Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Em alguns casos, alguém que represente o pai e a mãe. Qualquer uma dessas
possíveis situações revela o funcionamento do grupo familiar na relação com o filho.
Para que formemos um juízo aproximado sobre as relações do grupo familiar e em
especial o casal, apoiaremos na impressão deixada pela entrevista ao considerar todos os
dados recolhidos.
Os dados que os pais nos colocam não são tão exatos, podem ser deformados e
superficiais, pois não costumam ter um conhecimento global da situação e durante a
entrevista esquecem parte do que sabiam, devido à angústia que esse conhecimento
provoca, e o tempo limitado com o terapeuta, até então uma pessoa desconhecida.
Não é conveniente finalizar essa entrevista sem ter conseguido os seguintes dados
básicos necessários antes de ver a criança: a) motivo da consulta; b) história da criança;
c) como transcorre um dia da sua vida atual; d) como é a relação dos pais entre si, com
os filhos e com o meio familiar imediato.
A) MOTIVO DA CONSULTA
O motivo da consulta para os pais é o mais difícil, sobre o que não está bem com o
filho. Essa resistência não é consciente, visto que já foi vencida quando decidiram pela
consulta. É importante diminuirmos a angústia inicial. Devem sentir que tudo que
recordam é importante para nós, na medida das possibilidades, registraremos os dados
do início, para depois confrontarmos com os que conseguirmos no transcurso da
entrevista.
Apesar dessa inevitável limitação, o material obtido é valioso, pois a comparação dos
dados obtidos durante a análise da criança com os apresentados pelos pais na entrevista
inicial é de suma importância para avaliar em profundidade as relações com o filho.
B HISTÓRIA DA CRIANÇA
A resposta nos da à mãe sobre a gravidez indica qual foi o inicio da vida do
filho. Embora a resposta não seja um fiel reflexo da verdade, mas o que os pais nos
dizem, confrontado com o material oferecido pela criança será de grande utilidade na
investigação.
Embora na verdade muitas crianças não sejam desejadas por seus pais, pelo menos no
momento da concepção, a resposta que obtemos, na maioria dos casos, é de que foram
desejadas, no caso de concordarem com alguma rejeição, a atribuírem ao outro
conjugue.
Dificilmente os pais recordam e avalia conscientemente a importância dos fatos
relacionados com a gravidez e o parto, porem em seu inconsciente tudo esta gravado.
Convêm perguntas que abrem muitos caminhos à memória.
Uma mãe sadia não necessita de conselhos para cuidar de seu filho e a compreensão de
suas necessidades a leva instintivamente a dar-lhe carinho, contato e alimento. Detalhes
da relação com o filho que com frequência não conseguimos da mãe vão surgindo
pouco a pouco do material da criança quando a analisamos.
A criança, ao reviver sua lactancia no tratamento, nos mostra em seu jogos detalhes
significativos. A passagem do peito a outras fontes de gratificação oral exige um
trabalho de elaboração psicológica, a forma como a criança aceita esta perda nos
mostrará como em sua vida futura, enfrentara as perdas sucessivas que lhe exigira à
adaptação a realidade.
É possível que os pais não se lembrem da idade na qual a criança pronunciou a primeira
palavra ou o momento em que iniciaram os transtornos. Durante esse período da vida, a
figura do pai ganha grande importância e sua ausência real ou psicológica pode frear o
desenvolvimento da criança, ainda que a mãe a compreenda bem.
Assim há pais que não obtém muito conhecimento do que liberdade sexual, e acabam
lavando seus filhos as atividades, ou comentam abertamente com graça ou provas de
precocidade.
Há também pais que acham que se exibirem-se nus na frente dos filhos, favorecer
atividades como banho junto com eles ou irmãos vai favorecer no desenvolvimento.
Sendo assim estes tipos de pais acabam por antecipar o esclarecimento sexual, e acaba
por não esperar o momento que a criança o requer saber. O desejo de união genital do
bebê ao satisfazer - só em forma precária com a masturbação, é um motor que
impulsiona e põe em movimento a atividade de jogo. Para M. Klein pode-se descobrir
que através de toda atividade lúdica há fantasias de masturbação.
Os pais ficam receosos quando lhes perguntamos como as crianças brincam, ou quais
são os jogos preferidos. Portanto a descrição detalhada das atividades que realiza a
criança nos serve para ter uma visão de sua neurose ou de sua normalidade.
Assim observou que as crianças que vão muito cedo ao jardim de infância iniciam a
escolaridade em piores condições do que as crianças que vão aos quatro ou cinco anos.
A entrada na escola significa para elas não só desprender-se da mãe, como enfrentar a
aprendizagem que no começo lhes despertam ansiedade sendo similares as que
observam nos adultos com angustias de exame. No decorrer de análise de crianças
comprovou que as inibições de aprendizagem escolar e as dificuldades para ir à escola
têm raízes nos primeiros anos e que uma criança que não brincou tampouco aprende
bem.
C) O DIA DE VIDA.
O que nos permitira uma visão inesperadamente completa da vida familiar e o que
registramos será uma valiosa ajuda ao ser comparado com a história da criança. È
frequente que na história não nos tenha dito que, por exemplo, que existia um transtorno
no sono e no relato do dia de vida se faça evidente a descrição e um complicado
cerimonial noturno que os pais não avaliaram como tal.
D) RELAÇÕES FAMILIARES.
Assim compreende-se que muito pouco poderemos saber sobre as verdadeiras relações
entre eles e nos limitarmos por isso a conseguir a idade, a localização dentro da
constelação familiar, saber se os pais vivem juntos ou não, profissão ou trabalho que
realizam horas que estão fora de casa, condições gerais de vida, sociabilidades deles e
seus filhos. O terapeuta tem que e esforça o máximo para conhecer os sintomas,
desenvolvimento, melhora e agravamento.
REFERENCIAS