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LUDICIDADE NA INCLUSÃO: Um estudo de caso dos benefícios dos jogos em

crianças autistas de 5 anos numa Escola Municipal Pública da cidade de São


Paulo

Zélia De Souza Guimarães ¹


Claudia Cilene de Lima Oliveira²
Rita De Cássia Da Costa Guimarães³
Rita de Cássia Gomes4

1. RESUMO

O referido estudo partiu da necessidade de compreender a ação educativa para


crianças autistas agregada aos jogos numa Escola Municipal Pública da cidade de
São Paulo. Busca-se apresentar como essas ações podem representar um grande
eixo do trabalho para o desenvolvimento da criança com TEA, e como esse
pressuposto pode ser benéfico ao seu desenvolvimento. Seu objetivo geral foi
investigar os benefícios do uso de jogos na educação da criança com TEA em uma
Escola Municipal Pública da cidade de São Paulo. Acredita-se que tais práticas
envolvem as crianças autistas pelo prazer e motivação, sendo benéficas ao seu
aprendizado. Através das pesquisas bibliográficas e das explorações feitas na
pesquisa de campo evidenciou-se que estas ações assumem caráter relevante no
cotidiano da educação para crianças autistas, de forma que elas são possibilitadas a
desenvolver o raciocínio, a criatividade, seus aspectos cognitivos, e corporais, bem
como a atenção, interação, sendo perceptível que ambos são fundantes do seu
desenvolvimento.

Palavras- chave: Autismo. Desenvolvimento. Educação. Jogos.

2. INTRODUÇÃO

Durante os jogos e atividades brincantes as crianças ganham experiências


diferentes, interagem com outras pessoas, organizam seu pensamento, enfrentam
decisões por meio da interação constante que esse recurso oferece.

¹ Discente do curso de Pedagogia da faculdade ENIAC. E-mail: zeliafamiliaguimaraes@gmail.com


² Discente do curso de Pedagogia da faculdade ENIAC. E-mail: claudiali.jeitodeser@gmail.com
³ Professora Mestra do Curso de Pedagogia da faculdade ENIAC. E-mail: rita.costa@eniac.edu.br
4
Professora Mestra do Curso de Pedagogia da faculdade ENIAC. E-mail:rita.cassia@eniac.edu.br
Estudos sobre o assunto, destacadas no RCNEI (BRASIL, 1998) veem essas
propostas de forma significativa e com objetivos bem definidos, que podem tornar o
desenvolvimento de estruturas cognitivas mais aflorado, apoiando assim o processo
de ensino e aprendizagem.
Como aponta Oliveira (2002), essas ações proporcionam a criança prazer no
ato de aprender, visando não só sua diversão, mas também sua autonomia e o seu
desenvolvimento. Por isso, nada mais oportuno que discutir essas ressalvas no ensino
inclusivo e especial.
Especialmente na educação inclusiva, conforme aponta Mendes (2015), a
educação conduzida de forma lúdica envolve também esforços para romper as
barreiras, eliminar preconceitos e ir de encontro às novas estratégias para garantir o
direito à educação de qualidade e o reconhecimento das diferenças.
Lidar com essa ludicidade no ensino da criança com TEA é também atender
esse público e verificar suas necessidades educativas impulsionando o seu
desenvolvimento, e no que se refere ao tratamento desse pressuposto na atualidade,
muito se observa que cada vez mais emergem estudos sobre o tema.
Dessa maneira, busca-se conhecer de fato quais são essas contribuições para
o público autista, num estudo que parte ainda na graduação, na intenção de
aprofundar mais sobre a maneira de lidar com a educação inclusiva.
Por isso, buscou-se nessa pesquisa responder o seguinte problema: Como lidar
com a educação da criança autista de maneira lúdica?
A escolha da temática se deu por acreditar que as atividades lúdicas são
benéficas na educação de crianças com TEA, e abrangem práticas que possibilitam
movimento de prazer e integração das crianças que podem ser compartilhadas
através da cultura e da interação, onde delimita-se as seguintes hipóteses:
H1: As atividades lúdicas podem ser concebidas e estarem atreladas como
recurso pedagógico;
H2: O lúdico é fator motivante do aprendizado da criança com TEA;
H3: O uso de jogos representa uma prática fundamental na condução do ensino
da criança autista.
Para tal, buscou-se contextualizar as informações feitas por pesquisa
bibliográfica e estudo de caso com atuação inclusiva numa EMEI na cidade de São
Paulo. Relacionou-se também contribuições de norteadores da educação infantil
como DCNEI, RCNEI e a BNCC, além de envolver muitos teóricos que aprofundaram
o tema.

