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Relatório 1ª Fase

Porto 2010

Carta Arqueológica do Concelho de Inventário


Amares
FICHA TÉCNICA

COORDENAÇÃO GERAL Ricardo Teixeira, Arqueólogo, Mestre em arqueologia


Vítor Fonseca, Arqueólogo

DIRECÇÃO Liliana Barbosa, Arqueóloga

TRABALHO DE CAMPO

Arqueólogos Liliana Barbosa e Jorge Fonseca

Técnico Superior de Gestão Pedro Maia


do Património
Técnica de Arqueologia Lisdália Mota

TRABALHO DE GABINETE

Elaboração da Carta Liliana Barbosa


Arqueológica
Pesquisa bibliográfica Liliana Barbosa

Apoio técnico aos trabalhos Pedro Maia


de gabinete

DATA 16 de Abril de 2010

Proveniência da Ilustrações da capa: Em cima – Ponte do Porto (mafecahe.blogspot.com); Em baixo - Ponte do Porto, Torre do Castro e Torre de
Vasconcelos (DGEMN).
Carta Arqueológica do Concelho de Amares - Inventário

1. INTRODUÇÃO

O trabalho que a seguir se apresenta – Carta Arqueológica do Município de Amares – foi realizado a pedido da
Câmara Municipal com o propósito de integrar a revisão do Plano Director Municipal.

A realização da Carta Arqueológica dotará o concelho de um inventário que pretende descrever e localizar os
sítios arqueológicos e elementos patrimoniais relevantes detectados na área do concelho, contribuindo, desta forma,
para um melhor ordenamento do território sem colisões com o legado histórico, resultando numa melhor gestão do
património e do território concelhio.

Para a realização deste trabalho foi feito um planeamento por três etapas:

– pesquisa bibliográfica e documental,

– trabalho de campo,

– apresentação da Carta Arqueológica.

O Inventário que em seguida apresentamos materializa o trabalho das duas primeiras fases, reunindo a
informação recolhida no decorrer da pesquisa bibliográfica e documental, e da pesquisa dos sites oficiais - ex-IPA, ex-
IPPAR e IHRU (ex- DGEMN), aos quais se acrescentaram os elementos resultantes do trabalho de prospecção
arqueológica.

A pesquisa bibliográfica debruçou-se sobre as obras de referência dos trabalhos de investigação na zona, em
publicações dispersas, bem como da bibliografia nelas sugerida, a acrescer à informação que constava na carta
arqueológica anterior.

No que toca à prospecção arqueológica, dada a grande extensão da área em estudo, esta foi necessariamente
dirigida aos locais já referidos na bibliografia, bem como a alguns sítios cujas características geomorfológicas, aliadas
à sua toponímia nos pareciam ser mais sugestivos. Desta forma, o trabalho de campo permitiu fazer a relocalização de
alguns sítios, completar a caracterização de outros já referenciados na bibliografia e acrescentar alguns elementos
novos ao estudo. No entanto, houve casos ainda em que o sítio arqueológico referenciado na bibliografia não foi
identificado em campo, pois em determinados casos a descrição era muito vaga, aliando este factor à inexistência de
coordenadas ou menção a topónimos, muitas vezes desconhecidos da população local e ausentes na cartografia (carta
militar).

Foram seleccionados apenas os sítios e achados arqueológicos ou elementos patrimoniais com componente
arqueológica, resultando desta forma em 59 ocorrências.

Os dados obtidos foram tratados numa base de dados, potenciando desta forma o rápido manuseamento e o
cruzamento de toda a informação.

Abril de 2010
Carta Arqueológica do Concelho de Amares

Refira-se ainda que sendo esta uma fase intermédia do trabalho de realização da Carta Arqueológica os
elementos que constam no inventário estão ainda em fase de reapreciação e poderão ainda ser suprimidos ou
acrescentados alguns registos, bem como a informação que neles consta, pelo que não podem ser considerados
definitivos, mas apenas uma base de suporte para o trabalho final, do qual constará um relatório com todos os
elementos, bem como a cartografia referente a cada sítio.

Relatório Final Dezembro de 2009 Página 5 de 1


CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Monte da Santinha / Monte da Senhora da Paz 0101 10533
Época Tipo M P
Idade do Bronze Castro -17.703.05 218.429.67
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Amares 195 56
Descrição
O povoado do Monte da Santinha está localizado num pequeno outeiro de altitude média, na margem direita da bacia do curso médio do
Cávado. Actualmente encontra-se bastante desfigurado nas suas vertentes Oeste e Sul por uma pedreira que ainda se encontra em laboração.
O local possuiria boas condições defensivas, pois as suas encostas Noroeste, Oeste e Sudoeste são bastante abruptas. Estas condições naturais
de defesa seriam complementadas por fortificações nas vertentes mais suaves. Em prospecções anteriores foram detectados vestígios destas
fortificações, bem como abundante material de derrube, alguns alinhamentos pétreos e fragmentos cerâmicos que indiciavam a romanização
do sítio (MARTINS, 1990:64).
No entanto, só após a realização escavação arqueológica, levada a cabo por A. Bettencourt, foi possível perceber as fases de ocupação do
sítio e a diferenciação funcional do espaço.
Desta forma, foram detectadas três fases de ocupação do sítio, a primeira será atribuível ao Calcolítico e a segunda e terceira ao final da
Idade do Bronze.
Em relação à primeira, esta apareceu descontextualizada e foi atestada pela descoberta de espólio cerâmico e lítico. Segundo A. Bettencourt
a ocupação neste período devia estar concentrada na zona mais elevada do monte, onde os afloramentos graníticos proporcionariam abrigos
naturais.
Durante o final da Idade do Bronze (século X a.C.) foi ainda possível distinguir duas fases de ocupação, designadas por Santinha I e II.
A primeira fase de ocupação detactada in situ, designada de Santinha I, encontrava-se concentrada na zona mais elevada e na vertente sul do
monte, espaços estes diferenciados pela sua funcionalidade. Desta forma, enquanto que a zona mais elevada do monte teve uma utilização
comunitária (reservada ao armazenamento e transformação de produtos agrícolas, ou à pratica de actividades como a metalurgia), na
vertente sul o tipo de ocupação era menos especializado, tendo sido detectadas habitações e uma sepultura.
Na segunda fase de ocupação efectiva do espaço, designada por Santinha II, foram identificadas fossas de maiores dimensões e o seu conteúdo
era mais diversificado, o que sugere que a existência de populações agro-silvo-pastoris, capazes de implementar um maior incremento na
produção agrícola (BETTENCOURT 2001).
Posteriormente, já na época romana, é possível que tenha existido uma ocupação incipiente do sítio, como sugere o espólio arqueológico
recolhido por M. Martins (MARTINS, 1990:64).
No decorrer da prospecção arqueológica levada a cabo no âmbito da elaboração da Carta Arqueológica, não foi possível detectar qualquer tipo
de espólio arqueológico, pois a superfície do solo encontrava-se coberta por vegetação densa e lixo na maior parte das áreas. É no entanto de
registar a presença de derrubes nos cortes do caminho de faz o acesso ao topo do monte.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Amares - inscrição 0102 6580
Época Tipo M P
Romano Inscrição
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Amares
Descrição
"Terá sido encontrada em Amares uma inscrição de época romana, que se encontra depositada no Museu Municipal de
Guimarães" (ENDOVÉLICO).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Marco Miliário 0103
Época Tipo M P
Romana Miliário 17975.07 218547.67
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Amares Passos 110 56
Descrição
Miliário fragmentado e sem inscrição identificado na base do Monte de Santinha a servir de limite a um canteiro, na frente de uma construção
moderna. A proprietária da casa desconhece a sua proveniência.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Pelourinho de Amares 0104
Época Tipo M P
Sec. XVI (conjectural) Pelourinho -18210.42 218018.56
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Amares 90 56
Descrição
O Pelourinho de Amares erguia-se originalmente no Largo D. Gualdim Pais, diante dos antigos Paços do Concelho, onde se descobriu
recentemente o seu plinto hexagonal, a única parte deste elemento que se conhece a localização, pois as restantes têm paradeiro
desconhecido.
Segundo um esboço feito no início do século XX, este pelourinho era “constituído por soco de dois degraus circulares, base em plinto
hexagonal, coluna de fuste liso de secção circular e remate em coruchéu piramidal, sobre singelo capitel ainda de secção circular,
moldurado. A grimpa seria uma bandeirola de catavento em ferro, não havendo sinais de ferros de sujeição” (IPPAR).

