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(UNEB)
Autorização Decreto nº 9237/86. DOU 18/07/96.
Reconhecimento: Portaria 909/95, DOU 01/08-95
GABINETE DA REITORIA
UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO A DIS-
TÂNCIA (UNEAD)
Criação e Implantação Resolução CONSU nº
1.051/2014. DOU 20/05/14
Introdução
1
Graduanda em Pedagogia Universidade do Estado da Bahia (UNEB/UNEAD). E-mail:
jackelinymouzinho@hotmail.com
2
Graduando em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB/UNEAD). E-mail:
bessamateus1997@gmail.com
que assim elas possam se desenvolver onde estão inseridas, seja no ambiente
escolar ou familiar.
As atividades lúdicas ganharam amparo legal nas políticas públicas, por isso
são mencionadas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, BRASIL 1990). O
artigo 16 do capítulo II expõe o direito da criança à liberdade para brincar, praticar
esportes e se divertir. Nesse sentido, este trabalho trata sobre o papel dos jogos e
brincadeiras na construção de conhecimentos e demonstra que eles são essenciais
e necessários para promover o nível de aprendizagem de cada aluno envolvido no
processo. O brincar não é somente diversão, mas oportunidade para despertar a
criatividade, o afeto e o aspecto cognitivo das crianças. Na escola, principalmente
nas séries iniciais, o professor deve trazer o brincar para sala de aula, ajudando o
processo de ensino das crianças.
Justifica-se a escolha deste tema devido ao teor instigante no
desenvolvimento educacional e social da criança, deste modo, é indispensável que
as instituições educacionais propiciem as crianças essa proximidade entre o método
educacional de ensino freiriano e a forma lúdica que os jogos e brincadeiras
oferecem, com prazer no aprendizado, da criança durante todo seu ciclo
educacional. Além de o universo brincante fazer parte do cotidiano dos graduandos
escritores deste artigo, Mateus Bessa é poeta, ator, desenhista, dançarino e
palhaço, Jackeline Mouzinho é musicista. Ambos atuam na área de reforço escolar
da educação infantil no município de Ibotirama-BA.
Conforme Kishimoto (1998) “a brincadeira é uma atividade natural e
espontânea da criança, facilitando o seu pleno desenvolvimento físico, cognitivo,
social, motor e psicológico, facilitando a construção de conhecimentos”. Os
educadores devem ter em seu objetivo a intenção de observar e analisar, se em sua
metodologia de ensino a inserção das brincadeiras e jogos favorecem de forma
significativa para a construção do conhecimento de seus alunos.
As brincadeiras tiveram uma mudança na sociedade atual, antes os pais
sentiam-se seguros em deixar as crianças nas ruas com as demais, brincando e
desenvolvendo da sua própria forma e seguindo as regras de brincadeiras antigas
que eram passadas de geração em geração. No cenário atual esse quadro mudou,
devido a violência nas ruas e a insegurança de deixar crianças sozinhas brincando,
muitas famílias têm colocado seus filhos dentro de casa expostos a telas de
aparelhos conectados à internet, tirando-lhes a oportunidade de brincarem e terem
contato com o chão, natureza, objetos e brinquedos para desenvolver a criatividade.
E, em outros ambientes familiares, a escolha dos pais é ocupar o tempo dos filhos
com aulas em turnos opostos ao horário escolar, cursos extracurriculares e falta
tempo para desenvolver o “faz de conta” e a imaginação.
Devido a esse cenário atual, a escola é o meio que ajuda a criança a não
perder essa infância e esses momentos que a faz desenvolver e, repetidas vezes,
resgata as brincadeiras e jogos de rua para dentro da sala de aula, cooperando para
que os alunos vivenciem brincadeiras juntos com os seus colegas, tendo a
oportunidade de serem livres.
Este tema foi escolhido pela necessidade de trabalhar com a criança jogos e
brincadeiras de uma forma lúdica, no intuito que o aluno venha desenvolver a sua
identidade, autonomia, habilidades de pensamento. E é necessário que exista o
brincar, pois cria as possibilidades de novas descobertas, porque além de adquirir
novos conhecimentos de forma individualizada ou em grupos, ajuda também no
desenvolvimento de habilidades de maneira prazerosa e espontânea.
