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 Ciclones Tropicais

Características: Sofala está localizada em uma região onde a passagem de ciclones


tropicais não é incomum. Estes fenómenos meteorológicos podem trazer fortes ventos,
chuvas intensas e inundações. A vulnerabilidade é aumentada pela localização costeira da
província e pelas condições climáticas propícias à formação de ciclones na região do
oceano Índico.
Essas características combinadas tornam a província de Sofala propensa a desastres
naturais, exigindo um planeamento eficaz de gestão de riscos, alerta precoce, infra-
estrutura resiliente e acções de preparação da comunidade para minimizar os impactos
adversos desses eventos.

2.2.Proponha medidas de planeamento e ordenamento territorial para reduzir a


vulnerabilidade dessas zonas aos desastres naturais identificados.

Resposta

O planeamento e ordenamento territorial são fundamentais para reduzir a vulnerabilidade a


desastres naturais, como inundações costeiras, cheias fluviais e ciclones tropicais. Abaixo estão
algumas propostas de medidas que podem ser consideradas na Província de Sofala:

 Zoneamento de Risco
a) Mapeamento preciso das áreas vulneráveis a inundações costeiras, cheias fluviais
e ciclones tropicais.
b) Restrição de actividades de construção em áreas de alto risco.
c) Implementação de zonas de evacuação estrategicamente localizadas.
 Infra-estrutura Resiliente

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a) Desenvolvimento de infraestruturas resistentes a desastres, como diques,
barragens e sistemas de drenagem.
b) Construção de abrigos seguros e elevados para evacuação em caso de ciclones.
c) Implementação de códigos de construção rigorosos para garantir a resistência das
estruturas.
 Gestão Sustentável das Zonas Costeiras
a) Promoção de práticas sustentáveis de gestão costeira para proteger ecossistemas
naturais.
b) Restauração de manguezais e zonas húmidas para servir como barreiras naturais
contra inundações.
c) Regulamentação do desenvolvimento costeiro para evitar a degradação do ambiente.
 Sistemas de Alerta e Comunicação
a) Estabelecimento de sistemas avançados de alerta precoce para inundações costeiras,
cheias fluviais e ciclones tropicais..
b) Educação da comunidade sobre os procedimentos de evacuação e a importância de
seguir os alertas.
c) Implementação de tecnologias de comunicação robustas para garantir a disseminação
rápida de informações.
 Planeamento Urbano Sustentável
a) Desenvolvimento de planos urbanos que levem em consideração os riscos de
desastres naturais.
b) Promoção de práticas de construção sustentável e de baixo impacto ambiental.
c) Incentivo à criação de áreas verdes e espaços abertos para absorção de água.
 Capacitação Comunitária
a) Formação regular da comunidade em práticas de segurança e resposta a desastres.
b) Estabelecimento de Comités Locais de Gestão de Desastres (CLGRC) para coordenar
esforços de preparação e resposta.
c) Envolvimento da comunidade na identificação de áreas de risco e na implementação
de medidas de adaptação.
 Coordenação Interinstitucional
a) Reforço da coordenação entre autoridades locais, regionais e nacionais na gestão de
desastres.
b) Desenvolvimento de planos integrados que abordem múltiplos riscos de desastres.

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c) Colaboração com organizações não governamentais e sector privado para fortalecer a
capacidade de resposta.
 Investimento em Pesquisa e Monitoramento
a) Investimento em pesquisa para compreender melhor os padrões climáticos locais e os
potenciais impactos futuros.
b) Implementação de sistemas de monitoramento em tempo real para rastrear mudanças
nas condições climáticas e hidrológicas.

Essas medidas, quando implementadas de forma integrada, podem contribuir significativamente


para reduzir a vulnerabilidade a desastres naturais na Província de Sofala. É crucial envolver a
comunidade local, agências governamentais, organizações não governamentais e outros parceiros
relevantes para garantir o sucesso e a sustentabilidade dessas iniciativas.

Exercício 3: Legislação e Normas de Segurança

3.1. Pesquise e enumere as legislações e normas de segurança relacionadas a preparação e


mitigação de desastres naturais vigentes em seu País.

