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E DURABILIDADE
RESUMO
Palavras-chave:
Agregado reciclado; Resíduos de concreto; Resistência Mecânica; Durabilidade.
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ABSTRACT
The increase in the consumption of civil construction materials leads to the generation of
large amounts of waste; therefore, it is necessary to adopt sustainable development. In this
case, one of the solutions found is to make it possible to reuse these residues in the
construction process as aggregate for concrete. The present work aims to present the
mechanical characterization and durability of concretes produced with recycled aggregates.
From these results, according to the studies and the literature presented, we can say that
concrete with recycled aggregate has mechanical characteristics similar to the natural
aggregate, but with some peculiarities and its durability is lower than that of conventional
concrete, but with boundary solutions.
Keywords:
Recycled aggregates; Concrete waste; Mechanical resistance; Durability.
1
Aluna da Universidade Federal do Ceará, graduanda em Engenharia Civil. leticiamauricio2015@gmail.com
2
Aluno da Universidade Federal do Ceará, graduando em Engenharia Civil. yurelegrow@rocketmail.com
3
Aluno da Universidade Federal do Ceará, graduando em Engenharia Civil. viniciuspin@alu.ufc.br
1 INTRODUÇÃO
A preocupação com os danos sofridos pelo meio ambiente por conta das ações humanas
também se reflete no mundo econômico, para DONAIRE (1996), a responsabilidade das
empresas com seus resíduos e o cuidado com a sustentabilidade está diretamente envolvida
com a sua sobrevivência no mercado atual. [1]
Como a indústria da construção civil é a que mais utiliza matéria prima natural, é de se
esperar que sua geração de resíduos seja altíssima. Segundo ZORDAN (2000, apud LEITE,
2001, p. 2) a grande geração de entulho está ligada à falta da cultura de reciclagem nesse
ramo. [2]
Atualmente muitos tipos de resíduos já estão sendo reciclados, porém sua aplicação ainda é
restrita (QUEBAUD et al., 1997). Certos resíduos hoje já são considerados subprodutos de
outras indústrias e utilizados como insumos para a construção civil, como é o caso da escória
de alto forno, ou da sílica ativa utilizada como adição para produção de concretos, entre
outros.
2 DESENVOLVIMENTO
Os RCD são compostos por concretos, argamassas, rochas, blocos de alvenaria, tijolos, telhas,
azulejos, solos, areia, asfalto, argila, metais, madeiras, plásticos, borrachas e papéis ou
papelão. Além dos resíduos de reformas e demolições compostos por materiais já utilizados,
existem materiais novos nos RCD, provenientes dos desperdícios em canteiros de obra
(ANGULO, 2000).
Como a indústria da construção civil é a que mais utiliza matéria prima natural, é de se
esperar que sua geração de resíduos seja altíssima. Segundo ZORDAN (2000, apud LEITE,
2001, p. 2) a grande geração de entulho está ligada à falta da cultura de reciclagem nesse
ramo. [2]
Boa parte desses resíduos possuem grandes quantidades de finos devido ao seu processo de
obtenção quando o sistema de triagem adotado e caracterização. Entretanto, esses finos
podem ter resultados benéficos ou maléficos ao concreto, dependendo da sua reatividade e do
procedimento de dosagem. Se os finos apresentarem certa reatividade por causa da parcela de
cimento não hidratado (KATZ, 2003) ou natureza pozolânica (Li et al., 2008), os mesmos
podem auxiliar no ganho de resistência do concreto. Por outro lado, finos aumentam a
demanda de água no concreto (WEIDMANN, 2008), reduzindo sua resistência. Isto não
impede obviamente que se possa corrigir a influência dos finos na demanda de água do
concreto por meio de aditivos dispersantes e tornar viável seu uso no concreto (TAM et al.,
2008; Li et al., 2008). Dada a característica hidrófila dos argilominerais, a sua presença
também aumenta a demanda de água e, por isso, o seu teor é controlado em agregados
(SMITH; COLLINS, 1993).
Figura 1: Concreto Estrutural com 20% de Figura 2: Bloco pré-moldado de concreto com
agregado reciclado de Concreto (VAZQUEZ, 100% de agregado reciclado misto
2008)
Quanto menor for a porosidade do RCD, mais resistente a esforços mecânicos ou de abrasão
será o agregado reciclado, cada vez mais se assemelhando ao agregado natural. Além disso,
agregados porosos são mais friáveis e geralmente possuem teores mais elevados de finos.
