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DIREITO CIVIL I

PROFA. MA. ALINE DE ALMEIDA SILVA SOUSA

SIMULAÇÃO DE SESSÃO DE JULGAMENTO DA 1ª CÂMARA CÍVEL DA 1ª


SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO
MARANHÃO (COM SUSTENTAÇÃO ORAL EM SEDE DE APELAÇÃO).

❖ O CASO (HIPOTÉTICO):

Stephane Sousa, 20 anos, teve um filho chamado Pedro Sousa, fruto de um


relacionamento que ela não sabe precisar, tendo afirmado ainda que possui outros
relacionamentos nas mesmas condições. Ela apresenta comportamento agressivo frequente,
tendo sido diagnosticada com transtorno depressivo bipolar e esquizofrenia, pois ainda que
sua mãe, Raimunda Sousa, esteja comprometida com a administração dos medicamentos
devidamente prescritos nos horários devidos, possui dificuldade de êxito em evitar
plenamente as crises de Stephane em virtude do transtorno, como, também, do acesso precário
e interrompido aos medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Stephane
recebe benefício previdenciário, pois, em virtude de processo judicial, obteve provimento por
ser considerada inapta para o exercício de qualquer atividade laboral em razão de sua situação
psicológica. Em razão desses fatos, a sua mãe, Raimunda, ingressou com uma ação judicial de
interdição da sua filha, cumulada com pedido de intervenção cirúrgica de laqueadura tubária e
a guarda do neto, Pedro, que tramita através do Processo de nº 123456-78.2023.8.10.0010 no
Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão na 17ª Vara Cível.
A Defensoria Pública foi nomeada curadora especial (art. 72 do CPC) de Stephane
no processo. A primeira defesa realizada deu-se por negativa geral do pedido feito pela parte
autora, ou seja, nem mesmo restou analisada a questão de fundo imbricada e relacionada ao
Estatuto da Pessoa com Deficiência, aos direitos humanos ou de cidadania, bem como a
questão principiológica concernente.
O conjunto probatório foi composto de interrogatório em juízo, do laudo médico
pericial e do estudo social realizado.
Por sua vez, o Ministério Público manifestou-se pelo deferimento da ação em sua
totalidade, dada a situação concreta de Stephane. Em sede de tutela de urgência, foi concedida
a curatela provisória em virtude, especialmente, do laudo médico que atestava o estado de
saúde mental da requerida.
A sentença foi procedente em sua totalidade, conforme se vê a seguir: “Sendo
assim, merece prosperar a pretensão apresentada na inicial, uma vez que devidamente
comprovado ser a demandada incapaz para exercer, por si só, os atos da vida civil, aliado ao
fato de que a curadora provisória é a mãe – enquadrando-se na hipótese prevista do art. 84 §
1º e art. 85 § 3º da Lei de nº 13.146 de 6 de Julho de 2015, assim como é pessoa adequada
para ser curadora da requerida, consoante se extrai do estudo social realizado”.
Diante disso, a Defensoria Pública interpôs uma Apelação (de nº 12345678910
MA) alegando a violação dos direitos humanos de Stephane, da Lei de nº 13.146/2015
(Estatuto da Pessoa com Deficiência) no que concerne aos limites da curatela e à própria
ilegitimidade passiva da Autora, bem como dos princípios constitucionais como a dignidade
da pessoa humana, arguindo ainda sobre o caráter extremo do procedimento, pois, antes da
laqueadura, outros métodos de controle reprodutivo existem como forma de prevenção ou
mesmo métodos contraceptivos menos invasivos e que poderiam propiciar a mesma finalidade
sem corresponder a tanto risco para a apelante.

Através do presente caso, far-se-á uma simulação de uma Sessão de Julgamento da 1ª


Câmara Cível da 1ª Seção de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do
Maranhão, seguindo de forma adaptada os termos do Regimento Interno do Tribunal de
Justiça do Estado do Maranhão.