Resposta

Legislações e normas de segurança relacionadas a preparação e mitigação de desastres naturais


vigentes em Moçambique são:

a) Zoneamento e controle de ocupação;


b) Educação e consciencialização;
c) Infra-estruturas resilientes;
d) Planos de evacuação e refúgios seguros;
e) Monitoramento e alerta antecipado;
f) Gestão sustentável do território;
g) Cooperação e coordenação interinstitucional;
h) Resposta rápida e recuperação sustentável

3.2.Analise a eficácia dessas legislações e normas, apontando possíveis lacunas ou áreas de


melhoria.

O Regime Jurídico de Gestão e Redução do Risco de Desastres, bem como as políticas


desenhadas mostram-se consentâneo com os desafios impostos pelo risco de desastres e com as
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necessidades de construção da resiliência aos eventos extremos, ao abrigo do disposto no número
1, do artigo 178 da Constituição da República, porém sua aplicação na praticamente apresenta
sérias lacunas não se fazendo sentir como convinha a sua existência.

Exercício 4: Elaboração de Plano de contigência

4.1.Elabore um esboço de um plano de contingência para um desastre natural específico,


considerando as directrizes de mitigação e preparação estudadas.

Plano de Contingência para Cheias Fluviais na Província de Sofala


1. Introdução
1.1 Objetivo do Plano:

• Minimizar o impacto das cheias fluviais na Província de Sofala.

• Proteger vidas, propriedades e infraestruturas.

• Garantir uma resposta rápida e eficaz em situações de emergência.


1.2 Contexto:

• Descrição das características geográficas da região.

• Histórico de cheias passadas.

• Identificação de áreas propensas a inundações.


2. Estrutura Organizacional
2.1 Autoridades responsáveis:

• Enumerar as agências governamentais locais envolvidas.

• Designar papéis e responsabilidades específicas para cada autoridade.


2.2 Cooperação com organizações não governamentais:

• Listar organizações locais e internacionais que podem fornecer apoio.


3. Monitoramento e Alerta Antecipado
3.1 Sistemas de alerta:

• Estabelecer um sistema de alerta antecipado baseado em previsões meteorológicas.

• Definir níveis de alerta e procedimentos correspondentes.


3.2 Monitoramento contínuo:

• Implementar uma rede de monitoramento de rios e níveis de água.


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• Manter comunicação constante com centros meteorológicos.
4. Evacuação e Abrigos de Emergência
4.1 Zonas de evacuação:

• Identificar áreas que podem ser afetadas e planejar rotas de evacuação.

• Estabelecer locais seguros para abrigos temporários.


4.2 Procedimentos de evacuação:

• Definir critérios para acionar ordens de evacuação.

• Providenciar transporte para pessoas vulneráveis.


5. Resposta de Emergência
5.1 Coordenação de operações:

• Estabelecer um centro de operações de emergência.

• Garantir uma comunicação eficaz entre as agências envolvidas.


5.2 Resgate e assistência médica:

• Planejar acções de resgate em áreas inundadas.

• Prever serviços de assistência médica de emergência.


6. Comunicação com a Comunidade
6.1 Educação pública:

• Desenvolver campanhas de consciencialização sobre cheias e medidas preventivas.

• Disseminar informações por meio de meios de comunicação locais.


6.2 Comunicação de emergência:

• Estabelecer canais de comunicação eficazes para alertas e actualizações.

• Treinar equipes de resposta e voluntários.


7. Recuperação pós-evento
7.1 Avaliação de danos:

• Realizar avaliações pós-evento para determinar danos e necessidades.

• Documentar áreas afetadas e recursos necessários para recuperação.


7.2 Reconstrução e assistência:

• Desenvolver planos para a reconstrução de infraestruturas danificadas.

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• Coordenar esforços de assistência para comunidades afetadas.
8. Treinamento e Simulações
8.1 Treinamento regular:

• Conduzir exercícios de simulação para testar a eficácia do plano.

• Atualizar e treinar regularmente as equipes de resposta.


9. Revisão e Atualização Contínua
9.1 Revisão periódica:

• Realizar revisões regulares do plano para incorporar aprendizados e mudanças na região.

• Adotar práticas recomendadas com base em experiências anteriores.

Fonte: INGD, Politicas de Ordenamento Territorial

4.2. Descreva as etapas e acções a serem tomadas antes, durante e após o evento, incluindo
a coordenação entre diferentes entidades e a comunicação com a população afectada.

Resposta

Gestão de eventos naturais, como desastres naturais, requer uma abordagem coordenada e
cuidadosa para garantir a segurança da população e minimizar os danos. Abaixo estão as etapas e
acções a serem tomadas antes, durante e após um evento natural, incluindo a coordenação entre
diferentes entidades e a comunicação com a população afectada:

Antes do Evento Natural


 Planeamento e Preparação
a) Identificar riscos naturais comuns na região.
b) Desenvolver planos de emergência abrangentes para diferentes cenários.
c) Realizar simulações e exercícios para testar a prontidão.
 Mapeamento e Avaliação de Riscos

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a) Mapear áreas de risco, identificando vulnerabilidades e pontos críticos.
b) Avaliar a capacidade de resposta existente e identificar necessidades adicionais.
 Estabelecer Mecanismos de Coordenação
a) Criar comitês de gestão de emergência que incluam representantes de diferentes
entidades (governo, ONGs, serviços de emergência).
b) Estabelecer protocolos de comunicação e coordenação.
 Educação e Sensibilização Pública
a) Conduzir campanhas de consciencialização sobre riscos e medidas preventivas.
b) Instruir a população sobre rotas de evacuação e locais seguros.
Durante o Evento Natural
 Activação do Plano de Emergência
a) Accionar os comités de gestão de emergência.
b) Implementar planos de evacuação, se necessário.
 Comunicação com a População
a) Usar sistemas de alerta precoce para informar sobre o evento iminente.
b) Actualizar a população sobre as condições e fornecer instruções claras.
 Evacuação e Abrigos de Emergência
a) Coordenar a evacuação de áreas de risco.
b) Abrir abrigos de emergência e fornecer apoio humanitário.
 Resposta de Emergência
a) Mobilizar serviços de emergência para operações de resgate e assistência médica.
b) Estabelecer postos de comando para coordenar as operações.

Após o Evento Natural

 Avaliação de Danos
a) Avaliar extensão dos danos e identificar áreas críticas.
b) Iniciar operações de busca e resgate.
 Assistência Humanitária e Recuperação
a) Fornecer ajuda humanitária às vítimas.
b) Iniciar processos de recuperação e reconstrução.
 Comunicação Contínua
a) Manter a população informada sobre a situação pós-evento.
b) Compartilhar informações sobre assistência disponível.
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 Revisão e Aprimoramento
a) Realizar uma revisão pós-evento para avaliar a eficácia do plano de emergência.
b) Identificar áreas de melhoria e ajustar os planos conforme necessário.
 Apoio Psicossocial
a) Oferecer suporte psicológico à população afectada e equipes de resposta.
b) Coordenar esforços para lidar com traumas emocionais.

Exercício 5: Discussão de Casos Reais

5.1.Apresente um caso real de desastre natural e analise como as directrizes de preparação


e mitigação foram aplicadas (ou não) no planeamento e ordenamento territorial da área
afectada.

Resposta

Ciclone Idai ocorreu em Março de 2019, afectando principalmente os países do sudeste da


África, incluindo Moçambique, Zimbabwe e Malawi. O impacto mais significativo foi em
Moçambique, especialmente na província de Sofala. A análise geral sobre as directrizes de
preparação e mitigação em situações de ciclones tropicais são:

 Evacuação e Alerta
a) A eficácia da evacuação depende da capacidade de alertar a população com
antecedência suficiente. Sistemas de alerta precoce e planos de evacuação bem
estabelecidos são essenciais.
b) Em áreas propensas a ciclones, as comunidades devem ser educadas sobre os sinais
de alerta e os procedimentos a serem seguidos durante a evacuação.
 Infra-estrutura Resistente
a) Construções e infraestruturas resilientes a eventos climáticos extremos são cruciais.
Isso inclui casas seguras, escolas e hospitais com padrões de construção à prova de
ciclones.
b) Planos de contingência para proteger infraestruturas críticas, como barragens e
sistemas de água potável, são fundamentais.
 Resposta de Emergência

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a) A existência de equipes de resposta de emergência bem treinadas, incluindo equipes
médicas, equipes de resgate e recursos para fornecer ajuda humanitária imediata, é
crucial.
b) Estoque adequado de suprimentos, como alimentos, água potável, medicamentos e
abrigos temporários, é necessário para atender às necessidades imediatas da
população afectada.
 Coordenação e Comunicação
a) A coordenação eficaz entre os órgãos governamentais, organizações não
governamentais e agências internacionais é vital para garantir uma resposta rápida e
eficiente.
b) A comunicação com a população afetada, usando vários meios, incluindo rádio,
mensagens de texto e redes sociais, desempenha um papel crítico na disseminação de
informações importantes.
 Reconstrução e Desenvolvimento Sustentável
a) Após o evento, é fundamental ter um plano de reconstrução que inclua medidas para
evitar vulnerabilidades semelhantes no futuro.
b) Incorporar práticas de desenvolvimento sustentável pode ajudar a aumentar a
resiliência das comunidades locais a eventos climáticos extremos.

