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Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 6
Capacitação dos cidadãos para participar...................................................................................... 7
Pensamento tradicional e pensamento moderno ........................................................................... 8
Diferença entre pensamento do homem tradicional e homem moderno ....................................... 8
Conteúdos das dimensões do papel do gestor .............................................................................. 8
Importância do trabalho humano nas organizações ...................................................................... 8
Gestão como sendo uma Questão além da Legalidade e da Lealdade ........................................ 10
Boa governação ........................................................................................................................... 11
Características da boa governação .............................................................................................. 11
Meios necessários para se realizar a boa governação.................................................................. 13
Uso da governação participativa ................................................................................................. 13
Conclusão .................................................................................................................................... 13
Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 14
Introdução
Pela participação, o dirigente procura criar, em cada funcionário, o sentimento de que ele
é parte da organização e, como tal, responsável pela eficiência e eficácia não só do seu
trabalho, mas do desempenho de toda organização. Procura criar, também, a consciência
da interdependência do trabalho das pessoas em função do produto final.

Entre as principais características da filosofia moderna o ceticismo em relação as crenças


antigas e as crenças costumeiras, a valorização da razão, a tentativa de estabelecer os
limites do conhecimento humano e do modo como podemos conhecer o mundo
verdadeiramente e valorização e uma vida politica que entende.

O Homem, como os demais seres vivos, depende da natureza para sobreviver e realiza
actividades para alcançar e consumir recursos naturais de que necessita.

As instituições públicas conduzem os negócios públicos, administram recursos públicos


e buscam garantir a realização do bem-estar de todos os cidadãos usando a boa
governação.

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Capacitação dos cidadãos para participar
A capacitação funcionários para participar não exige um curso ou um programa de
capacitação ou formação específica, porque esse aprendizado se viabiliza no momento
em que se introduz o funcionário no exercício da participação. Como em outros processos
sociais, pode-se aprender a participar integrando uma equipa que, colectivamente,
colabora na gestão da unidade ou da instituição.

A aprendizagem da participação pode constituir-se um longo processo. Por essa razão, o


dirigente não deve alimentar a ilusão de resultados imediatos.

Não deve alimentar, também, a ilusão que todos os problemas de eficiência e eficácia se
resolvam com essa forma de administrar. Ao contrário, deverá preparar-se para enfrentar
problemas, ainda que de natureza diferente dos vividos na prática da administração
tradicional. Apesar de tudo isso, os efeitos surgem e costumam ser dos mais favoráveis.

O dirigente e a aprendizagem da participação

Para obter a participação dos membros de um grupo, existem várias técnicas a disposição
dos dirigentes. A escolha das que serão utilizadas deverá considerar critérios quanto a
natureza e a complexidade de trabalho, número de pessoas, nível de formação e
experiência dessas pessoas, seus hábitos de cooperação, suas necessidades psicossociais.
Muitos dirigentes adoptam hoje o método de debate para chegar à solução de problemas
organizacionais. Formam um grupo de discussão e propõem aos seus membros a análise
e a solução de um problema. Pelo facto de participarem desse processo de decisão, os
componentes do grupo sentem maior responsabilidade para manter o que foi decidido.
Esse tipo de participação tem levado a melhor dos padrões e índices de produção.

Na administração com participação, o dirigente exerce liderança democrática, criando

Oportunidades para:

 Manifestações de todos os membros de grupo ou da equipa nos debates para


tomada de decisões;
 Manifestação de atitudes conflituantes e busca conjunta de unidade de acção;
 Aumento do poder de decisão dos funcionários e, implicitamente, da
responsabilidade pelas decisões que vão sendo tomadas;
 Conhecimento mútuo dos colegas de trabalho, respeito e consideração pelas
pessoas, adesão pela persuasão e não pela força.

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Pensamento tradicional e pensamento moderno
Os pensamentos tradicionais se inspiravam na filosofia clássica (Greco-romana); união
da fé crista e da razão; utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo; busca
da verdade divina.

O pensamento moderno é profundamente marcado pela questão do sujeito ou seja o cogito


cartesiano capaz de, por em meio de uma autonomia da consciência, ser responsável pela
Acão do pensar no homem.

