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Módulo 4
4. PROCESSOS DE MODELARIA
Sumário
1 – Sobreespessura de usinagem
A maioria das peças fundidas são usinadas após a sua limpeza, a fim de se obterem
dimensões, formas ou estado de superfície pré-fixados. A usinagem se traduz pela
remoção de material das peças.
Este aumento de espessura tem, como conseqüência, o fato de que a peça fundida é
maior que a peça usinada indicada no desenho (fig. 28).
2 – Contração linear
3 – Saída
Para facilitar a extração do modelo e do macho, é necessária dar às suas paredes uma
inclinação ou saída.
Saída de um modelo é, portanto, a inclinação que se dá às suas paredes no sentido de
sua extração, a fim de reduzir o atrito entre suas paredes e as do molde.
Um molde sem saída (fig. 34a) ou um molde com contra-saída (fig. 34b) quebra areia
quando é retirado do molde, enquanto que um modelo com saída (fig. 34c) não estraga
as paredes do molde.
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A saída deve ser de tal forma que altere o mínimo possível o peso e a forma da peça. A
saída normal é de 2 ou 3%. As marcações na parte de baixo dos moldes têm saída de
5 a 10% e na parte de cima dos moldes 10 a 20%.
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4 – Marcações
Marcações em modelo são partes salientes que, após a moldação deixam sua
impressão no molde, permitindo o posicionamento dos machos.
As marcações contribuem para:
• O perfeito posicionamento dos machos;
• Dar estabilidade aos machos;
• Permitir a saída dos gases dos machos;
As dimensões e as formas das marcações dependem:
• Da posição do macho no molde;
• Do peso do macho;
• Dos esforços que o macho sofre durante o vazamento do metal no molde;
• Da série de peças que devem ser produzidas;
• Da precisão dimensional da peça;
• Da necessidade de facilitar a saída dos gases do macho.
A figura 38 apresenta um modelo com marcação horizontal e o molde fechado obtido
com este modelo.
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5 - Conclusão
O modelo de uma peça (fig. 49) difere da peça usinada (fig. 50) pronta para sua
utilização, devido a:
• Sobre-espessura de usinagem;
• Contração linear;
• Saída;
• Marcações.
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II - PLACA MODELO
• De dupla face: quando o modelo é bipartido e se fixa uma de suas partes de um lado
da placa e a outra do outro lado. Neste caso há a necessidade de se observar bem a
montagem de ambos, para que não haja desencontro. É um processo que permite
socar manualmente as duas caixas sucessivamente ou mesmo em máquina de moldar.
1 – Introdução
Assim:
- Ec = mv²/2
- Epp = VρH
- Ep = Vp
Onde:
Ec = energia cinética
Epp = energia potencial de posição
Ep = energia de pressão
V = volume
P = pressão
ρ = peso específico
v = velocidade
m = massa
H = altura da coluna do líquido
O teorema de Bernoulli diz que a soma destas três energias é uma constante:
Num sistema de condutos (fig. 1) quando a válvula (a) está fechada a energia potencial
é máxima. Abrindo a válvula, logo que se estabelece o fluxo de líquido, a energia
potencial muda rapidamente para energia cinética e energia de pressão. Uma vez que
o fluxo é estabelecido, a energia potencial é constante, portanto quando a velocidade
aumenta a pressão diminui e vice – versa. Enquanto o líquido está fluindo há uma
perda de carga devido ao atrito do líquido com as paredes e devido a mudanças de
direção do fluxo.
3 – Lei da Continuidade
Quanto maior a altura maior será a velocidade, portanto o fluxo de líquido em queda
livre diminui a sua seção a medida que aumenta a altura.
R = número de Reynolds;
V = velocidade do fluxo;
d = diâmetro do conduto;
λ = viscosidade cinemática do líquido;
5 – Perdas de carga
A diminuição localizada na seção do canal provoca uma contração do líquido, que logo
em seguida preenche novamente o canal (fig. 4A) promovendo uma perda de carga. O
caso contrário – aumento localizado de seção (fig. 4C), também provoca uma perda de
carga.
Igualmente, uma mudança abrupta de direção do fluxo (fig. 4B) promove também uma
perda de carga. A perda de carga é uma perda de energia e como as outras formas de
energia envolvidas num sistema de canais ela pode ser expressa como altura. O
modelo matemático que traduz esta perda de carga é o seguinte:
Hp = ξ.v/2g
Onde:
Hp = energia perdida – expressa e altura
ξ = coeficiente de perda de carga
v = velocidade do líquido
g = aceleração da gravidade.
Num sistema de condutos a perda de carga total será a soma das perdas de cargas
localizadas. (fig. 4)
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6 – Enchimento do molde
Definição
É evidente, que, quanto menor for a vazão necessária para o enchimento do molde,
menores serão as dimensões dos canais e portanto menor será a porcentagem de
retorno, isto é, menor quantidade de canais. Porém, a sanidade da peça e a viabilidade
operacional do vazamento são limites básicos a serem considerados na definição da
vazão. Todos os fatores que serão considerados na concepção do sistema de
alimentação estarão levando em consideração a vazão do sistema.
Sistema 1
Sistema 2
• Solidificação uniforme;
• Utilização eventual de resfriadores na peça para homogenizar as temperaturas;
• Utilização de luvas exotérmicas no massalote para reaquecer o metal;
• Enchimento rápido por cima, com muitos ataques nas partes finas;
• Velocidade normal nos ataques;
• Escalonamento convergente.
Utilização para:
• Metais com solidificação por camadas espessas;
• Metais pouco oxidáveis no estado líquido.
Exemplos:
• Aço com C > 0,3%;
• Aço com 11 a 14% MN;
• Ferro fundido GL com Ce < 3,8 ou Ce > 4,3;
• Ferro fundido GE, no caso de peças de pequena altura;
• Ferro fundido branco;
• Bronze.
Sistema 3
Sistema 4
• Solidificação uniforme;
• Utilização eventual de resfriadores na peça para diminuir o gradiente de
temperatura;
• Utilização de luvas exotérmicas no massalote para reaquecer o metal;
• Enchimento rápido por baixo com muitos ataques nas partes finas;
• Velocidade reduzida nos ataques;
• Escalonamento divergente.