Assim, para garantir a qualidade dos agregados de RCD é necessário implementar segregação
na origem e triagem nas usinas de reciclagem de forma que os agregados de RCD contenham
o mínimo possível de materiais indesejáveis ou contaminantes. Ademais, utilizá-los em
substituição ao agregado convencional, de modo a não elevar demasiadamente a porosidade
média e a evitar um incremento exagerado no consumo de cimento e produzir agregados de
RCD com menor porosidade para a produção de concretos estruturais.
A resistência mecânica do concreto com agregados de RCD (porosos) sempre será menor que
a do concreto com agregado natural (sem poros). Essa resistência pode ser aumentada pela
redução da relação água/cimento, reduzindo a porosidade da pasta de cimento. Isso acarreta
um aumento do consumo de cimento e, por consequência, um maior impacto ambiental do
concreto no tocante a emissões de CO2, que precisa ser ponderado de acordo com uma análise
de ciclo de vida.
O concreto obedece à lei clássica de Ciência dos Materiais, que estabelece uma relação
inversamente proporcional entre resistência e porosidade (CALLISTER, 2010). Contudo, a
porosidade global do concreto com agregados reciclados deve ser controlada por teores de
substituição do agregado natural por agregado de RCD, compatibilizando-se a sua porosidade
com a porosidade da pasta de cimento (de acordo com a relação de água efetiva/cimento); e
Redução da porosidade do agregado de RCD por processamento, tornando sua qualidade
compatível ao agregado natural, independente da porosidade da pasta de cimento.
A influência dos teores crescentes de substituição de agregado natural por agregado reciclado
de concreto na resistência à compressão dos novos concretos estruturais (30 MPa) está
ilustrada na Figura 3.
Quando se utilizam agregados reciclados de concreto cuja absorção de água é inferior a 7,0%
pode-se substituir cerca de 20% do agregado natural pelo mesmo, reduzindo-se apenas 10%
da resistência à compressão do concreto. Um aumento no consumo de cimento da mesma
ordem de grandeza seria suficiente para produzir um concreto com propriedades mecânicas
semelhantes ao concreto com agregado natural.
2.3 DURABILIDADE
Figura 4: Inter-relação entre absorção de água e profundidade de carbonatação dos concretos com
agregados de RCD (LEVY, 2001).
Isso, no entanto, não significa que uma areia reciclada de cerâmica, que não sofre processo de
carbonatação (LEVY, 2001) e apresente baixa porosidade, não possa apresentar uma
durabilidade satisfatória. Esse material certamente não contribuiria para aumento na frente de
carbonatação do concreto com agregado de RCD. Além disso, não se descarta a possibilidade
de uso de pinturas que atuem como barreira a este processo de degradação e,
consequentemente, ao processo de corrosão da armadura do concreto. Sendo assim, portanto,
necessário uma atenção maior e controle tecnológico para aumentar a vida útil do
empreendimento, fazendo as manutenções necessárias e utilizando produtos que protejam a
estrutura de agentes nocivos.
Neste trabalho fez-se uma pesquisa bibliográfica sobre a utilização de agregados reciclados no
concreto, como os agregados podem ser classificados, sua caracterização mecânica e como
estes influenciam na durabilidade do concreto. Buscou-se de forma simples e direta responder
à pergunta mais pertinente quando se fala em concreto com agregados reciclados: “É possível
usar os agregados reciclados em mais situações, ou suas características não são tão boas? ”
BIBLIOGRAFIA
[3] - Ann KY, Ahn JH, Ryou JS. The importance of chloride content at the concrete
surface in assessing the time to corrosion of steel in concrete structures.
Construct Build Mater 2009; 23(1):239–45.
[7] - HENDRIKS, C.F. The building cycle. Holanda: Aeneas, 2000. 231 p.
[8] - KATZ, A. Properties of concrete made with recycled aggregate from partially
hydrated old concrete. Cement and Concrete Research, v. 33. 2003. p. 703– 711.
[11] - SMITH, M.R.; COLLIS, L. Aggregates – sand, gravel and crushed rock aggregates
for construction purposes. 2nd ed. London: The Geological Society, 1993. 339 p.