frequência fv depende da
tensão de controle Vc. Tem ganho definido por:
Gv = 2 df/dVc (radianos/volts.segundos)
Como o circuito forma um elo fechado, para ser estável tem de ser realimentado negativa-
mente, o que se consegue projetando-se corretamente o sinal de Gd, Gf e Gv. O produto dos
três é o ganho do elo aberto: Gea=Gd.Gf.Gv (unidade:1/s). O ganho em elo fechado do PLL
é:
Gef = Gea/1+Gea.
Na ausência de sinal de entrada Ve, a tensão Vc é zero e o VCO oscila na frequência central
fo.
Com sinal de entrada Ve, e frequência fe, dentro da faixa de captura ou aquisição Fa, aparece
uma tensão Vd na saída do detetor de fase, tal que a frequência do VCO seja alterada até ser
igual à frequência do sinal de entrada, porém mantendo um erro ou diferença de fase cons-
tante e tal que gere um Vc que sustente esta nova frequência do VCO. Por exemplo, se o de-
tector de fase for um ou-exclusivo, o erro de fase será 90 graus quando fe = fo (fig. 4.9).
Nesta condição estável, o PLL está sincronizado ou travado, às custas de uma diferença de
fase (dphi) entre Ve e Vv, daí o nome de Elo Travado por Fase, mantendo a frequência fv
do VCO exatamente igual a frequência fe do sinal de entrada. Se fe variar dentro da faixa de
sincronismo Fs, a frequência do VCO acompanha fe.
Observação: para cada valor de fe dentro da faixa de sincronismo Fs ,existe um único valor
para dphi e Vc, constantes. Como a frequência é proporcional à derivada da fase e, a deriva-
da de uma constante é zero, a diferença entre fe e fv é zero e, portanto, as duas frequências
são exatamente iguais, não importando o valor do erro de fase, desde de que fique constante.
Um exemplo típico de uso do PLL é para demodular sinais em FM. O sinal FM é aplicado na
entrada do PLL, com desvio de pico a pico dentro da faixa Fs. Se houver uma relação linear
entre fv e Vc do VCO, então Vc terá uma componente alternada igual ao sinal modulante,
pois Vc e fv do VCO irão acompanhar as variações de frequência de entrada, desde que o fil-
tro passa baixas esteja corretamente projetado.
Obs: faixa de captura ou aquisição Fa e a faixa de sincronismo ou travamento/amarração Fs.
Conclusão: para o PLL poder sincronizar-se (travar) a partir da condição não travada, é pre-
ciso que fe esteja acima de f 1 ou abaixo de f 3, ou seja, dentro da faixa de aquisição Fa = f 3
– f 1. Uma vez sincronizado, o PLL se mantém sincronizado desde que fe não passe acima
de f 2 e nem abaixo de f 4, ou seja, fe não saia da faixa de sincronismo Fs = f 2 - f 4. Obs.:
Fa é menor ou no máximo igual a Fs, dependendo do projeto do PLL.
4.2.3 - Operação dinâmica do PLL
Até agora vimos o comportamento do PLL em regime estático ou para variações lentas da
frequência do sinal de entrada. Veremos agora os princípios básicos do comportamento di-
nâmico ou transiente do PLL, ou seja, como Vc acompanha variações rápidas ou bruscas da
frequência do sinal de entrada, como, por exemplo, uma mudança de frequência de entrada
em forma de degrau (fig. 4.10)
4.2.4 - Vantagem
Considerando apenas o funcionamento estático, não tem muita vantagem o uso do PLL, pois
ele apenas gera uma réplica do sinal de entrada, desde que a sua frequência esteja dentro das
faixas Fa e Fs, a não ser que permita demodular um sinal FM, o que pode ser feito com ou-
tros circuitos mais simples como os discriminadores.
Considerando o seu comportamento dinâmico ou transiente, o grande mérito do PLL é que
ele consegue gerar uma réplica limpa e quase sem ruído de um sinal misturado com ruído,
interferências, com tremor de fase e até mesmo com cortes de curta duração. Portanto o PLL
permite reconstituir ou recondicionar sinais deteriorados pelo ruído, ou ainda, separar um de-
terminado sinal no meio de muitos outros.
Figura 4.14a
Figura 4.14b
Figura 4.14 - Demodulador de FM
O 565 usa duas fontes de tensão V+ e V- . A fig. 4.14a mostra o PLL conectado para operar
como demodulador de FM. O resistor R1 e o capacitor C1 determinam a frequência livre do
Vco (f0 ).
0,3
f0
R1C1
f 0 = 136,36 KHz para os valores especificados no diagrama.
Como o Vco do 565 tem uma limitação para R1 entre 2k e 20K a faixa de amarração
(sincronismo Fs) é:
8 f0
Fs , + 181,8KHz para os valores especificados.
V
A faixa de captura (aquisição), para os valores de 6V na fonte será:
1 2Fl
Fa = +156,1 KHz para os valores aqui especificados.