Utilização para:
• Metais com solidificação por camadas espessas;
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Observações:
a) Os metais muito oxidáveis no estado líquido não podem ser vazados por cima. Mas
os metais pouco oxidáveis, que normalmente são vazados por cima, podem também
ser vazados por baixo, particularmente nos seguintes casos:
- peças de formas complexas;
- peças de grande altura;
- peças com conjunto de machos instáveis ou frágeis;
- peças de alta qualidade nas quais se preocupa estrutura homogênea.
b) Os metais com solidificação por camadas finas podem ser vazados utilizando-se os
sistemas 2 ou 4 quando a espessura da peça é pequena e uniforme. As bolachas
pouco maciças podem ser neutralizadas por resfriadores.
c) Os metais com solidificação por camadas espessas podem ser vazados utilizando-se
os sistemas 1 ou 3 quando for possível dirigir a solidificação com elevado gradiente de
temperatura. Neste caso, recomenda-se a utilização de resfriadores.
De propósito, ou devido à forma da peça, o sistema pode ser misto, como uma parte da
peça vazada por cima e outra parte por baixo.
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A figura 12 mostra uma peça cujas formas conduzem normalmente a um sistema misto
para não complicar a moldação no caso de metal pouco oxidável. As setas indicam o
sentido de enchimento.
Normalmente a peça da figura 13 deveria ser vazada pelo sistema 1, por cima e
ataques nos massalotes para dirigir a solidificação. Porém, devido à sua grande altura,
é preferível iniciar o vazamento pela parte inferior e terminá-la pela parte superior, a fim
de dirigir a solidificação para parte superior mais maciça. O metal é vazado primeiro
pelo sistema 4 e enche por cima a parte inferior da peça até o nível 1.
Entre os níveis 1 e 2, o enchimento se faz por baixo. Quando o metal atingir o nível 2,
inicia-se o vazamento pelo sistema B e para-se o sistema A. Entre os níveis 2 e 3, a
peça é novamente enchida por cima e entre os 3 e 4, por baixo.
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Completa-se o enchimento por cima pelo sistema C, com ataque nos massalotes, para
alimentar a parte maciça superior e para-se de vazar pelo sistema B.
No caso das peças finas de forma muito extensa, tipo placas, vazadas em posição
horizontal, recomenda-se colocar os ataques ao longo de um o dois lados maiores, de
tal maneira que o percurso de metal na peça seja o mais curto possível, repartindo as
seções ataque proporcionalmente aos volumes parciais que devem encher.
No caso da peça fina da figura 14 de grande comprimento em relação à largura, os
ataques são colocados ao longo do lado mais comprido. Observa-se que o número de
ataque é maior para alimentar a parte A da peça, cujo volume é maior do que o da
parte B.
A mesma observação pode ser feita em relação à peça da figura 15, que tem dois
sistemas de canais devido a sua largura relativamente grande.
A resistência dos moldes à erosão pelo jato de metal tem seus limites. Porém, quando
uma parte do molde estraga-se, raramente é por causa do atrito do metal líquido sobre
as paredes de areia ou pelo efeito de uma pressão metalostática elevada, mas quase
sempre, pelo efeito de uma exposição prolongada das paredes do molde às radiações
caloríficas do metal, durante o enchimento.
A maioria dos estragos superficiais dos moldes em areia produzem-se antes que a
pressão do metal seja estabelecida de uma maneira estável contra as paredes, isto é,
antes que seja completamente vazado o molde (ou as paredes do molde).
Por exemplo:
• OS defeitos de superfície nas parte inferior do molde aparecem nos limites de
uma porção de metal líquido momentaneamente imóvel;
• A formação de escamas inicia-se nas paredes, por cima do nível de metal
muitas vezes antes do enchimento completo do molde;
• A erosão no sistema de canais produzem-se freqüentemente onde o fluxo de
metal desliga-se da parede do canal.
A solução ideal seria vazar instantaneamente o molde, mas esta é praticamente
impossível de se obter. Aproxima-se dela quando se seguem as seguintes
recomendações:
• Escolher o tempo de enchimento mais curto entre vários possíveis;
• Localizar os ataques de tal maneira que o enchimento das partes mais baixas da
cavidade seja realizado rápida e simultaneamente;
• Projetar o sistema de canais de maneira que as paredes horizontais superiores
da cavidade não fiquem expostas por muito tempo ao efeito da radiação do
metal líquido.
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8 –Tempo de enchimento
O tempo de enchimento deve ser menor que o tempo de resfriamento da liga até o
liquidus. O ábaco da figura 18 apresenta valores de tempo de resfriamento até o
liquidus em função da espessura da liga da peça e do sobreaquecimento.
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Para garantir o enchimento do molde sem que ocorra defeitos nas peças – por
exemplo: Junta fria é necessário que o tempo de enchimento seja menor que o tempo
de resfriamento até líquidus.
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Vazão ótima
Tipo de vazamento
Cm³/s Kg/s
Manual 300 – 600 2,1 – 4,2
Mecanizada 800 – 1300 5,8 – 9,2
Figura 19 – Vazão ótima para operacionalizar o vazamento em função do tipo de
vazamento
Como t = P/Q ou t = V/Q
t = tempo em segundo
P = peso da peça
V = volume da peça
Q = vazão Kg/s ou Cm³/s
Pode-se então determinar uma faixa de tempo ideal a operacionalização do
vazamento.
As areias de fundição se dilatam sob o efeito do calor o que provoca uma série de
efeitos nas peças. Durante o enchimento do molde a areia esta sujeita a radiação do
metal líquido que, em função do tempo de exposição, entra em processo de dilatação.
Existe pois um tempo crítico em que a areia resiste a radiação.
A figura 20 apresenta valores aproximados de tempos críticos para areias de fundição
a base se sílica (SiO2).
O tempo de enchimento deve, então ser menor que o tempo que a areia resiste a
radiação. É importante observar que as radiações afetam principalmente superfícies
horizontais das partes altas do molde e que nem todas as superfícies estão sujeitas a
radiação durante todo o enchimento do molde. Portanto conforme a forma da peça o
tempo total de enchimento pode ser maior que o tempo que a areia resiste a radiação.
9 – Sistemas de enchimento
Os elementos, funil, copo e bacia de vazamento tem como objetivo facilitar a entrada
do metal ao canal de descida. O funil é obtido escareando ou imprimindo um molde. O
funil normalmente é empregado para pequenos moldes e/ou produção em série.
O copo é um funil confeccionado separadamente do molde e colocado sobre o canal de
descida (figura 22). Normalmente ele é confeccionado em areia rígida (resina, silicato
CO2).
O corpo é usado para moldes médios e as vezes para produção em série.
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Figura 22 – Funil
Figura 23 – Copo
Canal de descida
Pé do canal de descida
Canal de distribuição
Ataques
O objetivo dos ataques é fazer a ligação entre o canal de distribuição e a peça (fig. 28).
