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VOCÊ SE CONHECE?

Helio Machado

Helio Machado

Consultor | Professor | Palestrante | Apaixonado por gente e saúde mental |


Ajudo empresas a melhorarem o clima organizacional através da Segurança
Psicológica
Publicado em 20 de jun. de 2023
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O que é Inteligência Emocional?
De acordo com a psicologia, inteligência emocional é a
capacidade de identificar e lidar com as emoções e sentimentos
pessoais e de outros indivíduos.
Um exemplo é a pessoa que consegue terminar suas tarefas e
atingir suas metas, mesmo sentindo-se triste e ansiosa ao longo
de um dia de trabalho.
Ou seja, é uma habilidade que permite que as pessoas
gerenciem melhor seus sentimentos e a forma que agirão com
base neles.
Como Surgiu A Inteligência Emocional?
A primeira referência à inteligência emocional de que se tem
notícia é do século XIX, de autoria do naturalista Charles
Darwin.
É bem verdade que, à época, o conceito mais preciso era o de
expressão emocional.
Tinha muito mais a ver com o instinto de sobrevivência e com a
teoria evolucionista de adaptabilidade do que com o sentido
que conhecemos hoje.
Depois, já no século XX, vieram outras ideias como as de
inteligência social, que tratava sobre a capacidade humana de
compreender e motivar uns aos outros, e a de inteligências
múltiplas, que abordava os aspectos intra e interpessoais.
Aqui, com o psicólogo Howard Gardner, foi a primeira vez que
se procurou entender os próprios sentimentos, motivações e
medos.
Sem dúvida, foram referências importantes, que contribuíram
para se chegar à definição atual de inteligência emocional.
Porém, o termo em si foi usado pela primeira vez somente em
1990 pelos pesquisadores Peter Salovey e John D. Mayer, na
revista Imagination, Cognition and Personality.

O Papel De Daniel Goleman


Todos os teóricos, cientistas, pesquisadores e psicólogos
citados tiveram a sua participação no desenvolvimento do
conceito e de estudos envolvendo a inteligência emocional.
Mas nenhum deles tem um papel tão fundamental quanto o
escritor Daniel Goleman, autor do best seller Emotional
Intelligence, de 1995.
Só para você ter uma ideia, a obra vendeu mais de 5 milhões de
cópias e foi traduzida para 40 idiomas diferentes.
Ou seja, Goleman foi o responsável por popularizar o tema,
levando o assunto a diversas camadas da sociedade, para além
da academia.
Ao contrário de seus colegas e antecessores, a linguagem usada
por ele é muito mais acessível ao público em geral, facilitando a
compreensão.
O tom persuasivo também é uma marca de Goleman, que foi
colunista do The New York Times por 12 anos.
Ele escrevia no caderno de Ciências e focava seus textos
especialmente no comportamento humano e no funcionamento
do cérebro.
Em termos mais conceituais, o autor foi o primeiro a se
aprofundar de fato na complexidade da inteligência emocional.
Goleman apresentou resultados de novos estudos sobre a
mente humana, associando diversos aspectos da nossa
personalidade às habilidades cognitivas.
Entre as suas principais contribuições técnicas está a criação do
conceito de Quociente Emocional (QE), um complemento ao
Quociente de Inteligência, o famoso QI.
Segundo Goleman, a capacidade de uma pessoa em lidar com
suas emoções é muito mais importante que a sua competência
de processar informações.
Ele inclusive dá números a essa relação.
O sucesso de uma pessoa, de acordo com o pesquisador, tem
80% a ver com o seu QE, enquanto o QI é responsável pelos
outros 20%.
Afinal, do que adianta ter um nível de conhecimento acima da
média e não saber trabalhar suas emoções?

Fundamentos Do Modelo De Goleman


O modelo de Goleman possui uma série de fundamentos que
se baseiam no desenvolvimento de habilidades
comportamentais para uma melhor gestão das emoções.
Não à toa, o cientista conceitua inteligência emocional como a
competência para gerenciar sentimentos, de maneira que eles
contribuam para as tomadas de decisões e o bem-estar geral.

O que é ser uma pessoa inteligente?


