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E INFLUÊNCIA
PERSUASÃO E INFLUÊNCIA
07 CAPÍTULO 01
EMPATIA
2.1 Empatia cognitiva [p. 08]
2.2 Empatia emocional [p. 09]
2.3 Preocupação empática [p. 10]
12 CAPÍTULO 02
INFLUÊNCIA, PERSUASÃO E CARISMA
16 CAPÍTULO 03
ESTRATÉGIAS DE INFLUÊNCIA
3.1 Padrões fixos de ação [p. 18]
3.2 Clique, Zum [p. 19]
3.3 Decisões automáticas [p. 19]
3.4 Princípio do contraste [p. 20]
3.5 Princípio da reciprocidade [p. 21]
3.6 Técnica de rejeição seguida de recuo [p. 24]
3.7 Compromisso e coerência [p. 24]
3.8 Aprovação social [p. 27]
3.9 Incerteza e semelhança [p. 28]
3.10 Afeição [p. 28]
3.11 Princípio de autoridade [p. 29]
3.12 Escassez [p. 32]
33 CONCLUSÃO
leitura base
ROBERT BENO CIALDINI é doutor pela Universidade da Carolina do Norte e PhD pela
Universidade de Colúmbia. Atualmente, é professor de Psicologia e Marketing da Universi-
dade Estadual do Arizona. Conferencista renomado, o Dr. Cialdini é presidente da Influence at
Work, uma organização internacional de consultoria, planejamento estratégico e treinamen-
to que se baseia nos seis princípios da persuasão. Seus livros já venderam mais de 2 milhões
de cópias em 26 idiomas.
INTRODUÇÃO
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E
m diversas situações, muitas das quais prejudiciais ao próprio indiví-
duo, é possível que se questione qual motivo pesou na decisão de dizer
sim para alguém, quando na verdade a principal vontade era responder
negativamente. Pode-se questionar também como se dá o processo de transfor-
mar a atitude de alguém ao seu favor. O presente material analisará e acompa-
nhará como ocorre essa sistemática.
A persuasão e a influência são mecanismos sociais amplamente utilizados
atualmente, seja para benefício mútuo ou individual. Utilizadas como estratégia,
possuem forte papel dentro do mercado de trabalho. Como exemplos de áreas
que usam cotidianamente técnicas persuasivas ou com objetivo de influenciar,
podem ser citadas a comunicação, o comércio e a política. Nos três campos de
atuação, as técnicas estão completamente conectadas às formas de trabalho e
aqueles que possuem essas habilidades são os que alcançam o sucesso.
Para conseguir persuadir e influenciar pessoas, é preciso entendê-las. Por
isso, também é necessário entender o funcionamento da empatia, que tem como
característica conceitual o foco, a atenção e a dedicação ao próximo. Ser empá-
tico é observar as atitudes e comportamentos do outro, compreender a motiva-
ção e o contexto que o levaram a realizar tal ato e, com isso, procurar inserir-se
no contexto e na posição dele.
Dada a devida importância aos tópicos, é crucial o acompanhamento e o
estudo deles, para que sejam fortalecidas as habilidades sociais e, ainda, que
seja possível identificar quando outra pessoa estiver utilizando técnicas para
persuadir e influenciar com o único intuito de garantir a manutenção de relação
ganha-perde, na qual os ganhos são garantidos prejudicando o outro.
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CAPÍTULO 1
Empatia
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O
conceito da empatia consiste em colocar-se no lugar do outro, absor-
ver e aprender com suas vivências e, com isso, compreender a moti-
vação por trás das suas atitudes e posições. Praticar a empatia é sentir
com o outro. Ela é diferencial essencial nas gestões de sucesso e evidencia os
líderes extraordinários. Isso porque, com a empatia, é possível obter uma relação
mais harmônica tanto com o cliente quanto com a sua equipe.
Daniel Goleman, pai da inteligência emocional, defende no seu texto “O líder
focado” que tal conceito existe em três tipos diferentes: a empatia cognitiva, a
empatia emocional e a preocupação empática.
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CAPÍTULO 2
Influência, Persuasão e Carisma
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INFLUÊNCIA
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra influência tem várias conceitos, é
importante destacar dois deles, que são: “poder de modificar o pensamento ou
comportamento de outrem sem uso da força ou da imposição” e “efeito modificador
produzido por agentes físicos ou da natureza sobre os seres humanos e as coisas.”
Diversas ações, comportamentos e decisões tomadas ao longo da vida são
impactadas e moldadas por pessoas que utilizam técnicas específicas buscando
influenciar. Tais técnicas podem ser usadas para garantir o benefício daquele
que influencia sobre o influenciado. Segundo o professor da Universidade de
Mannheim, Dr. Herbert Bless, a influência (ou influência social) é constantemente
definida como um esforço por parte de uma pessoa para mudar comportamen-
tos ou atitudes de outros.