Classificação/Protecção
MN Monumento Nacional - Decreto 16-06-1910, DG 136, de 23-06-1910
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Quinta da Pena 0201
Época Tipo M P
Romano Miliário -21922.48 215923.7
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Barreiros Quinta da Pena 50 056
Descrição
"Miliário com vestígios de inscrição impossível de decifrar, face ao seu estado muito deteriorado. Segundo J.J. Rigaud de Sousa (1971-1972)
este monumento faria parte de um grupo de quatro miliários que se encontravam junto à igreja de Barreiros. Apesar de deslocado, o miliário
pertenceria, com toda a certeza , à via XVIII" (Carvalho, 2008:9).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Quinta de Agrolongo 0202
Época Tipo M P
Romano Miliário -21646.64 216273.23
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Barreiros 60 056
Descrição
Na Quinta de Agrolongo, já referida em estudos anteriores como local de depósito de um marco miliário (CARVALHO, 2008) foram
identificados maia dois marcos miliários anepígrafes para além do já referido, tendo sido um deles utilizado como cilindro. Desconhece-se a
sua localização original, embora admitamos que tenham pertencido à via XVIII.
Na mesma propriedade foram ainda observados inúmeros elementos arquitectónicos, tais como uma base de coluna, aduelas, capitéis, um
deles de coluna adossada, com características decorativas atribuíveis à Época Medieval e cuja proveniência se desconhece.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Pena 0203
Época Tipo M P
Romana Casal rural romano / Granja -21889.95 215972.16
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Barreiros 70 56
Descrição
Nas proximidades da Quinta da Pena verificou-se a existência de uma mancha de dispersão de materiais de cronologia romana (cerâmica
comum e de construção) cujas dimensões nos levam a considerar a presença de um casal ou uma granja de época romana. Este material foi
identificado em campos agrícolas, bem como nos muros que os delimitam, onde as tégulas foram utilizadas para preencher alguns espaços
entre as pedras. Ainda nas imediações foram identificados numa casa particular diversos fragmentos de cerâmica do mesmo período, bem
como alguns elementos arquitectónicos, assim como o que parece ser um marco miliário fragmentado e sem inscrição, que serve de base a
uma mesa cujo de tampo é uma mó.
A área de dispersão dos materiais, bem como a sua tipologia sugerem a existência de um estabelecimento rural romano de tipo casal ou
granja.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Besteiros / Castro do Gerês 0301
Época Tipo M P
Proto-história Castro -20110.1 219523.9
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Besteiros 292 56
Descrição
Este sítio arqueológico é referido por A. Coelho em 1986 (SILVA, 1986:78), no entanto, uma vez que o autor não apresenta coordenadas ou
descrição do sítio, a acrescer ao facto de não haver na freguesia de Besteiros nenhum Monte do Gerês, cujo nome possa ter originado a
designação do castro, a prospecção arqueológica dirigiu-se para o único sítio com características passíveis de implantação de um castro, uma
elevação onde foram identificados três fragmentos de cronologia indeterminada.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Cidade de Biscaia 0501
Época Tipo M P
Romano Vicus; mansio da milha X da via XVIII -18204.11 219004.09
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caires Frecheiro Campo da Bouça 175 56
Descrição
O sítio localiza-se na plataforma superior e nas encostas Sul e Este de uma pequena colina do lugar de Frecheiro. Encontra-se actualmente
transformado pela criação de socalcos para o uso agrícola, bem como pela construção de habitações.
Em prospecções levadas a cabo anteriormente, da responsabilidade de H. Carvalho, foram observados restos de mós, tégula e tijolo em
grandes quantidades, fragmentos de cerâmica comum e vestígios de muros, em cortes feitos em terrenos particulares. Estes tipo de vestígios
também foram encontrados a cerca de dois metros de profundidade,aquando da abertura de uma vala para a colocação de uma canalização.
Na prospecção realizada no contexto da elaboração da Carta Arqueológica do Concelho de Amares, foram também identificados alinhamentos,
bem como uma mó. O estado do terreno, coberto por vegetação densa, não permitiu a identificação de espólio arqueológico.
A extensão dos vestígios e a sua profusão fizeram H. Carvalho colocar a hipótese de se tratar da Cividade de Biscaia, um vicus referido pelo
Itinerário de Antonino como ficando na milha 10 e que tem sido localizado no Castro de Caires. Esta hipótese é corroborada pela existência do
topónimo Cidade de Biscaia nos terrenos em questão, bem como pela facto de se tratar de uma encosta suave do vale do Cávado, local
propício à passagem de uma via (CARVALHO, 2008:9).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Quinta de S. Vicente / Quinta de Rios de Cima 0502
Época Tipo M P
Romano, Sec. I d. C. Epigrafia votiva - pedestal -17762.14 219890.86
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caires 200 56
Descrição
"Ara votiva utilizada como pedestal de estátua ao Génio. Datada do século I. Não possui frontão, nem volutas (Dimensões: 88 x 39 x 38; c.e: x
33)
Leitura: Q (uintus) SAB/INUS. FLO/RVS. GEN/IO.
V(otum). S(olvit). L(ibens). M(erito).
Tradução: Quinto Sabínio Floro cumpriu, merecidamente e de boa vontade, o voto ao Génio.
A peça procede da Quinta de S. Vicente onde existiu uma capela, demolida em 1815, e encontra-se depositada na Quinta de Rios de
Cima" (CARVALHO; 2008:9-10).
Esta base de estátua sugere, na opinião de José d'Encarnação, a existência de um santuário (ENCARNAÇÃO, 1985).
M. Martins refere ainda que na Quinta de S. Vicente são visíveis à superfície inúmeros fragmentos de louça romana que indiciam a existência
de um habitat datável desse período (MARTINS,1990:66).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Castro de Caires / Castro de Gróvios 0503 65
Época Tipo M P
Idade do Ferro; Romano Castro romanizado -18496.01 220176.13
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caires Grovos 343 56 e 42
Descrição
O povoado foi identificado num esporão da vertente sul do monte de S. Pedro Fins, prolongando-se ainda para um pequeno monte separado do
esporão por um talvegue.
São visíveis três linhas de muralha que definem as várias plataformas do povoado, bem como diversos amontoados de pedra com talhe
poligonal que poderão ser o resultado do desmonte dos muros circulares e rectos que H. Carvalho identificou em prospecção (CARVALHO;
2008:10). Foram ainda observados um muro de divisão de propriedade que parece ter sido construído com aquele tipo de pedra e uma
calçada. Em relação ao espólio, foram observados diversos fragmentos de cerâmica de comum e de construção romana, bem como cerâmica
castreja.
A referência a este sítio recua ao início do século XX, altura em que Pinho Leal menciona que na vertente oeste do povoado se verificou a
presença de canos de metal, tijolos, ânforas e um possível forno. Para além disso, são ainda provenientes deste povoado um baixo-relevo de
granito representado uma figura a cavalo e uma pedra lavrada com um motivo geométrico que actualmente se encontra no Museu Municipal
de Guimarães (CARVALHO; 2008:10).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Caires 0504
Época Tipo M P
Indeterminada Achado isolado
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caires
Descrição
"Terá sido encontrada em Caires uma pedra ornamentada com baixos relevos, de época indeterminada, que actualmente se encontra no
Museu Municipal de Guimarães" (ENDOVÉLICO).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Chã do Castro 0505 98
Época Tipo M P
Idade do Ferro; Romano Povoado Fortificado -19539.83 219918.91
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caires 275 42,56
Descrição
O sitio encontra-se no topo de uma elevação localizada na vertente Sudoeste do Monte de S. Pedro Fins.
Escavações arqueológicas levadas a cabo por S. O. Jorge (JORGE, 1979) permitiram definir duas áreas distintas, que forneceram espólio com
cronologias muito latas, que vão desde o Calcolítico à Época Romana. Desta forma, foram recolhidos fragmentos de cerâmica “tipo Penha”,
cerâmica micácea, diversos instrumentos líticos, bem com cerâmica de construção romana.
Em prospecção arqueológica foi detectado grosso modo o mesmo tipo de espólio - fragmentos de cerâmica “tipo Penha” e cerâmica de
construção romana- cerâmica esta que poderá indiciar a romanização do sítio.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Monte de Caldelas / Monte das Caldas / Outeiro de S. Sebastião / Castelo dos Mouros 0601
Época Tipo M P
Idade do Bronze Castro -19942.73 222378.07
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caldelas 220 42
Descrição
O sítio está localizado no monte de S. Sebastião, um pequeno outeiro onde outrora existiu uma capela dedicada ao santo, agora destruída.
No decorrer da prospecção arqueológica não foi possível observar a superfície do solo, completamente coberta por uma espessa manta morta,
sendo desta forma impossível a identificação de fragmentos cerâmicos ou estruturas, no entanto podem-se observar vários taludes que criam
algumas plataformas artificiais.
Em prospecções anteriores foram observados alguns derrubes nos locais onde passariam as muralhas (MARTINS,1998), bem como alguns
fragmentos de cerâmica manual, um deles com decoração plástica através de cordões tecnologicamente semelhante às cerâmicas do Bronze
Final da região (CARVALHO, 2008:11). Em relação à cronologia de ocupação deste sítio, M. Martins admite que terá ocorrido no decorrer da
Idade do Ferro (MARTINS, 1990).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Caldelas 0602
Época Tipo M P
Romano Vicus; Epigrafia votiva; Termas; necrópole romana. -19625.27 222022.36
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caldelas 150 42
Descrição
No sítio da actual povoação de Caldelas, foram encontrados diversos vestígios de época romana. No início do século XX foram identificados
vestígios de uma necrópole no sítio do Grande Hotel de Caldelas, “cujo espólio foi oferecido ao Museu Pio XII, em Braga, e parcialmente
confundido com material da Citânia de S. Julião. Deste conjunto de espólio, são facilmente atribuídas a uma necrópole 3 vasos de cerâmica
comum romana com pastas claras, muito semelhante a outros exumados nas necrópoles de Bracara Augusta e um punhal de ferro, com
empunhadura em bronze, publicado por Mário Cardoso (1947). No mesmo museu existem ainda alguns elementos de arquitectura romana que
parece legítimo admitir como provenientes do sítio de Caldelas: duas colunas em granito e três bases de colunas, também em granito”
(CARVALHO, 2008:10).
Posteriormente, durante a construção da actuais termas, foram encontradas duas aras votivas dedicadas às Ninfas, que são propriedade do
Hotel da Bela Vista. As duas peças encontram-se fragmentadas e têm a seguinte leitura :
CAEN(i) CIEN(us) / NYM /PHIS/EX VO/TO. - Cenicieno dedicou às Ninfas, em cumprimento de um voto. (CIL, II, 5572a=ILER, 621). Dimensões:
58x16; letras: 4,5 a 5.
(...)/D(e)AB(us) / NYM/PHIS / EX VO / TO... - Às deusas Ninfas; em cumprimento de um voto. (CIL, II,5572b=EE, VIII, 3-99=ILER, 617).
Dimensões: 39x24x14,5; letras: 3,5 e 5 (CARVALHO, 2008:10).
Segundo H. Carvalho a presença de uma necrópole e os indícios epigráficos de culto às ninfas permitem sugerir a existência de um povoado
romano com funções termais (CARVALHO, 2008:10). M. Martins discorda desta opinião e afirma que a ausência de tanques, hipocaustos e
elementos de construção característicos de termas não permite provar que o sítio seja efectivamente um estabelecimento termal, sugerido
apenas pela presença do culto às Ninfas (MARTINS,1990).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Caldelas 0603 6121
Época Tipo M P
Romano Inscrição
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caldelas
Descrição
"Foram encontradas duas lápides embutidas numa parede" (ENDOVÉLICO).
Estas lápides não foram encontradas em prospecção e a população local desconhece este achado.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Ponte de Rodas 0604 3900
Época Tipo M P
Medieval Cristão Ponte -20796.74 222625.03
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caldelas Cachadas 50 42
Descrição
A Ponte de Rodas, localizada na freguesia de Caldelas, faz a travessia do Rio Homem e liga os concelhos de Amares e Vila Verde.
Construída em época medieval, esta ponte com 34m de comprimento e 2,60m de largura apresenta tabuleiro plano com guardas de cantaria
de granito, assente sobre três arcos de dimensões desiguais, ligeiramente apontados, sendo o central de maiores dimensões em relação aos
restantes. É reforçada do lado montante por dois talhamares de secção triangular, que se elevam quase até à altura do arco central e do lado
jusante por talhantes de secção rectangular que se elevam ao mesmo nível. O aparelho das cantarias é regular apresentando inúmeras siglas.

Classificação/Protecção
Monumento Nacional - Decreto 16-06-1910, DG 136, de 23-06-1910
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
São Pedro Fins 0605 6941
Época Tipo M P
Romano Fortificação -18527.66 220949.03
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Caldelas 550 42
Descrição
O sítio localiza-se muito próximo do topo do Monte S. Pedro Fins, na sua vertende sul, onde foram identificados à superficie fragmentos de
lápides, pedras trabalhadas, mós, cerâmica comum e fragmentos de tegula (ENDOVÉLICO).
Em prospecção não foi possível identificar qualquer tipo de espólio ou estrutura arqueológica devido ao estado do terreno, completamente
coberto por vegetação densa.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Castelo do Castro/ Castro da Torre / Solar do Castro / Torre dos Machados 0701
Época Tipo M P
Idade do Ferro; Romano; Medieval Castro romanizado / Torre fortificada -20995.51 217511.73
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Carrazedo Lug. de castro 93 56
Descrição
O sítio localiza-se num pequeno cabeço sobranceiro à margem direita do rio Cávado e distribui-se em duas plataformas, onde são visíveis
restos de uma muralha e de um fosso. Segundo H. Carvalho a existência destas estruturas, juntamente com o espólio identificado, datável da
Idade do Ferro e época romana (fragmentos de telha e mós manuais), denunciam a presença de um povoado castrejo romanizado (CARVALHO;
2008:10). No entanto, parece-nos que a relação entre a existência do castro e da muralha poderá ser questionável, pois o aparelho da referida
estrutura não apresenta características indiscutivelmente atribuíveis a esse período, antes pelo contrário, parece-nos mais provável que a
muralha seja datável de Época Medieval.
No mesmo local foi erigida em meados do século XIV uma torre fortificada, que terá condenado uma boa parte do castro. A construção de uma
estrutura deste cariz neste local, um pequeno outeiro localizado no vale do Cávado, reflecte por um lado uma tendência que surge nos inícios
dos século XIII, de afirmação de poder por parte dos nobres de linhagens secundárias, que constroem a sua habitação no centro dos seus
domínios, afastada dos grandes centros urbanos, não descorando por outro a necessidade de existência de condições de defesa.
Esta torre, da propriedade da família dos Machados, Senhores de Entre Homem e Cávado apresenta “quatro registos e é rematada por motivo
encordado, de onde arrancam oito gárgulas, sendo a maioria de canhão, uma zoomórfica e outra antropomórfica, encimado por merlões com
matacães, nos ângulos, suportados por mísulas trilobadas. Fachada E., com janelas de sacada, sem guarda, de verga recta no segundo e
terceiro registo e janela de peito rectangular no último. Fachada N. com seteira no primeiro registo, no segundo, cartela com a inscrição
epigrafada, encimada pelo brasão dos Machado e Orozco e painel de azulejos com a Virgem e janela rectangular no terceiro. As fachadas S. e
O. apresentam no nível superior janela rectangular” (IHRU).
Posteriormente, já no século XV é construído o edifício correspondente à ala residencial. Este corpo de planta rectangular apresenta dois
pisos e é rematado no topo por um beiral, de onde sobressaem gárgulas em forma de canhão. A fachada principal está virada a sul, rasgada no
primeiro piso por uma porta de verga recta e no piso superior por outra semelhante, encimada por mísulas que suportariam um alpendre. Este
registo apresenta ainda duas janelas rectangulares em cruzeta, com chanfro, encontrando-se entre elas a pedra de armas dos Machados,
encimada por uma pequena cornija. O acesso ao segundo piso é feito por um lanço e escadas com guarda plena, que se apoia num patamar
com escadas nos extremos que dão acesso à porta do primeiro registo.
A fachada Este é rasgada por uma porta e apresenta uma ampla varanda alpendrada de madeira, apoiada por pilares prismáticos de granito.
O edifício é reforçado a Oeste por contraforte e apresenta seis vãos no primeiro piso , três janelas rectangulares, uma porta de verga recta e
duas seteiras. No segundo piso podem-se observar duas janelas de sacada (uma delas com varanda de pedra e mísulas de um antigo alpendre)
e um janelão rectangular em cruzeta com chanfro.
A Fachada Norte é rasgada por uma porta quinhentista, ladeada por janela rectangular no primeiro registo e janela rectangular com chanfro
no segundo (IHRU).
É provável que ainda no século XV se tenha levado a cabo a campanha decorativa dos salões da Casa, correspondendo a um núcleo de pinturas
de "interessante sabor mitológico-pagão", como A conquista de Tróia ou A Aurora e Meridies, e um outro conjunto, representando diversas
"cenas da vida dos senhores de Castro", executadas cerca de 1598 pelo pintor Manuel Arnao Leitão (SERRÃO, 1998, p. 252-254).
Em 1699 D. António Félix Machado financiou obras de remodelação da torre, conforme atesta a inscrição colocada numa das fachadas, "ESTA
TORE MANDOV / REFORMAR ANTONIO / E LVIZA SVA MVLHER / SENHORES E DONATA / RIOS DESTE CONCº / ANO DE 1699". No entanto, o
terramoto de 1 de Novembro de 1755 danificou a estrutura do solar, provocando a queda de parte das ameias. Em meados do século XX, o
proprietário da Casa iniciou a reconstrução dos edifícios que então se encontravam em avançado estado de ruína preservando o conjunto até à
actualidade" (IPPAR).

