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Psicologia

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Fundamentos da Psicologia Positiva

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Evelin Cristine

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Fundamentos da Psicologia Positiva

Fonte: Getty Images


Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• O que é Felicidade, Afinal?;
• Hedonismo e Eudemonismo;
• Bem-estar subjetivo;
• Por que ser feliz?

Objetivo
• Contextualizar o aluno nos fundamentos e principais conceitos da Psicologia Positiva.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Fundamentos da Psicologia Positiva

Contextualização
Uma ciência para estudar a felicidade?

O filósofo Aristóteles acreditava que toda ação humana tem uma finalidade e, por trás
de cada uma delas, o objetivo é ser feliz, atingindo o “sumo bem”. Depois dele, a filosofia
e religião já descreveram felicidade de diversas maneiras, tais como: busca do prazer,
busca da tranquilidade, cultivo das virtudes, da ociosidade, do sofrimento, do trabalho
para a liberdade, satisfação dos interesses, autocuidado, etc.

Podemos concordar que a palavra parece meio subjetiva e de fato é, no entanto, des-
de os anos 90, cientistas da área de psicologia, sociologia, biologia e neurociência tem
se dedicado a estudar os fatores e objetivos evolutivos da felicidade humana.

Ciência é um corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação,


identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fa-
tos, formulados metódica e racionalmente. E é a isso que a Psicologia Positiva se pro-
põe. Investigar os estados subjetivos da felicidade por meio de metodologia. Portanto,
a Psicologia não é autoajuda, pensamento positivo, positivismo e também não é uma
linha de atendimento da Psicologia, como é a Psicanálise ou a Terapia Comportamental.

De acordo com Helder Kamei (2014), Psicologia Positiva é um campo de conheci-


mento humano com teorias e práticas totalmente embasadas em evidências científicas.

A ciência da felicidade, como é chamada a Psicologia Positiva, segundo o seu pre-


cursor Martin Seligman (2011), tem o objetivo de descobrir e promover os fatores que
permitem ao indivíduo e às comunidades prosperarem e florescerem. É o estudo do
funcionamento humano ideal, o que torna a vida mais digna de ser vivida. As interven-
ções da Psicologia Positiva podem ser aplicadas à vida pessoal e às diversas áreas como
educação, saúde, empresarial etc.

Então, vem comigo descobrir essa ciência que pode expandir a sua consciência em
relação às suas escolhas de felicidade e bem-estar, trazendo para sua vida mais emoções
positivas, engajamento, realizações e significado a fim de transformar para melhor seus
relacionamentos pessoais e profissionais.

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O que é Felicidade, Afinal?
O que é felicidade para você? Quando pensa em um momento feliz da sua vida, que pala-
vras ou expressões lhe vem à mente? Seria felicidade sentida ou definida apenas nos mo-
mentos de euforia e prazer?

Levou um tempo para pensar? Eu também! De um modo geral, essa não é uma
pergunta fácil ou rapidamente respondida e traz consigo vários mitos e situações con-
dicionais, como: “serei feliz quando me formar”, “serei feliz se tiver muito dinheiro” etc.
Juntos iremos compreendê-la ao longo desta Unidade.

Figura 1 – Prazer em festa de carnaval


Fonte: Getty Images

Figura 2 – Alegria por terminar a faculdade


Fonte: Getty Images

Geralmente, no ocidente, as pessoas têm respondido a essa pergunta, associando feli-


cidade a momentos de prazer, como: comer, beber, comprar ou buscar o prazer dos sen-
tidos; ou a grandes conquistas como a aquisição de um bem material, uma promoção no
trabalho e ainda a grandes eventos da vida, como casamento ou o nascimento de um filho.

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Fundamentos da Psicologia Positiva

Hedonismo e Eudemonismo
Segundo Seligman (2002), esse pensamento está mais próximo da teoria filosófica
do hedonismo, que é a busca pelo prazer ou felicidade como o bem supremo da vida
humana. De acordo com o autor, o hedonista deseja o máximo de bons momentos e o
mínimo de maus momentos na vida, uma teoria hedonista simples diz que a qualidade de
vida é o resultado de uma subtração: quantidade de bons momentos menos quantidade
de maus momentos.

Ficou curioso a respeito do que significa hedonismo? No vídeo “SIGNIFICADO DE HEDONIS-


MO” | de Click Escolar, temos uma breve definição desta teoria ou doutrina filosófica. Aces-
se para conhecer mais. Disponível em: https://youtu.be/XkJ8Y_dIPW8

Seligman afirma que a adaptação hedônica – movimento de adaptação e retorno aos


níveis anteriores de satisfação – é um obstáculo ao aumento dos níveis de felicidade per-
cebidos, porque faz com que as pessoas se adaptem rápida e inevitavelmente às coisas
boas, àquele nível de prazer conquistado e passe a vê-las como naturais. De acordo com
o autor, com o acúmulo de bens materiais e de realizações, as expectativas aumentam e
os feitos conquistados tão arduamente não trazem mais a felicidade; é preciso alcançar
algo ainda melhor para elevar a felicidade a níveis mais altos dos limites estabelecidos.