3. OBJETIVOS

Para o delinear o estudo, propõe-se como objetivo geral investigar os benefícios


do uso de jogos na educação da criança com TEA em uma Escola Municipal Pública
da cidade de São Paulo.

Objetivos Específicos:

- Conhecer aspectos evolutivos sobre a ludicidade no ensino infantil;

- Relacionar a necessidade de conduzir a ação pedagógica especial com base

no lúdico;

- Reconhecer a especificidade da educação de crianças com TEA.

4. METODOLOGIA

O estudo foi realizado por meio de premissas teóricas e práticas, com ações de
pesquisa bibliográfica, que de acordo De Macedo (1995) é basicamente a busca por
fontes bibliográficas que se relacionam com a problemática da pesquisa, isso envolve
livros, teses, artigos, enciclopédias dentre outros.
A pesquisa se baseou numa perspectiva qualitativa, buscando compreender
como o lúdico pode interferir no desenvolvimento da criança autista, essa é uma
proposta que tem por intenção investigar fenômenos sociais, retrata por preocupação
os processos e os fenômenos que ocorrem na sociedade. (DE MACEDO, 1995)
Serão feitas buscas em repositórios acadêmicos onde serão selecionados
estudos com maior rigor científico para uma leitura analítica, em seguida realizarei a
reunião de dados sobre o que tratam os autores, concomitantemente a isso, será
realizada uma pesquisa de campo com um professor da educação infantil sobre o
ensino de uma criança autista, observando como ela interage com o lúdico na prática.
A partir dessas ações, espera-se que os resultados apontem que o elemento
lúdico é crucial para o processo de ensino e aprendizagem dessa criança com TEA,
uma vez que o contato com o brincar, com o jogar se tornam essenciais para o seu
desenvolvimento.

5. DESENVOLVIMENTO

A atividade lúdica está presente na vida de todo sujeito desde a tenra idade, e
por isso, falar da ludicidade essencialmente na educação de crianças autistas é aliar
atividades que fundamentam o desenvolvimento de todo individuo, e em especial da
criança com necessidades educacionais especiais.
Na atualidade a BNCC (BRASIL, 2017) orienta as ações que sãodesenvolvidas
no âmbito educacional, ela prevê a utilização de diversas estratégias lúdicas que de
fato respeitam o desenvolver de todas as crianças, e a criança autista inclusa nas
classes de educação básica está respaldada em muitas legislações que conferem seu
direito de aprender.
Essa inclusão que abrange como objetivo central o de assegurar o
desenvolvimento das pessoas com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando a garantia de acesso
ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade em todos os níveis
de ensino, revela a atenção ao público da educação especial.
Nessa ótica, é oportuno relacionar que na escola regular o docente deve
compreender que todas as crianças são capazes de criar, explorar e nesse quesito
precisa possibilitar sua plena participação nas situações educacionais, isso parte da
intencionalidade pedagógica. (BRASIL, 2008)
Quando se fala especialmente da prática para crianças autistas,
compreendemos que recursos lúdicos como os jogos, brincadeiras, atividades
motoras e exploratórias influenciam naturalmente na formação de todo o ser humano,
desde criança até a idade adulta ela possui a capacidade de influenciar os saberes
pelo fato destas atividades envolverem aspectos motores, cognitivos e afetivos dos
indivíduos.
Para Vygotsky (2000) o jogo faz parte da história da sociedade, sendo presente
em diferentes culturas. A definição inicial do jogo era para nível de entretenimento,
tendo a função de diversão e distração para as crianças. Vygotsky mostra que através
de estudos, os jogos se tornaram importantes ferramentas de apoio ao processo de
aprendizado.
Conforme aponta o autor, tratar especificamente desse lúdico quando utilizado
a favor do desenvolvimento do aprendizado para a criança autista é atentar-se para o
crescimento intelectual e físico dessa criança, estimulando sua imaginação por meio
dos faz de conta e despertando seu interesse pelo ensino, conforme aprendizado
integrado a diversão.
Mendes (2007) também destaca que essas atividades que envolvem o caráter
simbólico, são fundantes para as frustrações e insatisfações vivenciadas por essas
crianças, pois conforme ela brinca, explora e interage amplia-se as possibilidades de
mudança de comportamento, ampliando sua capacidade de interação, de exploração
quando a mesma adentra no mundo da fantasia.
Essas crianças que estão no espectro geralmente possuem características
diferentes das outras e algumas preferem brincar sozinha ou tem dificuldade em
responder quando é chamada, percebe-se que o estímulo alinhado ao lúdico é uma
premissa importante para ampliar o repertório dessa criança, estimulando-a interagir
com as outras.
Essas particularidades podem ser vistas nas falas de Fácion (2007), com
dinâmicas realizadas com jogos e brincadeiras auxiliam então o educador no
desenvolvimento da qualidade de ensino, trazendo o engajamento dos alunos no
despertar do interesse pelo conhecimento desses alunos, de uma forma mais ativa,
atrativa e interativa.
Assim, está revelado que o transtorno abrange muitas particularidades e que
de modo geral não impede do indivíduo se desenvolver, e como firmado nas
legislações essa educação inclusiva que é uma educação plural, democrática e atual,
que tem como objetivo desempenhar o desenvolvimento e a formação de todos, esta
precisa favorecer ações e métodos para que as barreiras impostas pelas deficiências
ou transtornos sejam rompidas.
Por isso, é importante o repensar de ações e medidas para o melhor
aprendizado desses educandos, com atitudes que tornam o processo educativo mais
rico e atrativo, que vise formas de incluir para além das limitações impostas pelo
transtorno. Especialmente no autista, as estratégias atrativas e dinâmicas
representam uma atenção maior a sua escolarização (SALDANHA, 2007).
Fica claro que a utilização do lúdico é uma importante ferramenta para auxílio
das estratégias pedagógicas em busca da qualidade de ensino-aprendizagem de toda
criança, e em especial para os educandos com TEA que são possibilitados a estimular
a criatividade e busca por conhecimento, tendo o entretenimento e diversão ligados
ao aprender.

6. RESULTADOS

A partir das investigações ocorridas numa Escola Municipal Pública da cidade


de São Paulo, pôde-se compreender durante a observação do cotidiano escolar e das
ações destinadas aos educandos com autismo, que a prática com jogos permite esse
público vivenciar os aspectos cognitivos, sociais e emocionais num aspecto
motivacional, dando ênfase as expressões do corpo e da mente.
Quando em investigação, observou-se durante o segundo semestre de 2022 o
cotidiano das práticas para a infância, previu-se que à medida que a criança autista
joga ela manifesta seus sentimentos, sejam de medo, de tristeza, ou de agressividade,
de alegria ou excitação.
Assim, através dessa investigação percebeu-se que por meio deles ela
desenvolve aspectos motores, cognitivos, sociais, esse foi visto como um elemento de
grande valia no cotidiano infantil, pois contribuíram significativamente para o
desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas na criança, como pode-se
observar na imagem a seguir que quando uma criança se envolve com a dinâmica do
jogo da memória ela é capaz de explorar esses benefícios.

Figura 1- Jogo da memória

Fonte: Investigação de campo (2022)


Conforme visto, a criança com TEA em jogos como este pôde evoluir nos
aspectos de concentração, de atenção, de percepção, entrando numa relação de
evolução com suas funções psíquicas superiores. Essa é uma relação que ficou
explícita nas explorações.
Já quando ela esteve com seus pares numa relação lúdica, a interação ocorreu
pelo fato de que esse pressuposto auxilia os educandos a agirem livremente sobre
suas ações e decisões, possibilitando a autodescoberta, a imaginação e a
socialização com o mundo através das relações e vivências.
Nesse contexto, não mais cabe a ideia de que a educação lúdica é desprovida
de intencionalidades pedagógicas e que não exerce papel importante no processo de
ensino. Apesar de que, utilizada de forma ineficiente e desconexa aos pressupostos
teóricos que amparam essa modalidade de ensino o lúdico perdeu sua efetividade
para tal público.
Figura 2 - Jogos livres

Fonte: Investigação de campo (2022)

Pelo observado, essas práticas representam uma alternativa viável e relevante


que possui função de aprimorar as e alavancar o saber infantil, e podem representar
uma ação rodeada de estímulo e rica em possibilidades para o público neurotípico.
Especialmente para crianças autistas, o exercício lúdico se mostrou capaz de
exercer a capacidade criativa, a socialização, a concentração, pois pelas diversas
experiências e riquezas de oportunidades que elas evidenciam, essas foram
motivadas a se envolverem pela dinâmica dos jogos.
No contexto pedagógico assinalado acima, quando se introduz atividades
lúdicas ao desenvolvimento do aprendizado desses educandos autistas, se percebeu
a capacidade de compreensão desses estudantes aumentarem, tanto nos aspectos
físico, emocional, psíquico e até cultural da criança aumentarem.
Assim, o processo educativo quando integrado às atividades lúdicas vem
preparar o aluno para a vida, estimulando absurdamente sua criatividade, onde as
atividades os levaram a agir aprendendo com diferentes experiências, solucionando
conflitos entre outros aspectos.
Abaixo está também evidenciado uma observação sobre a interação da criança
com TEA com jogos tecnológicos, onde a partir do exposto foi possível compreender
que a ludicidade envolta nesses aparatos também é capaz de envolver essas crianças.

