Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Inserir Título
Positiva
Aqui
Inserir Título Aqui
Florescimento
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Florescimento
Objetivo
• Apresentar a Teoria do Florescimento humano e seus elementos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Florescimento
Contextualização
Em Felicidade Autêntica, teoria de Martin Seligman, felicidade pode ser analisada
segundo três elementos diferentes que escolhemos por eles mesmos: emoção positiva,
engajamento e sentido.
Alertado por uma colega de trabalho sobre sua Teoria ser falha, Seligman a desenvol-
veu um pouco mais. Na teoria da Felicidade Autêntica, que fala sobre as escolhas do ser
humano, havia a omissão dos temas “sucesso e domínio”, que são elementos de busca
das pessoas para obter vitória apenas pela vitória, ainda que esta não esteja atrelada à
algum sentido maior.
O foco estava no sentimento do indivíduo, mas, engajamento e sentido não são ele-
mentos que provocam necessariamente um sentimento. Segundo ele, apenas as emo-
ções positivas provocam sentimentos. Dessa forma, as pesquisas realizadas para medir
a felicidade em alguém dependiam muito de como esse alguém se sentia ou o seu estado
de ânimo no momento de respondê-las.
Como resultado, poderia ocorrer a caracterização como infelizes para pessoas que,
embora não sejam bem-humoradas ou lhes falte alegria, têm bastante engajamento e
sentido na vida.
Em sua nova obra, a qual denominou Florescer, o autor redefine o tema da Psicologia
Positiva, que passa a ser o bem-estar, e o principal critério de mensuração do bem-estar
é o florescimento.
6
Florescimento
Florescimento, conforme Martin Seligman, é a expansão do potencial humano e a
visão da felicidade e bem-estar por meio do desenvolvimento de cinco elementos: emo-
ções positivas, engajamento, relacionamentos positivos, propósito de vida e realizações.
Esses cinco elementos foram designados por ele como o modelo PERMA, sen-
do P (Positive Emotions – Emoções Positivas), E (Engagement – Engajamen-
to), R (Relationship – Relacionamentos Positivos), M (Meaning – Significado) e A
(Accomplishment – Realização).
De acordo com Barbara Fredrickson (2009), pessoas que florescem não apenas se
sentem bem, pois florescer vai além da felicidade ou satisfação com a vida; essas pessoas
fazem o bem, agregam valor ao mundo e estão altamente engajadas com suas famílias,
trabalho e comunidade.
A autora afirma que pessoas que florescem são guiadas por um senso de propósito,
não se tratando apenas de ser feliz e sim de fazer algo de valor com o seu dia e com sua
vida, transcendendo o interesse pessoal.
O Modelo Perma
Para Seligman (2011), a Teoria do bem-estar é, essencialmente, a Teoria da livre
escolha e seus cinco elementos – PERMA – abrangem as coisas que as pessoas livres
escolherão pelas coisas em si mesmas, o que significa que, com atitudes direcionadas,
podemos provocar cada um dos elementos do bem-estar em nossas vidas.
Para Seligman (2011), cada elemento do bem-estar deve possuir três propriedades:
• Ele contribui para a formação do bem-estar;
• Muitas pessoas o buscam por ele próprio, e não para obter algum dos outros elementos;
• É definido e mensurado independentemente dos outros elementos.
Todos os cinco elementos do bem-estar têm essas três propriedades. São eles: emo-
ção positiva, engajamento, sentido, relacionamentos positivos e realização.
Vamos conhecer com um pouco mais dos detalhes do modelo PERMA? Veja como nasceu a
Teoria no vídeo Modelo PERMA (versão reduzida, legendada em PT) – Semeando Valores,
com o idealizador do Florescimento, Martin Seligman.
