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Raciocínio por meio das emoções: empregar as informações emocionais para facilitar o
raciocínio.
Entendimento das emoções: captar variações emocionais nem sempre evidentes e
compreender a fundo as emoções (mais sofisticado do que o “identificar” do primeiro
domínio).
Gerenciamento das emoções: aptidão para lidar com os próprios sentimentos.
O papel de Daniel Goleman
Apesar de não ter introduzido o conceito de IE, Daniel Goleman, psicólogo, escritor e PhD da
Universidade de Harvard, é o grande responsável por popularizá-lo. Em 1995, quando atuava
como jornalista científico do New York Times, lançou o livro “Inteligência Emocional”, em que
traz à tona o embate entre o QE e o QI (Quociente de Inteligência).
Com mais de 5 milhões de cópias vendidas no mundo todo e tradução para 40 idiomas, o
best-seller impulsionou a atenção das pessoas pelo tema, tornando o conceito acessível a
vários segmentos da sociedade. A partir dele, a mídia e outras entidades acadêmicas
começaram a explorar ainda mais o assunto.
Goleman descreve a inteligência emocional como a capacidade de uma pessoa de gerenciar
seus sentimentos, de modo que eles sejam expressos de maneira apropriada e eficaz.
Segundo o psicólogo, o controle das emoções é essencial para o desenvolvimento da
inteligência de um indivíduo. Seu modelo sobre a IE foca em uma série de competências e
habilidades que, de acordo com ele, propiciam melhores desempenhos profissionais –
inclusive, como líder.
Fundamentos do modelo de Goleman
O modelo de Goleman posiciona a IE como o conjunto de competências e habilidades
fundamentadas em cinco pilares:
# Autoconsciência
Capacidade de reconhecer as próprias emoções.
# Autorregulação
Capacidade de lidar com as próprias emoções.
# Automotivação
Capacidade de se motivar e de se manter motivado.
# Empatia
Capacidade de enxergar as situações pela perspectiva dos outros.
# Habilidades sociais
Conjunto de capacidades envolvidas na interação social.
Além disso, ele identifica 12 domínios como sendo os principais para desenvolvê-la:
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Autoconhecimento emocional
Autocontrole emocional
Adaptabilidade
Orientação para realização
Perspectiva positiva
Empatia
Consciência organizacional
Influência
Coach e mentoria
Administração de conflitos
Trabalho em equipe
Liderança inspiradora
Autoconhecimento e inteligência emocional: entenda a relação dos dois
Qual é a relação de autoconhecimento e inteligência emocional? Para começar a entender, é
importante saber que a inteligência emocional tem quatro pilares:
Perceber emoções (suas e dos outros)
Raciocinar a partir do que dizem as emoções (também suas e dos outros)
Entender o que as emoções significam
E gerenciar elas
É daí que vem o primeiro ponto da conexão.
Ter um bom nível de autoconhecimento ajuda a interpretar as próprias emoções, entender o
que elas, de fato, querem dizer, fazer conexões com outros traços da sua personalidade, e,
então, lidar da melhor forma com elas.
Então, para começar a se conhecer melhor e desenvolver a inteligência emocional, tente
praticar uma auto-observação frequente em relação às suas emoções. Aprenda a identificar
em você as emoções básicas e como elas se manifestam no dia a dia.
De outro lado, os principais aprendizados oriundos do esforço de se autoconhecer só são
devidamente absorvidos quando se aceita sentir e falar sobre dor, vergonha, medo, etc.,
emoções negativas de forma geral. Ou seja, quando se é vulnerável.
A vulnerabilidade é o próximo link do autoconhecimento com a inteligência emocional. A
vulnerabilidade, ou se colocar em posição de exposição emocional, é grande responsável
pelas conexões mais profundas que fazemos.
Isso porque é muito mais fácil se identificar com pessoas que assumem erros, contam de
momentos tristes e manifestam emoções. É bem mais difícil se conectar com pessoas que
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não transparecem nenhuma emoção ou fracasso; mostrar-se perfeito também é mostrar-se
inatingível.