A figura 31 mostra o sistema com canal de distribuição e vários ataques. Este sistema
é recomendado para peças pequenas ou médias, ou grandes, mas de pequena largura.
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Sistema em chuveiro
Este sistema permite em enchimento, que seja por baixo ou por cima, na direção
vertical. Este sistema possibilita o enchimento de moldes cuja as peças tem paredes
finas e de grande altura.
A figura 33 apresenta um sistema em chuveiro por baixo (chuveiro inverso)
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Sistema misto
Este tipo de sistema é apenas uma união dos sistemas anteriores em peça de grande
tamanho como mostra a figura 34.
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Este sistema também é utilizado para moldes de superfície de separação vertical para
várias peças no molde (fig. 36).
10 – Escalonamento
A energia que o líquido adquire na sua queda para dentro do molde, é que possibilita o
enchimento da sua cavidade. Esta energia é, portanto, em função de altura do canal de
descida (altura metalostática). Assim a velocidade do fluxo num sistema de enchimento
está diretamente ligada as seções dos canais.
O escalonamento é uma relação de proporcionalidade entre a seção de canal de
descida, do canal de distribuição e a somatória das seções dos canais de ataque.
Dependendo desta relação obtém-se uma maior ou menor velocidade do fluxo de metal
nos elementos do sistema. Tomando como referência a seção do canal de descida esta
relação é apresentada na seguinte seqüência:
Sd – Sc – Sa
Onde:
Sd = seção do canal de descida;
Sc = seção do canal de distribuição;
Sa = Somatória das seções dos canais de ataque.
12 – Altura metalostática
Existe duas possibilidades básicas de enchimento de um molde: por baixo e por cima.
É obvio que uma determinada peça possa em função da sua forma e dimensões,
empregar sistema com duas possibilidades, ou seja, parte do molde e enchida por
baixo e parte por cima. No caso de enchimento por cima durante todo o processo de
enchimento a altura metalostática permanece constante. (fig. 38).
Para uma mesma altura metalostática a velocidade e a vazão, podem ser alteradas
durante o enchimento do molde devido a chamada perda de carga no sistema.
Um dos fatores que mais interfere na perda de carga é a geometria do sistema de
enchimento, principalmente quando há mudanças bruscas da seção e/ou direção do
fluxo.
A figura 40 ilustra esquematicamente o resultado destas perdas (∆H) em função do
desenho do sistema.
Como foi visto, um sistema de enchimento ineficiente pode provocar defeitos na peça.
A eficiência do sistema depende do seu desenho e de recomendações extraídas de
moldes experimentais. Existem pois, recomendações e justificativas para cada parte do
sistema de enchimento.
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Funil
Copo de vazamento
Bacia de vazamento
Canal de descida
Figura 48 –Recomendações para ligação entre, funil, copo e bacia de vazamento com
o canal de descida
Para canais de descida com altura inferior a 20mm, é comum que estes apresentem
uma ligeira divergência – aproximadamente 1% - que facilita a moldação (fig. 49).
Para canais de descida com altura superior a 20mm, estes devem ser retos ou
convergentes – aproximadamente 1% - ou ainda assumir um desenho mais sofisticado
como mostra a figura 50.
Figura 50 – Desenho que um canal de descida pode assumir para alturas superiores a
20mm
Pé do canal de descida
A maioria dos metais líquidos tem um peso específico superior ao das escórias,
películas de óxido e grãos de areia. Portanto, a separação do metal destas impurezas
efetua-se por meios físicos tais como a decantação e a configuração.
Sendo escórias de densidade menor que o metal líquido elas estarão, no canal de
distribuição, sujeitas ao empuxo, cujo vetor força tem direção vertical e sentido para
cima. Porém elas também estarão sob a ação da velocidade do fluxo, vetor força de
direção horizontal e sentido do fluxo. A energia devido a força de empuxo se
transforma em energia cinética que é a velocidade de subida da escória. Assim a
partícula de escória está submetida a um sistema de vetores de velocidade como
mostra a figura 54.
Vs = Velocidade de subida da partícula;
Vf = Velocidade do fluxo.
Observa-se que o percurso da partícula está sob o efeito da velocidade do fluxo, e será
maior do que se ele estivesse somente sob o efeito do empuxo.
A velocidade de flutuação da escória, segundo o Teorema de Stockes, é diretamente
proporcional ao diâmetro da partícula e inversamente proporcional a viscosidade do
líquido. Conservando o diâmetro da partícula e variando a velocidade do fluxo observa-
se uma variação no percurso da mesma como mostra o sistema de vetores da figura
55.
Observa-se que na situação (a) a partícula poderá não ter tempo de completar o seu
processo de flutuação antes de entrar no molde. Porém diminuindo a velocidade –
situação (b) – verifica-se que o percurso de flutuação é bem menor.
Conclui-se que ao diminuir a velocidade do fluxo facilita-se a flutuação das partículas
da escória. Para diminuir a velocidade pode-se proceder de duas formas:
• Escolher um escalonamento que aumente a seção do canal de distribuição
diminuindo a velocidade do fluxo;
• Construir uma câmera de retenção no canal de distribuição.
Porém no caso de partículas muito pequenas, por menor que seja a velocidade, não
haverá tempo hábil para garantir a sua flutuação. A retenção de escória por diminuição
de velocidade do fluxo só eficiente para partículas grosseiras.
Uma forma eficiente de retenção de escória são filtros de espuma de cerâmica. Estes
filtros fabricados com materiais refratários a base de óxido de alumínio e zircônio.
A estrutura física do filtro é um aglomerado de vazios – bolhas – mais ou menos
esféricas que se interligam. Os intertícios destas bolhas é constituído pela massa de
material cerâmica. São três os mecanismos de filtragem:
- Choque das partículas de escória com paredes dos filtros;
- Diminuição da velocidade do fluxo de metal líquido ao passar pelas bolhas;
- Ligações intermoleculares ou Forças de Van der Waals entre as partículas e as
paredes dos filtros.
A figura 59 apresenta um esquema do funcionamento dos filtros de espuma de
cerâmica.
Canal de distribuição
O canal de distribuição é o canal que recebe o metal do canal de descida para reparti-
lo entre os vários ataques. O canal de distribuição é geralmente horizontal ou
ligeiramente inclinado, em alguns casos particulares pode ser também vertical.
Um bom funcionamento do canal de distribuição implica uma boa repartição da vazão
do metal entre os ataques.
