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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
URGENTE
PACIENTE PRIMÁRIA
PENITENCIÁRIA ABSOLUTAMENTE INADEQUADA
MANUTENÇÃO DE BEBÊS EM CELAS COM CORRENTE DE VENTO CONSTANTE –
AUSÊNCIA DE PEDIATRA E DE EQUIPE PRÓPRIA PARA CUIDADOS COM OS BEBÊS
HABEAS CORPUS
COM PEDIDO DE LIMINA R
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I – DOS FATOS
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Por outro lado, em visita à chamada “Ala Materno-Infantil”
da PFC, a Defensoria Pública constatou que as celas em que são abrigadas as mães e
bebês possuem janelas que ficam PERMANENTEMENTE ABERTAS, não havendo
possibilidade de fechamento das janelas.
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II - DA COMPETÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA APRECIAÇÃO DO
PRESENTE REMÉDIO CONSTITUCIONAL – DO AFASTAMENTO OU DA SUPERAÇÃO DA
SÚMULA 691, DO STF
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HABEAS CORPUS. LIMINAR. INDEFERIMENTO. NÃO CABIMENTO.
SÚMULA 691 DO STF. JULGAMENTO DO REMÉDIO
CONSTITUCIONAL ORIGINÁRIO. ACÓRDÃO PROLATADO.
FUNDAMENTAÇÃO PERTINENTE AO EXPOSTO NA INICIAL.
SUPERAÇÃO DO ÓBICE. CONHECIMENTO DO WRIT EM RESPEITO
AO PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL.
1. Segundo orientação pacificada neste Superior Tribunal, é
incabível habeas corpus contra indeferimento de medida liminar,
salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão
impugnada, sob pena de indevida supressão de instância, dada a
ausência de pronunciamento definitivo pela Corte de origem
(Súmula n. 691 do STF). 2. O óbice inserto na Súmula 691 do STF,
contudo, resta superado se o acórdão proferido no julgamento do
habeas corpus originário, em que restou indeferida a liminar,
objeto do mandamus ajuizado neste Superior Tribunal, contiver
fundamentação que, em contraposição ao exposto na impetração,
faça as vezes do ato coator.
(HC103742/SP, Ministro Relator Jorge Mussi, Quinta Turma, data
do julgamento 01/10/2009)
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Registre-se que recentemente o STF já se pronunciou neste
mesmo sentido em ao menos três ocasiões, nos HCs 126.107, 126.954 e 126.937, TENDO
HAVIDO SUPERAÇÃO DA SÚMULA 691 NOS TRÊS CASOS, o que evidencia a teratologia
da manutenção da mulher primária gestante ou lactante com seu bebê em
estabelecimento prisional
III – DO DIREITO
a) Da prisão cautelar domiciliar
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L – às presidiárias serão asseguradas condições para que
possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação”.
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Neste sentido, há estudos que comprovam os efeitos
extremamente danosos que a separação entre mãe e filho/a pode causar e que reforçam,
por conseguinte, a imprescindibilidade da mãe à criança.
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2004000300006
2
A Importância da Figura do Apego. Acesso em 10 de setembro de 2013. Disponível em:
http://www2.mp.pr.gov.br/cpca/telas/ca_igualdade_32_2_2_3.php.
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estranhos e sente segurança somente por estar perto da
mãe. Já a criança com um ano precisa encostar-se à mãe
(usar o tato, contato físico) para sentir segurança, porém
hesita menos ao se aproximar de estranhos. As reações à
separação se desenvolvem no primeiro ano de vida. É nos
primeiros meses que o comportamento de apego da
criança centraliza-se gradualmente em uma figura. Aos sete
meses o comportamento de apego já é facilmente
identificável. As crianças de um a três anos percebem
rapidamente a ausência da mãe e demonstram sua
preocupação freqüentemente apresentando angústia e
aflição. Segundo seus estudos 30% das crianças sentem
raiva da mãe por esta tê-la deixado sozinha.” (grifamos)
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penais introduzidas pela Lei 12.403, de 4 de maio de 2011.
São Paulo : RT, 2011).
Ressalta-se, ainda, que a nova Lei n.º 12.403/2011, em
especial o artigo 318, inciso III, do CPP, aplicado ao presente,
nada dispõem a respeito de qualquer vedação legal à
concessão da prisão domiciliar aos acusados pela prática de
crimes hediondos ou equiparados, de modo que não há
óbice no cumprimento da prisão preventiva em domicílio
pela paciente.
No mais, espera-se que a inserção em prisão domiciliar,
inspire essa mãe a adotar novos valores morais, para que
possa melhor gerir suas vidas, e proporcionar a seu rebento
uma vida digna.
Ante o exposto, concede-se parcialmente a ordem, de ofício,
somente para determinar a transferência da paciente Bruna
Fernandes à prisão domiciliar, observado o disposto no
artigo 317, do CPP, sob pena de revogação. Comunique-se
com urgência.”
(Habeas Corpus nº 0178867-35.2011.8.26.0000 – TJSP 2ª
Câmara de Direito Criminal – Relator Des. Paulo Rossi – j.
24/10/2011) (GRIFAMOS)
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Acrescente-se, ainda, que nos termos das Regras de
Bangkok, de dezembro de 2010, a adoção de medidas não privativas de liberdade deve
ter preferência, no caso de mulheres grávidas e com filhos dependentes.
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Vide: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=283125
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b) Da fixação do regime inicial – Súmulas 440 do STJ e 718 e 719 do STF
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Desta forma, como não há uma motivação idônea a justificar o
estabelecimento do regime mais gravoso, não há como estabelecê-lo. Neste sentido, o
teor da Súmula nº 719 do STF:
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Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do
Relator, deferiu a ordem e declarou incidenter tantum a
inconstitucionalidade do § 1º do artigo 2º da Lei nº 8.072/90
com a redação dada pela Lei nº 11.464/2007, vencidos os
Senhores Ministros Luiz Fux, Marco Aurélio e Joaquim Barbosa,
que a indeferiam. Votou o Presidente, Ministro Ayres Britto.
Plenário, 27.06.2012.
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restará preservado o direito da mãe e da criança de permanecerem juntas em ambiente
saudável, que não cause danos e nenhuma delas, respeitando-se as recomendações do
Ministério da Saúde e da OMS.
IV – DO PEDIDO
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2- Também liminarmente, determinar a alteração do regime inicial para o regime
semiaberto, em observância às Súmulas 440 do STJ e 718 e 719 do STF.
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