Disponível em: https://youtu.be/JwbQLN9AC2A
7
7
UNIDADE
Florescimento
8
Para Daniel Goleman, são elas:
• Raiva: na raiva, o sangue flui para as mãos, tornando mais fácil golpear o inimigo,
os batimentos cardíacos aceleram e uma onda de hormônios, como a adrenalina e
outros, gera uma pulsação, energia suficientemente forte para uma ação vigorosa;
• Medo: no medo, o sangue corre para os músculos do esqueleto, como o das pernas,
facilitando a fuga. O rosto fica pálido, já que o sangue lhe foi subtraído. Ao mesmo
tempo, o corpo imobiliza-se, ainda que por um breve momento, talvez para permi-
tir que a pessoa considere a possibilidade de, em vez de agir, fugir e se esconder.
São disparados hormônios que põe o corpo em alerta geral, tornando-o inquieto
e pronto para agir. A atenção se fixa na ameaça imediata, para melhor calcular a
resposta a ser dada;
• Felicidade: a sensação de felicidade causa uma das principais alterações bioló-
gicas. A atividade do centro cerebral é incrementada, o que inibe sentimentos
negativos e favorece o aumento de energia existente, silenciando aqueles que ge-
ram pensamentos de preocupação. Mas não ocorre nenhuma mudança particular
na fisiologia, a não ser uma tranquilidade, que faz com que o corpo se recupere
rapidamente do estímulo causado por emoções perturbadoras. Essa configuração
dá ao corpo um total relaxamento, assim como disposição e entusiasmo para a
execução de qualquer tarefa que surja para seguir em direção a uma grande va-
riedade de metas;
• Amor: o amor, os sentimentos de afeição e a satisfação sexual implicam estimulação
parassimpática, o que se constitui no oposto fisiológico que mobiliza para “lutar ou
fugir”, que ocorre quando o sentimento é medo ou ira. O padrão parassimpático,
chamado de “resposta de relaxamento”, é um conjunto de ações que percorre todo o
corpo, provocando um estado geral de calma e satisfação, facilitando a cooperação;
• Surpresa: o erguer das sobrancelhas, na surpresa, proporciona uma varredura visual
mais ampla, e também mais luz para a retina. Isso permite que obtenhamos mais in-
formação sobre o acontecimento que se deu de forma inesperada, tornando mais fácil
perceber exatamente o que está acontecendo e conceber o melhor plano de ação;
• Repugnância ou nojo: em todo o mundo, a expressão de repugnância se asse-
melha e envia a mesma mensagem: alguma coisa desagradou ao gosto e ao olfato,
real ou metaforicamente. A expressão facial de repugnância – o lábio superior se
retorcendo para o lado e o nariz se enrugando ligeiramente – sugere, como obser-
vou Darwin, uma tentativa primeira de tapar as narinas para evitar um odor nocivo
ou cuspir fora uma comida estragada;
• Tristeza: uma das principais funções da tristeza é a de propiciar um ajustamento
a uma grande perda, como a morte de alguém ou uma decepção significativa.
A tristeza acarreta uma perda de energia e de entusiasmo pelas atividades da
vida, em especial por diversões e prazeres. Quando a tristeza é profunda, apro-
ximando-se da depressão, a velocidade metabólica do corpo fica reduzida. Esse
retraimento introspectivo cria a oportunidade para que seja amentada uma perda
ou frustração, para captar suas consequências para a vida e para planejar um
recomeço quando a energia retorna. É possível que essa perda de energia tenha
9
9
UNIDADE
Florescimento
Conheça em mais detalhes a Teoria de Daniel Goleman sobre Inteligência Emocional no ví-
deo Resenha do Livro Inteligência Emocional – 400 páginas em 10 minutos – Daniel
Goleman, do canal Seja Uma Pessoa Melhor. Disponível em: https://youtu.be/xrQl9D2jVw4
Positividade
Para a autora Barbara Fredrickson (2009), a positividade pode fazer uma diferença
enorme na vida de um indivíduo.
Com positividade, segundo a autora, uma pessoa vê novas possibilidades, recupera-
-se de reveses, conecta-se às pessoas, torna-se a melhor versão de si mesma e pode ser
até mesmo que durma melhor.
Por essa razão, Barbara estudou as emoções positivas por meio de pesquisas men-
suráveis para compreender seus efeitos em nós, seres humanos, visando tanto à nossa
evolução quanto à vida moderna. Para ela: “Positividade apresenta uma oportunidade
de dar um passo ao próximo nível de existência: expandir a sua mente e construir o seu
melhor futuro” (FREDRICKSON, 2009).