Por “se conectar”, você pode entender também “ter empatia”, – capacidade de enxergar as
situações pela perspectiva dos outros – um dos principais componentes da inteligência
emocional. É ela uma das grandes responsáveis pela possibilidade de conexão significativa
entre as pessoas.
Em resumo, a inteligência emocional engloba empatia, que se manifesta a partir da
vulnerabilidade do outro. A vulnerabilidade, por sua vez, depende de um processo de
autoconhecimento.
Benefícios da IE, de acordo com a ciência
Há extensa pesquisa que fundamenta os benefícios de ter um nível alto de IE, inclusive
relacionando-a à traços de generosidade. Um estudo mostrou que as pessoas com maior
conhecimento sobre regulação emocional têm mais propensão a pensarem no “bem social”
quando em face de um dilema.
Além disso, a IE influencia o sentimento de bem-estar. Pesquisadores descobriram, por
exemplo, que existem relações inversas entre a capacidade de controle emocional e estresse
no ambiente de trabalho.
Ter habilidade de identificar e gerenciar as emoções próprias e dos outros são atributos
valiosos também para alcançar sucesso profissional, segundo pesquisadores de Harvard. O
estudo, de mais de 20 anos, ainda mostrou que esta habilidade caracteriza mais êxito na vida
social.
Empreendedores com bons níveis de IE também são mais resilientes quando enfrentam
obstáculos e lidam melhor com seus funcionários e clientes. E os profissionais são melhores
líderes. Uma análise que compreendeu diversos documentos científicos revelou que há uma
relação positiva clara entre a IE e a eficácia da liderança nas empresas.
Parte da “automotivação” (um dos pilares da IE, segundo Goleman), a capacidade de ter
perspectivas positivas – ou “otimismo” – está associada com maior habilidade de venda e
maior taxa de sucesso acadêmico.
Para os estudiosos, a diferença primordial entre os pessimistas e otimistas é que, quando
falham, os otimistas tendem a fazer atribuições causais externas, específicas e temporárias,
enquanto os outros fazem atribuições internas e permanentes. Ou seja, após contratempos,
possuem mais facilidade para se recompor e agir em prol de resultados.
Inteligência emocional tem tanto a ver com saber quando e como expressar emoções quanto
com o controle delas – e esta capacidade é valiosa. Pesquisadores da Universidade de
Yale descobriram que demonstrar emoções positivas pode beneficiar trabalhos em equipe. De
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acordo com eles, elas levaram à melhora na cooperação e na performance do grupo, além de
maior preocupação com o que é justo.
Teste de inteligência emocional
Com base nos fundamentos do modelo de Daniel Goleman – e com adaptações para contexto
profissionais brasileiros – o Na Prática elaborou um checklist gratuito que vai te ajudar a
descobrir o seu nível de inteligência emocional, além de como você pode desenvolvê-lo ainda
mais.
Dá para aumentar a inteligência emocional?
Embora existam aspectos permanentes que determinam o temperamento e a personalidade
– herança genética, por exemplo -, Goleman defende que muitos dos circuitos cerebrais da
mente humana são maleáveis e podem ser trabalhados, impactando o nível de inteligência
emocional.
Revisar mentalmente as habilidades que ela envolve e perceber em quais precisa trabalhar é
o primeiro passo para aumentá-la. O psicólogo defende que o feedback externo também é um
ótimo medidor para se orientar e desenvolver a IE.
Como desenvolver a sua IE – 5 práticas
Em um artigo para o Harvard Business Review, o psicólogo Tomas Chamorro-Premuzic,
professor de psicologia empresarial na University College London e na Columbia University,
além de associado do Laboratório de Finanças Empresariais de Harvard, recomendou cinco
passos fundamentais para aumentar a inteligência emocional.
#1 Transformar o autoengano em autoconsciência
A personalidade, e consequentemente a IE, se molda, principalmente, com base na
identidade e na reputação, explica Tomas. Para muitas pessoas existe uma disparidade entre
os dois, o que pode fazer com que eles ignorem qualquer feedback negativo.
No entanto, a verdadeira autoconsciência consiste em conseguir ter uma visão realista dos
próprios pontos fortes e fracos. Isso não vai acontecer sem feedback preciso, diz o psicólogo.