❖ GRUPOS:

1. Desembargador Presidente da Sessão: organiza a sessão; dá a palavra para as partes;


realiza o voto de desempate após os outros dois votos e proclama o resultado do julgamento
(Acórdão).
2. Advogados da Parte Autora e Apelada (Raimunda Sousa): sustentação oral de 15
minutos (relatório do caso + fundamentos e pedidos).
3. Advogados da Parte Autora e Apelada (Raimunda Sousa): sustentação oral de 15
minutos (fundamentos e pedidos).
4. Defensoria Pública enquanto curadora especial da Demandada e Apelante
(Stephane Sousa): 15 minutos (relatório + fundamentos e pedidos)
5. Defensoria Pública enquanto curadora especial da Demandada e Apelante
(Stephane Sousa): 15 minutos (fundamentos e pedidos)
6. Procurador de Justiça (representante do Ministério Público): senta-se àdireita
do Presidente; dá o seu parecer sobre o caso na qualidade de fiscal da lei.
7. Desembargador Relator: relatório do caso + voto (após sustentação oral). Nega
provimento ao recurso.
8. Desembargador 2. Vota após o primeiro desembargador. Dá provimento ao recurso.

❖ ORIENTAÇÕES BÁSICAS:

1. Pesquisar de forma aprofundada sobre a legalidade e os limites da curatela e da


intervenção cirúrgica da pessoa com deficiência no Brasil, refletindo sobre os argumentos a
favor e os argumentos contrários ao pedido de laqueadura.

2. Estudar o regimento interno do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão e assistir


os vídeos indicados para conhecer o procedimento de realização das Sessões de Julgamento
de Direito Privado das Câmaras Cíveis, incluindo o papel do Presidente, do Procurador Geral
de Justiça, dos demais Desembargadores e do(a)s Representantes(a)s das partes.

❖ Data da simulação:

✓ 22 de maio (turma B)
✓ 25 de maio (turma A).

REFERÊNCIAS:
BEVEVARNAÇO, Rosana Beraldi. Direitos sexuais e reprodutivos e a esterilização da
pessoa com deficiência. Ministério Público de São Paulo, s.d. Disponível em:
mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_civel/aa_ppdeficiencia/Direitos%20sexuais%20e%20repr
odutivos%20e%20a%20esterilização%20da%20pessoa%20com%20deficiência.pdf
CACHAPUZ, R.; PAULINO, A.; RIBEIRO, F. A Aplicabilidade do Instituto da Esterilização
Compulsória da Pessoa com Deficiência Diante das Modificações Trazidas pela Lei de nº
13.146/15. Revista da Faculdade de Direito da UERJ, Nº 40, dez, 2021. Disponível em:
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rfduerj/article/download/57103/41007.
SOUSA, Matheus Herren Faliven de Sousa. Como fazer uma boa sustentação oral.
Jusbrasil, 2019. Disponível em: matheusfalivene.jusbrasil.com.br/artigos/746614447/como-
fazer-uma-boa-sustentacao-oral.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO. Sessão da 6ª Câmara Cível /
4ª de Direito Privado. 30/03/2023. Disponível em: youtube.com/watch?v=Cegm8JR1FJY;
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO. Regimento Interno do
Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Consolidado e atualizado até a Resolução-GP
nº 08, de 2 de fevereiro de 2023. Disponível em:
tjma.jus.br/legislacao/tj/geral/0/172/pnao/regimento-interno-do-tribunal.
Outros links de exemplos:

modeloinicial.com.br/peticao/11196818/roteiro-sustentacao-oral

conjur.com.br/2012-jun-11/roteiro-mostra-boa-sustentacao-oral

tjma.jus.br/tribunal/tj/sessoes-julgamento/listar/jurisdicional/pautas/368

mprj.mp.br/documents/20184/1272623/Sergio_Bumaschny.pdf

www.tjpb.jus.br/sites/default/files/anexos/2020/09/ai_no_0801975-35.2020.8.15.0000_.pdf

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