Positividade, na visão da autora, é, ainda, o ingrediente que está à nossa disposição
para tornar a nossa vida melhor, inclusive no enfrentamento de dias difíceis.
Para Fredrickson, a positividade reina onde há emoções positivas, como amor, ale-
gria, gratidão, serenidade, inspiração, bastando apenas que a pessoa abra seu coração.
A autora defende que sentimentos bons não duram muito, indo e voltando em nossas
percepções e que nós humanos fomos “desenhados” assim, porque se não fosse assim
levaríamos muito tempo para reagir às mudanças e não saberíamos a diferença entre
boas e más notícias.
Para Fredrickson, se queremos uma mudança de vida para melhor, não devemos
tentar segurar a positividade, negando a sua natureza transitória, mas sim semear mais
positividade em nossas vidas, aumentando a quantidade de momentos bons.
Mais à frente, ainda nesta Unidade, falarei a você sobre a “razão da positividade,” ou seja,
o ponto de inflexão – momento de mudança de direção – entre a quantidade de emoções
negativas e de positivas vivenciadas em que nos sentimos mais positivos do que negativos.
Barbara defende que as pessoas que fazem uso da razão de positividade, entram em
uma espiral ascendente positiva e energizante, em que seu comportamento se torna
menos previsível e mais criativo, enfatizando os benefícios de provocarmos para nós as
emoções positivas.
Ela defende que as pessoas que entram na espiral ascendente crescem e se sentem
para cima e vivos, mas que também existe a espiral descendente e que nós escolhemos:
10
ou estamos na espiral ascendente, tornando-nos mais criativos e resilientes ou estaremos
solidificando nossos maus hábitos, tornando-nos mais estáticos e rígidos.
Para a autora, se você experimenta positividade ou não depende de como você
pensa, e a dependência do pensamento é o que torna a positividade tão frágil. Nossas
mentes podem ser sobrecarregadas com preocupações, dúvidas e demandas.
E de que forma é bom se sentir bem?
Para Barbara, parece meio óbvio que a resposta seja “porque nós gostamos da forma
como nos sentimos” e é um sinal de que vai tudo bem em nossas vidas, já que do outro lado, de
um lado psicológico ou médico, quando não estamos bem pode significar sofrimentos psicoló-
gicos ou físicos, tais como depressão, necessidade de monitoramento da saúde ou ainda riscos
de ataques cardíacos, derrames, obesidade etc. O que indica, para a autora, que estar bem é
valoroso porque significa que o indivíduo não está enfrentando esses riscos e problemas.
Mas, de acordo com Fredrickson (2009), positividade não é apenas a ausência de
negatividade e riscos de saúde, sendo mais do que um sinal da presença de segurança e
satisfação, sucesso ou boa saúde.
As últimas evidências científicas, conforme a autora, relata que positividade não sim-
plesmente reflete sucesso e saúde, como também produz sucesso e saúde, significan-
do que, mesmo após a positividade se esvanecer como sensação, ela ainda tem bons
impactos na vida, trazendo boas consequências para a trajetória de uma pessoa. “A
primeira verdade sobre as emoções positivas é que elas abrem nossos corações e men-
tes, fazendo-nos mais receptivos e criativos. A positividade nos deixa mais abertos!”
(FREDRICKSON, 2009).
As 10 Emoções Positivas
Barbara Fredrickson, em seu livro Positividade, apresenta as dez emoções positivas
nas quais focou seu estudo, pois cientificamente comprovou, por meio de suas pesquisas
e observações, que essas são as emoções que mais “colorem” a vida do indivíduo.
São elas: Alegria, Gratidão, Serenidade, Interesse, Esperança, Orgulho, Diver-
são, Inspiração, Admiração e Amor.
11
11
UNIDADE
Florescimento
Barbara ressalta que todos nós, em algum momento, já nos deparamos com a des-
crição dessas emoções e que a beleza das emoções é que elas são altamente individua-
lizadas, dependendo mais de sua interpretação interna do que circunstâncias externas.
A autora defende que o que muito inspira uma pessoa pode ser totalmente neutro
para outra, o que diverte uma pessoa pode ser ofensivo à outra e isso significa que cada
pessoa tem seu caminho único para o florescimento.
Dessa forma, ela afirma que você vai além da subjetividade e consegue nomear os
seus estados emocionais, aplicando-os à medida que façam sentido para você, de uma
forma gentil consigo mesmo, à sua forma.
No entanto, a autora cita Hanson (2015), autor que defende que, nesse processo,
nosso cérebro desenvolveu um viés negativista, que faz com que o cérebro funcione até
hoje de forma comparada a um velcro para as emoções negativas e como teflon para as
positivas, significando que retemos as experiências negativas e muitas vezes não valori-
zamos as coisas boas que nos acontecem, esquecendo-as com facilidade.
A autora afirma que podemos ter um melhor balanço entre emoções positivas e
negativas, haja vista que a segunda verdade sobre as emoções positivas é que elas nos
transformam para melhor, ajudando-nos a construir habilidades para o futuro quando
nos sentimos bem, e cita como exemplo o fato de aprendemos melhor quando estamos
otimistas e interessados.
12
Fredrickson (2009), baseada num modelo matemático de Marcial Losada, propõe
que procuremos desenvolver uma relação de 3:1, isto é, vivenciarmos três emoções posi-
tivas para cada emoção negativa vivenciada e que esse seria o quociente de positividade
a partir do qual as pessoas começariam a florescer.
Gostou da teoria da Positividade e está curioso para conhecer a fonte dessa ciência? Veja e
explore o vídeo Emoções Positivas – Drª Barbara L Fredrickson, do canal Humano Mais,
disponível em: https://youtu.be/UU5TxqRQv58
Estresse e Resiliência
Martin Seligman desenvolveu trabalhos de Psicologia Positiva com o Exército ame-
ricano, principalmente, no que tange às questões de estresse decorrente da profissão e
estresses pós-traumáticos.
Em seu Treinamento de Resiliência para os soldados americanos, o Exército aplicou
diversas intervenções positivas a fim de trazer o foco do indivíduo à consciência quan-
to aos gatilhos do stress, autoconhecimento e regulação das emoções, bem como o
exercício do pensamento otimista e os fatores PERMA como geradores de bem-estar e
florescimento pessoal.
O indivíduo é direcionado para visualizar o seu futuro com esperança, alegria, otimis-
mo e encontrando um significado positivo para a vida.
O autor ressalta que Resiliência, nas Ciências Humanas, relaciona-se aos processos
psicossociais e que favorecem o desenvolvimento equilibrado do indivíduo, mesmo que
diante das adversidades, e que seu principal benefício é a busca da compreensão das
características individuais e ambientais que podem ser modificadas para que o indivíduo
tenha recursos para enfrentar o estresse e a adversidade.
13
13
UNIDADE
Florescimento
Para Seligman, as pessoas, quando buscam identificar o que elas precisam para
desenvolver uma “vida boa e saudável”, acabam descobrindo que possuem forças e
virtudes, como a capacidade de amar, de ser original, criativo(a), esperto(a), de perdoar,
de ter coragem, de ser perseverante, de ser sábio(a), de ser sensato(a) e de que possuem
habilidades para desenvolver relações interpessoais saudáveis.
Seligman afirma que tanto a Resiliência quanto a Psicologia Positiva trabalham com o
nosso Sistema de Crenças e que desenvolver a resiliência pode ser um fator chave para
impulsionar o pensamento positivo e vice-versa, mas salienta que a resiliência não pode
ser vista como uma armadura de proteção, em que nada irá atingir o indivíduo, mas
que, pelo contrário, o indivíduo está totalmente vulnerável às consequências do estresse,
porém, aquele que consegue desenvolver a resiliência tem a capacidade de elaborar es-
tratégias para ter a melhor atitude a ser tomada no momento da adversidade.
Por esse motivo, Seligman afirma que a Resiliência é um excelente recurso para se
trabalhar com a Psicologia Positiva, já que busca entender não apenas os aspectos pato-
lógicos do indivíduo, mas também seus aspectos saudáveis e adaptativos, indo além das
queixas e dos problemas.
Barbara Fredrickson (2009) afirma que podemos ser resilientes e que já temos o
que é preciso para nos recuperarmos das adversidades, que são as reservas internas de
positividade. A autora afirma que a positividade está no coração da resiliência humana.
E – Engagement (Engajamento)
Na Teoria do Florescimento, o engajamento também continua a ser um elemento do
bem-estar.
Para Seligman (2011), assim como a emoção positiva, o engajamento é avaliado e men-
surado apenas subjetivamente, com questões como “você teve a sensação de que o tempo
parou? Ficou completamente absorvido pela tarefa?; Perdeu a consciência de si mesmo?”
Para Seligman, a emoção positiva abrange todas as variáveis subjetivas do bem-estar, como:
prazer, êxtase, conforto, afeição e outras, trazendo um estado subjetivo no momento presente.
O autor nos alerta para o fato de que o pensamento e o sentimento estão, geral-
mente, ausentes durante o estado de engajamento e só podemos dizer que a tarefa foi
divertida ou maravilhosa em retrospectiva. Então, ele conclui que enquanto o estado
subjetivo para o prazer (emoções positivas) está no presente, o estado subjetivo para o
engajamento é apenas retrospectivo.
Na visão de Martin Seligman, a emoção positiva e o engajamento atendem facilmen-
te aos três critérios para serem considerados elementos do bem estar: (1) a emoção posi-
tiva e o engajamento contribuem para a formação do bem estar; (2) as pessoas buscam
essas coisas por elas mesmas e não necessariamente para obter qualquer um dos outros
elementos, como o exemplo do autor “Eu quero essa massagem nas costas mesmo que
ela não traga nenhum sentido, nenhuma realização e nenhum relacionamento”; (3) são
mensurados independentemente do restante dos elementos.
Vamos agora falar de um importante aspecto de engajamento, o Flow.
14
Flow
O que é a Teoria do Flow?
15
15
UNIDADE
Florescimento
Alto/a
Ansiedade Canal de
Flow
Desafios
A3 A4
A1 A2
Apatia
Baixo/a
16
Funcionaria assim: quanto mais dermos atenção ao positivo, mais tenderemos a notá-
-lo, pois a atenção muda nosso cérebro:
Prestar atenção propositadamente ao mundo a nossa volta é uma das
formas mais poderosas de cultivar um estado de bem-estar. Não temos
que ficar à mercê de uma mente inquieta e rebelde; podemos treinar
nossa mente para focar no positivo por meio da atenção. A atenção
plena é um estado mental de consciência que nos ajuda a abrir os sen-
tidos e focar no aqui e agora. Esse estado nos ajuda a reduzir a influ-
ência e efeito de pensamentos e sentimentos difíceis e improdutivos e
também a como viver com eles enquanto nos engajamos no momento
presente. (GRANT; LEIGH, 2015)
Os autores contam que a Medicina ocidental tem aceitado essa prática que os orien-
tais já praticam há milhares de anos: meditação e atenção plena, que podem melhorar
não apenas nosso bem estar como reduzir dores físicas relacionadas ao estresse, dimi-
nuir a ansiedade e a depressão, melhorar a concentração, o funcionamento do Sistema
Imunológico e até mesmo reduzir os sintomas resultantes do câncer.
Grant e Leigh (2015) reforçam que a Medicina era cética a essa prática, mas, atual-
mente, os recursos tecnológicos das Técnicas de neuroimagem permitiram aos cientistas
ver as imagens geradas no cérebro durante a meditação, quais as áreas impactadas e
como essa prática influencia (positivamente) a mente.
Nós, seres humanos, somos seres relacionais, criados para vivermos e crescermos uns com
os outros. Os relacionamentos positivos são aqueles que nos trazem alegrias, segurança,
amizades, gentiliza etc. Na minha visão, eles também geram emoção positiva, embora não
há estudos ou testes que comprovem essa teoria.