No vídeo “Adaptação hedônica”, o Consultor Empresarial e Especialista em Gestão de Pes-


soas, Adeildo Nascimento, nos traz um breve esclarecimento sobre o significado do termo.
Disponível em: https://youtu.be/Slx0cTcAhAc

Seligman (2002) defende que a emoção positiva desligada do exercício de caráter leva
ao vazio, à inverdade, à depressão e à medida em que envelhecemos leva à corrosão de
toda realização que buscamos até o último dia. Segundo Grant e Leigh (2013), todos nós
amamos buscas hedonistas e com certeza elas podem elevar nossos níveis de satisfação
e adicionar diversão às nossas vidas, mas por si só pode ser muito decepcionante, já que
por faltar-lhes riqueza e intensidade, os sentimentos desvanecem e sobra o vazio.

Então, se a vida prazerosa não pode traduzir por si só a felicidade, quais seriam os
“ingredientes” de uma vida mais feliz? De acordo com Seligman, a “espinha dorsal”
da felicidade contém o trio: vida prazerosa – vida engajada e vida significativa. Grant e
Leigh (2013) defendem que as duas últimas – engajamento e significado – tratam-se do
eudemonismo que, segundo os autores, é uma abordagem para a felicidade centrada em
fazer a coisa certa, viver de acordo com os seus valores e vivenciar a satisfação por meio
da realização de seu potencial.

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Bem-Estar subjetivo
Há ainda, a definição de felicidade como sendo um “bem-estar subjetivo”. Bem-estar
subjetivo, de acordo com Seligman e apoiado em estudos de outros cientistas, é a com-
binação de uma satisfação geral com a própria vida, satisfação em alguns campos espe-
cíficos da vida, estado de ânimo do momento e atual emoção positiva e negativa.

Segundo o idealizador da Psicologia Positiva, o bem-estar subjetivo é talvez a teoria


mais amplamente usada na psicologia da felicidade, o bem-estar é tipicamente avaliado
perguntando-se a um indivíduo: “O quanto você está satisfeito com a sua vida”? A res-
posta consiste nas emoções momentâneas juntamente com uma avaliação cognitiva de
como a vida está.

Você pode se aprofundar no tema bem-estar subjetivo por meio deste artigo da PEPSIC –
Periódicos Eletrônicos em Psicologia – “Bem-estar subjetivo: em busca da qualidade de
vida”, de junho de 2004: Disponível em: http://bit.ly/2Q8gINk

Podemos então entender que felicidade é um termo subjetivo. O bem-estar subjetivo


pode ser entendido como um equilíbrio entre prazer, engajamento e significado. Grant e
Leigh (2013) defendem que não temos que escolher entre hedonismo ou eudemonismo,
pois um influencia e aprimora o outro. Segundo os autores, pesquisas mostram que
sentir-se bem e ter sentimentos positivos tende a aumentar a motivação, gera mais bem-
-estar e fica ainda melhor quando estamos engajados em algo e na busca de objetivos
que sejam significativos em nossas vidas.

O nascimento da Psicologia Positiva


Segundo Martin Seligman, idealizador da Psicologia Positiva, até a II Guerra Mundial,
a psicologia tinha três missões distintas: curar as doenças mentais, tornar a vida das
pessoas mais realizada e identificar e desenvolver os talentos das pessoas. De acordo
com o autor, após a II Guerra, a psicologia passou a dedicar-se apenas à investigação e
tratamento das doenças mentais e que o National Institute of Mental Health e a fun-
dação Veteranus Administration fomentaram a prática do tratamento psicológico nos
EUA, tendo como objeto o choque, as frustrações, ansiedades e patologias decorrentes
de experiências de trauma.

Marques (2015) aponta que esses estudos trouxeram avanços ao tratamento dos
distúrbios psicológicos e que derivados deles foram descobertos, diagnosticados e vários
transtornos tratados; além do desenvolvimento de diversos instrumentos de diagnóstico
e avaliação, terapias e diversas formas de intervenção, resultando no avanço da Psicolo-
gia enquanto ciência.

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Fundamentos da Psicologia Positiva

O autor ainda ressalta que psicólogos humanistas como Abraham Maslow e Carol
Rogers já propagavam uma visão sobre o desenvolvimento humano que mostrasse e
privilegiasse seus aspectos positivos, mas embora tenham iniciado um movimento, não
conseguiram avançar em suas pesquisas devido à não produção de dados empíricos que
as sustentassem.

Em 1998, Martin Seligman assume a presidência da Associação Americana de Psico-


logia (APA) e entende que precisa defender uma missão estando nessa posição.

Seligman por muito tempo também havia se dedicado ao estudo da depressão e outras
patologias mentais, mas se sentindo incomodado com o foco da psicologia que estava ape-
nas na descoberta de tratamento de patologias, deixando assim uma lacuna em sua missão
de desenvolver os pontos fortes e potencial humano, bem como prover uma vida gratificante
às pessoas. Dedicou seu mandato na Associação a desenvolver a Psicologia Positiva.

O propósito da Psicologia Positiva


A Psicologia Positiva, de acordo com o seu idealizador, deveria identificar e nutrir o
que existe de melhor nos indivíduos para que o reconhecimento das virtudes humanas
possa contribuir para a prevenção das patologias e dos danos. A maioria dos psicólo-
gos, segundo ele, atuava trabalhando com o modelo da doença e estava concentrada
na terapia, em ajudar aqueles que procuravam tratamento quando seus problemas se
tornavam insuportáveis.

Ainda discorre que há estudos científicos rigorosos sobre a eficácia de diferentes


drogas e diferentes formas de psicoterapia, na esperança de unir tratamentos de escolha
para cada distúrbio específico. Na opinião do autor, a terapia acaba chegando tarde de-
mais, por esse motivo acredita em intervenções preventivas e compara essa estratégia
com a da saúde pública que já provou que a prevenção é maciçamente eficaz, embora a
cura de algumas doenças seja incerta.

