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BIOLOGIA
RESUMO
O presente trabalho visa investigar autores e discutir como utilizam os jogos lúdicos, quais
foram as contribuições e a maneira que esses jogos ajudaram na construção da
aprendizagem, interação e comunicação de alunos autistas com foco na disciplina de
Biologia. Fazendo o aluno refletir e fazer a ligação do material trabalhado com a sua
vivência. O objetivo é fazer um levantamento sobre como alguns autores veem os jogos
lúdicos para alunos autistas aprenderem biologia e até que ponto esses alunos
aprenderam com os jogos lúdicos, quais as dificuldades e pontos positivos e negativos
desse novo modo de aprendizagem, como foi o desenvolvimento desses jogos. Será
discutido sobre os jogos e a sua importância na aprendizagem, um breve relato sobre o
que são os jogos lúdicos e a importância na sala de aula para que um aluno com
deficiência aprenda uma determinada disciplina, assim como todo um aparato histórico,
trazendo uma contextualização do que é inclusão e sua história, também falo sobre o que
é o Transtorno do Espectro Autista (TEA) que é a deficiência com enfoque neste trabalho,
a história do autismo e suas características, também o jogo no contexto escolar, o
surgimento dessa nova concepção de aprendizagem e sua utilização na aprendizagem de
biologia, em que ajudou esses alunos com TEA a aprenderem biologia de um modo
diferente. Eu acredito que é importante esse novo jeito de ensinar biologia à alunos com
autismo, verificaremos ao final a eficácia desses jogos e tipos que podem ser adaptados a
esse tipo de aluno.
Os jogos lúdicos são de suma importância, pois através deles que se constrói uma
melhor aprendizagem para os alunos com dificuldades, devido a proporcionarem a
aproximação do conteúdo com a realidade. Esta compreensão é válida quando é
refletida sobre os processos de ensino e aprendizagem de Biologia. Estes
processos envolvem conteúdos abstratos e, muitas vezes, de difícil compreensão
e, ainda hoje, sofrem influências da abordagem tradicional do processo educativo,
na qual prevalecem a transmissão-recepção de informações, a dissociação entre
conteúdo e realidade e a memorização do mesmo (OLIVEIRA et al., 2015).
2.1 A INCLUSÃO
2.2 O JOGO
De acordo com Bosa (2002, p. 27) a terminologia autismo tem origem grega da
palavra “[...] autos = si mesmo + ismos = disposição/orientação”. Não é fácil penetrar no
mundo do autista, pois a pessoa se fecha e vencer esse desafio é uma verdadeira
conquista que poucos alcançam. O autismo é uma tema muito complexo no contexto
científico e na medicina, pois o diagnóstico da doença, até a década de 1980, era
inexistente.
Até este período, era chamado de psicose infantil. Oficialmente, anos depois, essa
psicose foi denominada de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse transtorno reúne
significativa variação de severidades do transtorno, desde crianças com síndrome de
Asperger, ou seja, aquelas “com dificuldade de socializar, interesses intensos e limitados
superdotados por habilidade em certas áreas às mais comprometidas, que não
conseguem se comunicar de forma alguma ou têm uma severa deficiência mental”
(REVISTA GALILEU, 2015, p. 5.).
Nesse contexto, o conceito de autismo, ao longo dos anos, passou por um
processo de transformação e ampliação desde seu aparecimento nos anos de 1940. Do
conceito inicial, segundo Gikovate (2009, p.9) o autismo deixou de ser entendido como
uma doença específica e passou a ser concebido “como um conjunto de sintomas e
dificuldades que causam prejuízo qualitativo, interação social, dificuldade na comunicação
verbal e repertório restrito de interesses e atividades.
O autismo foi sistematizado, pela primeira vez, por Leo Kanner, em 1943 (BOSA,
2002). Em suas pesquisas, ele evidenciou crianças que possuíam uma inabilidade de
comportamento interpessoal, ou seja, a criança negligenciava/recusava se relacionar com
outras pessoas, caracterizando este comportamento como um “fechamento autístico
extremo” (BOSA, 2002, p.23). Além dessa característica, estas crianças apresentavam
atraso na aquisição da fala e uso não comunicativo da mesma ao qual se refletia por falar
de si na terceira pessoa, responder as pessoas com entonação interrogativa, além da
repetição de palavras ouvidas, seja imediatamente, fenômeno conhecido como ecolalia
imediata ou, posteriormente, ecolalia diferida (BOSA, 2002). Além disso, as crianças
apresentavam dificuldade na atividade motora global, facilidade em girar objetos
circulares e a insistência obsessiva em rotinas para fugir de situações espontâneas. Esse
perfil, caracterizado por Kanner (1943), é conhecido, atualmente, como autismo clássico
(BOSA, 2002),
Posteriormente às suposições de Kanner (1943), Hans Asperger, em 1944,
publica suas descobertas sobre o autismo sendo elas mais amplas que as de Kanner,
pois apresentava novas características, além daquelas citadas anteriormente por Kanner.
