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Componentes básicos como a percepção de mundo, paradigmas, aprendizagem, comunicação,

emoções e relacionamento vêm encontrando, cada vez mais, espaço dentro das organizações.
Faz-se necessária uma nova concepção a respeito do ser humano, percebendo suas
capacidades, subjetividade, consciência crítica e necessidades de auto-realização. Entretanto,
uma percepção neste nível, acerca do ser humano, acontece a duras penas. Tal fato se deve
em razão de o homem manter um modelo mental ou idéias profundamente enraizadas, que
determinam padrões de comportamento com relação ao modo de encarar o mundo. Em
muitos casos, a gestão de Recursos Humanos numa organização, ainda utiliza paradigmas
antigos. Um exemplo clássico desta forma de se administrar é a separação física dos ambientes
e o isolamento gerado pela divisão de trabalho. Os tempos mudaram e as necessidades
também. Contudo, a persistência nestes modelos mantêm-se firmes. É certo que encontramos
neles a esperada produtividade capitalista, porém, há que se rever mudanças. Não obstante, já
podemos enxergar o alvorecer de novo paradigma. Surge uma nova mentalidade nas pessoas,
ressaltada nas transformações pessoais, tornando-as mais fortalecidas, levando-as a refletir
sobre seus reais desejos e aspirações. As pessoas têm o potencial para administrar as suas
vidas, individual e conjuntamente. O que falta são as condições propícias para a geração destas
oportunidades, tais como ambientes favorecedores, que respeitem e estimulem o crescimento
de seus colaboradores. Lideranças que se importem verdadeiramente, e com conhecimento,
os recursos humanos que compõem a organização. O ser humano precisa caminhar na direção
de seu próprio desenvolvimento. Para alcançar a maturidade as pessoas precisam buscar
primeiramente a alteração do estado de dependência para o de independência e, em seguida
para interdependência. Desta forma, torna-se viável o crescimento pessoal e profissional. A
organização beneficia-se como um todo, devolvendo aos seus colaboradores esta boa
atmosfera de oportunidades e de qualidade de vida. É um movimento dialético. Vivemos uma
época em que enxergamos sistemas em vez de partes; interconexões, que entrelaçam o
mundo numa unidade e isto nos coloca em maior consciência a respeito de nossa interligação
com as outras pessoas e as coisas. A interdependência é mola mestra para a realização de
muitas tarefas organizacionais. A força obtida da união de várias pessoas traz constantes
benefícios. Fortalecimento da auto-estima, do companheirismo, do respeito, da comunicação,
da aprendizagem, das competências, dos resultados, dentre outras questões. Com este novo
paradigma que cresce em terreno fértil, avista-se a responsabilidade do gestor de recursos
humanos. Ele compreende que, para manter este rico processo em funcionamento, demanda
uma gestão de aprendizagem. Organizações de aprendizagem formam pessoas que
desenvolvem a sua maestria pessoal em conjunto com a realidade, e que aprendem a expor e
reestruturar modelos mentais, de maneira colaborativa. As mudanças são o oxigênio da
sobrevivência. Percebemos isso em nossas constantes transformações bio-psico-sociais, e, em
crescente demonstração: as organizacionais. Aprender em todos os níveis numa organização
vem ganhando força à medida que se percebe que a liderança não deve existir num pedestal
de conhecimento e poder, ou do poder do conhecimento. Neste contexto, o líder que serve
aos outros acerta e erra, buscando sempre aprender, garantindo um aprendizado contínuo,
por meio de desenvolvimento de habilidades e atitudes. Para acompanhar as mudanças
constantes é preciso existir um nível flexível e habitual de aprendizagem. É possível gerar
mudanças na forma de se construir o conhecimento, levando as pessoas a uma reestruturação
de seu modelo psíquico. Para que as mudanças encontrem terreno fértil nas mentes humanas
é necessário que, antes, ocorram mudanças nos próprios modelos de se pensar. Isto gera
autonomia e maior poder de reflexão nas pessoas. Vivemos em constante aprendizagem. Não
percebemos isto em virtude das pequenas diferenças que ocorrem em cada nova aquisição.
Aprender novos paradigmas, a partir das construções subjetivas e individuais que cada pessoa
possui é um caminho que pressupõe liberdade para o aprender, além de estímulo existente,
pura e simplesmente no cotidiano de uma organização. Paradigma, conforme descreve o
dicionário: é um modelo, um padrão ou protótipo. Serve como instrumento de auxílio quanto
à tentativa de descrição da realidade subjetiva do mundo em que vivemos. Uma forma de
organizar as infinitas impressões que recebemos desde o nascimento, e que nos acompanham
até a morte. Portanto, paradigmas são importantes. Todavia, aprender a modificar-se para
gerar e adaptar-se a novos paradigmas é fundamental. Em suma, o nosso modelo mental se
forma e se fixa em paradigmas, facilitando os processos de trabalho atividades em geral.
Contudo, as mudanças, constantes e inerentes ao ser humano, demandam novos paradigmas
no lugar de outros, que acabam se tornando insuficientes e obsoletos. Na vida organizacional,
onde o relacionamento humano não encontra espaço necessário para o desenvolvimento de
potencialidades, bom fluxo de comunicação, respeito e estímulo à aprendizagem, e formação
de unidade na diversidade que cada pessoa possui, muitos obstáculos são gerados. O gestor de
Recursos Humanos deve, prioritariamente, alcançar esta compreensão. Ele deve rever,
primeiramente, a si próprio. Observar o seu modelo mental de aprendizagem e de se situar
nos paradigmas. Deve, ainda, buscar a integração humana, fomentando a relação de mão-
dupla na comunicação e na aprendizagem. Desenvolver a consciência sobre as questões
subjetivas (emoções, sensações etc), entrelaçadas às objetivas (sistemas, resultados etc) do ser
humano, causando uma percepção mais integrada destas partes que caminham, há tempos,
desunidas, causando todo tipo de mal-estar nas pessoas. É preciso gerar confiança e
autonomia nas pessoas. Quando percebemos este tipo de política e de atitudes dentro da
organização, somos convidados a participar mais. Desta forma há motivação conspirando a
favor do nosso desenvolvimento. A liderança que compreende este tipo de gestão, e faz dela
uma bandeira a ser hasteada diariamente na vida dos recursos humanos, possibilita a evolução
da unidade organizacional, com independência e interdependência. Isto é possível de ser
aprendido. É preciso se despojar do egoísmo e crescer. Partilhar o saber e as emoções da
comunidade que forma uma organização. Alguém tem que dar o primeiro passo. O gestor de
Recursos Humanos, consciente da complexidade nas relações humanas, bem como das
ferramentas hora existentes, alia-se aos companheiros de trabalho, e facilita o acesso às
potencialidades que cada um deve descobrir internamente, reflexiva e voluntariamente. Este
trabalho que se assemelha ao de um sábio, requer constante avaliação e interparticipação,
haja vista que, quem entra nesta esfera espiral ascendente, não quer outra coisa senão o
crescimento.

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