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ESTUDANDO A FELICIDADE

A felicidade vem sendo objeto de estudo desde a antiguidade.


E no século 21, passou a ser objeto de pesquisadores que descobriram sua importância
para a construção de um desenvolvimento humano positivo.

SIGNIFICADOS DO TERMO FELICIDADE

O grau em que um indivíduo julga a qualidade global de sua vida como um todo, ou seja, o
quanto a pessoa gosta da vida que leva.
Quando a pessoa julga a sua vida favoravelmente em vez de desfavoravelmente.
Um estado mental de bem-estar caracterizado por emoções positivas ou agradáveis que
vão desde o contentamento até a intensa alegria.

TEORIAS DA FELICIDADE

O psicólogo Martin Seligman, um dos líderes da psicologia positiva, aborda em seu livro
felicidade autêntica diferentes visões sobre o assunto.
Ele começa por tratar da felicidade falando sobre as três teorias mais conhecidas:

1. TEORIA DO HEDONISMO

• O Hedonismo (Do grego Hedonê, ou prazer e vontade) afirma que o prazer é o


supremo bem da vida humana.
• Surgiu na Grécia, com Aristipo de Cirene e Epicuro.
• Esse conceito prega que uma vida feliz maximiza os sentimentos de prazer e
minimiza a dor, assim, uma vida feliz é aquela em que o prazer é superior à dor.

2. TEORIA DO DESEJO
• Esse conceito aponta para a idéia de que a questão da felicidade é o indivíduo
conseguir o que quer (poder, prestígio, riqueza, fama, boa aparência, bens
materiais...)
• Mas Aristóteles defendia a idéia de que isso poderia não bastar para promover a
felicidade.
• Ele usou a palavra eudaimonia (palavra composta pelo prefixo “eu” mais o
substantivo “daimon”, o espirito) para sua definição de felicidade, segundo a qual
ser feliz é viver bem e usar o máximo nossas forças e virtudes.

3. TEORIA OBJETIVA

• Sustenta que a felicidade para uma pessoa consiste em atingir certas coisas de
uma lista de atividades que valem a pena, como carreira, amizade, saúde, conforto,
material, beleza, educação, amor, conhecimento e boa consciência.
• O problema desta teoria é que ela pode focar na satisfação das necessidades
momentâneas.

FELICIDADE AUTÊNTICA

Depois de analisar esses três conceitos, Seligman aprofundou seus estudos e concluiu
que existem três tipos distintos de felicidade.

A vida agradável
(com foco nos prazeres)
Ter tantos prazeres saudáveis quanto possível e ter as habilidades para amplificar cada
um deles.

A vida boa
(com foco no engajamento)
Descobrir quais são as forças que representam a sua “assinatura”, sua personalidade, seu
jeito de ser e de se posicionar no mundo.

A vida significativa
(medida pelo seu valor)
Utilizar suas forças de assinatura à serviço de algo que você acreditar ser maior do que
você e que torne sua vida plena.

PARA QUE SER FELIZ

Pessoas felizes são mais saudáveis


Diversas pesquisas constataram que as pessoas felizes e satisfeitas estão menos sujeitas
às doenças como hipertensão, doenças cardíaca, diabetes, resfriados e infecções
respiratórias.
Já pessoas insatisfeitas podem ter depressão e aumentar o impacto de uma ampla gama de
doenças.

Pessoas felizes lidam melhor com a doença

Uma perspectiva positiva reduz a percepção da dor entre pessoas doentes.


A equipe da pesquisadora Laura Kubzansky, da Universidade de Harvard, analisou a saúde
de 1.300 homens por uma década e descobriu que os otimistas tinham doenças cardíacas
50% menos graves do que os outros.
Além disso, eram também mais dispostos a fazer exercícios e exames regulares de saúde,
são mais motivados e alertas.

Trabalhadores felizes são mais produtivos

Thomas Wright, professor de comportamento organizacional na Universidade de Nevada,


estima que os níveis de felicidade dos funcionários variam apenas 10 e 15%.
Esses baixos níveis podem significar perda de produtividade de quase 1 hora por dia.