Autores do livro “Psicologia social”, os psicólogos Aroldo Rodrigues, Eveline
Maria Leal Assmar e Bernardo Jablonski, por exemplo, salientam que um dos
fenômenos que frequentemente ocorre em relacionamentos interpessoais é
aquele chamado de influência social. Estamos constantemente tentando influen-
ciar outras pessoas e sendo por elas influenciados.
Para Aroldo Rodrigues, psicólogo social e professor da California State
University, a influência social “consiste no fato de uma pessoa induzir outra a um
determinado comportamento desejado pelo agente da influência”. Seguindo o
conceito, é possível inferir que o influenciado é levado a realizar uma ação que
de início não desejava fazer.
PERSUASÃO
É notório que todos os indivíduos já foram persuadidos por algo ou alguém.
Persuadir alguém significa que uma pessoa utilizou de argumentos integrativos
de uma ideia preexistente para convencer o outro a aderir a essa ideia e ade-
quar seu comportamento a ela. A definição desse processo de convencimento
de ideias é persuasão.
Segundo o professor da USP, Adilson Citelli, a persuasão “pode ser apenas a
representação do desejo de se prescrever a adoção de alguns comportamentos,
cujos resultados finais apresentem saldos socialmente positivos”. Ainda segundo
o mesmo autor, para que se exercite a persuasão, é necessário um ambiente no
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qual o direito à livre associação de ideias seja garantido. Sem isso, o espaço se
transforma em local opressor, onde falta persuasão e sobra violência, garantindo
a soberania de apenas uma ideia. De acordo com a mesma linha de pensamento,
o ambiente artístico também é antagônico da persuasão, pois neste ambiente, o
lúdico e a pluralidade de significados imperam, impossibilitando assim um pro-
cesso normativo que permita a utilização da persuasão.
CARISMA
Pessoas que se destacam por seu alto carisma têm como característica
natural um comportamento que é majoritariamente atribuído a sentimentos e
ideias positivas. Tais pessoas, mesmo agindo despretensiosamente, tendem a
parecer mais confiáveis, espontâneas, amigáveis e inteligentes. Também costu-
mam ganhar maior atenção nos locais por onde passam, conquistando admira-
dores e elogios.
Segundo o dicionário Michaelis, o termo carisma tem como definição “qualida-
des marcantes de uma pessoa para exercício de liderança e de atividades sociais”.
O carisma, costumeiramente, é ambicionado por aqueles que buscam alcançar
posições de destaque e popularidade, como artistas, líderes políticos e religiosos.
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CAPÍTULO 3
Estratégias de influência
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A
pós compreender o outro, podemos aprender a influenciá-lo. Segundo
Cialdini, existem diversas técnicas e estratégias que, se utilizadas da
maneira correta, contribuirão fortemente para ampliar o poder da
influência. A partir dos estudos dos seus conceitos, é possível também identificar
quando alguém estiver utilizando-as para estabelecer uma relação de influência.
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Nos anos 1980, a Etiópia era um país que passava por grandes difi-
culdades socioeconômicas. Fome, doenças e o alto índice de mortali-
dade assolavam o país. Mesmo assim, ela fez uma doação no valor de
5 mil dólares para o México, para ajudar vítimas de um terremoto que
aconteceu no país. Mas essa doação não aconteceu de forma aleatória.
Nos anos 1950, foi o México quem ajudou financeiramente a Etiópia, que
enfrentava uma invasão da Itália.
No presente caso da amizade entre os povos do México e da Etiópia
evidencia o poder que o Princípio da Reciprocidade possui na sociedade.
Mesmo enfrentando uma dura crise socioeconômica, a Etiópia sentiu-se
no dever de retribuir o favor que lhe foi concedido, mesmo que 30 anos
depois de ter sido ajudada.
• A força da Reciprocidade
O Princípio da Reciprocidade possui uma força esmagadora no cotidiano
porque ele está no cerne das relações entre os seres humanos. Seu preâm-
bulo se remete às trocas de alimentos e ferramentas praticadas durante o início
do desenvolvimento da humanidade. Até hoje, quem não retribui é visto como
ingrato ou parasita, por isso muitos sentem a obrigação de devolver o que lhes foi
concedido. Até estranhos ou desafetos podem conseguir consentimento, desde
que antes façam algum favor.
“Na maior parte das vezes, nós nos sairemos melhor se nossa
abordagem de fatos estiver acompanhada de coerência. Sem ela
nossas vidas seriam difíceis, instáveis e desconexas.”
Livro “Armas da Persuasão”.
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Sara e Tim viviam juntos há certo tempo mas nunca casaram. Sara
tinha dois desejos: casar e que Tim parasse de beber. Eles se separaram
depois de um período de brigas, Sara conheceu outro rapaz, desenvol-
veu um relacionamento com ele e chegou a marcar um casamento.
Quando recebeu a notícia, Tim procurou Sara, implorou para que ela
reatasse com ele, prometendo que se casariam e que largaria o vício da
bebida. Percebendo que era com ele que ela queria ficar, Sara aceitou.