A ciência da felicidade tem como objetivo ser uma catalisadora da mudança do foco da
Psicologia, da preocupação em reparar as piores coisas da vida para também construir a ex-
celência na vida. De acordo com esta abordagem, a psicologia deve também estudar as for-
ças e virtudes, focando no que existe de melhor no ser humano, procurando desenvolvê-lo.

E, no nível relacionado ao funcionamento do grupo, é incentivado o estudo sobre as


virtudes cívicas e instituições que possibilitam mudanças nos indivíduos como melhores
cidadãos, com o foco direcionado para a responsabilidade, o altruísmo e a tolerância
(Marques, 2015).

A teoria em Felicidade Autêntica, primeiro livro de Seligman sobre o tema, é de que


a felicidade poderia ser analisada segundo três elementos diferentes que podem ser es-
colhidos pelas pessoas: emoção positiva, engajamento e sentido. E que cada um desses
elementos é mais bem definido e mais mensurável do que a felicidade.

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Relembrando que a mensuração de resultados por meio de um método é o que pos-
sibilita a Psicologia Positiva ser categorizada como ciência. Seligman e outros cientistas
da área se valem de pesquisas quantitativas, qualitativas e escalas como metodologia de
seus estudos e comprovação da eficácia de suas intervenções.

Acesse o canal da felicidade e saiba mais sobre as formas de medição da felicidade.


Além disso, você pode fazer a medição da sua própria felicidade no dia de hoje! Dispo-
nível em: http://bit.ly/2Qayn6Z

Conforme a teoria da Felicidade Autêntica, o primeiro elemento da felicidade é a


emoção positiva. De acordo com o autor, emoção positiva é aquilo em que sentimos
prazer, entusiasmo, êxtase, calor, conforto e sensações afins. Uma vida conduzida com
êxito em torno desse elemento é chamada por Seligman (2002) como “vida agradável”
ou prazerosa.

O segundo elemento da felicidade é o engajamento, está ligado a uma posição de


entrega: entregar-se completamente sem se dar conta do tempo e perder a consciência
de si mesma durante uma atividade envolvente, chamada pelo autor de “vida engajada”.

O engajamento, segundo ele, é algo diferente, até oposto de uma emoção positiva, pois
ao perguntar às pessoas que se entregam a uma atividade o que estão pensando e sentin-
do, elas geralmente dizem: “Nada”. Ele defende que no envolvimento nos fundimos com o
objeto e acredita que a atenção concentrada exigida pelo engajamento consuma todos os
recursos cognitivos e emocionais que formam nossos pensamentos e sentimentos.

Para a emoção positiva há atalhos, de acordo com o autor, como ir às compras, usar
drogas ou assistir televisão, mas para o engajamento não há atalhos e nele as pessoas
têm que empregar suas forças pessoais e talentos para se envolver com o mundo.

Há ainda um terceiro elemento da felicidade que é o sentido. Seligman aponta que os


seres humanos querem ter sentido e propósito na vida e que a vida com sentido consiste
em pertencer e servir a algo que você acredite ser maior do que o eu, que a humanidade
cria todas as instituições positivas que permitem isso: a religião, o partido político, a
família, ou fazer parte de um momento ecológico, por exemplo.

Vida Prazerosa Vida Engajada Vida Significativa


Emoção Positiva: Engajamento: Propósito: Pertencer
prazer, entusiasmo, Entrega, atenção e servir a algo maior
conforto, êxtase etc. concentrada na do que o “eu”.
atividade.
Possível usar atalhos: Instituições positivas
comprar, assistir TV, Não há atalhos: possibilitam: religião,
usar drogas, prazer Emprego das forças família, partido
dos sentidos etc. e talentos pessoais. político, ONGs etc.

Figura 3 – Teoria da Felicidade Autêntica

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Os três pilares da Psicologia Positiva


A Psicologia Positiva, para Seligman (2002), tem três pilares:
• O estudo da emoção positiva;
• O estudo dos traços positivos, principalmente as forças de caráter e virtudes, mas
também as habilidades, como inteligência e a capacidade atlética do indivíduo;
• O estudo das instituições positivas, como a democracia, a família e a liberdade que
dão suporte às virtudes que, por sua vez, apoiam as emoções positivas.

Psicologia Positiva nas Universidades Americanas


A Universidade da Pensilvânia, onde Seligman é professor, a Universidade de Yale
e a Universidade de Harvard implantaram o curso de Felicidade em suas grades. Em
2018, o curso de Felicidade da Universidade de Yale foi um dos mais populares e pro-
curados. Vamos ver a definição de Psicologia Positiva de acordo com as Universidade de
Pensilvânia e Harvard:

Pensilvânia: Psicologia Positiva é o estudo científico dos pontos fortes que permitem que os indivíduos
e as comunidades prosperem. O campo é baseado na crença de que as pessoas querem levar as suas
vidas de forma significativa e realizada, para cultivar o que é melhor para si mesmas e aprimorar suas
experiências de amor, trabalho e diversão.
Harvard: Para algumas pessoas, ser feliz vem naturalmente e facilmente. Outros precisam trabalhar
nisso. Como alguém se torna mais feliz? É aí que entra a psicologia positiva. Este campo de pesquisa
relativamente novo tem explorado como as pessoas e instituições podem apoiar a busca por maior
satisfação e significado.