Classificação/Protecção
Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura) - Parecer favorável de 28.10.2009 do Conselho Consultivo; Proposta de classificação
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Lugar da Igreja 0702
Época Tipo M P
Romano Miliários; Ara; vicus/mutatio da milha VIII da via XVII -20924.8 217896.71
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Carrazedo Lugar da Igreja 90 56
Descrição
Numa zona plana localizada na margem direita do Cávado, entre a igreja de Carrazedo e a torre dos Machados, foi identificada uma mancha
de dispersão de materiais de cronologia romana bastante considerável que poderá corresponder a um assentamento que H. carvalho classifica
como vicus ou mutatio da milha VIII da via XVII (CARVALHO, 2008: 10-11).
Assim, nos terrenos da casa paroquial e nos que com ela confinam a Sul e a Oeste foram identificados fragmentos de cerâmica comum e de
construção romana (tégula e tijolo) em quantidade muito consideráveis. Na casa paroquial estão ainda depositados uma ara anepígrafe, bem
como três líticos de forma cilíndrica (que poderão corresponder a colunas ou a marcos miliários sem inscrição e com diâmetro reduzido) cuja
proveniência se desconhece.
" Rigaud de Sousa refere um manuscrito do Marquês de Montebelo, senhor da casa do Castro (Torre do Castro), em Amares, publicado em
1642, o "Memorial do Marquês de Montebelo", o qual fala da existência de miliários no adro da igreja de Carrazedo. O documento diz ainda
que alguns terão sido cedidos pelo primeiro marquês ao arcebispo D. Diogo de Sousa e que lá terão ficado ainda outros quatro. Os restantes
terão sido levados para Braga (MARTINS, 1990:67).
Segundo informações prestadas pelo pároco, no decorrer de algumas obra realizadas no exterior da igreja foram retiradas pedras pertencentes
a uma estrutura que poderá estar ainda parcialmente preservada.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Carrazedo (Campo da Porta) 0703 6420
Época Tipo M P
Romano Ara aos Lares Buruci -20787.38 218093.08
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Carrazedo 90 56
Descrição
Nas proximidades da igreja de Carrazedo, do lado Norte da estrada nacional 205, foi identificada no decorrer da escavação realizada para a
abertura de uma vala uma ara votiva em granito, com frontão e volutas, dedicada aos Lares Burici. Apresenta foculus circular e um outro
orifício no topo, bem como uma estilização floral no centro do frontão A sua leitura é a seguinte: LARIBVS / BVRICIS / VOTVM / SOLVIT /
BLOIINA. Aos Lares Búricos, Bloena cumpriu o seu voto (Dimensões: 70x23x26).
Ainda nesta área foram identificados em prospecções anteriores fragmentos de cerâmica de época romana. Refira-se ainda que na
propriedade onde se encontra depositada a referida ara foi ainda observada uma pedra granítica com forma cilíndrica que se encontrava a
servir de suporte a um vaso e que poderá corresponder a um marco miliário fracturado e sem inscrição.
Desta forma, considerando o tipo de vestígios e a proximidade do local dos achados encontrados no Lugar de Igreja, poderá-se-à pensar que se
trata de um só sítio, tal como sugeriu H. Carvalho (CARVALHO, 2008:11).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Igreja Paroquial de Carrazedo / Igreja de São Martinho 0705
Época Tipo M P
Século XV / XVI / XVIII / XIX Igreja
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Carrazedo
Descrição
"A Igreja Paroquial de Carrazzedo encontra-se implantada num espaço "Rural, isolada, com adro murado, ladeado pela EN. O espaço
envolvente, caracterizado pelo povoamento disperso predominante no Minho, é composto por casas rurais de volumetria reduzida".
Planta longitudinal, composta por nave única, com torre sineira quadrangular e duas capelas laterais, adossadas do lado esquerdo, e capela-
mor rectangular. Volumetria de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo da torre sineira. Coberturas em telhados de uma água na
capela lateral, duas águas na nave e capela-mor e em cúpula bolbosa na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com
embasamento. Fachada principal em empena recortada, com cornija, e cruz trilobada sobre acrotério, no vértice. É enquadrada por cunhais
apilastrados dóricos coroados por pináculos. Portal principal de verga recta, encimado por frontão recortado interrompido por mísula que
suporta nicho concheado, com imagem do orago, rematado por cornija. O portal é ladeado superiormente por janelões em arco abatido. Torre
sineira enquadrada por cunhais, de dois registos, separados por cornija. Primeiro registo, possuindo na face frontal, porta de verga recta
encimada por dois óculos, o primeiro trilobado e o segundo circular. Segundo registo correspondendo à sineira, com ventanas em arco pleno,
com demarcação no fecho e nas impostas. Remate em cornija com pináculos nos ângulos. Fachadas laterais rasgadas por dois janelões,
possuindo a lateral esquerda, no pano correspondente às capelas laterais, lápide com inscrição encimada por pequena janela, e na fachada
oposta, portal de verga recta. Fachada posterior cega, com empena coroada por cruz e lateralmente pináculos. INTERIOR rebocado e pintado
de branco, com nave com coro-alto, decorada por silhar de azulejos industriais recentes, de padrão, monocromos a azul e cobertura em
abóbada de berço rebocada. Pavimento em tijoleira, com passadeira central de mosaico e tampas de sepultura em granito, algumas com
inscrições. Uma das sepulturas, com inscrição, pertence ao Marquês de Montebelo, decorada com altos e baixos relevos e florões nos cantos.
Pia baptismal de taça octogonal, sobre tampa de sepultura com inscrição. Do lado do Evangelho, abrem-se duas capelas laterais com acesso
por arcos plenos de cantaria. A primeira conhecida como Capela de Nossa Senhora da Apresentação ou da Tapada, sobrelevada, com acesso
por dois degraus. Cobertura em tecto de masseira de madeira e pavimento em laje de granito, com tampa de sepultura do poeta Francisco Sá
de Miranda e sua mulher. Parede testeita com duas grandes lápides rectangulares com inscrições. A segunda conhecida como Capela de Santa
Margarida, com tampa de sepultura com inscrição, no pavimento e retábulo do orago. Entre as duas capelas encontra-se o púlpito de base em
granito, facetada, sobre mísula bojuda, com guarda plena de talha policroma, também bojuda, ricamente decorada por acantos. Retábulo
lateral, do lado da Epístola, em talha policroma, inscrito em arco pleno assente sobre pilastras. Arco triunfal pleno assente em pilastras
toscanas. Capela-mor com três tampas de sepultura com inscrições, possuindo a central as armas do Marquês de Montebelo. Retábulo-mor de
talha policroma, de planta recta, com três eixos. Tribuna recortada com trono e o Crucificado. Sacristia com lavabo de granito, com espaldar
em arco pleno, com bica e reservatório, e taça semicircular.
INSCRIÇÕES: Inscrição gravada na lápide da fachada lateral esquerda, ligeiramente recortada; sem moldura nem decoração; mármore; leitura:
FRIACISCUS. DE. SAA. DE MIRANDA HOC. MONUMENTUM. SBI. SUSQ ELEGIT. OPTIMO. PATRONO. SUO. INSIGNIQ VETI. ALUMNI ALMI. LICAEI.
BRACARENSIS CUI. NOMEN SAA DE MIRANDA EST. DECUS ET. PRAESIDIUM HUNC. POSVÊRE ANNO. S. MCMXXIII.; tradução: Francisco Sá de
Miranda escolheu este monumento para si e para os seus. Ao seu óptimo padroeiro e insigne poeta puseram este monumento os alunos
veneráveis do liceu bracarense que tem o nome Sá de Miranda por honra e apoio. Ano da salvação 1923; inscrição gravada na tampa de
sepultura do Marquês de Montebelo, existente na nave; granito; leitura: AQUI JAZ UM PECADOR ROGAI A DEUS POR ELE; inscrições gravadas
em duas lápides existentes na Capela de Nossa Senhora da Apresentação, com os sulcos pintados de preto, com c. de 1,80m x 0.80m, a
superior em latim e a inferior com a tradução em português; sem moldura nem decoração; granito; tipo de letra: capital quadrada; leitura:
(lápide superior) EPITÁFIO FRANCISCO DE SÁ DE MIRANDA RUSTICA QUAE FUERAT SOLIS VIX COGNITA SYLUIS, AULICA MIRANDAE CARMINE, MUSA
FUIT, MATUROS QUE IOCOS ET LUDICRA SERIA LUDENS, DIVINA HUMANUM MISCUIT ARTE MELOS. CUM POSSET GLADIO TRANSCENDERE NOMEN
AVORUM, MALUIT ARGUTI MILITIAM CALAMI. OMNIA MIRANDUS, MIRANDUS PULVERE IM IPSO EST PULVERE INHOC PATRIAE GLORIA SCRIPTA
MANET.; (lápide inferior) DECLARA-SE EM PORTUGUÊS A MUSA PASTORIL AINDA NOS MATOS MAL CONHECIDA TORNOU FRANCISCO DE SÁ MUITO
CORTESÃO. DIZENDO GRAÇAS MADURAS E GALANTERIAS SISUDAS, JUNTOU POESIA HUMANA COM SUAVIDADE DIVINA PODENDO COM SUA ESPADA
PASSAR A HONRA DE SEUS AVÓS QUIS SOMENTE PELEJAR COM A PENA DA POESIA. EM TUDO MIRANDA E NA MORTE TAMBÉM FOI ADMIRÁVEL EM
SUAS COISAS ESTÁ ESCRITA A GLÓRIA DE SUA PÁTRIA.
Arquitectos: Humberto Vieira (projecto de recuperação da igreja), Augusto de Oliveira Ferreira.
Cronologia: Idade média - Edificação da primitiva igreja; séc. 15, segunda metade - construção da Capela de Santa Margarida para sepultura
de Manuel Machado de Azevedo, 3º Senhor de Entre Homem e Cávado e de sua mulher D. Joana da Silva; séc. 16, segunda metade - Jerónimo
de Sá de Miranda, filho do poeta Francisco Sá de Miranda *2, Senhor da Casa da Tapada (v. PT010301110008) e da Honra de Avessadas, manda
fazer na igreja a Capela de Nossa Senhora da Apresentação, pegada à de Santa Margarida, que pertencia ao seu primo Francisco Machado,
onde deveria mandar colocar duas sepulturas, uma para o seu pai e sua mulher e outra para a família; 1583 - morre Jerónimo de Sá de
Miranda; séc. 17 - Rodrigo Orozco, 1º marquês de Mortara coloca na igreja o relicário de Santa Margarida; 1662 - após morte de D. Félix
Machado da Silva Castro e Vasconcelos, 1º Marquês de Montebelo, o relicário de Santa Margarida, então na posse do falecido marquês é
deixado à igreja; 1750 - reedificação da igreja paroquial; 1758 - nas Memórias Paroquiais o Padre Domingos Gonçalves afirma que as duas
capelas laterais tinham grandes de madeira e eram muito antigas; 1923, 8 Junho - colocação de lápide na fachada lateral pelos alunos do
Liceu Sá de Miranda, em homenagem ao poeta do mesmo nome; 1996 - durante as obras de restauro, foi descoberta numa das paredes da
capela-mor, uma janela românica; 2004 - inauguração de um busto de Sá de Miranda, junto à fachada lateral, oferecido pela Fundação
Calouste Gulbenkian.
Tipologia: Arquitectura religiosa românica, quatrocentista, quinhetista e barroca. Igreja de planta longitudinal, composta por nave única, com
torre sineira quadrangular e duas capelas laterais, adossadas do lado esquerdo, e capela-mor rectangular. Fachada principal barroca, com
empena recortada, e composição central de portal com frontão recortado encimado por nicho com imagem do orago, ladeado por janelões.
Torre sineira com cúpula bolbosa, resultante das obras setecentistas. Interior com capelas laterais funerárias quatrocentistas e quinhentistas.
Púlpito barroco, do estilo joanino, com guarda plena, bojuda, em talha. Na capela-mor conserva-se uma janela românica, que pertenceria à
primitiva igreja. Retábulo-mor barroco.
Características Particulares: Possui lateralmente duas capelas laterais funerárias, construídas pelas duas maiores famílias da região, da Casa
da Tapada e da Casa de Castro, encontrando-se numa delas o túmulo de poeta Sá de Miranda. Essa capela, conhecida como de Nossa Senhora
da Apresentação ou da Tapada, possui duas grandes lápides com inscrições, uma em latim e a outra com a tradução em português, alusivas a
Sá de Miranda.
Dados Técnicos: Paredes autoportantes
Materiais: Estrutura, cunhais, elementos decorativos, pia baptismal, tampas de sepultura, pavimentos e lavabo da sacristia em granito;
portas, janelas, retábulos e tectos, em madeira; pavimento da nave em tijoleira e mosaico; cobertura em telha de canudo.
Intervenção Realizada
1961 - Reparação da capela; 1979 - trabalhos de conservação; Fábrica Paroquila de Carrazedo: 1986 / 1987 - a capela é totalmente
remodelada pelo pároco sem aprovação legal do projecto; IPPAR: 1991 - recuperação das fachadas exteriores da igreja, incluindo caixilharias,
remodelação do pavimento e paredes interiores; 1996 - restauro da capela-mor.
Observações: *1 - DOF: Capela de Nossa Senhora da Apresentação, anexa à Igreja Paroquial de Carrazedo; *2 - Francisco Sá de Miranda, poeta
e humanista, nasceu em Coimbra, em 1481 e morreu em 1558. Era filho do cónego Gonçalo Mendes de Sá e de Inês de Melo. Casou em 1529 /
1530 com D. Briolanja de Azevedo, filha de Francisco Machado, Senhor da Casa da Torre (v. PT010301070022) e Senhor Donatário de entre
Homem e Cávado. Com o seu imenso talento, introduz na cultura portuguesa as novidades da escola italiana que descobriu por ocasião da sua
estada em Itália entre 1521 a 1526, nomeadamente o soneto, ode, elegia e até comédia em prosa e tragédia" (IHRU).