Por anos, a medida da inteligência era dada exclusivamente
pelo Quociente de Inteligência (QI) de uma pessoa.
No conceito de QI está, em linhas gerais, a habilidade de
raciocinar, pensar problemas de forma abstrata, gerar soluções
para assuntos complexos e aprender rapidamente.
Tudo isso se relaciona com o desenvolvimento cognitivo dos
indivíduos.
Contudo, muitos estudiosos passaram a questionar essa teoria
da inteligência única.
Em contraposição a essa corrente, Howard Gardner elaborou a
teoria das múltiplas inteligências na década de 1980.
De acordo com o novo estudo, tanto Pelé como Einstein são
exemplos de pessoas muito inteligentes.
Pelé se destaca na inteligência corporal-cinestésica, enquanto
Einstein leva “nota 10” na inteligência lógica-matemática.
De acordo com Gardner, existem 8 tipos de inteligência.
São eles:
Linguística: comunicação oral e escrita, lidar com palavras.
Políticos, poetas e jornalistas costumam ser referência
Musical: produz e diferencia sons, ritmos e timbres
Lógica/Matemática: resolução de cálculos e problemas.
Cientistas, acadêmicos e engenheiros são os destaques
Visual/Espacial: visão do todo, 3D, reconhecimento especial.
Pintores, fotógrafos e designers são exemplos de profissionais
com essa inteligência bem desenvolvida
Corporal/Cinestésica: não só os atletas a utilizam, mas também
profissões como cirurgiões e artistas plásticos, pois devem fazer
um uso racional de seu corpo ao exercer a profissão
Interpessoal: auxilia na interpretação dos gestos e palavras na
esfera social. Permite a empatia
Intrapessoal: possibilita que possamos nos compreender e nos
controlar internamente
Naturalista: detecta e relaciona questões da natureza. Está
ligada à sobrevivência do ser humano.
A inteligência emocional, da forma abordada por Daniel
Goleman, que é considerado o pai desse conceito, está
relacionada aos itens 6 e 7 da teoria de Gardner.

O que significa ter domínio de sua inteligência emocional?


Dominar sua inteligência emocional significa ser capaz de
perceber suas emoções, saber nomeá-las, entendendo seus
gatilhos, para, então, desenvolver formas de lidar com elas.
E elas são muitas.
Felicidade, raiva, angústia, medo, alívio, tédio… Alguns estudos
falam em 27 emoções, enquanto outros abrem esse leque para
quase 50.
O grande desafio é que temos gerações de pessoas que
cresceram sendo ensinadas a nomear tudo como tristeza,
alegria, medo e raiva.
Assim, se a angústia decorrente de uma situação de conflito e
contradição for taxada como tristeza, será difícil de dominar,
pois o sentimento por trás é mais complexo.
Pode até envolver a tristeza, mas não se limita a ela.
Ter consciência das emoções existentes que se pode
experimentar permite que você entenda também quais são os
gatilhos de cada uma.
E, a partir disso, será possível desenvolver formas de lidar com
elas.
Com o tempo, você percebe que está com mais jogo de cintura,
que se tornou uma pessoa mais leve, otimista e que resolver
problemas não é mais um fardo.
A partir desse momento, você terá domínio de sua inteligência
emocional.

Quais São Os 5 Pilares Da Inteligência Emocional?


O modelo de Goleman se fundamenta a partir de uma série de
competências que, por sua vez, são sustentadas por estes cinco
pilares da inteligência emocional.
Os três primeiros são intrapessoais, e os dois últimos,
interpessoais.
Confira:
1. Conhecer Suas Emoções
O primeiro pilar é a autoconsciência, que nada mais é do que a
capacidade de entender como as emoções funcionam.
Ou seja, é preciso compreender como elas surgem, de onde
vêm e de que maneira se manifestam.
Normalmente, os sentimentos propiciam dois tipos de reações:
as psicológicas e as físicas.
As primeiras são pensamentos e crenças, já as segundas são
sintomas como arrepios e taquicardia, por exemplo.
Uma emoção como a angústia pode despertar crenças
limitantes e pensamento negativos que remetam à falta de
capacidade, assim como manifestações físicas como palpitações
e dores abdominais.