Em 12 de janeiro de 2018, alguns dias depois das inscrições terem sido abertas em Yale
para Psyc 157, “Psicologia e a Vida Agradável”, cerca de 300 pessoas se inscreveram. Dentro
de três dias, o número mais do que duplicou. Cerca de 1.200 alunos, ou quase um quarto
dos alunos de Yale, foram matriculados. Nesta matéria, “Felicidade: A aula mais popular de
Yale”, pode-se entender um pouco mais sobre as motivações dos alunos que procuram o
curso. Veja a matéria completa no site do jornal The New York Times.
Disponível em: https://nyti.ms/2QbxYBh

Agora que você já sabe como nasceu a ciência da Felicidade, trarei os principais estudos
e teorias sobre os fatores de influência e os benefícios em ser mais feliz. Vamos prosseguir?

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Por que ser feliz?
Segundo Lyubomirsky (2007), evidências científicas revelam muitas razões convincentes
para aspirarmos por mais felicidade e realizações. Ao trabalhar em conjunto com especia-
listas da área, como Ed Diener e Laura King, Sonja Lyubomirsky tem documentado uma
vasta e crescente literatura em psicologia, mostrando que se tornar mais feliz não faz alguém
apenas se sentir bem. A autora alega que a felicidade traz consigo múltiplos benefícios.

De acordo com sua pesquisa, Sonja identificou que, comparados com pessoas me-
nos felizes, as pessoas mais felizes são mais sociáveis e energéticas, mais caridosas e
cooperativas e são mais apreciadas pelas outras pessoas. Ressalta que, não surpreen-
dentemente, as pessoas felizes têm mais probabilidade de se casarem e permanecerem
casadas e terem redes de relacionamentos mais ricas em amigos e suporte social.

As pessoas mais felizes, ainda de acordo com a pesquisa realizada, mostram também
mais flexibilidade e ingenuidade em seus pensamentos e são mais produtivos em seus
trabalhos; são líderes e melhores negociadores, ganham mais dinheiro. Pessoas mais
felizes são ainda mais resilientes frente às dificuldades e são mais fisicamente saudáveis,
têm um sistema imunológico mais forte e ainda vivem mais.

E na sua opinião: sucesso traz felicidade ou felicidade traz sucesso? No vídeo “O JEITO
HARVARD DE SER FELIZ – por Shawn Achor – Resumo Animado” do canal Epifania Expe-
riência, temos a opinião do professor de Harvard, Shawn Achor, a respeito dessa questão.
Disponível em: https://youtu.be/-gtlWxYf9LI

Lyubomirsky resume que, em todos os domínios da vida, a felicidade parece ter


subprodutos positivos e que ao nos tornarmos mais felizes, não estamos apenas esti-
mulando experiências de alegria, mas também contentamento, amor, orgulho e outros
aspectos da vida: os níveis de energia, o sistema imunológico, o compromisso com o
trabalho e os estados físico e mental.

A autora ainda afirma que ao nos tornarmos mais felizes, reforçamos nossos sentimentos
de autoconfiança e autoestima; acreditando que somos seres humanos dignos e merecedo-
res de respeito, além de não beneficiarmos apenas a nós mesmos, mas impactando todo o
entorno como: parceiros, famílias, comunidades e até mesmo a sociedade em geral.

Temos então muitos bons motivos para investirmos na criação de nossa felicidade. Isso
mesmo! A autora também defende, assim como Martin Seligman, que está em nossas
mãos o poder e a escolha de criar felicidade para nós mesmos. E, com tantos benefícios, por
que não propagarmos essa ciência em nosso círculo de convivência e influência?

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Fundamentos da Psicologia Positiva

O que as pessoas naturalmente felizes têm em comum?


Sonja Lyubomirsky conta que, no período da segunda guerra mundial, os militares
americanos estudavam seus planos estratégicos que haviam falhado a fim de corrigirem
sua atuação até que um dos militares sugeriu que estudassem também os planos que
haviam dado certo para entender o porquê do sucesso.

Lyubomirsky (2007) então comparou essa reflexão com o estudo do bem-estar.


Em  suas pesquisas, passou a focar em, sistematicamente, observar, comparar e pes-
quisar pessoas muito felizes e infelizes a fim de entender o porquê de as pessoas felizes
serem felizes, as pessoas saudáveis serem saudáveis e as pessoas de sucesso terem
sucesso. Abaixo, segue um exemplo dos resultados de pesquisas de Sonja e outros
pesquisadores do tema que descrevem padrões de pensamentos e comportamentos das
pessoas que são naturalmente felizes:
• dedicam bastante tempo para sua família e amigos, nutrindo e aproveitando
esses relacionamentos;
• sentem-se confortáveis em expressar gratidão por tudo o que eles têm;
• frequentemente são os primeiros a oferecer ajuda a colegas de trabalho e transeuntes;
• praticam otimismo quando imaginam seus futuros;
• saboreiam os prazeres da vida e tentam viver no momento presente;
• praticam exercícios físicos como hábitos semanais e até mesmo diários;
• estão profundamente comprometidos com objetivos e ambições de vida (lutar con-
tra fraudes ou ensinar a seus filhos os seus mais profundos valores);
• compartilham seus estresses, crises e até mesmo tragédias. Enfrentam tudo isso,
mas mostram equilíbrio e força em face de desafios.