E você, o que pensa a respeito?
17
17
UNIDADE
Florescimento
Gentileza
De acordo com Helder Kamei, especialista brasileiro em Psicologia Positiva e presi-
dente da APPAL (Associação de Psicologia Positiva da América Latina), a gentileza é
uma das virtudes humanas e se baseia em valores pessoais e culturais e esses valores
podem ser de competição ou de cooperação.
Para o autor, se uma pessoa vive em uma cultura de competição e adota esses va-
lores, acredita que para uma pessoa ganhar, outra tem de perder, ou seja, se ela ajudar
alguém, prejudica a si mesma, porque todas as pessoas são concorrentes e que, por
outro lado, se os valores do indivíduo são de cooperação, ele acredita na relação ganha
ganha, ou seja, se ajuda alguém, é ele mesmo quem se beneficia. Helder nos leva por
essa reflexão para concluir que a Ciência tem demonstrado que isso é verdade.
Antes do nascimento da Psicologia Positiva, Helder Kamei conta que a pesquisadora
Alice Isen conduziu uma série de experimentos comprovando que quando as pessoas es-
tão felizes elas têm mais predisposição para serem gentis e generosas e que a Psicologia
Positiva, resolveu verificar o inverso, questionando: Praticar atos de gentileza aumenta a
felicidade de quem pratica?
A pesquisadora Sonja Lyubomirsky, vencedora do Prêmio Templeton de Psicologia
Positiva, conduziu um experimento no qual pediu aos participantes que fizessem 5 gen-
tilezas em um dia da semana, durante um mês, e obteve como resultado um aumento
significativo de seus níveis de felicidade, o que nos faz concluir que ser gentil nos torna
mais felizes, e que quando estamos felizes, praticamos mais atos de gentileza, o que nos
deixa ainda mais felizes, e mais gentis, e mais felizes, entrando em um ciclo que Helder
Kamei chama de “Círculo virtuoso da Gentileza e Felicidade”.
Quer descobrir mais benefícios da Gentileza? Leia o artigo Gentileza e Felicidade: Você é
gentil porque é feliz ou é feliz porque é gentil?, de Helder Kamei, na íntegra.
Disponível em: http://bit.ly/2NjuW0b
18
Veja na tabela a seguir exemplos de cada um dos quatro tipos de resposta:
Exercício Prático
Relembre algum acontecimento positivo que foi contado a você e escreva como
deveria ter respondido. Planeje suas respostas ativa e construtivas e as use ao longo
desta semana.
Gostou de saber que podemos florescer as nossas relações com a resposta ativa construtiva?
No vídeo Sua resposta é ativa e construtiva?, da coach Thais Verona, conheceremos mais
a fundo a Teoria e exemplos de utilização da resposta ativa e construtiva. Disponível em:
https://youtu.be/uDNOj99SN_Y
19
19
UNIDADE
Florescimento
Terapia do Abraço
Você sabia que um abraço pode ser terapêutico?
Para resumir: abraçar e ser abraçado traz muitos benefícios para a saúde e emoções,
torna-nos mais felizes e é gratuito.
Conheça mais detalhes sobre a terapia do abraço no vídeo O poder de um abraço!, da Dra.
Michele Cunha. Disponível em: https://youtu.be/HB1jMOiH4mM
Perdão
Para Martin Seligman (2002), as emoções são envolvidas por uma membrana alta-
mente permeável, que se chama adaptação, e reforça que as evidências demonstram
uma temporária explosão de humor na direção certa quando vivemos eventos positivos
e negativos, mas, que geralmente, depois de um curto período de tempo, o humor se
acomoda em seus limites estabelecidos.
O autor conclui, então, que as emoções se dissipam por si mesmas, ou seja, sua
energia atravessa a membrana e, por “osmose emocional”, a pessoa volta à sua condi-
ção básica. Ele reforça, no entanto, que quando insistimos em reviver uma emoção, ela
permanece conosco, pois o cérebro não sabe a diferença entre o que é real e o que é
imaginado, trazendo, novamente, as emoções do passado ao momento presente.
