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09/06/2020 “O que é empatia?” – Excelente artigo de Daniel Goleman!

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“O que é empatia?” – Excelente artigo de Daniel Goleman!


Publicado em 16 de julho de 2018

A empatia é um atributo fundamental para que se estabeleça rica e verdadeira relação interpessoal. Demonstrar
sensibilidade e dar atenção ao outro vale para as relações familiares, profissionais, com amigos etc. Contudo, para
o exercício da liderança, ou melhor, para ser um bom líder (de qualquer nível ou em qualquer circunstância), ter
empatia é habilidade das mais importantes, é essencial!

Quem acompanha o blog sabe que a empatia já foi referida aqui diversas vezes, em textos/vídeos autorais ou de
terceiros, no contexto da Inteligência Emocional (IE). A esse respeito, muito devemos do seu conhecimento e
difusão ao destacado psicólogo, professor e escritor Daniel Goleman, um dos mais ativos estudiosos e
divulgadores do tema, sobretudo após o estrondoso lançamento do livro Emotional Intelligence, em 1995.

E é para trazer mais substância, em especial, sobre empatia, um dos cinco principais domínios da IE, que
reproduzo hoje o excelente artigo de Daniel Goleman, postado dia 11 passado em Harvard Business Review Brasil,
publicado no portal eletrônico Flipboard. O autor detalha os tipos de empatia e apresenta algumas variáveis
fundamentais desse atributo geral, ressaltando que ser empático, com eficácia, requer a capacidade de exercer
controle, pois estamos, sem dúvida, no campo das emoções. Salienta, também, que a empatia pode ser
desenvolvida (aprendida)!

Leia e tire o melhor proveito do texto – a seguir:

“O que é empatia?
Daniel Goleman

11 de julho de 2018

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09/06/2020 “O que é empatia?” – Excelente artigo de Daniel Goleman! | O Bem Viver

A palavra “atenção” vem do latim atendere, que significa “alcançar”. Essa é uma definição perfeita do enfoque nos
outros, que é a base da empatia e da capacidade de construir relacionamentos sociais – o segundo e o terceiro
pilares da inteligência emocional (o primeiro é a autoconsciência).

É fácil identificar os executivos que conseguem efetivamente se concentrar nos outros. São aqueles que
encontram um consenso, cujas opiniões têm mais peso, e com quem as outras pessoas querem trabalhar. Surgem
como líderes naturais, independentemente da hierarquia organizacional ou social.

A tríade da empatia
Geralmente, falamos sobre empatia como um atributo único. Mas uma análise detalhada do foco dos líderes
durante sua apresentação revela três tipos distintos de empatia, cada um deles importante para a eficácia da
liderança:

• Empatia cognitiva: a capacidade de compreender a perspectiva da outra pessoa

• Empatia emocional: a capacidade de sentir o que a outra pessoa sente

• Preocupação empática: a capacidade de sentir o que a outra pessoa precisa de você

A empatia cognitiva permite aos líderes se justificarem de maneira significativa – habilidade essencial para obter o
melhor desempenho de seus subordinados diretos. Ao contrário do que se poderia esperar, o exercício da empatia
cognitiva exige que os líderes pensem nos sentimentos em lugar de senti-los diretamente.

Uma natureza inquisitiva nutre a empatia cognitiva. Como diz um executivo bem-sucedido com essa característica:
“Sempre quis aprender tudo, compreender as pessoas ao meu redor – por que pensavam no que pensavam, por
que faziam o que faziam, o que funcionava para elas e o que não funcionava”. Mas a empatia cognitiva também é
resultado da autoconsciência. Os circuitos executivos permitem a reflexão sobre nossos próprios pensamentos e o
monitoramento dos sentimentos que fluem a partir deles. Esses circuitos nos permitem aplicar o mesmo raciocínio
à mente de outras pessoas quando decidimos focar nisso.