2. Controlar Suas Emoções


O segundo pilar é a autorregulação das emoções.
Ou seja, a competência de gerenciar os seus sentimentos.
Depois de conseguir reconhecer o que você sente, fica mais
fácil controlar essas diferentes sensações.
Seguindo o exemplo anterior, vamos supor que você sempre
sinta angústia em determinadas situações na sua rotina de
trabalho, que geram aquelas respostas físicas e psicológicas já
mencionadas.
Para começar a dominar esse sentimento ruim, o primeiro passo
é identificar quais circunstâncias o despertam.
Diversas estratégias podem ser úteis nesse sentido, como
conversar consigo mesmo ou manter um diário pessoal.
A ideia é sempre lembrar que você tem uma escolha, que o
controle das emoções está em suas mãos.

3. Desenvolver a automotivação
O terceiro pilar diz respeito a se motivar e se manter motivado.
Para isso, você precisa usar as emoções ao seu favor, em prol de
algum objetivo específico, seja ele pessoal ou profissional.
Se a sua meta é ser promovido, por exemplo, o exercício que
deve ser feito é: de que maneira posso gerir meus sentimentos,
de modo a ter decisões mais assertivas que me permitam
aproveitar as oportunidades?
Privilegiar a razão em qualquer cenário parece ser a decisão
mais óbvia, mas, na verdade, a chave para o sucesso está no
equilíbrio entre as duas esferas.

4. Desenvolver A Empatia
O quarto pilar também é o primeiro que aborda as
competências interpessoais, e não apenas as habilidades
individuais, onde precisamos lidar apenas com o nosso íntimo.
O desenvolvimento da empatia, neste caso, vai além do
conceito mais conhecido de “se colocar no lugar do outro”.
Aqui, soma-se a esse exercício reconhecer que as demais
pessoas ao seu redor, amigos, família e colegas de trabalho,
também têm as suas emoções e precisam aprender a lidar com
elas.
Talvez, o estágio de desenvolvimento da inteligência emocional
deles esteja atrasado em relação ao seu, mas não há espaço
para julgamentos.

5. Desenvolver O Relacionamento Interpessoal


O ser humano vive de suas relações.
Desde os primórdios, nos unimos para sermos mais fortes e
superar os obstáculos juntos.
O quinto e último pilar trata sobre isso.
A necessidade de nos relacionarmos com o outro e como as
competências sociais podem ser úteis nesse sentido.

Principais características de pessoas com Inteligência Emocional


Daniel Goleman, ao atribuir 80% do sucesso das pessoas a
fatores relacionados à inteligência emocional, identificou cinco
características principais entre aquelas que apresentam a
habilidade.

São elas:

Autoconsciência
Pessoas que se conhecem.
Significa ter consciência de suas fortalezas, fraquezas e
limitações.
Essas pessoas aprendem a explorar suas potencialidades e
respeitam seus limites.
Automotivação
É algo interno.
Permite colocar os sentimentos a serviço de suas metas
pessoais.
Perseverança, resiliência e iniciativa são características de
pessoas automotivadas.

Reconhecimento Das Emoções Em Outras Pessoas


Sentir o outro em um ambiente social, perceber suas dores e
necessidades, ter empatia.
Isso requer habilidade e muito treino.

Controle Emocional
Capacidade de lidar com situações adversas, mantendo o
controle e a segurança, de forma positiva e menos estressante.
Pessoas que conseguem barrar seus impulsos têm maiores
chances de manter um controle emocional frequente.

Relacionamentos Interpessoais
Interagir em ambiente social.
Estar emocionalmente disponível, ser persuasivo, influente e
saber administrar conflitos.
Com quais dessas características você se identificou e quais
acredita que precisa trabalhar mais a fundo?
Uma coisa é certa: qualquer um pode evoluir e desenvolver a
inteligência emocional.

Por que é importante desenvolver a inteligência emocional?