A melhor repartição da vazão de metal entre vários ataques se consegue mais
facilmente reduzindo a velocidade do metal no canal de distribuição (aumentando sua
seção). No limite, com uma seção infinita, a velocidade do fluxo do metal é nula, a
pressão é igual entre todos os ataques e a repartição do fluxo de metal realiza-se
proporcionalmente às seções dos ataques (fig 63a).
Quando este canal distribui o metal entre vários ataques, observa-se que é o ultimo
ataque que tem vazão maior em relação aos procedentes. O desequilíbrio da vazão é
tanto maior:
• Quanto menor for a seção do canal de distribuição e, portanto quanto maior for a
velocidade do fluxo de metal para uma mesma altura metalostática (fig. 63 b e
c);
• Quanto maior for a altura metalostática e, portanto, a velocidade do fluxo para
uma mesma seção de canal (fig. 64);
• Quanto maior for o número de ataques;
• Quanto menor for a relação = Seção do canal de distribuição = Sc / Seção total
dos ataques As.
Além disso, estes canais realizam uma boa repartição da vazão entre os ataques,
apesar de uma relação Sc/As = 1 sob a condição de respeitar uma ordem decrescente
das seções em função do número de ataques e da distância entre eles. Estes tipos de
canais de distribuição são 50 a 70% menos volumosos quando comparados com os de
seção uniforme cuja a relação Sc/Sa = 2.
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Ataques
Os ataques são canais, geralmente curtos, que ligam o canal de distribuição à peça, e
nos quais o metal deve ter uma queda notável de temperatura e facilite o acabamento
da peça. Portanto, não convém desenhá-la com seções circulares, quadradas ou
triangulares, pois além de impedir o resfriamento do metal, acarretam os seguintes
inconvenientes:
• Complicam a separação dos canais no acabamento;
• Dificultam o seu posicionamento sobre paredes finas de peças;
• Favorecem a entrada de escórias.
O ataque de seção retangular não tem estas desvantagens.
Ataques em chuveiro
Para evitar turbulência neste tipo de ataque deve-se respeitar a seguinte relação hb >
2,5d onde hb é a altura do canal de distribuição e do diâmetro do ataque.
Quando o ataque apresenta a altura na faixa compreendida, 50mm < e < 150mm, as
relações dimensionais passam a ser aquelas apresentadas na figura 73.
Figura 73 – Relações dimensionais para ataques em chuveiro quando 50mm < e <
150mm
No caso de seção do ataque em chuveiro ser retangular as dimensões dos lados deve
respeitar a seguinte relação a < 5b. Os taques em chuveiro podem ser também usados
em situações de enchimento por baixo como mostra a figura 74.
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Coeficiente B
Sd Sa Hd e La ≠ 0,1m hd = 0,5m
La = 0,1m
1 1 1,4 (+0,15) 1,6 (+0,15)
1 08 1,6 (+0,15) 1,8 (+0,15)
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Coeficiente B
n Sd Sa Hd e La ≠ 0,10m La ≠ 0,50m
Hd = 0,2 a 1m
3 1 0,7 1,7 (+ 0,25) 2,3 (+ 0,20)
3 1 0,6 2,0 (+ 0,35) 2,6 (+ 0,30)
4 1 0,5 2,3 (+ 0,40) 2,9 (+ 0,35)
>4 1 0,5 2,3 (+ 0,40) 2,9 (+ 0,35)
Escalonamento Sd = Sc = Sa
n B ( L = hd + Lo ≤ 0,2 m)
1a2 1,9 (+ 0,15)
3a5 2,0 (+ 0,15)
6a7 2,1 (+ 0,15)
8 a 10 2,2 (+ 0,15)
Figura 78 – Sistema padrão de enchimento D apresentando os coeficientes de perda
de carga B
Sistema com canal de distribuição escalonado com ou sem desnho especial para
facilitar a retenção de escória e diminuir a velocidade do fluxo (fig. 79).
Escalonamento recomendado: 1:1:1, 1:√Hi:√Hi
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Coeficiente B
Quando os canais laterais são ataques (a) 1,8 (+ 0,15)
Quando os ataques são perpendiculares aos canais horizontais 2,0 (+ 0,10)
Nota: hb > 2,5d
Figura 80 – Sistema padrão de enchimento F apresentando os coeficientes de perda de
carga B
Sistema com canal de distribuição vertical uniforme contendo divisões que são os
ataques. Utiliza-se para moldação de diversas peças idênticas (fig. 81).
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Ld / 3 + 4 La(m) Coeficiente B
0,5 2,3 (+ 0,4)
1,0 2,5 (+ 0,3)
2,0 2,7 (+ 0,3)
Figura 81 – Sistema padrão de enchimento G apresentando os coeficientes de perda
de carga B
Nota: O ferro fundido nodular constitui um caso particular. Ele contém magnésio
residual elemento bastante oxidável no estado líquido, em teores baixos (0,04 a
0,07%), o que não torna esta liga, rigorosamente, uma liga oxidável. Porém, para se
limitar a formação de películas de óxidos é necessário reduzir a velocidade do metal
nos canais adotando-se um escalonamento do tipo:
Para determinar o valor dos lados das seções do canal de distribuição escalonado
utiliza-se a seguinte progressão:
C1 = α1 x C; C2 = α2 x C; C3 = α3 x C... Cn = αn x c.
Onde:
C = lado do canal de distribuição de referência;
α = coeficiente de redução (tabela abaixo).
A figura 86 apresenta o detalhamento do desenho das reduções da seção.