Diferença entre pensamento do homem tradicional e homem moderno


A principal diferença é que os renascentistas pensavam que o homem era o centro de tudo,
a ideia do antropocentrismo que logo veio a criar o humanismo, individualismo e etc. já
os medievais pensavam que deus era o centro de tudo, e que tudo que acontecia era
resultado da vontade dele.

No pensamento tradicional os primitivos procuram compreender o universo de forma


geral e total, diferentemente do pensamento moderno, cientifico que busca explicar as
partes para depois compreender o universo.

Conteúdos das dimensões do papel do gestor


Os conteúdos das dimensões do papel do gestor podem ser dimensão formal e dimensão
informal ou psicossocial cultura.

Dimensão formal - encontramos os conteúdos Político-institucional e Técnico-


administrativo, designadamente: estrutura, funções, cargos, leis, regulamentos
normativos, recursos, informações, tecnologias, actividades, procedimentos.

Dimensão informal ou psicossocial Cultura – encontramos a cultura designadamente:


valores, crenças, ritos, símbolos, comunicação informal e personalidades, necessidades,
expectativas, sentimentos, vocações e talentos, preferências, interessem, etc.

Importância do trabalho humano nas organizações


O Homem, como os demais seres vivos, depende da natureza para sobreviver e realiza
actividades para alcançar e consumir recursos naturais de que necessita.

As actividades humanas decorrem de um propósito e são orientadas pela inteligência


(conscientes e intencionais). A cultura humana pode ser personalizada ou cada ser
humano tem um potencial de criatividade e originalidade, que imprime ao processo e ao
produto do seu trabalho, tornando-o, por isso, singular.

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O trabalho humano consiste na transformação de elementos da natureza em cultura e na
transformação da própria cultura. Através do trabalho o homem se humaniza, ou seja,
desenvolve e consolida sua essência humana ou seja forma a sua consciência reflexiva,
desenvolve modos pessoais de experimentar e dar respostas aos estímulos que se lhe
apresentam durante a vida, faz história. A experiência torna-se fonte de actos originais,
concebidos ao nível do pensamento e executados, depois, na prática da existência. O
conhecimento se constrói através desse e não é obtido de outra forma, senão pelo trabalho.

Essas características, essencialmente decorrentes da intencionalidade, do pensamento e


da consciência, singularizam o trabalho do homem e, portanto, seus produtos. Essas
capacidades são exclusivas do homem, o que traz, também, como contrapartida, grande
responsabilidade pelo seu uso.

O trabalho humano, no entanto, que deveria representar para cada indivíduo uma
actividade própria à sua natureza, promotora da identificação com os outros homens,
instrumento para a sua humanização progressiva (tornar-se um ser humano cada vez
melhor, mais completo e original), uma das importantes fontes para sua realização pessoal
e para a satisfação de seu potencial motivacional, raramente consegue esse significado.
Repetido diariamente, por toda uma vida e de forma sistemática, frequentemente
rotineira, com a margem mínima para a criação, a originalidade e liberdade, no modelo
de organização do trabalho vigente nas organizações burocráticas, no mínimo restringe o
real potencial das pessoas.

As relações de produção vêm multiplicando as funções/actividades humanas, através do


tempo, gerando novas e diferentes formas de divisão de trabalho, de atribuições e de
tarefas, que acabaram por forjar na sociedade moderna o modelo de organização do
trabalho que conhecemos (o modelo burocrático). Neste, o desenvolvimento do potencial
humano (a humanização) não é um valor central, pelo contrário, este modelo contribui
para a desumanização;

Nas organizações, os trabalhadores executam apenas uma parcela limitada do trabalho


integral, sem nenhum vínculo com as outras áreas que se ocupam de outras parcelas do
mesmo.

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Gestão como sendo uma Questão além da Legalidade e da Lealdade

Na Administração Pública enfatiza-se a legalidade como fonte principal do poder


gerencial, além, é claro, da conhecida lealdade ao superior (daí as chamadas “funções de
confiança”). Por outro lado, nas empresas privadas valoriza-se, acima de tudo, a
competência técnica e administrativa, com uma certa dose de habilidade para lidar com
pessoas. Identifica-se, no primeiro caso, uma das maiores deficiências da Administração
Pública (baixo nível de profissionalização dos seus gestores).

Tanto nas organizações públicas quanto nas privadas, se esquece a questão da


legitimidade do poder gerencial, isto é, até que ponto, poder desempenhado pelo gestor
tem o seu respaldo no consentimento do grupo gerido. Até então, este tema tem ficado
restrito às incursões da ciência política no macro cenário das sociedades com os seus
líderes políticos.

Há restrições à aplicação da legitimidade como critério para a ocupação da função de


gestor, mas são restrições de cunho operacional, resultantes da própria inexperiência no
exercício da democracia nas organizações sociais. Afinal como poderá conviver uma
sociedade, que se pretende em pleno processo de democratização, com as suas inúmeras
organizações ainda vivendo nos tempos do totalitarismo, paternalismo, afilhadismo,
nepotismo entre outros “ismos” infelizmente tão encontrados, não só em Moçambique;
pois conforme assinala Bertrand Russell, “na indústria, como observa Gillespie, muito
pouco se faz nesse sentido, e a gestão é, com raras excepções, francamente monárquica
ou oligárquica. É um mal que, se não for contornado tende a aumentar com o crescimento
das organizações”.

A gestão deve ser abordada como uma questão que transcende a competência técnica,
administrativas e psicossocial, alcançando, além da legalidade (outorgada pelo
regimento) e da lealdade (resultante da amizade ao superior hierárquico) a legitimidade
do poder exercido pelo gestor. Desse novo posicionamento poderá surgir, de facto, o
aprimoramento do desempenho gerencial, e, com isso a eficácia e efectividade
organizacionais tão almejados.

Assim sendo há necessidade de resumir alguns aspectos do fenómeno da liderança, não


só porque a liderança tem sido confundido com a administração (gestão), sobretudo pela
sua importância para administração ou gestão de que também é estreitamente relacionada
e do facto. Apesar de ser do conhecimento de muitos de que a liderança e administração

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não são o mesmo conceito. Porém, os bons gestores têm se servido da arte de liderar para
lograrem os seus intentos.

Boa governação
A Boa Governação é toda a acção política que visa alcançar os melhores resultados
possíveis, atendendo os meios disponíveis para a realização dos fins do Estado, de justiça,
segurança e do bem-estar de todos os cidadãos de um País.

A boa governação descreve o processo de tomada de decisões e de implementação ou não


das decisões tomadas.

A boa governação só pode realizar os seus objectivos quando estiver livre de abusos e de
corrupção e com devido respeito à lei.

Características da boa governação


As principais características da boa governação são: participação, estado de direito,
transparência, responsabilidade, decisões orientadas para o consenso, igualdade e
exclusividade, efectividade e eficiência e suporte a auditoria fiscalizadora/accountibility.

Participação

Participação - significa que homens e mulheres devem participar igualmente das


actividades do governo. A participação deve contemplar a possibilidade de participação
directa ou indirecta através de instituições ou representantes legítimos.

Estado de Direito

A boa governação requer uma estrutura legal justa que se aplica a todos os cidadãos do
Estado independentemente da sua riqueza financeira, do seu poder político, da sua classe

Social, da sua profissão, da sua raça, etnia ou do seu sexo. A boa governação deve garantir
a proteção dos direitos humanos, mesmo que pertençam as maiorias ou minorias sociais,
sexuais, religiosas, étnicas ou tribais.

A boa governação deve garantir que o poder judiciário seja independente dos poderes
executivo e legislativo.

Transparência

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As decisões tomadas e sua fiscalização são feitas através de mecanismos, de regras e de
regulamentos conhecidos.

Toda a informação governamental é livremente disponível e directamente acessível para


as pessoas que serão afectadas por tais decisões e pelos trabalhos de fiscalização.

As instituições governamentais e a forma com que elas procedem são desenhadas para
servir os membros da sociedade como um todo e não apenas para as pessoas privilegiadas.

Decisões orientadas para o consenso

As decisões são tomadas levando-se em conta que os diferentes grupos da sociedade


necessitam de mediar ou de proteger os seus diferentes interesses. O objectivo da boa
governação na busca de consenso nas relações socais deve ser obtenção de uma
concordância sobre qual é o melhor caminho para a sociedade como um todo.

Essa forma de obter decisões requer uma perspectiva de longo prazo para que ocorra um
desenvolvimento humano sustentável. Essa perspectiva também é necessária para
conseguir atingir os objectivos desse desenvolvimento.