Classificação/Protecção
IIP, Dec. nº 516/71, DG 274 de 22 Novembro 1971 *1.
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Torre de Outeiro ou de Dornelas 0801
Época Tipo M P
Século XIII / XVII / XVIII Domus Fortis -16708.52 219263.98
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Dornelas Outeiro 130 56
Descrição
A torre de Outeiro ou de Dornelas, é um exemplar da "domus fortis", ou casa fortificada, estrutura habitacional e defensiva que se difundiu
entre os finais do século XII e no decorrer do século XIII um pouco por toda a Europa como resposta a um fenómeno social, a ascenção de
famílias nobres de linhagens secundárias.
A construção das casas fortificadas, inspirada nas torres de menagem, teve como principal objectivo a afirmação social e a demonstração de
prestígio e poder por parte das famílias nobres de linhagens secundárias, não só perante as populações rurais, mas sobretudo perante as
famílias de linhagens mais antigas e poder enraizado.
A torre de Dornelas está situada no lugar de Outeiro, freguesia de Dornelas, topónimo este que deu o nome a uma linhagem que surgiu no
século XIII (à semelhança do que se verificou em outros locais, onde as famílias nobres de linhagens recentes adoptaram o nome do topónimo
onde se localizava a sua honra como nome de família).
Esta torre pétrea, datável de meados da segunda metade do século XIII, apresenta planta quadrangular, desenhada em perfeita esquadria,
com espaço interior de 5m x 5m. Possuía três andares, com pavimentos de madeira apoiados em pedras salientes, à maneira de cachorros. A
porta de entrada, de arco apontado, foi rasgada ao nível do primeiro andar, sendo o acesso feito por uma escada amovível de madeira. Ainda
no primeiro andar, foi aberta uma seteira no "centro da parede esquerda". No segundo piso, sobre a porta de entrada encontra-se uma janela
de arco apontado, com intradorso abatido, bem como uma outra janela e uma seteira estreita. No terceiro piso abre-se apenas uma seteira no
lado oposto ao da entrada. O acesso aos vários pisos fazia-se por uma escada interior, adossada à parede oposta à posta de entrada, não
sendo por isso visíveis quaisquer aberturas nessa fachada até ao nível do primeiro andar.
Segundo Mário Barroca este torre poderia ainda ter possuído um pequeno caminho de ronda no seu topo e teriam existido também alguns
edifícios anexos no entanto as sucessivas remodelações que o conjunto sofreu em época moderna não permitiram a sobrevivência de mais
elementos datáveis da Idade Média, para além da torre, mantida como símbolo de mobilidade (BARROCA, 1993).
Á torre medieval adossaram-se posteriormente dois corpos rectangulares, sendo o do lado SO. mais alongado e correspondendo à residência.
Este edifício de dois registos apresentava fachadas em cantaria de granito, rematadas por cornija sob beiral. A fachada principal, virada a
NE., está voltada ao terreiro e é percorrida por uma varanda de pedra e madeira, com acesso por escada de um só lanço recto. A fachada
lateral virada a NO. está também ela virada ao terreiro, possuindo porta de verga recta de acesso às cortes do gado, no primeiro registo e
janela quadrangular no segundo. A fachada lateral SE. apresenta duas janelas que seriam de sacada, e que hoje se encontram parcialmente
entaipadas e transformadas em janelas de peito. A fachada posterior a SO. É percorrida por várias janelas de peito, rectangulares, ladeadas
por mísulas e uma janela que seria de sacada, parcialmente entaipada e transformada em duas janelas de peito. No terreiro, junto à torre
encontra-se um tanque rectangular de granito (IHRU).
No lado NE. da torre encontram-se o palheiro, o espigueiro e a capela, voltada ao exterior, de planta longitudinal e nave única. As fachadas
são enquadradas por cunhais apilastrados toscanos coroados por pináculos piramidais com bola e na fachada principal ergue-se uma cruz latina
sobre o acrotério. Fachada principal a NO., rasgada por portal de verga recta emoldurada por pilastras, com entablamento e frontão curvo,
interrompido por mísula que sustenta a base de uma edícula concheada com pilastras, cornija e a imagem de São Francisco.
Adossada à direita da capela, ergue-se a portal principal, de verga recta, enquadrada por pilastras toscanas e rematada por cornija, encimada
por pano murário, com pedra de armas inserida em cartela com decoração de acantos, rematado por frontão de volutas interrompido por urna
e ladeado por pináculos piramidais com bola. Ainda à direita, corpo de dois pisos com três inscrições nas padieiras (IHRU).
"HERÁLDICA: Pedra de armas do portal principal, com as armas dos SOUSA de Arronches, TEIXEIRA com timbre de TEIXEIRA, apresenta uma
cartela decorativa em que assenta escudo francês encimado por elmo aberto, gradeado, posto de perfil à direita, com timbre. INSCRIÇÕES:
(corpo que ladeia o portal principal) "FR(ANCIS)CO SOUZA TEIX(EI)RA E SUA M(ULH)ER / ISABEL DE OLIVEIR(A) MANDARÃO / FAZER ESTAS
CAZAS. FORÃO CO / MESADAS NO ANNO DE 1672 + 1682"; "FR(ANCIS)CO DE SOUZA TEIX(EI)RA MAN / DOU FAZER ESTA CAZA 1672";
"1676" (IHRU).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Cerdeirinhas 0901
Época Tipo M P
Romano Necrópole romana -19794.82 217893.77
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Ferreiros 100 56
Descrição
O sítio localiza-se numa encosta suave da margem direita do rio Cávado e foi identificado no decorrer das obras de terraplanagem para a
construção da uma residência, altura em que foram detectados “vestígios de, pelo menos, uma sepultura rectangular tapada com lajes de
pedra, contendo duas bilhas em cerâmica comum e um objecto em vidro, que foi partido aquando do achamento" (CARVALHO, 2008:11).
No decorrer da prospecção arqueológica o local indicado pelas coordenadas de H. Carvalho foi visitado, no entanto o proprietário afirma que
nunca apareceu nenhum vestígio arqueológico na sua propriedade, embora o referido terreno tenha as características enunciadas
anteriormente, no que concerne à sua localização e ao facto de se tratar de uma casa construída recentemente.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Ferreiros Requiem 0902
Época Tipo M P
Proto-história Castro
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Ferreiros
Descrição
Este castro não foi identificado em prospecção pois para além do autor que nos dá conhecimento do sítio não ter apresentado a sua descrição
ou localização, também não se verifica uma ligação directa entre a sua designação e o topónimo, não havendo desta forma qualquer pista que
nos indique onde se localiza (SILVA, 1986:78).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Torre de Vasconcelos/ Casa dos Mouros 0903 6071
Época Tipo M P
Medieval Cristão, Século XIII Torre senhorial fortificada -18531.95 217179.8
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Ferreiros Vasconcelos 50 56
Descrição
A família de Vasconcelos surgiu no início do século XIII e é considerada como um exemplo marcante do processo de ascensão social que várias
famílias de linhagens secundárias iniciam nessa altura. De facto, desde a criação da Honra de Vasconcelos, balizada entre os anos de 1220 e
1258, enceta-se o processo de concentração das várias parcelas que se concretiza em 1265, seguido por um processo de aquisição de mais
parcelas e de outras estratégias que tinham como objectivo a ampliação dos bens de raiz.
Também habitual neste período, foi o facto do nome de linhagem da família ser o topónimo da zona central dos seus bens fundiários, processo
típico na pequena nobreza, que detinha os bens concentrados e encontrava neles uma identificação mais forte que as linhagens mais antigas,
cujas propriedades para além de mais extensas, se encontravam também necessariamente mais dispersas e distantes (BARROCA, 1993:30-40).
Em relação à casa senhorial fortificada, situada no lugar de Vasconcelos, terá sido construída em meados do século XIII, no centro da honra e
localizado num vale fértil, particularmente num esporão ladeado pela Ribeira de Bárrio, que oferecia uma barreira de protecção acrescida. A
casa-torre, o primeiro edifício a ser construído apresenta planta quadrangular, com 6,15m x 6,30m e dupla sapata que hoje se encontra
soterrada. Da estrutura original sobreviveram apenas o andar térreo e parte do primeiro piso, sendo visíveis apenas dois vãos, a porta de
acesso da parede Leste e outra pela parede Oeste.
A porta da parede Leste terá sido o único local de entrada que a torre comportava inicialmente, reduzindo-se desta forma os pontos fracos de
defesa do edifício. Esta entrada apresentava um arco de volta perfeita que na face interior apresenta a configuração de um arco abatido,
tinha dois sistemas de tranca opostos, bem como dois volantes com batente central.
A abertura na parede Oeste foi criada para fazer o acesso a outro edifício que se adossou à torre posteriormente e apresenta um arco que na
face interna é de volta perfeita (BARROCA, 1993:38). Trata-se de um corpo de planta rectangular, “construído pouco depois de ser edificada a
torre” e que apresenta em relação àquela um considerável desvio axial, aproveitando desta forma a área que o esporão tinha disponível a
para construção. Este edifício, com 7m X 14.20m, tem apenas uma abertura ao nível do primeiro piso, trata-se de uma porta com arco
apontado, de dois volantes com batente central e dois sistemas de tranca.
Este edifício possuiria dois pisos, tendo sido o primeiro utilizado para albergar as estruturas da casa e o piso superior para habitação.
A escassos metros das referidas construções encontra-se uma pequena capela, consagrada a Santa Luzia que teria pertencido à família dos
Vasconcelos. Esta capela “sofreu reconstruções na época moderna que lhes desvirtuaram a sua traça medieval”, no entanto ostenta ainda as
seis cruzes de sagração do templo na época medieval (BARROCA, 1993:40). À entrada pode-se observar uma inscrição com a seguinte leitura:
“ESTA CAPELA HE SAG / RADA E SUGUNDA VEZ RE / EDIFICADA TEM RELIQUI / AS NO ALTAR & INDULG”.
O abandono do conjunto datará de finais do século XV a inícios do XVI, tendo permanecido inalterado até hoje como um dos exemplos mais
completos de estrutura senhorial medieval, composto por torre, anexo e capela (BARROCA, 1993:40).

Classificação/Protecção
Imóvel de Interesse Público - Decreto 37 077, DG 228, de 29-09-1948
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Capela de Santa Luzia 0904
Época Tipo M P
Século XVII / XIX Capela -18519.4 217179.8
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Ferreiros Vasconcelos 50 56
Descrição
Esta capela, reedificada no século XVII possui planta planta longitudinal, de nave única e capela-mor rectangular, mais estreita, adossada em
eixo. Volumes escalonados, com capela-mor mais baixa, de dominante horizontal. Fachadas de granito, com pilastras toscanas nos cunhais,
coroadas por altos pináculos piramidais, remates percorridos por cornija, com cruzes de secção quadrangular, sobre acrotério, das empenas.
Fachada principal orientada, com portal de verga recta ladeado por duas janelas quadrangulares gradeadas e encimado por cornija recta
sobrepujada por inscrição, a qual está ladeada por duas pedras com a cruz de malta, que apontam para a existência de um templo primitivo,
que possivelmente pertenceria à Ordem de Malta. As fachadas laterais apresentam, a N. porta de verga recta na nave e janela rectangular na
capela-mor, e a S. janela rectangular na nave e outra idêntica na capela-mor. Fachada posterior cega.
No interior a nave é coberta por abóbada de berço de madeira. Coro-alto de madeira, com balaustrada e escada de acesso do lado da
Epístola. Arco triunfal de volta perfeita, sobre pilastras com mísulas salientes. Capela-mor sobreelevada, com dois degraus em pedra.
Retábulo-mor, datável do século XIX, de talha dourada e policromada a branco, rosa e cinza, de planta recta, um só eixo, rematado por
cornija recta, com ornatos de dentículos, coroada por espaldar com motivo vegetalista, ao centro, e ladeado por urnas. Nicho recortado, com
imagens do orago, enquadrado por colunas de ordem coríntia, demarcadas no terço inferior por estrias. Altar recto.
A inscrição tem leitura seguinte: "ESTA CAPELA HE SAG / RADA E SECUNDA VES RE / EDIFICADA TEM RELIQUI / AS NO ALTAR INDVLG" (IHRU).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Cruzeiro do Pilar 1101
Época Tipo M P
282-283 d.C. Miliário da Via XVII -21091.38 219187.79
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Fiscal Pilar 150 56
Descrição
No lugar de Pilar, no limite sul da freguesia de Fiscal, onde confronta com Carrazedo, foi identificado um marco miliário deslocado que se
encontra a servir de base a um cruzeiro com as seguintes características: Altura: 166; diâmetro: 29; letras: 8 leitura: [IMP]P(eratori). CAE[S
(ari).M(arco)] / AVR(elio). CA[RO] / P(io) F(elici) I(nvicto) [AVG(usto)] / P(ontifici) M(aximo). Ao Imperador César Marco Aurélio Caro, Pio,
Feliz, Invicto, Augusto, Pontífex Máximo..." (MARTINS, 1998).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Campo da Igreja 1102
Época Tipo M P
Romano Casal rural romano 21631.25 220523.71
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Fiscal S. Miguel 90 42
Descrição
"A estação localiza-se num local conhecido como Campo da Igreja, numa zona de encosta suave, perto do Ribeiro de Vilouços, na bacia do rio
Homem. Embora profundamente revolvido por trabalhos agrícolas é possível observar abundantes restos de tégulas, mós manuais e algumas
pedras de construção (CARVALHO, 2008: 11).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Casa da Tapada 1103
Época Tipo M P
Século XVI Casa Senhorial com capela 20701.02 220358.88
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Fiscal 140 42
Descrição
"A Casa da Tapada foi mandada construir em 1540 por Francisco de Sá de Miranda, poeta e conhecido humanista, que comprou as terras da
antiga quinta do Bárrio da Fonte, constituindo depois a Quinta da Tapada. Em 1552 o poeta estava já instalado no solar, pelo que a obra de
edificação deveria estar já terminada.
No ano de 1589 o 3º Senhora da Casa da Tapada, Francisco de Sá de Meneses, mandou fundar uma capela privativa dentro da quinta, dedicada
a Nossa Senhora da Guia. A autorização para a realização de ofícios religiosos foi emitida somente em 1615, data assinalada no portal do
templo.
Na segunda metade do século XVII a Casa da Tapada foi reedificada e nesta época também a estrutura da capela terá sido alterada.
O solar é composto por um corpo principal de linhas maneiristas, cuja planimetria se desenvolve em L. Repetindo uma tipologia comum nas
casas senhoriais edificadas na época, o frontispício é marcado pela disposição de janelas e portas a espaços regulares, que lhe imprimem um
ritmo regular.
Numa das fachadas laterais foi construída uma escadaria de dois lanços com patamar, aberta ao centro por vão que dá acesso à entrada
traseira da casa.
O espaço interior da casa divide-se conforme os costumes da tratadística seiscentista. No piso térreo, situavam-se as dependências de serviço,
no andar superior, ou piso nobre, as salas e salões de convívio social e os quartos.
Durante alguns anos, no início do século XVIII, as dependências agrícolas da casa albergaram a irmandade de São Pedro de Rates. A ala sul do
solar foi construída no primeiro quartel do século XIX.
A capela foi edificada num espaço autónomo, separada da casa principal, sendo um espaço de nave única e capela-mor, com retábulo barroco
de talha polícroma” (IPPAR).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Paço 1301
Época Tipo M P
Romano Epigrafia romana indeterminada
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Lago Paço 60 56
Descrição
Inscrição cuja leitura (duvidosa) seria: FASN(i)V(s) NOVOV(i) M(erito) B(ona) V(oluntate) (CARVALHO, 2008:11).
Segundo informações orais esta inscrição terá sido recolhida no Castro de Lago e depositada nas instalações da Câmara Municipal de Amares.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Ribeiro 1302
Época Tipo M P
Romano Epigrafia funerária -23293.96 216294.08
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Lago Ribeiro 50 56
Descrição
"Ara funerária encontrada a servir de suporte a um forno de pão, no lugar de Ribeiro, actualmente depositada na Câmara Municipal de
Amares. Apresenta moldura tripla na parte superior e vestígios do foculus. MARIU[S] / ADRONI (filius) / AN(norum) VI (sextium). Aqui jaz
Mário, filho de Adrono, de seis anos. (Dimensões: 43x30x28)" (CARVALHO, 2008:11).
"Armando Coelho da Silva faz uma outra leitura das duas primeiras linhas: Linha 1:MATERN(e); linha 2: LADRONI" (MARTINS, 1990:68).
Nas proximidades do local onde foi descoberta esta ara foram identificados diversos fragmentos de cerâmica comum e de construção de época
romana que insinuam a existência de um estabelecimento tipo casal que poderá estar relacionado com a descoberta da epígrafe.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Castro de Lago 1303 127
Época Tipo M P
Idade do Ferro Castro -23140.58 215746.34
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Lago Lugar da Ponte 65 56
Descrição
O povoado do Lago representa um exemplo marcante no contexto dos castros agrícolas do Noroeste português, distinguindo-se claramente
dos típicos castro da região minhota, implantados em elevações proeminentes com boas condições de defesa.
Desta forma, este povoado foi implantado numa elevação de baixa altitude, com destaque no vale do Cávado, localizado na margem direita
do rio, junto a terrenos férteis com potencialidade agrícola.
Apresenta uma plataforma poligonal irregular aplanada e possui boas condições naturais de defesa pois as suas vertentes são bastante
íngremes a Norte e Este, embora a Sul a pendente seja mais suave e a vertente Oeste seja bastante desprotegida. Assim, para colmatar os
pontos fracos na defesa foram criadas a Oeste linhas defensivas e foi escavado um fosso na base da vertente.
No decorrer dos trabalhos de escavação arqueológica levados a cabo por Manuela Martins, foram detectados dois sistemas defensivos distintos,
um mais antigo, constituído por uma muralha de terra batida e outro mais recente, que inclui uma muralha de pedra reforçada internamente,
associada a um fosso escavado na rocha, aberto na base da vertente.
A estas estruturas defensivas acrescenta-se ainda a descoberta de 7 fossas, vários buracos de poste que parecem definir os contornos de uma
cabana circular e algumas construções toscas, nas quais foram utilizadas pedras simplesmente partidas, sem qualquer tipo de talhe, tal como
se verificou na construção da muralha.
Segundo a autora dos trabalhos de escavação a identificação das fossas permite atribuir ao povoado uma função económica importante
relacionada com a exploração do vale e acrescenta que este castro poderia ter desempenhado um papel importante na rede hierárquica do
povoado indígena, característica dos últimos séculos antes da nossa era (Martins, 1998).
No que toca ao espólio arqueológico exumado, este é constituído essencialmente por cerâmica de fabrico indígena, com características
comuns à da Idade do Ferro da região.
Em relação à cronologia do sítio, a sua utilização ocorreu no tempo que antecedeu a romanização intensiva da região, nos últimos dois séculos
a. C..

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Ribeira de Pala 1501
Época Tipo M P
236-238 d. C. Miliário da milha XII da via XVIII 16425.17 220945.22
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Paredes Secas Dornelas 276 42
Descrição
Encontra-se actualmente no adro da igreja de Paredes Secas um marco miliário de Maximino e Máximo, marcando a milha XII contada de
Bracara Augusta. Foi encontrado em 1957 na margem direita da Ribeira de Pala, em Dornelas, não muito longe do local onde tradicionalmente
se admite a passagem da via XVIII.
Apresenta a seguinte leitura: “ [IMP(erator) CAES(ar) G(aius) IVLIV[S] V[ERVS]/ MAXIMINVS P(ius). F(elix).
AVG(ustus). TRIB(unicia) PO/[TE]S[TATE] . [CO](n)S(ul). [PRO]CO(n)S(ul) [ET] G(aius) IVLIVS VERVS MAXIMVS / NOBILISSIMVS CAESAR / GERM
(anicus) MAX(imus) DAC(icus) MAX(imus) / SARM(aticus) MAX(imus) / PRINCEPS IVVENTVTIS FILIVS D(omini) N(ostri) IMP(eratoris) G(aii) IVLI(i) /
VERI MAXIMINI P(ii) F(elici) AVG(usti) / CVRANTE Q(uinto) DECI[O
VALER(iano)] / LEG(ato) AVG(usti) PR(o) [PR(etore)] / [BR]AC(ara) AVG(usta) M(ilia) P(assuum) XII (duodecim)
Leitura: O Imperador César Gaio Júlio Vero Maximino, Pio, Feliz, Augusto, dotado de poder tribunício, cônsul, procônsul, e Gaio Júlio Vero
Máximo, mui nobre César, Germânico Máximo, Dácico Máximo, sarmântico Máximo, Príncipe da Juventude, filho do nosso senhor Imperador
Gaio Júlio Vero Máximo, Pio, Feliz, Augusto. Sendo encarregado Quinto Décio Valeriano, legado de Augusto, propretor. De Bracara Augusta são
doze milhas" (CARVALHO, 2008:11-12).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Mojeje 1502
Época Tipo M P
Romano Vicus; Mansio da milha XI/XII da via XVIII
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Paredes Secas Vila Cova 300 42
Descrição
"Numa zona bem irrigada de declive suave na base da vertente Este do Monte de S. Pedro Fins, próximo do local passaria a via XVIII, foram
identificadas pedras aparelhadas, cerâmica de construção e doméstica, um capitel de ordem dórica, uma moeda do século III d.C. do
Imperador Constâncio Cloro. Arlindo da Cunha refere o aparecimento de vestígios de alicerces e elementos de arquitectura, entre os quais
uma base de coluna e de um capitel dórico. É igualmente referida a descoberta de uma sepultura em pedra. A localização neste sítio de um
possível vicus, que pode ter funcionado como mansio ou mutatio, ganha uma outra importância, quando relacionada com os achados
referenciados em Vilela (ID3012402), local situado a uma cota inferior, onde se depositaram dois miliários e, ainda, um pedestal de estátua
encontrado no cemitério junto ao adro da igreja, dedicado ao Génio Viriocelense (Carvalho 1998). Este pedestal, reaproveitado como pia de
água benta, indica o nome de uma localidade romana – Viriocelum - que admitimos poder corresponder ao único local com vestígios romanos
significativos, junto ao eixo da Via Nova: o sítio de Vila Cova/Mojeje. A dimensão deste povoado é difícil de estimar" (CARVALHO, 2008:12).
Esta estação arqueológica não foi identificada no decorrer da prospecção arqueológica levada a cabo para a realização da Carta Arqueológica
do Concelho de Amares.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Castelo de Espinho / Castro de S. Pedro Fins 1601
Época Tipo M P
Idade Ferro; Romano Castro romanizado -19053.39 220775.08
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Portela 480 42
Descrição
O sítio ocupa um pequeno esporão na vertente Sudoeste do Monte de S. Pedro Fins, num local com boa visibilidade para o território da área
envolvente e com boas condições naturais de defesa, possuindo vertentes abruptas em todas as pendentes, à excepção da virada a Este, onde
o declive é mais suave e depois de uma ligeira descida se eleva em direcção ao topo do monte.
O topo do esporão, de reduzidas dimensões, encontra-se ocupado numa grande parte da sua área por grandes penedos.
À defensabilidade natural deste assentamento foi acrescentada uma linha de muralha, constituída por fiadas de pedra granítica de pequena
dimensão, aparentemente sem argamassa , que circunda a parte mais elevada do monte.
A esta estrutura defensiva acrescentam-se ainda alguns alinhamentos com o mesmo tipo de construção que formam compartimentos entre os
penedos, aproveitando assim o afloramento rochoso como suporte de estruturas ou mesmo como forma de as delimitar.
No centro do esporão, numa abertura entre os penedos, foi possível identificar um abrigo.
No que toca ao espólio arqueológico identificado, foram recolhidos alguns fragmentos de cerâmica de cronologia indeterminada, no entanto,
em prospecções anteriores observam-se fragmentos de tijoleira e de escórias de ferro. Albano Bellino hava referido também o aparecimento
de pedras aparelhadas, pequenas mós manuais, cerâmica e tégulas romanas. Segundo Carvalho, o sítio circunscreve-se à curva de nível dos
450 m (CARVALHO, 2008:12).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Anjo da Guarda S. Miguel-o-Anjo 1701
Época Tipo M P
Romano - Século I Miliário; Aras -17795.18 216655.5
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Proselo S. Miguel-O-Anjo 70 56
Descrição
Do lugar de S. Miguel-O-Anjo são conhecidas duas aras, encontradas junto à capela do Anjo da Guarda, uma delas anepígrafe, depositada sob
o coreto localizado em frente à capela e outra, consagrada a uma divindade indígena de origem celta. Esta ara, depositada no Museu dos
Biscainhos, em Braga, é provavelmente do século I e conserva na parte superior restos de foculus e na parte inferior vestígios de um soco.
Apresenta a seguinte leitura:.../ CAND/EBERO/NIO CA/EDVRA/DIO. Tradução: Candeberónio Cedurádio (Dimensões: 81,5X27X26).
No largo da capela existe ainda um miliário que serve de cruzeiro e que se encontra deslocado (CARVALHO, 2008: 12).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
São Tomé de Peroselo 1702 6435
Época Tipo M P
Romano Inscrição -19581.56 216977.86
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Proselo 85 56
Descrição
"Encontra-se na igreja de São Tomé de Peroselo uma inscrição com o seguinte texto: C. AEMIL. VALENS. EQ. ALF. IVR. M, ARIMANL. VI. V. SI.
M." (ENDOVÉLICO).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Ponte de Proselo sobre o Cávado, entre Amaras e Póvoa de Lanhoso / Ponte do Porto 1703
Época Tipo M P
Baixa Idade Média - meados Sec XIV Ponte -17457.22 216349.27
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Proselo Lugar do Porto 40 56
Descrição
A Ponte de Prozelo ou Ponte do Porto atravessa o rio Cávado, estabelecendo a união entre os concelhos de Braga e Amares.
De cronologia medieval, datada de meados do século XIV (ALMEIDA, 1968), esta ponte, classificada como Monumento Nacional desde 1910,
estende-se por cerca de 150m e apresenta um tabuleiro ligeiramente rampante, com cerca de 2,80m de largura.
Apresenta guardas de granito e assenta sobre catorze arcos, quatro dos quais apontados e os restantes com dimensões e forma desiguais,
intercalados por olhais nos pegões. É reforçada por contrafortes com talhamares triangulares a montante e talhantes rectangulares a jusante.
Podem ainda observar-se no intra-dorso dos arcos vários tipos de siglas alfabetiformes.
A irregularidade em certos elementos da estrutura - de que os arcos são exemplo - sugere a existência de algumas reparações.

Classificação/Protecção
MN Monumento Nacional - 16-06-1910, DG 136, de 23-06-1910
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Mosteiro de Santo André de Rendufe 1801 16683
Época Tipo M P
Medieval Cristão e Moderno Mosteiro -22764 218536.41
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Rendufe 60 56
Descrição
O mosteiro beneditino de Rendufe, cuja data exacta da sua fundação se desconhece, remonta à época do Conde D. Henrique, segundo José
Mattoso, possivelmente pouco antes de 1090 (MATTOSO, 1971, p. 13), data um pouco anterior à indicada numa inscrição existente no
pavimento, junto ao arco do cruzeiro, que indica o ano de 1151 (SOUSA, 1979, p. 29).
Este mosteiro teve um período de grande riqueza e domínio durante a Idade Média, no entanto, sofreu um forte abalo em consequência da
gestão ruinosa dos abades comendatários e, anteriormente, das questões levantadas entre o mosteiro, o arcebispo e a família patronal dos
Vasconcelos, questões estas que conduziram à sua extinção e restauração em 1401 (SOUSA, 1979, p. 30).
Em 1551 é reedificado a pedido do último comendatário - D. Henrique de Sousa, passando o tempo a a possuir três naves com capelas
laterais, permitindo desta forma que a igreja se mantivesse até ao século XVIII, não se integrando no conjunto de mosteiros remodelados
depois da criação da Congregação beneditina, em 1567.
É no decorrer do do século XVII que se levam a cabo algumas remodelações e actualizações estéticas, entre as quais a fachada da portaria,
que ostenta a data de 1638, e que segue modelos quinhentistas divulgados no tratado de Sebastião Serlio (SMITH, 1969, pp. 9 e 10). O tecto
da nave foi forrado por duas vezes e na sacristia registam-se móveis novos, executados por Agostinho Marques, de Braga, em 1697 (IDEM, p.
5).
No decorrer do primeiro quartel do século XVIII assiste-se a uma constante actividade construtiva, responsável pela reforma integral da igreja
e demais dependências conventuais, grande parte das quais, infelizmente, desaparecida no incêndio de 1877. “A existência de registos
periódicos, os chamados Estados de Tibães, permite acompanhar as obras, triénio a triénio. Assim, entre 1716 e 1719 levantou-se a nova
igreja, de planta em cruz latina, com nave única coberta por abóbada de berço e dois altares laterais, transepto, altares colaterais e capela-
mor de grandes dimensões, num traçado que obedece à generalidade das plantas beneditinas da época (IDEM, p. 12). A fachada, por sua vez,
afasta-se dos modelos empregues anteriormente, ao apresentar um portal central, a que se sobrepõem três nichos com as imagens de Santo
António, São Bento e Santa Escolástica (as actuais são de época posterior), e três janelas ovais. No interior, o arco da tribuna e a nova
abóbada da capela-mor são de 1725-28. A talha foi executada entre 1719 e 1725 e dourada entre 1725 e 1728, continuando depois, em 1752
-1755. É de estilo nacional, filiando-se o retábulo da capela-mor no de São Bento da Vitória, no Porto, razão pela qual Roberth Smith atribui a
sua autoria ao do entalhador da igreja portuense, Gabriel Rodrigues. Situação semelhante verifica-se ao nível do cadeiral do coro (1722),
embora o de Rendufe apresente telas e não relevos. A talha das bancadas da capela-mor pode ser cotejada com a de Tibães (atr. A Frei José
António Vilaça) que, tal como a das janelas, é já rococó (IDEM, p. 27) “ (IPPAR).
“Por sua vez, a biblioteca foi edificada no triénio de 1716-19, tal como o claustro, do qual apenas subsistem as ruínas com arcadas de capitéis
toscanos. O novo dormitório remonta a 1728-31. Uma das últimas obras, mas de grande significado, por obedecer a novas directivas que
visavam retirar o Santíssimo Sacramento da capela-mor, foi a edificação da capela do Sacramento, em 1777-80, numa linguagem pombalina”
(IPPAR).

Classificação/Protecção
Imóvel de Interesse Público - 32 973, DG 175, de 18-08-1943
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Sequeiro e Eira bem como das estruturas hidráulicas em pedra, designadamente minas, aqueduto 1802
Época Tipo M P
Vários -22764 218536.41
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Rendufe
Descrição
“A presente classificação reporta-se, por conseguinte, não ao cenóbio, propriamente dito, porquanto há muito legalmente protegido através
de classificação própria, mas ao "Sequeiro e Eira bem como das estruturas hidráulicas em pedra, designadamente minas, aqueduto
subterrâneo e aéreo, tanque e levadas" existentes em toda a sua quinta. Componentes estes que, além de historiarem o quotidiano dos
monges beneditinos, traduzem o esforço de actualização exercido pelos seus residentes na área de exploração agrícola dos terrenos que
tinham a seu cuidado, de modo a adequá-la a um modo de vida, tanto quanto possível, auto-suficiente" (IPPAR).