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Número de ataques
L
n=2 n=3 n=4 n=5
(m)
α1 α1 α2 α1 α2 α3 α1 α2 α3 α4
0,05 0,74 0,83 0,61 0,88 0,74 0,54 0,91 0,80 0,67 0,67
0,10 0,75 0,85 0,63 0,90 0,76 0,57 0,92 0,83 0,70 0,70
0,15 0,76 0,86 0,65 0,91 0,78 0,59 0,94 0,85 0,73 0,73
0,20 0,77 0,87 0,67 0,92 0,81 0,62 0,95 0,89 0,77 0,77
0,30 0,79 0,90 0,71 0,95 0,81 0,67 0,98 0,93 0,83 0,83
0,40 0,81 0,92 0,74 0,97 0,89 0,72 1,00 0,97 0,89 0,89
0,50 0,83 0,94 0,77 0,99 0,93 0,77
0,70 0,86 0,97 0,77
1,00 0,90
1,20 0,93
1,50 0,96
1,80 0,99
Figura 87 – Valores de ∞ para 2 a 5 ataques
L n=8
(m) α1 α2 α3 α4 α5 α6 α7
0,05 0,95 0,90 0,83 0,76 0,67 0,56 0,56
0,10 0,97 0,92 0,87 0,81 0,72 0,61 0,61
0,15 0,98 0,95 0,91 0,86 0,78 0,67 0,67
0,20 0,99 0,99 0,95 0,90 0,84 0,73 0,73
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L n=9
(m) α1 α2 α3 α4 α5 α6 α7 α8
0,05 0,96 0,91 0,86 0,80 0,73 0,64 0,53 0,53
0,10 0,97 0,94 0,90 0,85 0,78 0,70 0,60 0,60
0,15 0,99 0,97 0,94 0,90 0,85 0,77 0,66 0,66
0,20 1,00 1,00 0,98 0,95 0,91 0,84 0,73 0,73
Figura 90 – Valores de ∞ para 9 ataques
L n = 10
(m) α1 α2 α3 α4 α5 α6 α7 α8 α9
0,05 0,96 0,93 0,88 0,83 0,77 0,70 0,62 0,52 0,52
0,10 0,98 0,95 0,92 0,88 0,83 0,77 0,69 0,59 0,59
0,15 0,99 0,98 0,97 0,94 0,90 0,84 0,77 0,66 0,66
0,20 1,00 1,00 1,00 0,99 0,96 0,92 0,85 0,74 0,74
Figura 91 – Valores de ∞ para 10 ataques
L n = 11
(m) α1 α2 α3 α4 α5 α6 α7 α8 α9 α10
0,05 0,97 0,94 0,90 0,85 0,80 0,75 0,68 0,60 0,60 0,60
0,10 0,99 0,97 0,94 0,91 0,87 0,82 0,76 0,68 0,68 0,68
0,15 1,00 0,99 0,98 0,97 0,94 0,90 0,84 0,77 0,77 0,77
Figura 92 – Valores de ∞ para 11 ataques
L n = 13
(m) α1 α2 Α3 α4 Α5 α6 α7 α8 α9 α10 α11 α12
0,05 0,98 0,95 0,92 0,89 0,85 0,81 0,76 0,71 0,65 0,57 0,57 0,57
0,10 0,99 0,98 0,97 0,95 0,92 0,89 0,85 0,81 0,74 0,67 0,67 0,67
0,15 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,98 0,95 0,91 0,85 0,78 0,78 0,78
Figura 93 – Valores de ∞ para 13 ataques
L n = 16
(m) α1 α2 α3 α4 α5 α6 α7 α8 α9 α10 α11 α12 α13,14,15
0,05 0,98 0,97 0,95 0,93 0,90 0,88 0,84 0,81 0,77 0,73 0,67 0,61 0,54
0,10 1,00 1,00
Figura 94 – Valores de ∞ para 16 ataques
Introdução
Q = Sxv
Onde:
Sd = área da seção do canal de descida em mm²;
V = volume de cavidade do molde em cm³;
T = tempo de vazamento em segundos;
B = coeficiente de perda de carga admensional;
H = altura metalostática em cm³.
77
Utilizando esta fórmula, pode-se então determinar a área da seção do canal de descida
e empregando a razão de proporcionalidade entre os canais (escalonamento)
determina-se a área de seção do canal de distribuição (Sc) e a somatória das áreas
das seções dos canais de ataque (Sa). A partir das áreas das seções obtém-se as
dimensões lineares empregando fórmulas básicas para cálculo de áreas.
Altura metalostática H
No caso de enchimento por baixo (fig. 97) o valor de H é dado pela seguinte fórmula.
H = altura metalostática;
Hi = altura metalostática no início do vazamento;
Hf = altura metalostática no final do vazamento.
Tempo de enchimento T
Ts = Tq x β
Onde:
Ts = tempo de solidificação;
Tq = tempo de resfriamento da liga até o líquidus;
β = coeficiente que leva em consideração o modo de enchimento e o tipo de
solidificação da liga (camadas finas ou camadas espessas).
Para encontrar o valor de β consulta-se a tabela da figura 98.
Tipos de solidificação
Modo de enchimento
Camadas finas Camadas espessas
Por cima β = 1,8 a 2 β = 0,9 a 1
Por baixo β = 1,8 a 2 β = 0,6 a 0,8
80
Tθ é tempo resultante da relação peso ou volume da peça com a vazão ótima segundo
a seguinte fórmula.
Tθ = P/Q = V/Q’
Onde:
Tθ = tempo em segundo;
P = peso da peça Kg
V = volume da peça cm³
Q = vazão Kg/s
Q’ = vazão cm³/s
Vazão ótima
Tempo de vazamento
cm³/s Kg/s
Manual 300 a 600 2,1 a 4
Mecanizada 800 a 1300 5,8 a 9,2
Figura 102 – Valores de vazão ótima
A tabela da figura 103 apresenta valores do tempo que areia resiste a radiação do
metal.
Areia a verde Areia aglomerada com
Areia fina Areia ≥ média resina ou silicato dês
AFS ≥ 100 AFS ≤ 70 sódio / Co2
± 5s ± 12s ± 60s
83
a) T ≤ Ts
Tr
Onde:
Sd = área de seção do canal de descida;
d = diâmetro do canal de descida.
Para encontrar a seção do canal de distribuição (Sc) basta multiplicar Sd pelo valor do
escalonamento e dividir pelo número de ramos de canal de distribuição.
O quadro da figura 104 apresenta o resumo destas operações.
84
ρa = Sa/n onde:
ρa = Σ das áreas das seções dos ataques;
n = número de ataques.
As cotas dos elementos de modelo tais com funil, copos e bacia de vazamento, câmara
centrípeta etc., são obtidas em função das cotas o diâmetro do canal de descida ou da
seção do canal de distribuição. Para obtê-las basta seguir as recomendações do
desenho destes elementos.
Rendimento do sistema
Conceito
Como já foi visto a partir do momento que se termina o vazamento de uma peça o
metal inicia um processo de resfriamento e em conseqüência ele sofre sucessivamente
três reduções de volume:
• Contração no estado líquido;
• Contração durante a solidificação;
• Contração no estado sólido;
As duas primeiras contrações podem ser compensadas por uma reserva de metal
líquido constituída fora da peça não ligada a ela que se chama massalote. O objetivo
deste – massalote – é evitar a formação do defeito rechupe. A terceira contração
provoca uma redução das dimensões da peça que é compensada através do aumento
das medidas do modelo (fig. 1).