Caso você se identifique ou não com essas características, saiba que os autores da
Psicologia Positiva defendem que felicidade é uma construção e podemos escolher criar
mais felicidade em nossas vidas por meios que são cientificamente comprovados. Ótima
notícia, não é mesmo?

As emoções e o processo evolutivo


De acordo com Martin Seligman, no processo evolutivo, as emoções negativas como
medo, tristeza e raiva são tratadas como defesa contra as ameaças externas, elas pro-
vocam uma reação de luta ou fuga. Medo é sinal de perigo à espreita, tristeza é sinal de
perda iminente e raiva é sinal de que alguém está tentando nos invadir.

Portanto, perigo, perda e invasão são ameaças à própria sobrevivência. Foi por essa
razão que, segundo o autor, provavelmente a seleção natural favoreceu o crescimento
das nossas emoções negativas. Nossos ancestrais ao sentiram fortes emoções negativas,
quando perceberam a vida em jogo, provavelmente lutaram e escaparam da melhor
maneira possível, passando adiante seus genes relevantes (SELIGMAN, 2002).

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No vídeo “3 cérebros com Odair Comin”, o psicólogo Odair Comin comenta sobre a função
do cérebro reptiliano, que é o responsável pelo movimento de luta e fuga e como ele atua
em nossas emoções atualmente. Disponível em: https://youtu.be/ObkXRtl_xzM

Ainda, discorrendo sobre o assunto, Seligman diz que todas as emoções têm um com-
ponente de sentimento, um componente sensorial, um componente de raciocínio e um
componente de ação, que o componente de sentimento de todas as emoções negativas
é a aversão, traduzida por desgosto, medo, repulsa, ódio e outros sentimentos parecidos.

O autor defende que esses sentimentos, como as imagens, os sons e os cheiros pene-
tram na consciência e dela tomam conta; e ao agir como um alarme sensorial, mobili-
zam o indivíduo a descobrir e eliminar o que está “errado”. Mas, segundo ele, não havia
estudos a respeito do papel das emoções positivas.

Barbara Fredrickson, professora de psicologia da Universidade da Carolina do Norte,


afirma que as emoções positivas também têm um papel importante na evolução, forta-
lecendo nossos recursos intelectuais, físicos e sociais, criando reservas de que podemos
lançar mão quando uma oportunidade ou ameaça se apresentam.

A professora afirma que, quando estamos em um estado de espírito positivo, somos


mais apreciados pelas pessoas e a amizade, o amor e a união têm mais probabilidade
de se solidificar. E, ao contrário das restrições da emoção negativa, nossa disposição
mental na emoção positiva é expansiva, tolerante e criativa, deixando-nos mais abertos
a novas ideias e experiências (SELIGMAN, 2002).

Os fatores chave para a felicidade


Todos desejamos ser felizes. Podemos não ver felicidade do mesmo modo e nem
mesmo buscá-la da mesma maneira, mas muita coisa do que fazemos na vida é para
alcançar mais felicidade. Sonja Lyubomirsky (2007) comenta que enquanto no ociden-
te temos a cultura de perseguir a felicidade, no oriente isso pode ser considerado até
uma forma de egoísmo. Na Rússia, por exemplo, o sofrimento para alcance de virtude
é valorizado.

No entanto, apesar das diferenças culturais, de acordo com o resultado de sua pesqui-
sa realizada ao redor do mundo sobre felicidade ser uma meta de vida importante para
o indivíduo, a maioria das pessoas afirmam que querem ser felizes.

Haja vista os benefícios da felicidade que estudamos anteriormente, vale a pena tra-
balhar na construção de uma vida mais feliz. Mas, é possível ser mais feliz e sustentar
essa felicidade? Segundo Lyubomirsky, cientistas eram um pouco pessimistas a respeito
da resposta dessa pergunta por alguns motivos:
• há um componente genético na felicidade;
• é parte da personalidade de um indivíduo, a qual é difícil de ser mudada;
• adaptação hedônica: nossa adaptação às mudanças, especialmente às positivas.

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Sonja afirma que 50% do nosso nível de felicidade é determinado geneticamente.


Para chegar a essa conclusão, foram feitas pesquisas com gêmeos idênticos e fra-
ternos, que mostraram que cada um de nós nasce com uma configuração particular
de felicidade.

Somente 10% da variação de nossos níveis de felicidade é determinado pelas circuns-


tâncias, como ser rico ou pobre, saudável ou não saudável, casado ou divorciado, belo ou
não. Veremos mais detalhes dessas circunstâncias ao falarmos dos mitos da felicidade.

Já os 40% restantes dessas variáveis que impactam em nossos níveis de felicidade


ainda são desconhecidos, mas com potencial de estarem sob nosso controle. Sonja con-
clui que temos oportunidade de aumentar ou diminuir nossos níveis de felicidade com o
que fazemos e com o que pensamos em nosso dia a dia.

Circunstâncias
10 %
Atividades
Intencionais
40 %

Genética
50 %

Figura 4 – Níveis de felicidade

Temos uma boa margem de oportunidade para trabalharmos a construção da felicidade


em nossas vidas. Como podemos, a partir de agora, tornarmos responsáveis por essa parte
que está em nossas mãos?