Classificação/Protecção
Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura) - Despacho de abertura de 15 de Outubro de 1998.
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Povoado Fortificado do Monte de Sequeiros 1804
Época Tipo M P
Romano castro
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Rendufe Monte de Sequeiros
Descrição
"Povoado Forttificado / Outeiro da Vila; Castro de Seramil" (PDM).
este castro não foi identificado no decorrer do trabalho de campo.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Outeiro 1901
Época Tipo M P
Idade do Ferro; Romano Castro
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Maria do Bouro 175 43
Descrição
A prospecção dirigiu-se para um pequeno outeiro de baixa altitude com uma só plataforma, onde H. Carvalho identificou um talude,
fragmentos de tijoleira e pedras correspondentes a derrubes de estruturas (CARVALHO, 2008:9). No entanto, dado o estado do terreno no
momento em que se levou a cabo a prospecção arqueológica para a realização da Carta Arqueológica, coberto por uma espessa manta morta,
não foi possível identificar nada para além de dois fragmentos de cerâmica de construção romana muito rolada, um pequeno fragmento de
cerâmica de armazenamento do mesmo período, bem como algumas pedras que parecem formar dois alinhamentos, sendo que um dos quais
parecia ter um cunhal.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Santa Maria de Bouro 1902
Época Tipo M P
Romano Epigrafia votiva
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Maria do Bouro 43
Descrição
"Ara votiva, em granito, com volutas, restos de frontão e foculus circular (Dimensões: 74x49x32) (27); campo epigráfico: 29,5x37; letras:
5/5,5. Leitura: PRO SALVTE/ ...VM/... Tradução: Pela saúde de... (CARVALHO, 2008:9).
Desconhe-se a proveniência exacta deste achado, no entanto sabe-se que veio de uma capela de Santa Maria de Bouro (MARTINS, 1990:70-71).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Ermida de Nossa Senhora da Abadia 1903
Época Tipo M P
Século XVIII Ermida
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Maria do Bouro
Descrição
"Situado em plena Serra do Gerês, o santuário de Nossa Senhora da Abadia é composto pela igreja, pelos edifícios destinados a acolher os
romeiros, denominados por Casa das Ofertas e Casa dos Quartéis, pelo cruzeiro implantado ao centro do adro, e pelas capelas da Via Sacra
que definem o percurso através do qual se acede ao santuário.
Este percurso evocativo da caminhada de Jesus pelas ruas de Jerusalém, desde o Pretório de Pilatos até ao Calvário (já fora dos muros da
cidade), com toda a carga cenográfica e penitencial que lhe é própria, foi recriado com grande frequência durante o barroco. No caso de
Nossa Senhora da Abadia, o percurso termina no adro da igreja, de grandes dimensões de forma a poder acolher os peregrinos, numa
tendência também barroca de recuperação de antigas tradições, aproximando a religião e a natureza sacralizada, e monumentalizando as
possibilidades cenográficas destes espaços.
Segundo a tradição, terá sido uma aparição de Nossa Senhora, ocorrida no século XII, a motivar a edificação de uma primeira ermida, da qual
não subsiste qualquer vestígio. O complexo que hoje conhecemos, e que terá sido construído no mesmo local do antigo templo, remonta ao
século XVIII.
A fachada principal da igreja é antecedida pelas torres sineiras, cuja base forma um exonártex aberto por três arcos correspondentes às três
naves do interior. No segundo registo, as torres exibem cartelas que enquadram relógios e, ao centro, um arco abatido com pedra de armas na
base e no topo, exibe um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Abadia. As torres terminam em cúpula rematada por pináculo.
No interior, as três naves são separadas por arcaria de volta perfeita, e cobertas por abóbada de cruzaria de ogivas em madeira pintada. Os
arcos da nave principal são destacados pelas sanefas de talha rococó, dourada e policromada, que encontra no arco triunfal a sua composição
de maior envergadura. As janelas recebem o mesmo tratamento, tal como os retábulos laterais e os colaterais que, executados na mesma
época, dinamizam o corpo do templo. O retábulo principal, que ocupa a totalidade da parede fundeira da capela-mor, pertence à campanha
da nave, exibindo uma tribuna de grandes dimensões com trono piramidal. O dinamismo e a leveza do tratamento da decoração interna
contrasta vivamente com a austeridade do exterior, acentuado pelo tratamento da fachada em cantaria, e onde os elementos decorativos se
concentram nas cartelas dos relógios, nas pedras de armas e no frontão central.
Em ambos os lados do terreiro fronteiro à igreja, as acomodações dos peregrinos distribuem-se em dois volumes de planta rectangular,
abertos por arcaria de volta perfeita no piso térreo e por colunata no superior, ao qual se acede por escadaria de cantaria. Confrontando com
o templo, o cruzeiro assenta sobre base paralelepipédica, terminando com Cristo crucificado, coroando assim o percurso da Via Sacra a que
nos referimos inicialmente" (IPPAR).
Classificação/Protecção
Em Vias de Classificação (Homologado - IIP Imóvel de Interesse Público) - Despacho de 16-11-1973/A classificação incide apenas sobre a igreja
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Mosteiro de Santa Maria de Bouro 1904 15560
Época Tipo M P
Medieval Cristão Mosteiro / necrópole -11466.12 221112.76
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Maria do Bouro Terreiro 142 43
Descrição
O Mosteiro e Santa Maria de Bouro foi alvo de um projecto de reconversão da responsabilidade do arquitecto Souto Moura e é hoje uma
Pousada de Portugal.
Em relação à história da sua formação, este mosteiro terá sido habitado no início por eremitas, cujo orago era São Miguel, embora mais tarde,
nos finais do século XII, os cistercienses se terão instalado no local (que para alguns autores teve lugar em 1174, enquanto que outros
apontam o ano 1195), alterando a invocação para Santa Maria. Esta informação foi corroborada pela datação do espólio cerâmico e de uma
série de elementos arquitectónico-decorativos recolhidos em escavação arqueológica que remetiam para o final do século XII e inícios do XIII
(FONTES, 2001).
O mosteiro foi alvo de várias campanhas de obras e intervenções de âmbito decorativo, no entanto, o modelo planimétrico conservou-se "sem
grandes roturas". “O edifício original, com igreja de três naves de cabeceira tripartida de planta rectangular, e edifícios conventuais
estruturados em função do claustro, conheceu uma ruína constante, motivada, principalmente, pelo regime dos abades comendatários. Só a
partir de 1567, com a criação da Congregação Autónoma Portuguesa, foi possível inverter esta tendência de degradação” (IPPAR).
“As obras decorreram entre o final do século XVI e o início da centúria seguinte, originando uma igreja de características maneiristas, com
galilé a anteceder a nave única, de capelas intercomunicantes e transepto inscrito, e dependências conventuais formando um U com claustro
a Sul. As intervenções prolongaram-se até meados do século XVIII, datando deste último período as campanhas decorativas de talha e
azulejos. Na impossibilidade de caracterizarmos todos os espaços, optámos por destacar algumas das obras mais significativas que, de acordo
com estudos recentes de Luís de Moura Sobral (2000, pp. 233-246), definem um programa iconográfico baseado na invocação a São Bento e
São Bernardo, e que relaciona a história de Portugal com a do convento e com a fundação da congregação cisterciense portuguesa. Na fachada
do templo, com galilé aberta por três arcos de volta perfeita (solução tradicional da arquitectura portuguesa), exibem-se as imagens de São
Bernardo e São Bento, com a Virgem ao centro. O mesmo tema volta a repetir-se no retábulo-mor, mas invertido, e no cadeiral (final séc.
XVII-início XVIII), este último considerado um dos mais importantes exemplares do país, onde os espaldares relatam episódios da vida do santo
fundador e do santo reformador, e em que cada relevo parece constituir um espelho do que se encontra defronte, obrigando a uma
interessante leitura em ziguezague. Se os episódios aludem à vida mística dos santos, o único relato de conteúdo político acentua a leitura da
galeria de figuras na fachada do próprio convento, onde encontramos a representação das personagens mais significativas para a história da
Ordem e do convento - o conde D. Henrique (?), D. Afonso Henriques, D. Sebastião, o cardeal D. Henrique, e D. João IV. Por sua vez, a Sagrada
Família, ou o Regresso do Egipto, aludem ao desterro e à época anterior à Congregação Autónoma, que a galeria de reis também
celebra" (IPPAR).

Classificação/Protecção
ZEP (zona especial de protecção).
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Monte de S. Miguel / Cidadelhe 1905
Época Tipo M P
Idade do Ferro; Romano Castro romanizado -10188.74 222515.01
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Maria do Bouro Santa Maria Bouro 550 43
Descrição
"O Monte de S. Miguel situa-se na crista de um esporão montanhoso de um contraforte da serra do Gerês. As encostas escarpadas a Norte, Sul
e Oeste conferem-lhe uma boa posição estratégica e uma excelente visibilidade e acesso ao vale do Cávado" (CARVALHO, 2008:9).
No decorrer da prospecção arqueológica foram recolhidos fragmentos de cerâmica da Idade do Ferro e de Época Romana (essencialmente
cerâmica de construção), tal como tinha já sido identificado anteriormente por Ana Bettencourt.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Alto dos Castelos / Fraga dos Fornelos 2001
Época Tipo M P
Idade do Ferro; Romano Castro Romanizado
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Marta do Bouro 750 43
Descrição
"O sítio encontra-se num esporão da Serra de Santa Isabel, na margem direita do rio Cávado, com boas condições de visibilidade e defesa. São
visíveis taludes artificiais e cerâmica da Idade do Ferro e romana, para além de alguns fragmentos de tégulas e ímbrices" (CARVALHO, 2008:9).
Embora as condições de visibilidade tenham sido boas, não foram observados quaisquer estruturas, alterações topográficas ou espólio no
decorrer da prospecção arqueológica.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Chão Grande 2002 6372
Época Tipo M P
Romano, Século III Ara a Júpiter -13804.51 223564.9
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Marta do Bouro Chão grande 580 43
Descrição
Foi encontrada no lugar de Chão Grande, numa elevação bastante proeminente da Serra de Bouro situada a cerca de 580m de altitude uma
“ara votiva de granito, sem volutas, nem frontão. O lado direito da peça está bastante alterado pela posterior reutilização. Século III. Leitura:
MATE(rn) / VS POSVI(t) / ARVDA(m) / IOVI OPTI /MO MA/XIMO - Materno colocou esta árula a Júpiter Optimo, Máximo. Segundo H. Carvalho
trata-se de um indígena romanizado, pois na terceira linha aparece ARVDAM, em vez de ARVLAM, o que corresponde a um indigenismo ou a
um erro do gravador" (CARVALHO, 2008:9).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Bouças Velhas 2003 21608
Época Tipo M P
Romano Indeterminado -13776.6 222253.45
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Marta do Bouro 390 43
Descrição
Num caminho florestal localizado num monte entre Bacelo e S. Bartolomeu, num esporão virado a Sudoeste, “foram detectados dois muros em
pedra com aparelho de tipo romano, associados a vestígios de "tégula". Na proximidade foi encontrado um fragmento de cerâmica da Idade do
Ferro" (ENDOVÉLICO).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Quatro Caminhos 2004 21606
Época Tipo M P
Idade do Bronze Vestígios Diversos -13395.5 221712.03
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Marta do Bouro 220 43
Descrição
"Em dois cortes de um caminho florestal, foram identificados vestígios cerâmicos da Idade do Bronze" (ENDOVÉLICO).
No decorrer da prospecção arqueológica não foram detectados quaisquer vestígios desse período, apenas foram recolhidos dois fragmentos de
cerâmica comum possivelmente romana.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Santa Marta / Castanheiro 2005 21711
Época Tipo M P
Romano Vestígios Diversos -13113.53 221250.61
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Santa Marta do Bouro 175 43
Descrição
Numa zona de planície bem irrigada, localizada na base do monte de castro, onde foram identificados vestígios de um castro romanizado, foi
identificado num local já referenciado no ENDOVÉLICO um grande volume de cerâmica de construção romana (imbrex e tegulae, entre as
quais uma com a marca “M”) .
A proprietária do terreno com a maior concentração de materiais referiu que aquando da construção de um poço na sua propriedade foi
retirada uma grande quantidade de cerâmica de construção - “telha grossa”, bem como cerâmica com “desenhos” e algumas pedras.
Desta forma, tendo em consideração o tipo de material identificado, bem como a sua área de dispersão, pensamos tratar-se de um casal
romano, possivelmente relacionado com o castro do outeiro, localizado a poucos metros de distância.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Monte de Sequeiros / Alto ou Couto do Castelhão 2101
Época Tipo M P
Idade do Ferro Castro -19203.03 223972.05
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Sequeiros Monte de Sequeiros 213 42
Descrição
"O sítio localiza-se num remate de esporão, com excelentes condições naturais de defesa e visibilidade. A espessa cobertura vegetal que cobre
a estação impede a detecção de estruturas ou espólio de superfície. O topónimo, a notícia do aparecimento de vasos e as condições
geomorfológicas permitem admitir que se trata de um povoado fortificado. No entanto, as prospecções aí efectuadas não permitiram
identificar quaisquer vestígios. Dada a natureza da informação disponível admitimos que o Monte de Sequeiros corresponda a um povoado
abandonado em momento impreciso da Idade do Ferro" (CARVALHO, 2008:12-13).
No decorrer da prospecção arqueológica o terreno ainda se encontrava completamente encoberto por um espesso coberto vegetal, o que não
permitiu recolher informações adicionais ao que foi supra citado.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Outeiro da Vila / Castro de Seramil 2201
Época Tipo M P
Idade do Ferro Castro? -15094.42 222893.39
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Seramil 458 43
Descrição
"O sítio localiza-se num pequeno cabeço a este do Monte de Santa Cruz. O cónego Arlindo da Cunha refere que observou no local alguns muros
e recolheu fragmentos cerâmicos diversos, mas a cobertura vegetal do sítio impede o reconhecimento de estruturas ou cerâmicas. Ana
Bettencourt prospectou o local e não encontrou vestígios de taludes ou cerâmica" (CARVALHO, 2008:13).
No decorrer da prospecção arqueológica o terreno ainda se encontrava completamente encoberto por um espesso coberto vegetal, o que não
permitiu recolher informações adicionais.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Ribeira das Oliveirinhas 2401
Época Tipo M P
Romano Miliários -16012.68 221694.45
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Vilela 260 43
Descrição
Na freguesia de Vilela, nas proximidades da Ribeira das Oliveirinhas foram identificados em campanhas anteriores dois marcos miliários. Um
deles, de deâmetro reduzido, sem inscrição e bastante fragmentado foi recolhido junto à valeta da estrada municipal 1236, perto da igreja de
Vilela e foi depositado na casa do proprietário do terreno onde foi encontrado, localizada nas traseiras da igreja de Vilela.
O outro marco, também ele fragmentado encontra-se encostado ao muro da igreja de Vilela, é de “Tito-Domiciano, datado de 79-81 d.C (CIL
II, 4798/99=EE, VIII; 224) e indica a milha XIII contada a partir de Bracara Augusta. Conserva apenas a parte final da inscrição, pelo que a
reconstituição da leitura foi feita com base noutros miliários, dos mesmos imperadores existentes na mesma via. Altura:1.40; diâmetro:55;
letras 7 e 8.
[IMP(eratore) TITO CAESARE DIVI VES (asiani)]F(ilio) VESPASIANO AVG(usto) PONT(ifice) MAX(imo) TRIB(unicia) POT(estate) IX (nona) IMP
(eratore) XV (decimum quintum P(atre)]P(atriae) CO(n)S(ule) VIII(octavum) [ET] CAESARE DIVI VES (asiani) F(ilio) [DOMITIANO] CO(n)S(ule) VII
(septimum) / G(aio) CALPETANO RANTIO / QVIRINALE VA(lerio) / FESTO LEG(ato) AVG(usti) [PROPR(aetore)]/ A BRACARA M(ilia) P(assuum) XIII
(tredecim).
Sendo Imperador Tito César Vespasiano, filho do divino Vespasiano, Augusto, Pontífice máximo, no seu nono poder tribunício, saudado
imperador quinze vezes, pai da pátria, oito vezes cônsul, e César (Domiciano), filho do divino Vespasiano, sete vezes cônsul, sendo legado de
Augusto e Propretor Caio Calpetano Râncio Quirinal Valério Festo. De Bracara são treze milhas. Os miliários, pertenceriam à via XVIII, via que
tem um troço conservado perto do local onde as peças estão depositadas" (CARVALHO, 2008:13).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Vilela 2402
Época Tipo M P
Romano Epigrafia votiva; miliários -16032.94 221705.44
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Vilela 260 42
Descrição
Foi identificado na freguesia de Vilela uma ara votiva utilizada como pedestal ao Génio Viriocelense, que indica o nome da localidade na
época romana – Viriocelum. Apresenta moldura dupla na parte superior e inferior, sem frontão ou volutas. Encontra-se depositada na casa
paroquial de Vilela.
Leitura: (LVCRETIVS / SABINVS / GENIO
VI/RIOCELEN/SI (hedera?) / V(otum). S(olvit). L(ibens).
M(erito). (cfr. Ficha 3011501)" (CARVALHO, 2008:13).

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Necrópole Megalítica 2403
Época Tipo M P
Pré-História Recente Necrópole megalítica
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Paranhos (S. Lourenço) e Vilela Paranhos de Cima 466-550
Descrição
"O planalto correspondente a um contraforte da Serra do Gerês, situado na margem esquerda do rio Homem. É uma zona de vegetação
predominantemente arbustiva e herbácea, embora já se notem as manchas de eucaliptos de introdução recente, ao lado de resquícios de
carvalhos e sobreiros. Neste planalto foram identificados três monumentos com tumulus, todos eles violados, de câmara simples e com
dimensões que oscilam entre os 8m e os 17m de diâmetro" (BETTENCOURT,1998).
Este local não foi identificado no decorre da prospecção levada a cabo para a elaboração da Carta Arqueológica do Concelho de Amares.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Via XVIII ou Via Nova / Geira 2404
Época Tipo M P
Romano- época dos flávios - 2ª met do Via
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Vilela
Descrição
A Via Nova, mencionada no itinerário de Antonino como via XVIII, também chamada de Geira no percurso que une Amares à Portela do Homem
é um exemplo da campanha de reforço e manutenção do sistema viário romano, que teve como objectivo por um lado a reparação dos
itinerários principais pré-existentes, construídos na época de Augusto e por outro a construção de novos percursos e o melhoramento do
cursos publicos, dotado de um número significativo de mantiones e mutationes (estruturas de apoio aos viajantes construídas à beira das
estradas) (LEMOS e BAPTISTA: 1995-96).
Este reforço do sistema viário foi possível dado o contexto de desenvolvimento económico e de densificação da população, que teve lugar
entre a época de Augusto e e a época flávia-antoniana (CARVALHO, 2008:140).
A Via XVIII, construída na época dos flávios em 80 d.C., fazia a união entre as cidades de Bracara Augusta (Braga) e Asturica Augusta (Astorga),
percorrendo 318 km e cruzando regiões de relevo mais acidentado, oferecendo assim uma alternativa mais curta à via XVII que unia as
mesmas cidades passando por Aquae Flaviae (Chaves) num percurso de 365.5 km (CARVALHO, 2008: 330).
No que concerne ao seu traçado, particularmente no concelho de Amares, que é o troço que interessa ao presente trabalho, esta via
proveniente de Bracara passaria o Cávado, chegando ao actual concelho de Amares, no entanto o local da sua travessia é alvo de discórdia
entre os estudiosos, pois enquanto uns a fazem passar pela ponte do Porto (CAPELA, 1987), ponte medieval que poderá ter substituído outra
de cronologia anterior, talvez feita por barcas, estudos mais recentes (CARVALHO, 2008) apontam para a sua passagem por barcas em Âncede,
passagem esta já mencionada nas Memórias Paroquiais de 1758. Esta hipótese é reforçada pela existência de uma calçada na margem
esquerda, entretanto destruída e existência de fotogramas de 1946 que mostram a existência de bancos de areia que poderiam ter permitido
a passagem do rio a vau na época seca ou por barcas no inverno (CARVALHO, 2088: 335).
A via continuaria pelo lugar de Além, na freguesia de Barreiros, freguesia onde foram referenciados quatro marcos miliários, dois deles na
Quinta de Agrolongo (aos quais pudemos acrescentar mais um na última campanha de prospecção arqueológica) e um na Quinta da Pena.
Helena Carvalho situa a milha VI em Senhora das Angústias – Além. Daqui a via rumaria para norte, em direcção a Carrazedo, situando-se
presumivelmente a milha VII no lugar de Feira Velha, onde se encontra um castro de baixa altitude, parcialmente destruído por uma casa
senhorial fortificada, a torre dos Machados. A igreja de Carrazedo teria sido o local de depósito de doze marcos, tendo sido alguns
transportados para Braga. Nas proximidades desta igreja foi recentemente identificada uma mancha de dispersão de material de dimensões
consideráveis que inclui fragmentos de cerâmica comum e de construção romana em quantidades significativas, três fustes de coluna e duas
aras votivas, uma delas dedicada por Bloena aos Lares Buruci. Desta forma, o tipo de materiais e sua quantidade, bem como a vasta área pela
qual eles se dispersam, incluindo os terrenos adjacentes à igreja paroquial de Carrazedo a norte e a sul bem como a área que se estende até
Feira Velha, zona onde teria passado a via, fizeram com que Sande Lemos interpretasse este local como uma villa e H. Carvalho como um
vicus (CARVALHO; 2008:336).
No lugar de Feira Velha a via prosseguiria para Barromau e Pilar, este último pertencente à freguesia de Fiscal, onde se situaria a milha VIII e
foi descoberto um miliário dedicado ao imperador Caro. A partir daqui a via inflectia para Oeste, contornando os contrafortes da Serra da
Abadia. A milha IX encontrar-se-ia junto ao castro de Caires, tendo sido identificados vestígios no local Cidade de Biscaia que indiciam a
existência de um vicus com funções de mansio. As milhas X e XI estavam situadas no que hoje é um caminho municipal, chegando a Vila Cova,
na freguesia de Paredes Secas. O trajecto entre a milha XI e a seguinte encontra-se bem preservado, existindo ainda partes da calçada em
boas condições de preservação. Refira-se o troço até ao lugar de Santa Cruz, onde existe ainda um marco miliário tombado junto à via. Em
Ribeira da Pala, Paredes Secas, foi identificada um marco miliário dedicado a Maximino e Máximo (238 d.C.) (CARVALHO; 2008)
A partir do Monte de Santa Cruz e até à Portela do Homem o seu traçado está quase perfeitamente definido, seguindo pelas ladeiras da
vertente Norte da Serra do Gerês, sempre sobranceira ao rio Homem (...)" (MARTINS, 1990:59).
Este troço da via encontra-se bem documentado e foi alvo de um estudo aprofundado da responsabilidade dos arqueólogos Sande Lemos e
Martinho Baptista, trabalho este devidamente enquadrado pelo PNPG (Parque Nacional da Peneda Gerês) que constitui um exemplo a seguir
no que toca à promoção e valorização do património histórico-arqueológico da região.

Classificação/Protecção
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
CARTA ARQUEOLÓGICA DO CONCELHO DE AMARES
Designação Nº Inv CNS
Marco miliário 2405
Época Tipo M P
Romana Miliário -15718.56 222859.44
Freguesia Lugar Topónimo Altitude CMP
Seramil Santra Cruz 345 43
Descrição
localizado junto ao troço final da Via XVIII na freguesia de Amares, no lugar de Santa Cruz, foi identificado um marco miliário sem inscrição
visível. O miliário encontra-se tombado do lado direito da via, seguindo o sentido sul/norte.

Classificação/Protecção
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http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B.aspx

Outros sites consultados:

http://geira.cm-terrasdebouro.pt/main.aspx?menu=10 (Projecto Geira)

http://www.eda-bea.es/pub/list.php?refpage=%2Fpub%2Fsearch_select.php&quicksearch=amares

(Hispaniaepigraphica)

Artigos em jornais:

“Obras na Igreja de Carrazedo descobrem uma janela secular”, in Correio do Minho, 14 Setembro 1996;

“Geira Romana vai ser proposta a património mundial”, in jornal Público, p. 56, 2 de Agosto de 2001;

JCL, “Abadia aposta na área da saúde”, in Diário do Minho, p. 11, 24 de Janeiro de 2004;

“Carrazedo - Amares”, in Diário do Minho, pp. 21 – 28, 23 Setembro 2004;

“Barroco e Neoclássico influenciaram a construção da Casa da Ribeira”, in Diário do Minho, 21 de Outubro de


2004 (ASSIS, F.; FERREIRA, J. C.);

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