Investir em avaliações baseadas em dados, como testes de personalidade e pesquisas
de feedback é uma boa.
#2 Transformar o foco em si próprio em foco nos outros
Segundo Tomas, para quem tem níveis mais baixos de IE, é difícil visualizar as coisas pela
perspectiva dos outros. Especialmente quando não há escolha certa ou errada. Desenvolver
uma abordagem centrada nos outros começa com reconhecimento das forças, fraquezas
e valores de cada um.
Em um contexto de trabalho, conversas frequentes com os membros da equipe levarão a um
entendimento melhor de como motivar e influenciá-los.
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#3 Agir de forma que torne a convivência gratificante
A convivência com pessoas que têm mais altos níveis de IE tende a ser vista como mais
recompensadora. De acordo com o psicólogo, os mais “recompensadores” tendem a ser mais
cooperativos, amigáveis, confiantes e altruístas.
Tomas diz que é importante garantir, sempre, um nível apropriado de contato antes de pedir
ajuda ou passar uma tarefa a alguém. Além disso, procurar compartilhar conhecimento e
recursos sem expectativa de reciprocidade.
#4 Controlar “explosões”
No mundo dos negócios, não é bom mostrar frustração sempre que surge um problema
inesperado, explica o psicólogo. Então, se você é uma pessoa que tem o que ele chama de
“muita transparência emocional”, é melhor se moderar.
Para fazer isso, é preciso perceber que situações tendem a desencadear sentimentos
negativos. Detectando seus gatilhos, “você consegue evitar situações estressantes e inibir
suas reações”, diz ele.
Procure trabalhar táticas que o ajudem a se tornar consciente sobre suas emoções, em tempo
real. Não só sobre a forma que as sente, também em termos de como elas estão sendo vistas
pelos outros.
#5 Mostrar humildade
Em questão de carreira, a autoconfiança, em certo grau, é vista como um traço inspiracional.
Porém, o psicólogo afirma que os melhores líderes são os que parecem ser humildes. Estes
transmitem segurança para a equipe.
“Encontrar um equilíbrio saudável entre assertividade e modéstia, demonstrando
receptividade ao feedback e capacidade de admitir os erros, é uma das tarefas mais difíceis
de dominar.”
Tomas explica que, no contexto profissional, é importante esconder a arrogância – caso ela
exista – e mostrar humildade. Mesmo que ela tenha de ser fingida. Algumas atitudes a se
considerar: acabar com o orgulho, escolher bem as brigas e procurar oportunidades para
reconhecer os outros.
Soft skills, as habilidades sociais
Soft skills diz respeito às habilidades que lidam com a relação e interação com outros.
“Habilidades como resiliência, empatia, colaboração e comunicação são todas competências
baseadas na inteligência emocional e que distinguem profissionais incríveis da média”, afirma
Daniel Goleman, psicólogo expert no assunto e autor do bestseller Inteligência Emocional.
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O especialista, por sua vez, define o termo como “traços e comportamentos que caracterizam
nossos relacionamentos com outros”.
Exemplos de soft skills em alta no mercado
Colaboração: saber trabalhar bem em grupo
Flexibilidade: saber se adaptar às mudanças
Trabalhar sob pressão: gerenciar estresse sem perder o foco
Comunicação eficaz: ouvir atentamente e se comunicar de maneira clara
Orientação para resultados: atingir o resultado final da maneira mais eficaz possível
Liderança de equipe: saber como motivar e engajar grupos
Habilidades sociais indispensáveis para qualquer profissional
As habilidades sociais variam de ser capaz de sintonizar os sentimentos de outra pessoa e
entender como cada um pensa até a capacidade de negociação. Todas podem ser
aprendidas na vida, contanto que se dedique tempo, esforço e seja perseverante durante o
processo.
Por que elas interessam em todos os ambientes profissionais
O interesse pela inteligência emocional no local de trabalho vem do amplo reconhecimento de
que essas habilidades diferenciam profissionais e líderes mais bem-sucedidos da média.
Isso é especialmente verdadeiro em funções em que todos têm que ter o mesmo nível
técnico: nesses contextos, como as pessoas gerenciam a si mesmos e seus relacionamentos
faz toda a diferença.
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