Os mitos da felicidade
Para Sonja Lyubomirsky (2014), praticamente a maioria dos humanos tem mitos
de felicidade. Mitos, para a autora, são crenças de que certas conquistas da vida adulta
como o casamento, filhos, trabalho e riqueza nos farão felizes para sempre e de que
certos fracassos, como problemas de saúde, divórcio, falta de dinheiro nos farão infelizes
eternamente. Os principais mitos são:
1. Eu serei feliz quando me casar: Não significa que o casamento não nos faça
felizes, mas em média o aumento da felicidade dura dois anos e, depois desse
tempo, voltamos aos níveis normais de felicidade. Além disso, a rotina e abor-
recimentos com o parceiro podem trazer a impressão de que há algo errado ou
que não é normal ter essas sensações;
2. Eu não serei feliz se meu relacionamento acabar: Para este caso, a adap-
tação hedônica e a resiliência estão do nosso lado. Apesar de sentirmos que

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jamais seremos felizes novamente, os níveis de felicidade voltam ao normal e,
segundo pesquisas, após quatro anos da ruptura de um casamento conturbado,
as pessoas se dizem mais felizes do que haviam sido durante o relacionamento;
3. Eu serei feliz quando tiver filhos: Os filhos são uma fonte de alegria e também
a causa de grandes tristezas. A infinidade de tarefas e preocupações da função, o
tédio, a rotina, pode trazer sentimentos desagradáveis. Casais pesquisados antes
e depois da paternidade demonstraram uma diminuição de sua satisfação com a
relação. Sonja afirma que, apesar dos níveis de felicidade não aumentarem, não
há influência no amor aos filhos e que, sim, a paternidade proporciona momen-
tos valiosos de alegria e euforia, que também contribuem para uma vida plena;
4. Eu não serei feliz se não tiver um parceiro (a): Apesar de ser um mito ampla-
mente difundido e acreditado, vários estudos apontam que as pessoas solteiras
não são menos felizes que as pessoas casadas. Os solteiros encontram felicidade
em outros tipos de relacionamento e atividades. Ao acreditar que não se é feliz
sem um parceiro, uma pessoa pode relacionar-se por carência com pessoas que
não são compatíveis. Os solteiros podem também reconhecer as vantagens des-
se período como focar em estudos, trabalho, viagens, amigos etc.;
5. Serei feliz quando encontrar um trabalho apropriado: Mais uma vez, a adap-
tação hedônica entra em cena. Após a conquista de um trabalho que desejá-
vamos, além de nos acostumarmos, vivenciaremos problemas que podem nos
levar a pensar que não somos tão felizes quanto esperávamos. Esse sentimento
pode se potencializar caso outras carreiras possíveis tenham sido deixadas de
lado. Pode ser que não haja nenhum problema com o trabalho, apenas a rotina
normal ou outras questões de humor relacionadas à outras áreas que estejam
interferindo na vida profissional;
6. Serei feliz quando for rico: O dinheiro tem relação com a felicidade, princi-
palmente para pessoas que por meio do dinheiro saem de situações de extrema
pobreza, com riscos à saúde, situação de fome ou questões de moradia. Após
sanar as necessidades mais fundamentais, o dinheiro traz pouca variação nos
níveis de felicidade. Pela adaptação hedonista, as pessoas podem estranhar a
volta aos níveis anteriores de felicidade após suas conquistas e se colocarem na
busca por sempre mais;
7. Nunca vou me recuperar deste diagnóstico: Para enfrentar uma situação de
diagnóstico de enfermidade grave ou incurável, apesar de imaginarmos que en-
traríamos em desespero, podemos fazer uso da resiliência. Aquilo em que foca-
mos nossos pensamentos se torna grande para nós, uma atitude mental positiva
de autocuidado, de encontrar um propósito em meio à situação e de aproveitar o
tempo, pois, dependendo da doença, existem diversos recursos de cura ou tem-
po de sobrevida e o pensamento positivo pode trazer um equilíbrio aos níveis de
felicidade frente a esta situação;
8. Não fiz o que desejava ter feito com a minha vida quando era jovem: Pes-
quisas confirmam que pessoas mais velhas são mais felizes e satisfeitas com as
suas vidas. Suas emoções são mais estáveis e menos suscetíveis à negatividade.
Isso acontece porque ao envelhecer as pessoas passam a focar no que realmente
importa na vida e investem mais tempo nisso, além de se tornam mais sábias;

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Fundamentos da Psicologia Positiva

No vídeo “Felicidade”, de Minutos Psíquicos, temos um resumo sobre felicidade e seus mitos.
Aprofunde o conhecimento sobre o tema acessando o link: https://youtu.be/q_8iqvFLrvU

Forças e virtudes de Caráter


De acordo com Seligman (2002), um dos pilares da Psicologia Positiva é o estudo
dos traços positivos do indivíduo, principalmente as virtudes, forças de caráter e também
as habilidades. E, assim como há um manual de classificação das desordens mentais na
Psicologia, com a finalidade de prover aos profissionais parâmetros para realizar diag-
nósticos, Seligman entendeu que sem um sistema de classificação das sanidades que
pudesse ser adotado por todos, a Psicologia Positiva enfrentaria um problema de não
confiabilidade, que é a disparidade entre diagnósticos.

Por esse motivo, convidou cientistas ao projeto para elaborarem um sistema de medida
e classificação das forças humanas que pudesse ser definitivo. Essa equipe leu os termos bá-
sicos de todas as religiões e tradições filosóficas para catalogar o que cada uma considerava
virtude e quase todas as tradições endossavam, apesar das diferentes nuances e significa-
dos peculiares a cada uma, seis virtudes, que são: 1. Saber e conhecimento; 2. Coragem;
3. Amor e Humanidade; 4. Justiça; 5. Moderação; 6. Espiritualidade e transcendência.