2 R 2C 2
O sinal no pino 4 é uma onda quadrada de 136,36KHz. Um sinal de entrada dentro da faixa
de amarração de 181,8 KHz produz um sinal de saída no pino 7 variando em torno do seu
nível de tensão DC, de acordo com a frequência f in.
A fig. 4.14 mostra a saída do pino 7 em função da fin. A tensão DC do pino 7 está relaciona-
da linearmente com a frequência do sinal de entrada (f in), dentro da faixa de frequência
O oscilador de referência gera um sinal de 100 KHz que é sucessivamente dividido até que a
saída do último divisor seja de 10 Hz. A grande estabilidade do oscilador de referência ga-
rante a estabilidade dos sinais divididos e, por decorrência, todos os harmônicos e sub-
harmônicos gerados.
Por exemplo, um sinal quadrático de 100 KHz, tem harmônicos de 300, 500, 700, 900....
KHz, sempre acrescentando os múltiplos ímpares da frequência fundamental.
Por outro lado, o batimento de um sinal de 100 KHz com o sinal de 300 KHz produz harmô-
nicos tanto em 200 quanto em 400 KHz.
O processo de batimento é rigorosamente idêntico ao aplicado nos receptores AM, onde se
produz um batimento do sinal de entrada com o sinal do oscilador local, o que gera a fre-
quência intermediária (FI).
Um sistema de filtros é usado para recolher os sinais desejados. Observe que nesse processo
foram gerados sinais de 100 e 900 KHz, em degraus de 100 KHz.
O gerador espectral tem, portanto, um grande número de saídas (nove no caso visto). Apenas
uma delas deve ser usada. Para seleção da saída é colocado um seletor de harmônicos. Tais
seletores nada mais são que chaves eletrônicas que apenas conectam uma das saídas aos blo-
cos seguintes do sintetizador.
O sinal do oscilador de referência é dividido por 10. A frequência de entrada do gerador es-
pectral 2 é de 10 KHz. O mesmo processo é repetido neste gerador. Como resultado as saídas
deste gerador apresentarão sinais de 10 a 90 KHz, em degraus de 10 KHz.
O processo é repetido de tal forma a produzir sinais de 1Hz a 900 KHz nas saídas dos gera-
dores espectrais.
4.3.2 - Processo de seleção de frequência
Digamos que o usuário do sintetizador deseja obter um sinal de 875 KHz. Os seletores har-
mônicos são acionados para fornecer os sinais de 800 KHz (seletor 1), 70 KHz (seletor 2) e 5
KHz (seletor 3). Os blocos seguintes fazem um novo batimento e misturam os sinais selecio-
nados até que na saída se obtenha a frequência desejada.
As repetidas filtragens que o sinal sofre fazem com que na entrada do amplificador de saída
tenhamos um sinal atenuado de 70 a 80 dBs em relação à amplitude do sinal do oscilador de
referência.
4.3.3 - Tipos de sintetizadores de frequência
Basicamente há duas categorias de sintetizadores: aqueles usados como subsistemas de um
determinado equipamento (transceptores, receptores, transmissores) e aqueles usados em e-
quipamentos de teste. O primeiro requer comandos externos que selecionem determinada
frequência, necessária para a operação do equipamento ao qual estiver ligado. Modernos re-
ceptores de FM têm seletores de emissoras digitalizados. Neste caso ao selecionarmos uma
determinada tecla já estaremos selecionando a frequência de saída do sintetizador. O segun-
do tipo, apresenta um teclado onde a frequência de saída é escolhida de acordo com a neces-
sidade.
A síntese de frequência é um processo simples de gerar qualquer frequência desejada, dentro
de uma banda que pode cobrir muitas décadas. Se ainda considerarmos a grande estabilidade
em frequência, podemos ver a sua grande utilidade nos equipamentos atuais de telecomuni-
cações. Sofisticados transmissores, receptores e transceptores atuais já se servem dos sinte-
tizadores para conseguir uma seleção rápida e exata de uma frequência de operação. Além
disso, o fato de os sintetizadores usarem circuitos digitais permite a sua aplicação em siste-
mas computadorizados sem a necessidade de circuito de conversão D/A ou A/D.
a) Batimento de sinais
Observamos que os sintetizadores usam circuitos misturadores e circuitos de batimento. O
circuito misturador nada mais é do que um somador. A fig. 4.20 mostra um somador resisti-
vo, o mais simples de todos os somadores.
O circuito é composto por um PLL que contém um divisor de frequência programável entre
a saída do Vco e a entrada do comparador de fase. Também no circuito está incluído um
oscilador de referência controlado a cristal e o divisor de frequência ( R ).
