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Intervenção arqueológica na Torre do Relógio

e zona envolvente de Alfândega da Fé

Juliana Silva, Susana Bailarim e Luís Silva


Zjulianasilva@gmail.com susana_bailarim@hotmail.com mustasilva@gmail.com

(Arqueólogos colaboradores da UAUM)

Alfândega da Fé pertence ao distrito de Bragança, região


norte de Trás-os-Montes. Em termos de limites
geográficos, o concelho tem como elementos de referência
a Serra de Bornes a norte, o vale do rio Sabor a sul, o
planalto de Castro Vicente a este e o vale da Vilariça a
oeste. Nos finais do século XIX (1895), na última reforma
S6

do mapa territorial dos concelhos da monarquia


constitucional, Alfândega da Fé chegou a ser extinta,
sendo logo restaurada em 1898.
Localização da área de intervenção (CMP 1:25000
(Extrato da fl. 106))

S1
S5
S7
S2
S8

S4

S9

S3
Torre do Relógio ( alçados Oeste, Sul, Este e Norte)

A Torre do Relógio é o ex-libris da vila de Alfândega da Fé. Trata-se de uma


Sondagens da intervenção
arqueológica da UAUM estrutura de planta quadrangular, construída em aparelho de alvenaria de xisto, com

Planta da área intervencionada no casco histórico de Alfândega da Fé


uma altura de 11 m. Segundo a tradição historiográfica, esta construção pode
corresponder aos vestígios de uma possível muralha ou castelo. No entanto, a
Os trabalhos arqueológicos decorreram entre novembro e dezembro de intervenção arqueológica realizada pela UAUM não conseguiu corroborar tal origem,
Carta de Foral de D. Dinis (1294)
2014, sendo realizados por uma equipa da Unidade Arqueologia da já que não foram identificados quaisquer indícios do castelo ou muralha da vila. (ANTT, Livro 2,78v-79)
Universidade Minho. Nesta intervenção foram realizadas 9 sondagens,
uma das quais dentro da torre e as restantes na área envolvente.

Planta final da sondagem 1 (UAUM) Planta final da sondagem 5 Planta final da sondagem 9
(UAUM) (UAUM)

N E S O

Fotografia da intervenção arqueológica na Torre do Relógio (UAUM)


Perfis da sondagem 9 (UAUM)

0 5 cm
0 5 cm
UE 070 0 5 cm
Nº de inventário: 91 UE 070
Nº de inventário: 86 UE 070

• Bordo de um pote.
Nº de inventário: 123

• Fragmento de uma jarra. • Trata-se de uma peça reutilizada, com funcionalidade


• Peça utilizada na cozinha.
• Recipiente utilizado para conter líquidos, indeterminada.
• Possui um lábio reto, colo ligeiramente côncavo e corpo
sólidos e armazenamento. • Exemplar de peça discoidal.
globular.
• O lábio é arredondado, com colo oblíquo, corpo • Provavelmente poderá ter sido utilizada para tapar
• A aba apresenta um recorte interno que permite segurar uma
globular e uma asa de secção retangular. recipientes ou servir como ficha de jogo.
tampa.
• Peça de fabrico local, com uma cronologia • Cerâmica de produção local, elaborada em momentos
• Trata-se de uma produção local, datada da época tardo
dos finais da Idade Média aos inícios da tardio-medievais. Diagrama
medieval.
Moderna. estratigráfico da
sondagem 9
Bibliografia:
(UAUM)
• Lopes, Francisco José(2006).Alfândega da Fé. Registos de um percurso histórico, vol.I, Alfândega da Fé.
• Gomes, Paulo Dordio (1993).Arqueologia das Vilas Urbanas de Trás-os-Montes e do Alto Douro. A reorganização do povoamento e dos territórios na Baixa Idade Média (sécs. XII-XV),
(Dissertação de mestrado policopiada), Porto.
• RODRIGUES (1994), Miguel C.L.B. Areosa - Cerâmicas Medievais da Região de Moncorvo (sécs.XII-XIII), Tese de Mestrado em Arqueologia, (policopiado), Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, Porto.
• GOMES (1993), Paulo Dórdio - O Povoamento Medieval em Trás-os-Montes e no Alto Douro. Primeiras Impressões e Hipóteses de Trabalho, Arqueologia Medieval, 2, Edições Afrontamento,
Porto, pp.171-190.

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