20
O autor comenta que são muitos os motivos que levam uma pessoa a não querer
perdoar, tais como achar injusto deixar o culpado sem castigo, denotar falta de amor
pela vítima ou mesmo amor pelo culpado e, ainda, deixar de exercer uma vingança que
lhe parece justa. Mas neutralizar a memória por meio da ressignificação tira a vítima do
sofrimento emocional, já que é impossível suprimir uma memória diretamente, o perdão
traz a chance de reescrever um passado doloroso por meio da mudança de mentalidade
a respeito do evento ocorrido.
M – Meaning (Significado)
Seligman (2011) define o sentido (ou significado) como o pertencer e servir a algo que
se acredita ser maior do que o eu.
José Roberto Marques (2015) afirma que atingimos o nosso melhor quando nos dedi-
camos, servimos e pertencemos a algo maior do que a nós mesmos, podendo ser na fé,
no ambiente de trabalho, familiar, político e até mesmo humanitário e que, tendo essas
conexões com algo maior, estamos construindo uma barreira eficaz contra a depressão
e quaisquer outros tipos de doenças.
Para os autores, é também muito importante ao indivíduo sentir que o trabalho que
desenvolve agrega aos seus valores e crenças pessoais e que, ao acreditar que nosso
trabalho é útil, sentimos uma sensação geral de bem-estar e confiança de que estamos
usando nosso tempo e habilidades para o bem e que somos os melhores para aplicar
talentos e pontos fortes a serviço dessa missão.
A – Accomplishment (Realizações)
Seligman (2011) defende que a realização (ou conquista) é buscada por ela própria,
mesmo quando não produz uma emoção positiva, sentido ou relacionamentos positivos
e que foi convencido ao ver seus amigos jogando bridge e perceber que buscavam a
vitória no jogo por ela mesma.
O autor também diz que a vitória pela vitória também pode ser percebida na busca
pela riqueza, já que alguns magnatas buscam a riqueza e depois doam parte dela, em
gestos filantrópicos.
21
21
UNIDADE
Florescimento
Para José Roberto Marques (2015), ter objetivos na vida, mesmo que pequenos como
se propor a ler por uma hora todos os dias e fazer esforço para alcançá-los são impor-
tantes para o bem-estar e a felicidade, pois a realização ajuda a construir a autoestima e
proporciona uma sensação de plenitude, além de reforçar a autocrença positiva.
Para o autor, as realizações podem acontecer também quando uma pessoa olha para
trás e pensa: “Eu fiz isso, e fiz bem!”, tratando-se de um sentimento de sucesso e que,
ao contemplarmos um passado de realizações e sucessos, temos mais otimismo e espe-
rança com o futuro.
22
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
A terapia do abraço
KEATING, K. A terapia do abraço. São Paulo: Pensamento, 1983.
Florescer
SELLINGMAN, M. Florescer. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
Vídeos
As 5 chaves para a felicidade
Canal da coach Bru Fioretti.
https://youtu.be/VjUIhq5hZnw
Flora Victoria À Istoé: “É Possível Desenvolver Felicidade”
https://youtu.be/QddQQFQLTRg
Filmes
Divertidamente
DOCTER, Pete. Filme: Divertidamente. Disney Pixar, EUA, 2015.
Documentário Happy
SAHDYAC, T. Documentário Happy – Wad Rum Films, 2011.
23
23
UNIDADE
Florescimento
Referências
ASSIS, P. Colaboração da resiliência para o profissional da Psicologia – SOBRARE
– Sociedade Brasileira de Resiliência. Disponível em: http://sobrare.com.br/resiliencia-
-e-psicologia/. Acesso em: 24 mar. 2019.
GRANT, A. M.; LEIGH, A. A ciência da Felicidade – E como isso pode funcionar para
você. São Paulo: Fundamento, 2013.
HANSON, R. O cérebro e a felicidade: Como treinar sua mente para atrair serenida-
de, amor e autoconfiança. Editora WMF Martins Fontes, São Paulo, 2015.
24