Se você ainda não se convenceu da importância do
desenvolvimento da inteligência emocional, preste atenção
neste tópico.
Ao pensar em liderança, muitos descrevem diversas
características cognitivas (visão estratégica, raciocínio rápido,
entre outras) e sempre acrescentam a palavra liderança
inspiradora.
Para inspirar, um líder precisa mexer com as emoções.
E isso pode ser um problema, tanto para si, como para sua
equipe.
A grande questão é: como direcionar a sua emoção e a de
outras pessoas habilmente para que todos possam ter uma
performance superior?
Vamos mudar o contexto para chegarmos a um entendimento
melhor.
Pense na educação de uma criança.
Os pais são os líderes inspiradores, certo?
Da mesma forma, se você não souber lidar com suas emoções
como pai/mãe, como conseguirá ensinar seus filhos a lidar com
as emoções deles, para que se tornem adultos inteligentes
emocionalmente?
Essas questões demonstram a importância de desenvolvermos a
inteligência emocional diariamente, pois, como seres humanos,
experimentamos diferentes emoções o tempo inteiro.
E, pior ainda, nossas emoções podem levar a um efeito em
cadeia ao nosso redor.
Basta lembrar quando alguém chega ao escritório esbanjando
raiva.
Cada palavra e gesto refletem sua emoção, certo?
De repente, o clima no departamento fica ruim.
Todos começam a tratar uns aos outros de forma raivosa, mas
sem motivo aparente.
Lembre-se: sentimentos são contagiosos, para o bem e para o
mal.
Portanto, a forma como reagimos a cada uma dessas emoções
nos ajuda a alcançar nossos objetivos pessoais e profissionais.
E isso também permite que sejamos melhores líderes,
desenvolvendo relacionamentos saudáveis, com uma vida mais
equilibrada e feliz.

Inteligência Emocional no trabalho


Considere a seguinte situação: você vai apresentar um
importante projeto de sua divisão de negócios para o vice-
presidente global em uma hora.
Tecnicamente, está tudo impecável.
Você revisou cada ponto com o time envolvido e estão todos
de acordo e confiantes que o projeto será aprovado.
Você está muito satisfeito com o trabalho.
Então, resolve fazer uma pausa para saborear um cafezinho.
Ao chegar lá, encontra um grupo de colegas.
No meio da conversa, alguém faz uma brincadeira com você.
Todos riem e seguem a conversa.
Contudo, algo naquela brincadeira mexeu com seu emocional.
Você não consegue identificar o que aconteceu, mas isso o
desestabiliza.
Sua confiança para a apresentação vai embora, e uma
ansiedade sem fim toma conta de você.
A apresentação que parecia estar perfeita agora parece estar
cheia de defeitos.
Você se torna o pânico em pessoa.
E o cenário continua se deteriorando.
Na hora “H”, perante o VP global, você se enrola, não defende
seu ponto de vista, não sustenta seus argumentos, nem sua
construção lógica.
Até seu inglês impecável o deixa na mão.
Tudo vai por água abaixo e seu projeto não é aprovado.
O que será que aconteceu?
Qual gatilho emocional aquela brincadeira disparou?
Quais emoções foram despertadas?
Uma pessoa com inteligência emocional saberia identificar a
emoção que a brincadeira despertou.
E, ao perceber, usaria alguma técnica para contê-la naquele
momento para poder continuar desempenhando seu papel na
apresentação.
Existem diversas técnicas de PNL (Programação
Neurolinguística), como a âncora, na qual a pessoa recorre a
uma imagem positiva que permite que, com ela, se restabeleça
o controle emocional rapidamente.
Contudo, esse não foi o caso.
E sua carreira pode ser prejudicada por episódios como esse.
Esse é um exemplo do ambiente profissional, mas, na vida
pessoal, existem diversas outras situações similares que
poderíamos contornar melhor com inteligência emocional.

Exemplos De Soft Skills Em Alta No Mercado


As habilidades comportamentais, também chamadas de soft
skills, ganham cada vez mais força no mercado.
Não é como se as competências técnicas ou hard skills estejam
perdendo espaço.
Elas seguem sendo necessárias.
Mas os atributos não técnicos surgem como diferenciais em um
mercado em que a concorrência está cada vez mais
especializada.
Para 2021, o LinkedIn Workplace-Learning Report indica a
resiliência e a criatividade com as duas principais soft skills do
momento.
Gerações mais antigas, como os Boomers, a Geração X e até os
Millennials, estão preocupados em desenvolver competências
como liderança e comunicação, também aponta o estudo.
Já o Global Talent Trends acrescenta outras habilidades à lista:

 Adaptabilidade

 Colaboração

 Persuasão

 Inteligência Emocional.