Figura 3 - Jogos tecnológicos

Fonte: Investigação de campo (2022)

Quando em uso de jogos tecnológicos, as crianças foram também despertadas


a se desenvolver, claro que com muita cautela ao uso. Essas ações se demonstraram
capazes de trazer o engajamento dos alunos no incitar do interesse pelo
conhecimento, porque para a criança essas práticas são ativas, interessantes,
tecnológicas e possuem atividades de seu interesse, conforme influências geradas
pelo seu dia-a-dia.
O que foi mensurado nas observações é que quando os alunos saem do papel
passivo da sala de aula, quando se aliam jogos ou elementos desse viés no processo
de aprendizagem, ganha-se maior aceitação e participação, pois o educando se vê
como protagonista na sala de aula, amplia suas habilidades e conhecimentos nesta
etapa da educação.
Observou-se perante as investigações que apesar das limitações impostas pelo
transtorno, essas crianças são possibilitadas a evoluírem conforme esse contato com
jogos, que despertam seu interesse e engajamento. Suas limitações ficaram para trás
quando o quesito era divertir e aprender.
Assim, dinâmicas realizadas através do lúdico com jogos puderam de fato
auxiliar essas crianças em sua aprendizagem e desenvolvimento, inclusive no quesito
envolvimento com esse público com necessidades educacionais especiais.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa aqui envolvida, ficou claro que a utilização dos jogos na
educação de crianças autistas está para além de mediar o processo de ensino-
aprendizagem com diversão, pois o mesmo alia intenção explícita de incitar essa
aprendizagem significativa e estimular uma construção de conhecimentos,
especialmente para essas crianças que possuem déficits na comunicação e interação
social.
Percebe-se então que o jogo aliado as estratégias de ensino e de
aprendizagem na educação de crianças com TEA pode levar esse educando a
participar de vivências e de ações propulsoras de aprendizagem, o envolvendo pelos
desafios e os instigando a buscar soluções para determinadas situações através do
simbólico.
Na exploração feita em uma Escola Municipal de São Paulo foi perceptível os
benefícios que os jogos agregam ao educando autista, onde o mesmo busca interagir,
participar, se envolver nas situações lúdicas, sendo então importante que educadores
se apropriem desses benefícios e utilizem esses instrumentos com maior recorrência
em sala de aula.
As hipóteses nesse estudo foram confirmadas, uma vez que através das
explorações as atividades lúdicas puderam ser concebidas e estarem atreladas como
recurso pedagógico, sendo preparadas e orientadas conforme objetivos explicitados
e estruturados pelo docente.
Conforme explicitado, o lúdico é fator motivante do aprendizado da criança com
TEA, pois compreende-se que o uso de jogos representa uma prática fundamental na
condução do ensino da criança autista ao criar situações interativas, socializantes e
estimulantes.
Assim, torna-se possível relatar que o jogo foi afirmado como uma ferramenta
pedagógica muito importante na educação de toda criança, oferecendo inúmeras
oportunidades educacionais na construção da aprendizagem e do desenvolvimento
cognitivo, unindo conhecimentos capazes de despertar de fato o desenvolvimento
humano por meio de diferentes concepções.

8. FONTES CONSULTADAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional


Comum Curricular. Brasília, DF, 2017.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental; Referencial Curricular Nacional


para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 1.

BRASIL. Política Nacional de Educação na Perspectiva Inclusiva. Brasília, 2008.

DE MACEDO, Neusa Dias. Iniciação à pesquisa bibliográfica. Edições Loyola,


1995.

FACIÓN, José Raimundo. Transtornos do desenvolvimento e do


comportamento. 3 ed., Curitiba: Editora IBPEX, 2007.

KISHIMOTO, Tizuko M. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 2.ed.


São Paulo: Cortez, 1997.

MENDES, Maria Aline Silva. A importância da ludicidade no desenvolvimento de


crianças autistas. 2015. Monografia (Especialização em Desenvolvimento Humano,
Educação e Inclusão Escolar). Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos.São Paulo:


Cortez,2002.

RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A ludicidade na educação. Ver. atual. e ampl.–
Curitiba: Ibpex, 2011.
SALDANHA, Ana .E. O jogo em crianças autistas. Lisboa: Coisa de Ler, 2014.
VYGOTSKY, Lev. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos
Processos Psicológicos Superiores. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

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