Já as forças do caráter são traços morais pelos quais alcançamos as virtudes (Seligman,
2002). Para falar de forças de caráter, Seligman também fala de talentos. Ele defende que
talentos são características mais naturais e automáticas e que até podemos trabalhar um
talento que não possuímos, mas a evolução será sensível, enquanto as forças de caráter
podem ser praticadas voluntariamente e desenvolvidas por meio da persistência, ensina-
mento e dedicação, para que sejam enraizadas no indivíduo e possam florescer.

O autor defende que nos sentimos inspirados e elevados quando exercitamos volun-
tariamente, por meio de nossas escolhas, uma força de caráter que produz uma ação
virtuosa, que em geral, produz boas consequências para o indivíduo e seu entorno.

O critério para a escolha dessas forças pelos cientistas foi o fato de serem valorizadas em
quase todas as culturas do mundo. São 24 as forças de caráter e cada uma delas se relacio-
na com alguma das seis virtudes. Abaixo temos a lista com definições exatamente iguais às
constantes no relatório de Forças de Caráter do Via Institute, que veremos adiante:

Saber e conhecimento
1. Curiosidade / Interesse pelo mundo: interessar-se pela experiência contínua por
si mesma; encontrar assuntos e tópicos fascinantes; explorando e descobrindo;
2. Amor pela Aprendizagem: dominar novas habilidades, tópicos e conhecimen-
tos, seja por conta própria ou formalmente; relacionado com a força da curiosi-
dade, mas vai além disso para descrever a tendência de adicionar conhecimento
sistematicamente ao que já se conhece;

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3. Critério / Pensamento Crítico / Lucidez: pensar nas coisas e examiná-las de
todos os lados; não tirar conclusões precipitadas; ser capaz de mudar de ideia à
luz da evidência, pesando todas as evidências de forma justa;
4. Habilidade / Originalidade / Inteligência Prática / Criatividade: pensando
em maneiras inovadoras e produtivas de conceituar e fazer as coisas; inclui con-
quistas artísticas, mas não se limita a isso;
5. Inteligência Social / Inteligência Pessoal / Inteligência Emocional: estar
ciente dos motivos / sentimentos dos outros e de si mesmo; saber o que fazer
para se encaixar em diferentes situações sociais, sabendo o que e como as ou-
tras pessoas fazem;
6. Perspectiva: ser capaz de fornecer conselhos sábios aos outros; ter maneiras de
olhar o mundo que faz sentido para si mesmo / outros.

Coragem
7. Bravura e Valentia: não se encolher na ameaça, desafio, dificuldade ou dor;
falar pelo que é certo, mesmo que haja oposição; agir com base em condena-
ções, mesmo que impopulares; inclui bravura física, mas não se limita a ela;
8. Perseverança / Dinamismo / Diligência: terminar o que se inicia, perseverando
em um curso de ação, apesar dos obstáculos; “Sair pela porta”; ter prazer em
completar tarefas;
9. Integridade / Autenticidade / Honestidade: falar a verdade, de maneira am-
pla apresentando-se de uma forma genuína e agindo de forma sincera; ser sem
pretensão; assumir a responsabilidade por seus sentimentos e ações.

Humanidade e amor
10. Bondade e Generosidade: fazer favores e boas ações para os outros, ajudando-
-os; cuidando deles;
11. Amar e aceitar ser amado: valorizando relações estreitas com os outros, em
particular aqueles em que compartilhar e cuidar são retribuídos; estar perto
das pessoas.

Justiça
12. Cidadania / Dever / Espírito de Equipe / Lealdade: trabalhar bem como
membro de um grupo ou equipe; ser leal ao grupo;
13. Imparcialidade e Equidade: tratar todas as pessoas da mesma forma de acordo
com noções de justiça; não deixar que os sentimentos influenciem as decisões
sobre os outros, dando a todos uma chance justa;
14. Liderança: encorajar um grupo do qual é membro para fazer as coisas e, ao
mesmo tempo, manter boas relações dentro do grupo, organizando atividades e
observando-as acontecem.

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UNIDADE
Fundamentos da Psicologia Positiva

Moderação
15. Autocontrole: regular o que se sente e faz; ser disciplinado, controlando os
apetites e emoções;
16. Prudência / Discrição / Cuidado: ser cuidadoso com as escolhas de alguém;
não assumir riscos indevidos, não dizendo ou fazendo coisas que mais tarde
sejam lamentadas;
17. Humildade e Modéstia: deixar as realizações de uma pessoa falar por si mesma;
não se considera mais especial do que um é.

Transcendência
18. Apreciação da beleza e da excelência: perceber e apreciar a beleza, a excelên-
cia e / ou o desempenho qualificado em vários domínios da vida, da natureza à
arte, à matemática, à ciência e à experiência cotidiana;
19. Gratidão: estar ciente e agradecido pelas coisas boas que acontecem; tendo
tempo para expressar “obrigado”;
20. Esperança / Otimismo / Responsabilidade com o futuro: esperar o melhor
no futuro e trabalhando para alcançá-lo, acreditando que um bom futuro é algo
que pode acontecer;
21. Espiritualidade / Senso de Propósito / Fé / Religiosidade: ter crenças coe-
rentes sobre o propósito e significados mais elevados do universo, sabendo onde
se encaixa dentro do esquema maior; ter crenças sobre o sentido da vida que
moldam a conduta e proporcionam conforto;
22. Perdão e Misericórdia: perdoar aqueles que fizeram o mal; aceitar as deficiên-
cias dos outros, dando às pessoas uma segunda chance; não ser vingativo;
23. Bom humor e Graça: gostar de rir e provocar risos, trazendo sorrisos para
outras pessoas; ver o lado da luz, fazendo (não necessariamente dizendo) piadas;
24. Animação / Paixão / Entusiasmo: encarar a vida com excitação e energia; de-
monstrar entusiasmo; viver a vida como uma aventura, sentindo-se vivo e ativado.

Seligman sugere que a utilização diária das forças de caráter nas atividades como tra-
balho, amor, criação dos filhos seja um elemento decisivo para a vida boa ou a engajada.

Para saber mais sobre cada uma das 24 forças de caráter, seus benefícios, características da
super ou sub utilização, acesse o site da Fundação Geniantis.
Disponível em: http://bit.ly/2QfYqJX

As Forças Pessoais
Forças pessoais são as 5 forças de caráter mais fortes em um indivíduo. Para identifica-
ção das forças pessoais, foi criado um teste gratuito pelo Instituto VIA, ligado à equipe de

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Seligman. O teste é realizado em aproximadamente 25 minutos, pela internet, e apresenta
as forças de caráter por ordem de classificação. A lista das cinco primeiras forças apresen-
tadas no teste caracteriza as maiores forças de uma pessoa ou forças pessoais.

Seligman acredita que as pessoas possuem todas as forças, mas as forças pessoais quando
utilizadas diariamente nos principais setores da vida geram gratificação e bem-estar.

Descubra as suas forças pessoais e conheça a definição das 24 forças de caráter realizando o
teste gratuito do Via Institute. É possível escolher o idioma Português.
Disponível em: http://bit.ly/2QaAcRn

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UNIDADE
Fundamentos da Psicologia Positiva

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Positive Psychology Center
Universidade da Pensilvânia.
http://bit.ly/2Qcv9Qs

Livros
A ciência da Felicidade – e como isso pode funcionar para você
GRANT, Anthony M.; LEIGH, Alison. A ciência da Felicidade – e como isso pode
funcionar para você. 1. ed. São Paulo, Editora Fundamento, 2013.

Flow e Psicologia Positiva – Estado de Fluxo, Motivação e Alto desempenho


KAMEI, Helder. Flow e Psicologia Positiva – Estado de Fluxo, Motivação e Alto
desempenho. 1 ed. Goiânia, Editora IBC, 2014.

The how of hapiness – A new approach to getting the life you want
LYUBOMIRSKY, Sonja. The how of hapiness – A new approach to getting the life
you want. Versão digital. Nova York, Penguin Press, 2007.

Los mitos de la felicidad


LYUBOMIRSKY, Sonja. Los mitos de la felicidad. Descubre las claves de la felicidad
auténtica. 1. ed. Versão Digital Barcelona, Ediciones Urano, 2014.

Coaching Positivo – Psicologia Positiva Aplicada ao Coaching


MARQUES, José Roberto. Coaching Positivo – Psicologia Positiva Aplicada ao
Coaching. 2. ed. Goiânia: Editora IBC, 2015.

Felicidade Autêntica – usando a nova psicologia positiva para a realização permanente


SELLINGMAN, Martin. Felicidade Autêntica – usando a nova psicologia positiva
para a realização permanente. Versão Digital. São Paulo: Editora Objetiva, 2002.

Leitura
Disciplinas que ensinam felicidade viram moda nas universidades
LOPES, Larissa. Disciplinas que ensinam felicidade viram moda nas universidades.
Portal Revista Galileu, 2018.
https://glo.bo/2QeZXjO
Positive Psychology Harvard Health. Universidade de Harvard.
http://bit.ly/2Qgkvsa

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Referências
DIENER, Robert; KASHDAN, Todd. Os 5 segredos da felicidade segundo a ciên-
cia. Portal Revista Galileu, 2015. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Life-
Hacks/noticia/2015/03/os-5-segredos-da-felicidade-segundo-ciencia.html>. Acesso
em: 05 de março de 2019.

FREIRES, Luan F. A ciência explica se dinheiro compra felicidade. Portal Revista Gali-
leu, 2016. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2016/07/
felicidade-no-credito.html>. Acesso em: 04 de março de 2019.

LOPES, Larissa. Disciplinas que ensinam felicidade viram moda nas universidades. Por-
tal Revista Galileu, 2018. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Revista/
noticia/2018/12/disciplinas-que-ensinam-felicidade-viram-moda-nas-universidades.
html>. Acesso em: 03 mar. 2019.

SELLINGMAN, Martin. Felicidade Autêntica – usando a nova psicologia positiva para a


realização permanente. São Paulo: Editora Objetiva, 2002.

Sites visitados
Vídeo “Martin Seligman fala sobre a Psicologia Positiva”. Canal TED, 2008. Acesso
em 05 de março de 2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=
9FBxfd7DL3E&t=363s>. Acesso em: 05 mar. 2019.

Vídeo “How To Be Happy The Secret of Authentic Happiness Martin Seligman”.


Canal Everything. Legendas em Português necessitam de acionamento. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=PZtClVSq3u4>. Acesso em: 05 mar. 2019.

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