Escuta ativa, inovação, trabalho em equipe e ética são atributos


que também aparecem no levantamento da The Ladders com as
soft skills mais requisitadas no mercado atualmente.
Para 2025, o estudo anual Future of Jobs, do Fórum Mundial da
Economia, traz outros insights de competências
comportamentais que ganharão mais força, como:

 Pensamento analítico

 Capacidade de resolver problemas complexos

 Iniciativa

 Originalidade

 Pensamento crítico

 Tolerância ao estresse

 Flexibilidade.

Habilidades Sociais Indispensáveis Para Qualquer Profissional


Dentro das soft skills podemos fazer uma subdivisão, que são as
chamadas habilidades sociais.
Nesse tipo de competência são trabalhadas questões
interpessoais e, portanto, a busca pelo estabelecimento de
relações mais próximas uns com os outros.
Algumas aptidões já mencionadas cabem aqui também, como,
por exemplo:

 Trabalho em equipe

 Empatia

 Escuta ativa.

E outras podem ser adicionadas:

 Tolerância e respeito às diferenças.

 Mente aberta

 Resolução de conflitos.

Por que uma empresa precisa de colaboradores com


inteligência emocional?
Empresas que investirem em colaboradores com uma
inteligência emocional bem desenvolvida ou em ferramentas
para capacitar melhor seus funcionários com essa habilidade só
têm a ganhar.
Quem diz isso é a ciência.
Um estudo publicado pelo American Journal of Pharmaceutical
Education mostra que profissionais com uma alta IE têm:

 Mais acerto nas suas tomadas de decisão


 Maior facilidade para lidar melhor com estresse

 Mais chances de construir e sustentar relacionamentos


colaborativos positivos

 Maior adaptabilidade para assimilar mudanças

 Uma capacidade maior de resolver conflitos.

Como As Empresas Podem Impulsionar O Desenvolvimento Da


Inteligência Emocional?
Diante de tantos benefícios, você pode estar se perguntando “o
que pode ser feito para desenvolver mais e mais a inteligência
emocional nos colaboradores?”.
Na verdade, existem inúmeras estratégias, mas talvez aquelas
mais palpáveis e que trazem os melhores resultados sejam os
treinamentos especializados, como coaching, mentoria e
psicoterapia.
Você pode optar por sessões em grupo, se a sua empresa
contar com um grande número de funcionários, ou por
atendimento individuais e personalizados, caso seu negócio seja
de pequeno porte ou o direcionamento seja mais pontual.

Qual É A Importância Da Inteligência Emocional Na Gestão De


Crises?
Quando você pensa em crise, é natural associar esse momento
difícil e de incertezas a sentimentos como estresse, angústia,
ansiedade, frustrações e assim por diante.
Portanto, saber contornar todas essas sensações ruins se mostra
um grande desafio.
Para isso, você precisa contar com a inteligência emocional.
Afinal, um dos grandes preceitos dessa soft skill está justamente
em gerenciar nossos sentimentos e usá-los a nosso favor.
Ou seja, profissionais que tiverem uma IE bem desenvolvida vão
conseguir lidar melhor com as crises, pois conseguem se manter
automotivados mesmo diante das adversidades.
Além disso, esses colaboradores possuem empatia e ótimos
relacionamentos interpessoais, duas características muito úteis
para o trabalho em equipe, que ajudam a superar momentos de
dificuldades.

8 Dicas Para Você Desenvolver A Sua Inteligência Emocional


Para lidar melhor com seu lado emocional e evitar ter sua
carreira prejudicada por situações como a descrita no tópico
anterior, tente praticar algumas das dicas a seguir.
Elas podem representar o ponto de partida para desenvolver a
sua inteligência emocional.