A metodologia utilizada do trabalho é pautada na pesquisa qualitativa e
bibliográfica, onde a primeira procura a trajetória, analisa e busca dados que
possam fazer somatória ao tema escolhido, a segunda embasa a discussão com
diálogo com as teorias e ordenamento entre conteúdos, fazer análises e conclusões
das ideias de autores citados que estudam os jogos e brincadeiras na educação
infantil. Fora realizada junto com as demais, a pesquisa empírica no reforço escolar,
onde se desenvolveu a aplicação de duas atividades, ao qual a primeira foi aplicada
de um método de ensino tradicional para as crianças e a segunda de maneira lúdica
uma atividade de jogos com sílabas, onde os alunos participavam de maneira ativa.
Portanto desde as séries iniciais é necessário que o professor trabalhe o
lúdico por meio de jogos e brincadeiras pois além de estimular os cinco sentidos e
outros aspectos do desenvolvimento, ele ascende na criança o gosto pelo aprender
de uma forma prazerosa o que ajuda no processo de ensino e aprendizagem e traz
resultados positivos para os anos seguintes de sua vida escolar.
Os jogos e as brincadeiras favorecem o desenvolvimento da criança no
âmbito escolar e estão cada vez mais sendo utilizados pelos profissionais na área
da educação como ferramenta de aprendizagem e parte integrante no processo
educativo.
Nesse sentido, este artigo tem como questão geradora direcionada a educadores do
reforço escolar na educação infantil, o seguinte: quais os benefícios que os jogos e
brincadeiras proporcionam para as crianças de educação infantil?
Para tanto, tem como objetivo geral analisar a prática de jogos e brincadeiras
no desenvolvimento motor, afetivo e aprendizagem de crianças no reforço escolar
da Educação Infantil do Município de Ibotirama. Especificamente busca-se verificar
de que forma o brincar interfere no processo de ensino-aprendizagem, analisar os
benefícios dos jogos e brincadeiras no processo do desenvolvimento do aluno.
Contribuir para a melhoria da qualidade e prática pedagógica em sala de aula
O lúdico é subjetivo, faz com que se permita uma alta ligação com o processo
de ensino aprendizagem. Na educação infantil é possível promover o conhecimento
de mundo, explorar o ambiente a volta, porque “ensinar não é transferir
conhecimentos, mas criar possibilidades para sua própria produção ou sua
construção” (FREIRE, 2001, p 52).
Para tanto, este texto está dividido em três seções a partir desta introdução.
Na primeira trata sobre a educação infantil, na segunda seção a análise recai sobre
as práticas cotidianas vividas na aplicação de um projeto de intervenção para
analisar a diferença de aplicação de práticas tradicionais e práticas mediadas por
jogos e brincadeiras no reforço em educação infantil e na terceira seção analisa a
influência dos jogos e brincadeiras no cotidiano das crianças. Por fim, as
considerações finais expõem os principais achados elaborados a partir desse
estudo.
A educação infantil
Portanto, quando criança brinca ela formula sua identidade, que de certa
forma ela ingressa, mesmo que simbolicamente e sem nenhum compromisso com a
realidade do universo adulto, as experiências e informações que eles lhes
proporcionam.
Vygostky (ano) afirma que a criança vem sempre a criar seu mundo
imaginário, onde o mesmo cria suas regras na hora da brincadeira e permite que
outros participem, respeitando as regras colocadas. Os jogos podendo ter suas
regras explicitas e implícitas, no primeiro quando essas regras não são respeitadas
faz com que a criança fique chateada se tornando uma falta grave, em segundo as
regras que são ditadas e que são necessárias para o andamento do jogo. Segundo
ele por meio de interações sociais a criança consegue obter informações que
venham fazer com que ela entenda as regras do jogo, conseguindo regular o seu
comportamento e sabe se tudo aquilo a sua volta é agradável ou não.
De acordo com as experiências vividas pelos autores deste texto na
aplicação de um projeto de intervenção no contexto do reforço de educação infantil,
a ludicidade depende de o professor ter um perfil dinâmico e aceitar desafios. Dessa
maneira, os alunos respondem aos estímulos porque estão em fase de descobertas
do mundo e dos seus próprios limites, e cada dia tenta superá-los. As brincadeiras
propostas aos educandos servem como mediação entre o docente e discentes,
quebra as barreiras e fortalece os vínculos.
O sujeito é interativo pois vem a se relacionar sempre com os demais e com
o meio em que se encontra, e o desenvolvimento não está voltado para uma faixa
etária exclusiva, pois no decorrer da sua existência o ser humano irá se
desenvolver, pelo fato de estar sempre diante de situações novas que precisam
serem enfrentadas.
As brincadeiras e jogos são atividades que se tornam específicas da
infância, onde a criança consegue recriar a realidade com sistemas simbólicos,
facilitando seu entendimento para o momento em que vive. Bonecos imaginários e
fantasias colabram para interagir com as demais pessoas.
Esses momentos são importantes para que a criança se sinta livre para criar,
sem que haja impedimento da mesma se expressar, quando ela é calada por um
adulto, ali se cala varias possibilidades de expressar e desenvolver seu psicológico
e físico motor, fazendo com que ela sinta envergonhada ou desestimulada em voltar
a dividir esse momento com os adultos, com medo de ser retalhada pela sua
expressão de idéias.
No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenha um papel de
primeira importância põe em evidências às qualidades especificamente
humanas do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de
desenvolvimento a criança fará amanhã sozinha aquilo que hoje é capaz de
fazer em cooperação por conseguinte o único tipo correto de pedagogia é
aquele que segue em avanço relativamente desenvolvimento e o guia deve
ter por objetivo não as funções maduras mas as funções em vias de
maturação (VYGOTSKY, 1979, p.139).
Quando a criança tem base de ensino ela futuramente será bem sucedida, o
seu cérebro ajudará a conduzir e estar pronta para novos desafios que venham a
surgir e ela não necessitará de ajuda, pois conseguirá individualmente resolver os
seus problemas, sabendo viver em sociedade e aberto a ajudar e receber ajuda
quando for preciso.
As vivências das crianças com o meio precisam serem ampliadas e para que
isso aconteça, brinquedos, papeis, lápis e objetos diversos devem ser ofertados,
com a intenção de diversificar as experiências, permitir relações, descobrie e
aprender de forma que não seja imposta ou de madeira tradicional, dando a
oportunidade da criança se envolver e gostar desses momentos, conforme
contribuições da epistemologia do desenvolvimento.
A Epistemologia genética (PIAGET, 1998) norteia sobre o desenvolvimento
humano, conceitua quando se inicia os processos mentais que formam o
pensamento alinhado às funções mentais e ajudando a compreender as fases do
desenvolvimento, para entender o comportamento da criança conforme as fases de
desenvolvimento.
Piaget (1998) contribui em relação a construção do pensamento da criança. A
inteligência é vista como adaptação, forma de sobrevivência do sujeito, podendo ser
estimulada. Ao interagir a criança conhece seu meio, ganha novas funções mentais
e não se mantém estagnada. A teoria piagetiana ajuda no entendimento sobre a
aquisição do conhecimento, as suas experiencias vividas possuem valor significativo
e aquelas que se adquire no percurso, levando em consideração o que foi vivido nos
primeiros anos de vida, nada é descartado, mas aprimorado para o conhecimento.
Ao explorar os limites da capacidade das crianças nas atividades elaboradas e
realizadas dentro da sala, como atividades atrativas despertam a curiosidade e
envolvem a criança.
Portanto, a fase pré-escolar é um momento de aprendizado e
desenvolvimento, pois a criança constrói conceitos a partir das experiências
visuais concretas representando situações já vividas ou futuras. A cada
avanço maturacional, é uma descoberta para ela, possuindo uma
percepção global sem discriminar detalhes na infância tem grande
importância para criança, para que, na vida adulta, o indivíduo por suas
capacidades básicas intelectuais e de raciocínio, já que é neste período que
as competências e qualidades da personalidade se desenvolvem
(SANTOS, 2016, p. 26).
Considerações finais
Referências