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O Recurso Especial 1.487.

089 - SP, trata-se de uma ação de dano moral, movido em 2011,


por Wanessa Camargo contra Rafinha Bastos, onde o mesmo, que trabalhava na Band, no
programa de televisão CQC, ao escutar seu colega de trabalho Marcelo Tas dizer, que a
Wanessa estava uma gracinha grávida, refutou o comentário, dizendo, que "comeria ela e o
bebê".

No caso, de um lado temos Wanessa Camargo, cantora, compositora, dançaria e atriz


brasileira, casada com empresário Marcus Buaiz, estavam há espera do primeiro filho do
casal. Do outro lado, temos o acusado Rafinha Bastos, na época, apresentador do programa
CQC, e humorista.

Inicialmente, Wanessa Camargo dava uma entrevista em um programa de televisão, quando


em uma gravação de do programa CQC, Marcelo Tas, colega de trabalho do comediante
Rafinha Bastos, elogia Wanessa, dizendo o quanto ela estava bonita grávida, logo, o
comediante e apresentador Rafinha Bastos refuta o comentário em rede nacional, dizendo, que
"comeria ela e o bebê", gerando polêmica e a ira da família Camargo. Com a repercussão na
mídia, a piada de mau gosto ofendeu a cantora, que se sentiu gravemente abalada com o
comentário vulgar que envolvia seu filho. Wanessa, o bebê e o marido, entraram como uma
ação de dano moral com o objetivo de "punir o ofensor". Na época, Rafinha Bastos
questionou sobre a liberdade de expressão dos humoristas, no entanto, três meses depois do
ocorrido foi afastado do "CQC" porque os anunciantes do programa ameaçavam parar com
os patrocínios.

A Justiça de São Paulo concordou com a cantora e, determinou uma indenização de 450.000
reais: 150.000 reais para cada autor. O tribunal manteve a indenização, mas reduziu o valor da
indenização para cada peticionário em 50.000 reais. No STJ, Rafinha Bastos questionou a
obrigatoriedade da indenização e argumentou que não houve dano moral, pois Wanessa
afirmou que não buscava indenização moral, mas apenas "punir o ofensor". Caso o pedido
não fosse aceito, o humorista pedia a redução do valor designado. Ambos os pedidos foram
rejeitados. O relator, ministro Marco Buzzi, considerou o comentário “repreensível, agressivo
e grosseiro e, na verdade, causou um abalo moral”. A redução da indenização foi rejeitada
porque obrigaria o tribunal a reavaliar as provas do caso, o que é vedado pela Súmula 7.
Rafinha Bastos chegou a questionar o fato de o judiciário reconhecer que o feto tem direito à
indenização. A questão foi resolvida no julgamento, pois o artigo 2º do Código Civil garante
os direitos do nascituro e a jurisprudência do STJ é nesse sentido.

A sentença publicada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo declarou:

“Embora a dor da mãe possa refletir o desenvolvimento natural do feto, não basta caracterizar
os elementos subjetivos do crime de agredir o bebê. É preciso que a vítima tenha consciência
da dignidade ou decoro, caso contrário não haveria tipicidade. "

Para o juiz Luís Beethoven, estava claro que as palavras de Rafinha Bastos ofendeu, "em
linguagem vulgar", a moral da família e na sua "visão distorcida" afetavam até mesmo o
nascituro. Ele disse:

"De todos os dons que Deus deu à humanidade, nenhum é maior do que uma criança ... mas,
infelizmente, nem mesmo cuidou o incivil rogado."

No final, o filho de Wanessa Camargo venceu a ação contra Rafinha Bastos, e o nascituro
teria direito à honra!

“Pela existência do pólo ativo do nascituro, o setor público tem intervindo nessa conduta ...
De fato, mesmo que não tenha personalidade jurídica, os direitos do nascituro estão
atualmente protegidos pelo Código Civil ... Vale a pena mencionar que seus direitos de
personalidade devem ser respeitados e observados por se tratar de uma pessoa em formação,
portanto, considerando que sua honra foi violada por terceiro, os pais podem entrar com ação
judicial em seu nome para obter danos morais.

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