1. Crie Consciência Sobre Seu Comportamento E Suas Reações


A melhor forma de criar consciência sobre si é se auto-observar.
Esse é um exercício que deve ser diário.
Comece elencando os momentos de seu dia a dia que mais
mexem com suas emoções.
A rotina diária para quem tem filhos pode ser desestabilizadora:
frustração, raiva, sentimento de impotência, pouca valorização,
esgotamento, enfim.
Reuniões semanais de equipe também podem causar impactos
em você: sentimento de improdutividade, ciúmes entre
membros, competição, entre outros.
Com essa lista pronta, entenda o que cada situação desperta e
como você se sente antes e depois de cada evento.
É provável que perceba uma tendência a postergar cada vez
mais aquilo que mexe negativamente com suas emoções,
mesmo que sejam tarefas importantes para atingimento de suas
metas.
E, paralelamente, irá perceber que costuma realizar mais
rapidamente tudo o que é mais agradável emocionalmente.
Aos poucos, leve essa consciência para situações que fogem de
sua rotina.
Isso é ainda mais desafiador, contudo, fundamental.
Pare, observe e entenda como você reage e se comporta com
as adversidades não rotineiras.
Esse exercício contínuo permitirá que você saia do automático e
compreenda melhor como trabalhar sua inteligência emocional.

2. Domine Suas Emoções


Existem inúmeras técnicas.
Caberá a você colecioná-las em sua caixa de ferramentas
pessoal e recorrer a elas nos momentos em que necessitar.
Uma forma de sair do automático e entender sua emoção
naquele momento é dar um tempo para respirar
profundamente.
Não é à toa que a respiração faz parte de processos de
meditação e de ioga.
Use o inspirar e expirar para se acalmar, voltar ao seu estado
normal, tirar as emoções excessivas, permitindo que você
retome sua capacidade de analisar a situação.
A raiva, por exemplo, é considerada uma emoção que produz
reações físicas.
Ter uma bolinha para apertar nesses momentos pode ajudar a
dominar esse sentimento.
Se tiver a possibilidade de se levantar e sair para dar uma volta
pela empresa, pode ser uma alternativa.
Ao caminhar, você respira, deixa o corpo trabalhar as emoções
físicas e pode, aos poucos, tentar entender seus sentimentos e
como equilibrá-los.
O mindfulness também é uma forma de lidar com suas
emoções.
Essa técnica permite que você perceba, por meio da atenção
plena, seu corpo e mente, em situações desafiadoras,
permitindo regular suas emoções, criando um espaço mental.
As técnicas de PNL, já citadas anteriormente, entram novamente
neste tópico, sendo muito úteis para dominar as emoções no
dia a dia.

3. Melhore a comunicação ao seu redor


Muitas vezes, as emoções vêm à tona simplesmente por
interpretações erradas de uma situação.
Aprender a se expressar significa não só falar e gesticular bem,
mas também perceber se seu interlocutor compreendeu o que
foi falado.
Diversas equipes vivem em estresse emocional simplesmente
porque a comunicação é truncada.
Uma dica valiosa para melhorar essa habilidade é colocar
sentimento em sua fala: “Eu me senti desvalorizado quando
você optou em apresentar o meu trabalho na reunião em vez
de permitir que eu mesmo apresentasse.”

4. Treine Seu Cérebro Para Pensar Em Respostas Ao Invés De


Reagir No Automático
Quando você é agredido verbalmente por uma pessoa, seu
impulso é rebater na mesma moeda?
Se sim, você está deixando seu inconsciente emocional e
impulsivo tomar conta de suas ações.
Daniel Goleman classifica isso como o cérebro emocional, em
contraposição ao cérebro pensante.
Com treino constante, você deve tentar controlar o impulso do
cérebro emocional para permitir que o pensante entre em cena.
No contexto das empresas, uma dica de ouro é a seguinte:
nunca responda um e-mail que desperte emoções logo após
fazer sua leitura.
Espere alguns minutos, respire profundamente ou vá dar uma
volta (olha a caixinha de ferramentas barrando o cérebro
emocional) e só depois formule uma resposta.
Ao reagir no automático, nos colocamos em uma posição
contrária à inteligência emocional.

5. Conheça Suas Forças, Fraquezas E Limites


Ao elencar suas forças, fraquezas e limites pessoais, você
avançará em sua jornada de autoconhecimento.
Suas forças irão ajudar a não só equilibrar suas fraquezas, mas
também a explorar oportunidades.
Reconhecer suas fraquezas permite que você aprenda a pedir
ajuda, valorize o trabalho dos outros e enxergue como cada um
complementa o outro em uma equipe.
Por fim, os limites vão sinalizar quais são seus pilares e valores
inegociáveis.
Devem ser conhecidos e respeitados para evitar uma
dissonância cognitiva.
Lembre-se: respeitar a si próprio é uma das principais formas de
demonstrar inteligência emocional.