A peça da figura 2 que apresenta um rechupe fica isenta deste defeito quando se utiliza
um massalote, o qual será eliminado no momento do acabamento da peça (fig. 3).
Como as peças de fundição nem sempre tem a forma simples a prevenção do defeito
rechupe, não é tão elementar que somente a colocação de um massalote resolva. É
necessário ter-se um sistema de alimentação.
Sistema de alimentação é constituído por massalotes e um conjunto de artifícios que
garantam a eficiência destes – massalotes – cujo o objetivo é obtenção de peças
isentas de rechupes.
Estes artifícios são principalmente:
• Obtenção de solidificação dirigida;
• Uso de resfriadores;
• Uso de produtos exotérmicos;
• Garantir a atuação da pressão atmosférica nos massalotes;
1 – Massalotes
Para que os massalotes cumpram sua função ele deve satisfazer 05 regras básicas,
são elas:
1. O tempo de solidificação do massalote deve ser superior ao tempo de
solidificação da parte de peça que ele tem de alimentar, isto é, o massalote
deve solidificar depois da peça (Mm>Mp);
2. O massalote deve estar posicionado sobre o ponto quente da peça;
3. O massalote deve conter volume suficiente de metal líquido para compensar a
contração volumétrica da peça;
4. O massalote deve com pressão máxima, isto é, deve estar constantemente
sob efeito da pressão atmosférica;
5. O massalote deve ter um peso mínimo relativo ao peso da peça sem perder a
sua eficiência para maior economia de material e facilitar a sua remoção
quando do acabamento da peça.
A figura 4 mostra os vários tipos de massalotes comumente utilizados sua respectiva
denominação.
88
b – Pescoço do massalote
O pescoço é parte do massalote que faz a ligação deste com a parte da peça que ele
tem de alimentar. O seu desenho tem grande importância, pois se ele é muito longo
corre-se o risco de haver uma solidificação prematura e ao contrario, se ele é
estrangulado e muito curto o risco é haver um sobre-aquecimento localizado
provocando a formação de rechupe nesta região (fig. 5).
Liga d l
Aços 0,40 a 1,00 D 0,15 a 0,20 D
Fo Fo Cinzentos e nodulares 0,30 a 0,70 D 0,15 a 0,20 D
Ligas de cobre 0,30 a 0,70 D 0,15 a 0,20 D
Ferros brancos 0,30 a 0,70 D 0,15 a 0,20 D
Ligas de alumínio 0,30 a 1,00 D 0,15 a 0,35 D
Figura 6 – Recomendações para o desenho do pescoço de massalote diretos
Nos casos dos massalotes laterais, além de um bom desenho do pescoço é necessário
um bom desenho do corpo do massalote para garantir a sua eficiência. A figura 8
apresenta as recomendações para o desenho dos massalotes laterais em função do
tipo de liga que a peça será vazada.
Material exotérmico
Material isolante
Espessura do revestimento
3 – Resfriadores
Tipos de resfriadores
Nº Material i d
1 Areia sílico-argilosa sintética a seco, socagem máxima 70 1
2 Areia sílico-argilosa sintética a seco, socagem normal 70 0,93
3 Areia sílico-argilosa sintética a verde, socagem normal 70 1,00
4 Areia sílico-argilosa sintética a seco, socagem branda 70 0,92
5 Areia sílico-argilosa sintética a seco, socagem máxima 100 0,99
6 Areia sílico-argilosa sintética a seco, socagem normal 100 0,92
7 Areia sílico-argilosa sintética a verde, socagem normal 100 1,00
8 Areia sílico-argilosa natural a seco, socagem máxima 40 1,09
9 Areia sílico-argilosa sintética + 5% pó de carvão mineral 70 0,94
10 Areia sílico-argilosa sintética + 10% óxido de ferro 70 1,12
11 Areia sílico-argilosa sintética + 10% de grafita 70 1,27
12 Areia de zirconita + 8% de argila 100 1,31
13 Areia de zirconita sintetizada 1,20
14 Areia de cromita + 3% de silicato de sódio 95 1,07
15 Molde em areia sílica com resfriadores internos (cravos e pregos) 1,10
16 Resfriador moldado com carboneto de silício 1,75
17 Resfriador em Alumínio e = 1,33 x Módulo da Peça 2,49
18 Resfriador em Ferro Fundido e = 1,33 x Módulo da Peça 2,65
19 Resfriador em Aço e = 1,33 x Módulo da Peça 3,83
20 Resfriador em Bronze e = 1,33 x Módulo da Peça 3,79
No caso de resfriador com grande superfície deve-se fazer ranhuras para facilitar a
saída dos gases (fig. 13).
Figura 13 – Resfriador com ranhuras na superfície para facilitar a saída dos gases
95
Para evitar trincas nas peças recomenda-se que a espessura dos resfriadores seja
decrescente (fig. 14 b), desta maneira haverá uma região de transição entre uma
região de resfriamento rápido (com resfriador) e uma região de resfriamento mais lento
(areia). A figura 14 a, mostra que utilizando um resfriador de espessura constante há a
formação de uma região mais propensa a formação de trincas devido a formação de
um intervalo sólido-líquido de baixa resistência, elevada tensão, ao esforço de
contração sólida do material, formando-se aí uma fissura no momento da contração.
Sendo o resfriador de espessura decrescente haverá a formação de uma região de
transição de resfriamento intermediário, com formação de uma região sólido-líquido
menos acentuado, baixa tensão, e mais resistente aos esforços de contração. Outra
maneira de se favorecer a formação de uma região de transição sólido-líquida menos
acentuada, de menor tensão, é a colocação de um material resfriador moldável de
coeficiente de difusibilidade térmica intermediário entre o material do resfriador e a
areia do molde (fig.14c).
96
Dimensionamento do resfriador
Para que um resfriador atue com segurança e eficiência é necessário que o mesmo
tenha dimensões bem controladas, isto é, um volume que permita um regime de troca
de calor contínuo e uma superfície de contato que promova uma troca de calor sem
interferências. No quadro da figura 31 estabelece-se que a espessura de um resfriador,
que atenda aquele valor de difusibilidade térmica, deve obedecer a relação: espessura
do resfriador = 1,33 x Módulo da peça. Porém diferentes autores estabelecem
recomendações para o dimensionamento de um resfriador. Wlodawer sugere que a
espessura do resfriador deve ser determinada tendo-se a área de contato e o volume
do mesmo. A área de contato necessária para a atuação do resfriador pode ser dada
pela seguinte expressão:
Onde:
Vo = Volume da peça ou parte da peça está que sendo resfriada;
Mo = Módulo da peça ou parte da peça que está sendo resfriada;
Mr = Módulo da peça ou parte da peça desejado após a atuação do resfriador;
Aletas resfriadoras
As aletas figura 25, são um meio de diminuir o módulo da parte de peça por meio de
um aumento da superfície resfriadora.