A empatia emocional é importante para gerenciamento de clientes, interpretação de dinâmicas de grupo e


mentoria eficazes. Ela se origina de partes remotas do cérebro abaixo do córtex – a amígdala, o hipotálamo, o
hipocampo e o córtex orbitofrontal – que nos permitem sentir rápido sem pensar profundamente. Essas partes nos
sintonizam, despertando em nosso corpo o estado emocional dos outros: sentimos literalmente a dor do outro.
Nosso padrão cerebral liga-se ao dos outros quando os escutamos contarem uma história emocionante. Como diz
Tania Singer, diretora do departamento de neurociência social do Max Planck Institute for Human Cognitive and

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Brain Sciences, em Leipzig, na Alemanha: “Para entender os sentimentos dos outros, precisamos entender nossos
próprios sentimentos”. O acesso à nossa aptidão para a empatia emocional depende da combinação de dois tipos
de atenção: um foco concentrado em nossas próprias ideias dos sentimentos de outra pessoa e uma ampla
conscientização do rosto, da voz e de outros sinais externos de emoção do outro.

Quando a empatia precisa ser aprendida


A empatia emocional pode ser desenvolvida. Essa é a conclusão da pesquisa com médicos realizada por Helen
Riess, diretora do Empathy and Relational Science Program do Massachusetts General Hospital, em Boston. Para
ajudar os médicos a monitorarem a si mesmos, Riess criou um programa pelo qual eles aprenderam a se
concentrar usando a respiração profunda e diafragmática e a cultivar certo distanciamento – para assistir a uma
interação a partir do distanciamento do limite superior – do teto, por assim dizer, em vez de estar perdido em seus
próprios pensamentos e sentimentos. “Suspender nosso próprio envolvimento para observar o que está
acontecendo nos dá uma percepção consciente da interação sem ser completamente reativo”, diz Riess.
“Podemos ver se nossa própria fisiologia está carregada ou equilibrada. Podemos notar o que está acontecendo.”
Se uma médica perceber que está irritada, por exemplo, pode ser um sinal de que o paciente também está
incomodado.

“Aqueles que estão completamente perdidos podem preparar a empatia emocional inicialmente fingindo até
conseguir”, acrescenta Riess. “Se agirmos de forma cuidadosa – olhando as pessoas nos olhos e prestando
atenção às suas expressões, mesmo não querendo muito – podemos começar a nos sentir mais envolvidos.”

A preocupação empática, intimamente relacionada à empatia emocional, permite-nos sentir não apenas como as
pessoas se sentem, mas o que elas precisam de nós. É o que esperamos do médico, do cônjuge – e do chefe. A
preocupação empática tem suas raízes no sistema que obriga a atenção dos pais aos filhos. Ao observarmos para
onde os olhos das pessoas vão quando alguém aparece com um bebê adorável, podemos ver esse centro
cerebral dos mamíferos entrando em ação.

As pesquisas sugerem que, à medida que as pessoas sobem na carreira, a capacidade delas de manterem
relações pessoais vai sendo prejudicada.

Uma teoria neural sustenta que a resposta é acionada na amígdala pelo radar do cérebro, que detecta o perigo, e
no córtex pré-frontal pela liberação de ocitocina, substância química relacionada ao sentimento de se importar.
Isso indica que a preocupação empática é um sentimento ambíguo. Vivenciamos intuitivamente o sofrimento do
outro como se fosse nosso próprio sofrimento. Mas, ao decidir se atenderemos às necessidades dessa pessoa,
ponderamos deliberadamente sobre o quanto valorizamos o bem-estar dela.

Conseguir essa combinação de intuição e deliberação tem grandes implicações. Aqueles que sentem compaixão
demais podem acabar sofrendo. Nas profissões assistenciais, isso pode levar à fadiga da compaixão; em
executivos, pode gerar ansiedade em relação a pessoas e situações que estão fora de controle. Mas aqueles que
se protegem enfraquecendo seus sentimentos podem perder a capacidade de sentir empatia. A preocupação
empática exige que controlemos nossa própria angústia sem nos tornarmos insensíveis à dor dos outros.

Quando a empatia precisa ser controlada


Controlar nosso impulso de sentir empatia em relação aos sentimentos de outras pessoas pode nos ajudar a tomar
decisões melhores quando o turbilhão de emoções de alguém ameaça nos dominar.

Geralmente, quando vemos alguém se espetar com um alfinete, nosso cérebro emite um sinal indicando que
nosso centro de dor está transmitindo esse sofrimento. Mas os médicos aprendem, na faculdade de medicina, a
bloquear até mesmo essas respostas automáticas. Esse anestésico de atenção parece ser usado pela junção
temporal-parietal e pelas regiões do córtex pré-frontal, circuito que estimula a concentração ignorando as

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emoções. É o que acontece em nosso cérebro quando nos distanciamos dos outros para nos mantermos calmos e
ajudá-los. A mesma rede imparcial entra em ação nesse momento e também quando vemos um problema
envolvendo emoções à flor da pele e precisamos nos concentrar na busca de uma solução. Se falarmos com
alguém que está chateado, esse sistema nos ajudará a entender racionalmente a perspectiva dessa pessoa,
mudando da empatia emocional, de caráter sentimental, para a empatia cognitiva, de caráter racional.

Além disso, algumas pesquisas de laboratório sugerem que o tratamento adequado da preocupação empática é
fundamental para fazer mais julgamentos. Exames cerebrais revelaram que, quando voluntários ouviam histórias
de pessoas submetidas à dor física, o centro cerebral deles para vivenciar tal dor era imediatamente ativado. Mas,
se a história se tratava de sofrimento psicológico, os centros cerebrais superiores relacionados à preocupação
empática e à compaixão levavam mais tempo para ser ativados. É necessário algum tempo para compreendermos
as dimensões psicológicas e morais de uma situação. Quanto mais distraídos estivermos, menos poderemos
cultivar as formas mais sutis de empatia e compaixão.
—————————————————————————
Extraído de “O líder focado”, adaptado por Harvard Business Review Brasil, dezembro de 2013.
—————————————————————————
Daniel Goleman é codiretor do Consortium for Research on Emotional Intelligence in Organizations na Rutgers
University, coautor de Primal leadership: leading with emotional intelligence (Harvard Business Review Press,
2013), e autor de The brain and emotional intelligence: new insights and leadership: selected writings (More than
sound, 2011). Seu último livro é A force for good: the Dalai Lama’s vision for our world (Bantam, 2015).
—————————————————————————
Tradução: Maurício Kakuei Tanaka “

Publicado em: https://flipboard.com/@flipboard/-o-que–empatia/f-15a559964a%2Fcom.br

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vez mais virtuoso, atento e disposto a servir ao próximo em cada momento da sua existência. Atuei profissionalmente por
quatro décadas, com bastante intensidade, nas áreas pública e privada. Ocupei de cargos técnicos a postos de chefia e
direção. Neste novo momento, pretendo ajudar pessoas a atingir outros patamares na vida – e na profissão. Dedicarei
parte do tempo para ações sociais/humanitárias (levar música ao vivo para casas de idosos é uma das frentes de atuação,
iniciada em 2007), além de assegurar espaços na agenda para o exercício do autoconhecimento e para a meditação, no
caminho da evolução pessoal permanente . Gosto de ler, de aprender coisas novas, de praticar atividades físicas e de
cantar-tocar violão. A família e as amizades são preciosas matérias-primas na construção do bem viver. Apesar das
incongruências, desencontros e descaminhos humanos, tenho por missão dedicar-me mais e mais às pessoas como
contributo para um mundo verdadeiramente melhor!
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4 respostas para “O que é empatia?” – Excelente artigo de Daniel Goleman!


Fernando Luiz Dias disse:
31 de outubro de 2019 às 15:29

O conceito de empatia nada mais é que a capacidade de as emoções de outras pessoas de se colocar no lugar delas.
E a empatia no trabalho contribui para um ambiente mais harmonioso e de cooperação mutua.
Por tanto se cada colaborador for capaz de ser empático ao colega de trabalho as chances de desentendimentos
caem significativamente e a produtividade tende a aumentar.
Ter empatia é pensar varias vezes antes de falar qualquer coisa que seja a respeito de qualquer situação.
Responder

JCDattoli disse:
31 de outubro de 2019 às 22:55

Legal, Fernando. Grato pelo seu comentário e seja sempre bem-vindo ao blog!
Abraço
Responder

PRISCILA DA SILVA OLIVEIRA disse:


17 de novembro de 2019 às 12:44

a empatia é muito importante pois nos leva a pensar no próximo, assim levando ao bom desempenho no ambiente de
trabalho.
Responder

JCDattoli disse:
17 de novembro de 2019 às 14:08

Certamente, Priscila!
Grato pela visita e pelo comentário!!!
Responder

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