6. Exerça a empatia
Como a inteligência emocional se refere ao reconhecimento
não só das nossas emoções, mas também dos outros,
desenvolver empatia é fundamental.
Tentar compreender como o outro se sente e suas emoções
desperta em cada pessoa a vontade de agir melhor.
Ser empático significa olhar menos para seus problemas e olhar
para fora, enxergar quem está ao seu redor, com intuito de
poder ajudar de verdade.
A empatia, quando bem trabalhada, gera conexão entre as
pessoas.
Isso torna os ambientes de trabalho mais produtivos e as
relações pessoais verdadeiras.

7. Torne-Se Resiliente
Problemas sempre existirão.
Somos humanos e não vivemos em um mundo perfeito.
A boa notícia é que podemos lidar com eles, superar obstáculos
e seguir em frente.
A resiliência irá ajudar a lidar melhor com o estresse e com as
tensões do ambiente de trabalho.
A frase famosa de Bill Gates “é bom comemorar o sucesso, mas
é mais importante prestar atenção às lições do fracasso”, ilustra
bem a questão da importância da resiliência em nosso
desenvolvimento pessoal.
Ao se tornar resiliente, as lições aprendidas em momentos
difíceis irão propiciar que você ganhe musculatura emocional.

8. Aprenda a lidar com a pressão


Para qualquer cargo a ser exercido, sempre vai existir um nível
de responsabilidade e uma pressão proporcional a ele.
No entanto, profissionais com uma inteligência emocional bem
desenvolvida conseguem lidar melhor com esse estresse.
Um estudo realizado com enfermeiras mostrou uma relação
inversamente proporcional entre a IE e o nível de estresse.
Ou seja, quanto maior for a capacidade de lidar com os
sentimentos e seus efeitos, menor o seu grau de esgotamento
físico e mental.
Autoconhecimento E Inteligência Emocional: Entenda A Relação
Entre Os Dois
Autoconhecimento e inteligência emocional estão tão
intimamente relacionados que muita gente chega a confundir
os dois conceitos.
A verdade é que eles são assuntos complementares.
Para você conseguir gerir melhor suas emoções, é preciso se
conhecer de maneira mais profunda.
Ou seja, o autoconhecimento é um princípio básico para quem
deseja desenvolver a IE.
No entanto, o princípio inverso também vale.
Se você pretender fazer esse exercício de introspecção e viajar
pelo seu íntimo, será necessário se expor, se mostrar vulnerável
quanto aos seus medos, dores, anseios e inseguranças.
Quando expomos essa vulnerabilidade para outras pessoas é
que estabelecemos relações pessoais mais profundas e
empáticas.
Empatia e relacionamento interpessoal, como já vimos, são
preceitos fundamentais da inteligência emocional.

Podemos resumir essa relação assim:


A empatia e o relacionamento interpessoal são pilares da
inteligência emocional que, por sua vez, só podem nascer a
partir da exposição de nossas vulnerabilidades, processo que
exige um elevado grau de autoconhecimento.

Conclusão
A inteligência emocional é, sem dúvida, determinante para o
sucesso profissional e pessoal das pessoas.
No âmbito profissional, essa habilidade permite que você
coloque a sua parte cognitiva para funcionar, estabeleça
parcerias, crie um ambiente de trabalho positivo e uma
mentalidade de crescimento coletivo.
No âmbito pessoal, você terá relacionamentos mais saudáveis,
criará uma atmosfera de segurança emocional entre as pessoas
queridas e educará seus filhos para serem adultos conscientes
de si.
E o primeiro passo para ter acesso a tudo isso é entender que
ela pode ser desenvolvida.
É uma jornada intensa, que durará sua vida inteira, mas que,
com certeza, será recompensadora.
Ao se autoconhecer, você terá a possibilidade de viver uma vida
mais leve, sem estresse e com melhores resultados.

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