O sintetizador mostrado está programado para gerar uma frequência de 14220 KHz. Para is-
so, o divisor programável ( N) recebe em seu barramento de dados o código correspondente
ao fator de divisão utilizado, neste caso 711. Assim, na entrada fn do comparador de fase te-
remos a frequência do 20 KHz (14220 KHz 711). Como a entrada fs do comparador rece-
be o sinal de 20 KHz vindo do divisor de referência, a tensão de saída VD, do compara-
dor de fase irá variar até que o Vco oscile exatamente na frequência N fs, que é 711 20 KHz
= 14220 KHz. Se desejarmos uma frequência maior deveremos aumentar N, sendo que o es-
paçamento mínimo entre as frequências será igual à 20 KHz, ou seja, o valor da frequência
de referência de entrada do comparador de fase.
a) Filtro de elo
O filtro passa baixas, utilizado no elo de realimentação do PLL, deve ser capaz de eliminar
completamente a componente AC presente na saída do comparador de fase. Qualquer
resíduo de CA na tensão de controle do Vco iria modular a frequência do sinal gerado,
causando o aparecimento de sinais expúreos que comprometeriam a qualidade do sinal
fornecido. Os expúreos presentes na saída do sintetizador provocam interferências no
funcionamento dos equipamentos dos quais fazem parte. Esses expúreos se manifestam, por
exemplo, no caso dos receptores, como apitos sobrepostos ao sinal. Por esse motivo, a parte
mais crítica de um sintetizador é o seu filtro de elo.
f = fr /(R/P) ou f = (fr.P)/R
Onde:
f – espaçamento entre freqüências
P – fator de divisão do Preescaler
OSTENSIVO 4-24 ORIGINAL
OSTENSIVO CIAA 117-075
Uma possível solução para esse problema seria aumentar R na mesma quantidade de P,
porém, isso iria diminuir a freqüência dos sinais presentes nas entradas do comparador de
fase, exigindo um filtro de elo com muito maior capacidade de filtragem. Na prática, ocorre
o aumento da quantidade de ruído presente no sinal gerado pelo sintetizador e, também, o
aumento do tempo de acomodação (ta) do PLL, havendo maior retardo para o sintetizador
obedecer aos comandos de mudança de freqüência.
Este tipo de sintetizador é mais usado nas faixas de VHF, UHF e SHF. Ele possui ótima pu-
reza espectral, ou seja, o sinal gerado possui pouco ruído sobreposto. Exibe também um cur-
to tempo de acomodação, respondendo rapidamente aos comandos para mudança de fre-
quência. Outra característica vantajosa é que o divisor programável opera em uma frequência
relativamente baixa, para a faixa de operação, geralmente inferior a 10 MHz ou 20 MHz,
mesmo nos equipamentos de UHF.
Obs: tempo de acomodação(ta): É o tempo requerido para que a resposta transitória do PLL
permaneça entre 0,95 a 1,05 do valor permanente, após uma mudança súbita da frequência
do sinal de entrada.
contar. Com o pino de controle em nível baixo, P passa a dividir por 128, até o contador N
chegar a zero. Quando N zerar, os contadores A e N serão presetados, fazendo com que P
passe a dividir novamente por 129. Desse ponto em diante o ciclo se repete. A saída do
divisor é obtida da saída do contador N.
Para os valores atribuídos no exemplo, teremos:
a) 97 ciclos de divisão por 129, ou 97 x 129 = 12513
b) 121 ciclos de divisão por 128, ou 121 x 128 = 15488
c) A divisão total é a soma de a e b.
12513 + 15488 = 28001
Exercício
Em um sintetizador de módulo duplo, determinar os valores pedidos, conhecendo os
seguintes dados :
- frequência de saída do sintetizador : fo = 840030KHz
- frequência máxima do divisor programável : fmáx = 7MHz
- espaçamento entre canais : f = 30KHz
- frequência do oscilador de referência, fr =15360KHz
Determinar:
a) Módulo do divisor de referência.
Divide-se a frequência do oscilador de referência pelo espaçamento entre os canais .
c) Calcula-se o valor de D:
D = fo / f D = 840030/30
D = 28001
d) Calcula-se o valor de N:
D 28001
N> 217
P 1 128 1
N > 217 N = 218
Obs: N precisa ser um valor inteiro maior que o valor calculado (normalmente uma unida-
de acima).
e) Calcula-se o valor de A:
Como D = A + PN A = D - PN
A = 28001 - (128.218) = 97
A = 97
Obs: É necessário que o módulo N seja sempre maior que A, pois o contador A deve
chegar a zero antes que o contador N.
Na prática, para cada frequência gerada pelo sintetizador, são programados os módulos de A
e N. A tabela 4.1 mostra, a título de exemplo, os valores de A e N para algumas frequências.
Tabela 4.1
Notas:
1. O valor de A é aumentado sempre que desejarmos um aumento na frequência de saída do
sintetizador. (A sempre menor que N)
2. O valor de A atingiu ao máximo.
3. Agora, para um novo aumento na frequência do sintetizador, o valor N é incrementado de
uma unidade e A foi recalculado.
ANEXO A
BIBLIOGRAFIA