Pessoas felizes são mais persistentes para resolver problemas e mais solidárias

Elas trabalham em tarefas complicadas por mais tempo do que as pessoas que são infelizes
e tem mais empatia com os necessitados, são mais generosas e menos focadas em si
mesmos.

Pessoas felizes vivem mais

Os pesquisadores Danner, Snowdon e Friesen terminaram um estudo de dez anos em


2001, onde observaram 180 freiras norte-americanas.
Os resultados mostraram que aquelas que começaram sua vocação, com uma visão
otimista, viveram mais tempo do que suas irmãs mais pessimistas.

Pessoas felizes são muito mais positivas

Estudos em diferentes continentes coincidem no mesmo ponto:


Um estado de espírito positivo faz o indivíduo ser mais criativo, generoso e construtivo.
Ele vê mais oportunidades e potenciais quando pensa de forma positiva.

FELICIDADE
INTERPRETANDO OS ACONTECIMENTOS
O Filósofo grego Epíteto, que viveu com escravo em Roma, já dizia:
“O que perturba os homens não são as situações, mas o modo como eles as interpretam”.

Ou seja:

As nossas interpretações dos acontecimentos determinam nossa reação que, por sua vez, esta
diretamente relacionada com o que sentimos e com o nível de stress que isso causa.

Enquanto o otimista vê o copo meio cheio, o pessimista o vê meio vazio.

Enquanto uma pessoa fica estimulada ao perceber determinada situação como um desafio a
vencer, outra, diante da mesma situação, pode sentir-se ameaçada e ficar estressada.

A imagem do copo mostra que nossas emoções e comportamentos não são desencadeados pelos
fatos, e sim pela forma como pensamos e avaliamos os acontecimentos.
As formas repetitivas e padronizadas de pensar e avaliar revelam nossos padrões e crenças.

A FELICIDADE PODE SER MEDIDA?

De acordo com pesquisadores e estudiosos, sim. As pessoas, em geral, sabem quando se sentem felizes e
quando não.
Só que a felicidade não é um estado estático. Até mesmo as pessoas mais felizes relatam as emoções
negativas, de tempos em tempos.
Além disso, a felicidade é muito subjetiva, o que dificulta sua medição
Foi então que os cientistas descobriram a maneira mais eficaz para resolver o problema
Era perguntar diretamente às pessoas.

ESCALA DE SATISFAÇÃO COM A VIDA (ESCV)

• Essa escala avalia o bem-estar do indivíduo, ou seja, a satisfação dele com a sua vida.
• O próprio entrevistado pode eleger o que é fundamental para sua satisfação.
• O questionário tem apenas cinco itens que perguntam aos entrevistados a classificação de satisfação
com a vida em uma escala de 1 a 7.
• Extensa pesquisa foi realizada em todo o mundo e a escala já foi validade no Brasil por psiquiatras e
psicólogos.
1. Na maioria dos aspectos, minha vida aproxima-se dos meus ideais. (___) (___)
2. As condições da minha vida são excelentes. (___) (___)
3. Estou satisfeito com a minha vida. (___) (___)
4. Até agora eu tenho conseguido alcançar as coisas importantes que quero para minha vida. (___) (___)
5. Se eu pudesse viver a minha vida de novo, não mudaria praticamente nada. (___) (___)

A avaliação é feita em uma escala de 1 a 7, sendo:


1. Concordo fortemente
2. Concordo
3. Concordo parcialmente
4. Nem concordo, nem discordo
5. Discordo parcialmente
6. Discordo
7. Discordo fortemente

As respostas para cada item devem então, ser tiradas da fórmula de Diener, segundo a qual, cada valor
pontuado é subtraído de 8.

Os valores finais variam de 5 a 35, sendo:


De 5 a 9 - Muito satisfeito
De 10 a 14 - Insatisfeito
De 15 a 19 - Levemente insatisfeito
20 - Neutro, nem satisfeito, nem insatisfeito
De 21 a 25 - Levemente satisfeito
De 26 a 30 - Satisfeito
De 31 a 35 - Muito Satisfeito

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