5.2.Proponha medidas de melhoria com base nas lições aprendidas com o caso apresentado.

Resposta

Com base nas lições aprendidas com o Ciclone Idai e considerando a vulnerabilidade da região
de Sofala a eventos climáticos extremos, aqui estão algumas propostas de medidas que podem
ser consideradas para preparação e mitigação de futuros ciclones:

 Melhoria dos Sistemas de Alerta Precoce


a) Investir em tecnologias avançadas de monitoramento meteorológico para melhorar a
precisão na previsão de ciclones.
b) Implementar sistemas de alerta precoce eficazes, incluindo alertas por mensagem de
texto, rádio e outros meios de comunicação de massa.
 Educação e Conscientização da População

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a) Desenvolver programas educacionais contínuos para informar a população sobre os
riscos associados a ciclones e as medidas preventivas a serem tomadas.
b) Realizar simulações regulares de evacuação para garantir que as comunidades
estejam preparadas para agir rapidamente em situações de emergência.
 Infra-estrutura Resiliente
a) Reforçar e construir habitações resistentes a ciclones, escolas, hospitais e outras
infraestruturas críticas.
b) Desenvolver códigos de construção rigorosos que garantam padrões de resistência a
eventos climáticos extremos.
 Gestão Sustentável da Terra e Ecossistemas Costeiros
a) Proteger e restaurar ecossistemas costeiros, como manguezais e dunas, que
desempenham um papel crucial na redução do impacto de tempestades.
b) Implementar práticas agrícolas sustentáveis para reduzir a erosão do solo e melhorar a
resiliência da agricultura local.
 Fortalecimento de Infraestruturas Críticas
a) Garantir que as barragens e outras infraestruturas críticas sejam projectadas e
mantidas para resistir a eventos climáticos extremos.
b) Desenvolver planos de contingência específicos para infraestruturas essenciais,
incluindo sistemas de abastecimento de água e energia.
 Capacitação de Equipes de Resposta de Emergência
a) Treinar e equipar equipes locais de resposta a desastres para lidar com situações de
emergência de forma eficiente.
b) Estabelecer centros de operações de emergência bem equipados para coordenar a
resposta e a distribuição de recursos.
 Desenvolvimento de Planos de Evacuação
a) Criar planos de evacuação detalhados, levando em consideração a geografia local,
para garantir a segurança da população durante ciclones.
b) Identificar locais seguros e construir abrigos de emergência bem equipados.
 Colaboração Internacional e Regional
a) Estabelecer acordos de cooperação com países vizinhos e organizações internacionais
para compartilhar recursos e conhecimentos em situações de emergência.
b) Participar activamente em fóruns regionais para discutir e implementar estratégias
conjuntas de preparação para desastres.
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Essas propostas devem ser adaptadas às necessidades específicas da região de Sofala e serem
implementadas em conjunto com a participação ativa das comunidades locais, autoridades
governamentais, organizações não governamentais e parceiros internacionais. A abordagem
integrada e a continuidade na implementação são essenciais para fortalecer a resiliência da região
a eventos climáticos extremos

5.Conclusão e Recomendação

A gestão de eventos naturais, como desastres naturais, requer uma abordagem coordenada e
cuidadosa para garantir a segurança da população e minimizar os danos. Abaixo estão as etapas e
acções a serem tomadas antes, durante e após um evento natural, incluindo a coordenação entre
diferentes entidades e a comunicação com a população afectada

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6.Referencias bibliograficas

Lei n.º 10/2020:Lei de Gestão e Redução do Risco de Desastres

Manual do facilitador Local.

Manual de Sensibilizacao para desastres. Fundação Focus Assistência Humanitária. Amande,


Alida ; Dhanani, Asif;Jamil,Dhanji.
Diploma Ministerial 67/2009 de 17 de Abril

http://www.pt.wikipedia.org

http://www.pt.resumos.net/files/recursoshidricos.doc

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Anexo

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