De acordo com Asperger (1944), as crianças apresentavam dificuldade de fixar o olhar
durante as situações sociais, entretanto, a presença de olhar periférico e breve era
presente. O retraimento extremo social fora substituído pela ingênua e inapropriada
aproximação às pessoas, além da peculiaridade de gestos (estereotipias) e fala
monótona, sem problemas de gramática e vocabulário variado (BOSA, 2002) Para
Asperger, o trabalho de Kanner caracterizava uma síndrome diferente daquela que sua
pesquisa caracterizava, mesmo que ambas possuíssem algumas características
semelhantes (BOSA, 2002). Porém tanto Kanner quanto Asperger empregaram o termo
“autismo” para aqueles que não tinham interesse no mundo exterior, sendo este termo
derivado do grego: autos = próximo/si mesmo + ismos = disposição/orientação
(TOMATIS, 1994 apud SILVA, 2016)
3.2 Pintura
Conforme, (MENDES,2015) A atividade da pintura pode ser escolhida como um
recurso complementar ao ensino de botânica devido a proporcionar a estimulação da
criatividade e, principalmente, a coordenação motora, pois desenvolve as capacidades
sensoriais e motoras .No trabalho desenvolvido e aplicado por (SOUZA,2017) A
finalidade da pintura é estimular a motricidade do educando, exclusivamente no
desenvolvimento da capacidade de pintar dentro dos limites do desenho já que alguns
educandos participantes apresentavam tal dificuldade.
A discriminação das cores também foi trabalhada por intermédio da pintura
diferenciada nas pétalas e caule/folhas, isto é, vermelho e verde respectivamente,
corroborando com a iniciativa do educando em lavar o pincel para utilizar a outra tinta,
pois foi disponibilizado ao mesmo somente um pincel, enquanto a noção de quantidade
de tinta também foi observada por meio das pinceladas que o educando realizava durante
a atividade. Então, conforme, os resultados, obtidos por (SOUZA,2017) o Ensino de
Botânica ocorreu pela estimulação da diferenciação das cores entre pétalas e folhas, além
do reconhecimento da mesma.
A aplicação da pintura iniciou-se com a demonstração de um exemplar da flor de
hibisco vermelho, colhido no jardim da escola. Depois, realizou-se a distribuição dos
materiais de pintura: folha, apenas um pincel e dois potes de tinta: vermelho e verde. Foi
solicitado que os participantes pintassem o desenho igual ao exemplar. Lembrando que o
desenho é uma flor e que as cores são semelhantes às do exemplar, além de que possui
seus limites constituídos de linhas de barbante colorido.
Após a pintura, os desenhos foram colocados para secar e comparados com o
exemplar disposto no início da atividade para que cada participante pudesse relacionar o
seu desenho com a flor mostrada, possibilitando o exercício de atividades cognitivas de
comparação. A mediação sobre a relação cor parte da planta aconteceu de forma que os
educandos percebessem que as folhas eram verdes e as flores eram vermelhas,
especificamente, no caso da flor de hibisco vermelho, usada como amostra durante a
pintura.
4 METODOLOGIA
Procura e análise de artigos sobre o ensino lúdico de biologia para o ensino de alunos
com transtorno espectro Autista. Selecionando alguns trabalhos referentes ao tema na
área de Biologia, como a elaboração de algumas atividades e jogos lúdicos, estudando a
importância e contribuições desses trabalhos para a melhoria do ensino-aprendizagem.
5. CONCLUSÃO
Podemos concluir através das análises dos resultados que os jogos utilizados como
veículo para a construção da aprendizagem de discentes com transtorno espectro autista
obteve resultados efetivos proporcionando a aprendizagem do conteúdo de botânica, de
forma eficaz, e facilitada. Pois através dos mesmos os educandos obtiveram melhor
entendimento do conteúdo através da observação, explicação de funcionamento, e
manuseio dos jogos propostos. Através do raciocínio lógico e composição e
decomposição de figuras proporcionado pelo quebra cabeça, pois quando montado dava
aos alunos noções básicas do conteúdo trabalhado em sala de Aula. com o recurso
didático.
Também com os demais recursos trabalhados pois desenvolviam a capacidade
criativa e coordenação motora como no caso da pintura. Memória e atenção são
estimuladas através do jogo de formas geométricas e também se obteve a percepção e
noção de quantidade sendo desenvolvida a partir da utilização do jogo de número e cores
como um meio de ensino.
REFERÊNCIAS
Montoan, Maria Tereza Eglér. Inclusão Escolar: O que é? por quê? Como fazer?. São
Paulo: Editora Moderna, 2003.