Os meses passaram e Tim não parou de beber e nem se casou com
ela, mas Sara estava mais paciente e determinada a fazer seu relaciona-
mento funcionar.
Após acompanhar o caso, é possível concluir que, ao reatar com
Tim, Sara passou a agir de forma a justificar sua opção por ele, mesmo
que a situação não tenha se desenrolado como gostaria. Não importa
se escolheu certo ou errado, Sara age coerentemente com sua escolha.
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3.10 AFEIÇÃO
• Princípio da Afeição
A atração, a cordialidade, a segurança e a obrigação da amizade exercem
um forte impacto em ambiente de vendas. Na verdade, quando a pessoa decide
comprar o produto de um amigo, a força do vínculo social da amizade é duas
vezes maior que a preferência pelo produto em si.
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3.11 AUTORIDADE
• Princípio da autoridade
Temos uma tendência a acatar pedidos, sem muito questionamento, que
vêm de pessoas que julgamos possuir algum tipo de autoridade, pois a posição
delas nos garante que tal pedido se trata de uma ação correta e sensata.
Há uma história bíblica (no livro de Cialdini) na qual, certo dia, Deus
pediu que Abraão levasse o seu filho Isaque a um monte, onde ele deve-
ria sacrificá-lo. Aquelas palavras doeram em Abraão, pois ele amava seu
filho. Ainda assim, fez exatamente da forma como Deus havia determi-
nado. No entanto, no momento do sacrifício, Deus o interrompeu e disse
que ele havia provado sua fé.
O exemplo de Abraão e Isaque nos mostra o quanto o Princípio da
Autoridade já está firmado em nossa sociedade. Histórias como a de
Abraão são perpetuadas de geração em geração e ajudam a fortalecer
na consciência social a noção de que a obediência às autoridades é a
postura correta e a esperada dos indivíduos.
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Artigo Get People to Listen to You When You’re Not Seen as an Expert
da Dorie Clark, publicado na Harvard Business Review. https://febra.
me/2pmmXUF
3.12 ESCASSEZ
• Princípio da Escassez
A Escassez é um conceito básico muito utilizado nas ciências econômicas,
entretanto, seu uso pode abranger mais áreas. As oportunidades parecem mais
valiosas para nós quando estão menos disponíveis. No geral, estamos mais inte-
ressados pelo pensamento de que vamos perder algo do que de ganhar algo do
mesmo valor.
• Escassez e Liberdade
O Princípio da Escassez apela para um aspecto da vida social que preza-
mos bastante: a liberdade. Quando estamos na frente de uma oportunidade por
tempo limitado, que em breve não existirá mais, a sensação é de que nossa liber-
dade está sendo limitada e odiamos quando isso acontece.
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CONCLUSÃO
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E
mbora todos queiram tomar a decisão mais ponderada e refletida pos-
sível em qualquer situação, o ritmo acelerado da vida moderna, com
frequência, nos priva das condições apropriadas para uma análise cui-
dadosa de todos os prós e contras. Quando se está apressado, estressado, con-
fuso ou cansado, é comum focar em apenas uma fração de todas as informa-
ções disponíveis.
Ao tomar decisões sob essas circunstâncias, frequentemente a pessoa
regride à abordagem primitiva, mas necessária, de levar em conta apenas um
estímulo. Assim, por causa da crescente sobrecarga cognitiva em nossa socie-
dade, a predominância da tomada de decisões por atalhos tende a aumentar de
maneira proporcional. As pessoas que usam algum desencadeador da influência
têm mais chances de sucesso.
Diante de todos os pontos apresentados, também é essencial parar e dedi-
car tempo e esforços para exercitar a empatia, compreendendo o contexto que
o outro está inserido, suas ideias e crenças. Com todas as informações, é possí-
vel compartilhar experiências e desafios na vida pessoal e profissional, estabele-
cendo relações estáveis e de confiança. Com a utilização correta dos conceitos
expostos, o profissional de coaching segue para alcançar a alta performance e,
com autoridade, capacitar e impactar a vida e o negócios de seus coachees, revi-
sitar e estudar todos os métodos e técnicas de influência e persuasão.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CITELLI, A. Linguagem e Persuasão. 15 ed. São Paulo, São Paulo: Ática, 2002.
CLARK, D. Get People to Listen to You When You’re Not Seen as an Expert.
Harvard Business Review, 2015. <https://hbr.org/2015/05/get-people-to-listen-
to-you-when-youre-not-seen-as-an-expert>Acesso em 24 de ago. de 2019.
<https://hbrbr.uol.com.br/influencie-mesmo-se-voce-nao-for-um-influenciador-
nato> Acesso em 24 de ago. de 2019.
ZAK, Paul. Como nosso cérebro decide quando confiar. Harvard Business
Review, 2019. Disponível em:
<https://hbrbr.uol.com.br/como-nosso-cerebro-decide-quando-confiar/>.
Acesso em 24 de ago. de 2019.