103
4 – Solidificação dirigida
Gradiente térmico
O gradiente térmico é a diferença de temperatura entre dois pontos de uma peça por
unidade de distância entre os referidos pontos (fig. 28).
105
G = gradiente térmico
t2 = temperatura no ponto 2
t1 = temperatura no ponto 1
X = distância entre os pontos 1 e 2
Figura 28 – Fórmula para calcular o gradiente térmico
Observa-se que Gl < Gtr. Assim na região de t’2 a transmissão de calor se fará no
sentido transversal e como não existe gradiente entre t2 e t’2 as isotermas são paralela
entre si. Na região próxima a t1 e t2 existe um gradiente longitudinal e transversal Gl =
Gtr isto promove uma aceleração do resfriamento – aumentado a espessura da
camada sólido – e uma modificação na forma da isoterma. Numa placa esta
modificação apresenta-se conforme mostra a figura 30.
A região “E” está sob a influência dos gradientes Gl e Gtr e as isotermas são cônicas.
Já a região “B” a influência é somente de Gr portanto as isotermas são paralelas entres
si.
A solidificação dirigida é recomendada para ligas que solidifica por camadas finas
contínuas. Para obter uma solidificação dirigida procura-se obter isotérmicas não
paralelas para evitar a formação de rechupes axiais figura 31.
106
A figura 32 ilustra a forma ideal das isotermas – cônicas – geradas por um elevado
gradiente térmico entre a extremidade da peça e o massalote.
Estes produtos podem ser exotérmicos, isolantes, resfriadores, etc., figura 34.
Zonas de Ação
Para garantir uma alimentação satisfatória as isotermas devem assumir a forma cônica,
para isto é necessário que tenha um gradiente térmico longitudinal além do transversal.
Os massalotes, o efeito de extremidade e resfriadores podem criar este gradiente
térmico, porém existe um limite de distância que recebe o nome de zona de ação do
massalote.
Os valores para estes limites são encontrados em ábacos obtidos em trabalhos de
pesquisa. Para utilizar estes ábacos emprega-se a nomenclatura apresentada na figura
35.
109
Para atuar com eficiência os massalotes necessitam atuar com uma certa pressão para
vencer resistência devido a:
• Perdas de carga que sofre o metal líquido ao fluir entre os cristais de sólido em
formação;
• Aumento da viscosidade do metal com o resfriamento;
• Pelo efeito de capilaridade, etc.
Normalmente esta pressão é a pressão metalostática e a atmosférica.
Pressão metalostática
Por exemplo no caso de ferro fundido a pressão metalostática é igual a 6,9 g/cm² para
cada cm de desnível, e no caso de alumínio 2,4g/cm² para cada cm de desnível.
A pressão metalostática é pequena, e portanto não é suficiente para vencer as
resistências que afetam a eficiência dos massalotes.
Pressão atmosférica
7 – Sistema de alimentação
Para metais com pequeno intervalo de solidificação que solidificam por camadas finas
contínuas, recomenda-se procurar uma solidificação dirigida, colocando massalotes
nos centros térmicos.
• Pontos quentes, ataque nos massalotes, o uso de resfriadores para aumentar o
gradiente térmico e enchimento lento. (fig. 43)
114
Para metais com grande intervalo de solidificação e que solidificam por camadas
espessas continuas os descontinuas, recomenda-se ataque nas partes finas da peça,
massalotes nos centros térmicos, uso de produtos exotérmicos nos massalotes e
enchimento rápido (fig. 44). Este procedimento tem como objetivo obter uma isotermia
em toda a peça durante a solidificação, conferindo assim uma solidificação uniforme à
peça.
Figura 44 – Obtenção de isotermia durante a solidificação, com ataque nas partes finas
Sistema Básico 1
Características:
Empregado para:
metais que solidificam por camadas finas contínuas;
metais pouco oxidáveis no estado líquido.
Exemplo de liga:
aço com 0,1 < C < 0,3
ferro fundido cinzento 3,8 < Ceq < 4,3
cobre > 98%
Cupro – Níquel com Ni < 10%
Sistema Básico 2
Características:
- solidificação uniforme;
- utilização eventual de resfriadores na peça para homogeneizar as temperaturas;
- utilização de luvas exotérmicas no massalote para reaquecer o metal;
- enchimento rápido por cima, com muitos ataques nas partes finas;
- escalonamento convergente.
Empregado para:
metais com solidificação por camadas espessas contínua ou descontínuas;
metais pouco oxidáveis no estado líquido.
Exemplo de ligas:
aço com C > 0,3%
aço com 11 a 14% Mn
ferro fundido de grafita lamelar Ceq < 3,8 ou Ceq > 4,3
ferro fundido de grafita lamelar com P > 0,5%
ferro fundido de grafita esferoidal no caso de peças de pequena altura
ferro fundido branco
Bronze
Sistema Básico 3
Características:
Empregado para:
metais com solidificação por camadas finas contínuas;
metais muito oxidáveis no estado líquido.
117
Exemplo de ligas:
aço 18 Cr – 8 Ni
aços com 12 a 14% Cr
ferros fundidos grafita lamelar austeníticos hipoeutéticos com 20% de Ni e 2%
Cr;
alumínio puro;
cupro – alumínio com 13% Si e 10% Si – Mg;
latão de alta resistência;
latão 60 – 40;
latão 70 – 30;
magnésio puro.
Sistema Básico 4
- solidificação uniforme;
- utilização eventual de resfriadores na peça para diminuir o gradiente de temperatura;
- utilização de luvas exotérmicas no massalote para reaquecer o metal;
- velocidade reduzida nos ataques;
- enchimento rápido por baixo com muitos ataques nas partes finas;
- regime de enchimento com escoamento o mais laminar possível;
- escalonamento divergente;
Empregado para:
Exemplos:
Observações:
a) Os metais muito oxidáveis no estado líquido não podem ser vazados por cima. Mas
os metais pouco oxidáveis, que normalmente são vazados por cima, podem também
ser vazados por baixo, particularmente no seguintes casos:
• peças de formas complexas;
• peças de grande altura;
• peças com conjunto de machos instáveis ou frágeis;
• peças de alta qualidade nas quais se procura estrutura homogênea.
b) Os metais com solidificação por camadas finas podem ser vazados utilizando-se os
sistemas 2 ou 4 quando a espessura da peça é pequena e uniforme. As bolachas
pouco maciças podem ser neutralizadas por resfriadores.
c) OS metais com solidificação por camadas espessas podem ser vazados utilizando-
se os sistema 1 ou 3 quando for possível dirigir a solidificação com elevado gradiente
de temperatura. Neste caso, recomenda-se a utilização de resfriadores.