Igualdade e inclusividade

A boa governação deve assegurar igualdade de todos os grupos perante os objectivos da


sociedade (do Estado). O caminho proposto pelo governante deve visar a promoção do
desenvolvimento económico de todos os grupos sociais.

As decisões devem assegurar que todos os membros da sociedade se sintam que fazem
parte dela e não se sintam excluídos do seu progresso e desenvolvimento para o futuro. A
igualdade e inclusividade destina-se especialmente aos mais vulneráveis, para que tenham
oportunidade de manter e melhorar o seu bem-estar, isto é, as suas condições de vida.

Efectividade e eficiência

A boa governação deve garantir que os processos e instituições governamentais devem


produzir resultados que vão ao encontro das necessidades da sociedade, fazendo, ao
mesmo tempo, o melhor uso possível dos recursos à sua disposição. Isso também implica
que recursos naturais sejam usados de maneira sustentável e que o ambiente seja
protegido.

Suporte a auditoria fiscalizadora/accountibility

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As instituições do governo, as instituições do sector privado e as organizações da
sociedade civil devem abrir espaço de modo a permitir a sua fiscalização por pessoas da
sociedade e pelos seus próprios colaboradores institucionais. De forma geral, elas devem
ser fiscalizáveis por todas aquelas pessoas que serão afectadas pelas suas decisões, actos
e actividades.

Meios necessários para se realizar a boa governação


Os meios necessarios para se realizar uma boa govenação são:

 Capacidade de trabalho e o factor humano dos governados e governantes;


 Os recursos materiais disponíveis e a conjuntura política, económica, social e
cultural de momento;
 Uma boa planificação e programação;
 Educação para todas as camadas sociais;
 A visão de que o desenvolvimento humano sustentável só é possível com as boas
práticas de governação, e, que estas não são uma mera assistência caritativa, tão
pouco simples actos de bondade das entidades públicas.

Uso da governação participativa


Algumas organizações usam ou obedecem a governação participativa, são exemplo de
organizações que obedecem a governação participativos partidos politicos, organizações
não-governamentais, comunidade e midia.

O partido político é um grupo organizado, legalmente formado com base em formas


voluntárias de participação numa associação orientada para ocupar o poder político ou
seja um grupo formado pela democracia.

As organizações não governamentais são organizacoes sem fim lucrativo, constituidas


formalmente e autonomamente, caracterizadas por acções de solidariedade que são
realizadas pela participação de todos membros da organização

Midias – nas midias todos os membros da organização participam para a divulgação de


uma certa informação.

Conclusão
A administração com participação e integração não é fácil. Ao contrário, é um processo
de permanente desafio à competência, ao equilíbrio, a criatividade do dirigente e de cada

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um dos membros da sua equipa. Desafio, ao que tudo indica, muito gratificante para as
pessoas e para a organização.

Através da participação, o dirigente vai desenvolvendo a prática de integração de pessoas


e de acções. Vai comprometendo o grupo no esforço colectivo de chegar aos objectivos
organizacionais nos prazos estipulados, com eficiência, com eficácia e com satisfação
pessoal de todos os participantes.

Os homens mediavais sabiam que já eram outros homens diferentes dos da antiguidade.
Queriam o poder, a ciencia, a arte e a filosofia dos antigos adaptados ao seu mundo.

A boa governação só pode realizar os seus objectivos quando estiver livre de abusos e de
corrupção e com devido respeito à lei.

A implementação das características da boa governação assegura que a corrupção seja


minimizada e as necessidades e visões das maiorias sejam lavadas em conta. As vozes
das pessoas mais vulneráveis na sociedade também passam a ser ouvidas nos processos
de tomada de decisões governamentais.

Referências Bibliográficas
HAHFUS, Júlio César. A construção da cidadania em busca da hegemonia social. Jus
Navigandi, Novembro de 2000

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JUAN Diaz Bordenave. “O que é participação”. Brasiliense Editora, 4ª edição. São
Paulo,1986.

VARGAS, Cristina Ribas. Democracia Participativa e o Desenvolvimento Humano nos


Municípios Brasileiros: uma Análise a partir de Amartya Sem. Porto Alegre.

VASCONCELOS, J., Democracia Pura, editora Nobel, São Paulo, 2007;

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