O quadro da figura 49 sintetiza os quatros sistemas básicos.
Incidência de
Tipo de molde Barra Placa
defeito
A=∞ A=∞
Macro rechupes
∆=A+E= ∞ ∆=A+E= ∞
Rígido
A=∞
Micro rechupes
∆=A+E= ∞ 3e ≤ E ≤ 4,5e
A = nulo ou A = nulo ou
Macro e micro
Não rígido indeterminado indeterminado
rechupes
E = 2,5e E = 2,5e
Porém, vários autores fizeram trabalhos sobre este assunto, cujos resultados são
apresentados sob a forma de gráficos, e para obter os valores de A, A + E e A + E + E’
basta consultar estes gráficos. As figuras 80 a 89 apresentam estes gráficos.
Aço ao Carbono
125
Aço ao Manganês
Latões – Placas
Latões – Barras
Bronze – 8 – 5 – 5 – 5
Cobre – Níquel
Cobre – Alumínio
Alumínio:
AlSi7Mg03
AlSi7Mg06
Alumínio – AlCu5MgTi
A figura 71 apresenta uma solução para garantir uma placa isenta de rechupe no que
se refere a número de massalotes e uso de resfriadores.
135
11 – Exemplo de Aplicação
F – Com dois massalotes laterais e um resfriador a barra pode atingir 580 mm (fig. 77)
G – Com dois massalotes laterais, um direto e dois resfriadores pode-se obter uma
barra isenta de defeitos de até 1160 + Dm (fig. 78)
137
No caso de paredes escalonadas (fig. 80) a parte da peça de parede mais espessa, e
de maior módulo, age como massalote da parte mais fina e de menor módulo.
138
Exemplo de aplicação
Seja a peça da figura 81, uma barra, fabricada em aço com 0,25% C e isenta de
defeito:
Como existe na peça o efeito extremidade que garante uma distância (TL) isenta de
defeitos na faixa de 2 a 2,5 a espessura, então não é necessária a deformação do
comprimento total da peça. A partir da distância L do efeito extremidade providencia-se
a deformação LP da peça colocando um sobre-metal sobre a mesma definindo a partir
do gráfico da figura 82. Porém percebe-se que a partir do ponto N, seção do massalote,
existe uma distância NP também isenta de defeitos, é distância A do massalote. Assim
a deformação da peça da figura 83 restringe-se somente à distância LPN, sendo que
distância PN não necessita deformação, pois as isotermas não tendem a se fechar
paralelas.
A concepção de um sistema de alimentação é uma ação de criação – solução de um
problema previsto –, que, apesar de todas as recomendações e informações
existentes, cada peça constitui um problema novo e requer uma solução inovadora.
141
É regra geral que o massalote deve solidificar depois da parte de peça a qual vai
alimentar. Pois só assim ele terá metal líquido para atender a contração da peça.
Em casos especiais como do ferro fundido cinzento o massalote deve ficar líquido
somente durante o tempo com que ocorre a contração no estado líquido e com isto
pode-se aproveitar a expansão grafítica.
Módulo do Massalote
Lateral 2,0
Areia sílica seca
Direto 1,5
Material isotérmico ou Lateral ou direto com ou
1,0
isolante sem luvas
(¹) Hm / Dm > 1,5 para ligas leves e ultraleves
Além dos aspectos térmicos que o massalote deve satisfazer é necessário que ele
tenha metal líquido suficiente para compensar a contração da peça ou elemento de
peça a ser alimentado. Assim o volume do massalote deve atender a seguinte relação:
onde:
Vm = volume do massalote;
Vc = volume da cavidade do molde correspondente a peça ou parte da peça a ser
alimentada pelo massalote;
r = taxa de contração volumétrica;
k´ = coeficiente de eficiência do massalote;
Caso esta condição não seja satisfeita deve-se aumentar o número de massalotes ou
recalcular as suas dimensões.
Tipo de Massalote K´
Massalotes comuns 6
Massalotes aquecidos pelo ataque 5
Massalotes cobertos com pó exotérmico 4
Massalotes em molde rígidos de peças de
3
ferro fundido cinzento
Massalotes com luva exotérmica 2
144
Ligas diversas:
Sobreaquecimento Sobreaquecimento
acima do liquidus acima do liquidus
Tipo de liga (ºC) Tipo de liga (ºC)
50 150 50 150
r R r r
Bronze 4 4,5 AlSi 7 6,5 a 7,5 7a8
Latão 6 6,5 AlSi 5 6,5 a 7,5 7a8
Latão HR 7 7,5 AlCu 8 6,5 a 7,5 7a8
CuAl e CuNi 5 5,5 AlCu 4 6,5 a 7,5 7a8
Ligas de Mg 5 6 AlMg 3 8 8,5 a 9
FoFo Branco Ceq = 3% 4 6 AlMg 6 8 8,5 a 9
AlSi 12 4,5 5 Aço – 0,8% C 6 7
AlSi 10 6,5 a 7,5 7a8 Aço – 0,3% C 5 6
Como o volume da cavidade do molde – peça líquida – é maior que o volume da peça
sólida no momento de verificar a suficiência do volume do massalote é necessário
então com o volume da cavidade (Vc).
Este volume é encontrado empregando a seguinte relação:
Vc = Vp x ds/dq
145
Onde:
Vc = volume da cavidade
ds = densidade do metal sólido
dq = densidade do metal líquido
O quadro da figura 89 apresenta valores para ds, dq e da relação ds/dq.
Metais Ds (dg/dm³) Dq (Kg/dm³) Ds/dq
Aço 7,8 6,8 1,147
Ferro Fundido 7,3 6,9 1,057
Bronze 8,9 7,8 1,141
Latão 8,4 7,5 1,120
Cobre 8,9 8,4 1,060
Cupro-alumínio 7,7 6,7 1,149
Ligas de alumínio 2,7 2,37 1,139
Figura 89 – Valores de ds, dq e da relação ds/dq
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS