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Módulo 8
8. ACABAMENTO
SUMÁRIO
III - REBARBAÇÃO............................................................................................. 30
1- Generalidades.................................................................................................. 30
2 – Os Rebolos.................................................................................................... 30
3 – As Esmeriladeiras.......................................................................................... 41
4 – Utilização Racional dos Rebolos................................................................... 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 53
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Figura 1
1- Limpeza Manual
O operário limpa sucessivamente cada peça, utilizando manualmente escovas de
aço. Pode-se também utilizar escovas de discos montados no eixo de um motor
elétrico, da mesma maneira que um rebolo (fig. 2).
Figura 2
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2 – Tamboramento
As peças são introduzidas a granel num tambor de forma cilíndrica ou poligonal (fig.
3), girando a uma velocidade de 20 a 60 rpm, conforme as formas e o metal das
peças que se devem limpar.
Figura 3
Figura 4
Figura 5
6
Figura 6
Figura 7
Para facilitar a limpeza das peças e mais particularmente quando as mesmas têm
formas côncavas ou internas, pequenos bolos ou estrelas de ferro fundido duro ou
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aço temperado são misturados com as peças. Algumas vezes, misturam-se pedaços
de sílex, de madeira dura ou de couro, que permitem obter um aspecto quase polido.
A figura 8 mostra a forma e as dimensões de vários tipos d estrelas.
Figura 8
3- Hidrojato
Projeta-se contra a peça um jato de água com alta pressão (80 a160 Kg/cm²) que
facilita a limpeza das formas externas, inclusive para a remoção dos machos.
Este processo aplica-se mais particularmente às peças de tamanho grande, com
machos que são colocados no interior de uma câmara de jato (fig. 9).
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Figura 9
4- Jato Abrasivo
Projeta-se contra a peça um jato potente de areia ou, mais recomendado, de
granalhas metálicas. O meio de propulsão pode ser o ar comprimido (fig.10) ou a
força centrífuga de turbina (fig. 11).
Figura 10
9
Figura 11
O processo por jato de abrasivo está cada vez mais usado, sendo a propulsão por ar
comprimido mais prática para peças de tamanho grande, pois o jato pode ser
dirigido manualmente, inclusive para a remoção dos machos interiores.
Os equipamentos que utilizam os jatos de abrasivo podem ser classificados
conforme a posição da peça:
• equipamento com as peças colocadas sobre um plano horizontal fixo ou
móvel;
• equipamentos com as peças penduradas;
• equipamentos com as peças carregadas a granel.
A vantagem dos abrasivos silicosos é que o impacto sobre a superfície das peças é
menos duro do que com a granalha metálica. Conseqüentemente, os aspectos da
superfície da peça é menos rugoso, principalmente no caso de peças em ligas
macias.
As desvantagens são:
• grande consumo, que gira em torno de 4 a 5 Kg de abrasivo por m² de
peça limpa:
• problema da poluição – silicose.
A granulometria do abrasivo é importante e deve ser escolhida em função:
• do tipo de liga
- ligas de cobre 0,4 a 0,6 mm
- ligas leves 0,5 a 0,8 mm
- ferro fundido cinzento ou maleável 0,6 a 1 mm
- aço 1,4 a 2,5 mm
•da rapidez do trabalho: quanto maior a granulometria, maior a rapidez de
limpeza:
•do desgaste de certas peças da maquina:
b) Abrasivo ferrosos
São classificados em quatro categorias:
• granalha de ferro fundido branco e tratado termicamente, dureza = 500 HB.
A sua desvantagem é quebrar-se facilmente. O tamanho dos grãos diminui
rapidamente e, portanto, é reduzida a eficácia da granalha. Seu preço de
custo é relativamente baixo em relação ao dos outros tipos de granalha, o que
permite sua utilização em máquinas que funcionam com perdas elevadas em
granalha, ou para limpeza de peças ocas nas quais se acumulam granalha,
difícil de ser recuperada;
• granalha de ferro fundido maleável – é menos quebradiça;
• granalha esférica de aço – são gotículas de aço fundido. Tem resistência
bem superior às outras. Utiliza-se para remover a areia dos machos internos,
ao mesmo tempo que limpa a superfície da peça;
• granalha de aço cortado e tratado – são pequenos cilindros de comprimento
igual ao diâmetro. É o tipo de da granalha mais eficaz, mas também mais
caro. Deve ser utilizado unicamente em instalações de granalhagem
desenhadas para recuperar a quase totalidade da granalha e em bom estado
de funcionamento;
c) Abrasivos especiais
Utilizam-se também gotículas de vidro e escórias de alto-forno, principalmente
em fundição de precisão e em fundição de modelos e estátuas.
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Em certos tipos de máquinas, o funcionamento é descontinuo (fig.15).
Figura 15
Figura 16
Figura 17
14
Figura 18
Figura 19
A seguir, descreve-se uma instalação deste tipo, realizada numa fundição de aço
com as seguintes características:
• produção mensal: 300 toneladas;
• peças em aços especiais do tipo Ni–Cr-Mo;
• peso unitário das peças acabadas: alguns quilogramas a 3 toneladas;
• peso unitário máximo das peças após a desmoldagem, isto é, com machos,
areia grudada, sistema de massalotes e canais: 6 toneladas;
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Figura 20
Figura 21
Figura 22 Figura 23
Figura 24
Figura 25
5- Coletores de Pó
Para controlar de maneira rigorosa o pó que normalmente se forma nos processos
de limpeza, é necessário instalar coletores de pó. A maioria funciona com mangas
filtrantes (fig. 26).
Figura 26
A remoção dos canais e massalotes pode ser feita antes ou depois da limpeza,
conforme vários fatores de produção da fundição.
Quando e remoção se opera antes da limpeza, a peça apresenta-se conforme a
figura 27.
Figura 27 Figura 28
Figura 29 Figura 30
Figura 31 Figura 32
No caso dos metais não quebradiços, a remoção manual, quando não se pode
proceder de outra maneira, é feita com o auxilio de talhadeira, serra manual ou buril
pneumático (fig.33).
Figura 33
4- Corte Térmico
O processo consiste em cortar o metal por fusão ou por combustão. Faz-se primeiro
o aquecimento da parte a ser cortada e logo inicia-se o corte, usando
simultaneamente o oxigênio (gás comburente) e um gás combustível.
Utiliza-se um maçarico, conforme as figuras 34 e 35.
Figura 34
Figura 35
Figura 36
20 28 12
Alumínio 45 30 18
120 100 10
Vazão de gás: 50 a 100 litros por minuto (alto preço de custo)
Figura 37
Este processo é utilizado para todas as ligas. Os discos abrasivos são montados
sobre maquinas fixas, portáteis ou suspensas.
As maquinas fixas são utilizadas para cortar canais e massalotes de pequenas
peças que podem ser facilmente manejadas. A peça é empurrada contra o rebolo
que gira sobre um eixo, ou é fixada num torninho enquanto o rebolo é deslocado
mecanicamente.
As máquinas portáteis e comando pneumático são particularmente utilizadas para
cortar os canais e massalotes das peças de ferro fundido de tamanhos médio e
grande (fig. 38)
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Figura 38
Figura 39
As suspensas são as máquinas portáteis mais potentes, cujo maior peso obriga a
pendurá-las. Constam essencialmente de um braço suspenso tendo numa
extremidade o rebolo e na outra o motor de comando. O ponto de suspensão passa
sensivelmente pelo centro de gravidade, de maneira que o conjunto fique
equilibrado. Por outro lado, o sistema permite orientar e fixar o rebolo em diferentes
posições. As máquinas suspensas são utilizadas para cortar os canais e massalotes
de peças de tamanho grande, difíceis de deslocar.
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Figura 40 Figura 41
Nas fundições de pouca produção, utiliza-se a serra manual comum (fig. 41).
Também, em grandes fundições, podem prestar serviços em casos especiais.
A primeira forma de mecanização é a antiga serra alternativa. Atualmente usam-se
com mais freqüência serras de fita, conforme o esquema da figura 42.
Figura 42
Figura 43
Figura 44
DUREZA BRINELL
O ensaio de dureza de Brinell consiste em comprimir lentamente uma esfera de aço,
de diâmetro D, sobre uma superfície plana, polida e limpa de um metal através de
uma força F, durante um certo tempo.
HB = dureza Brinell
F = força de impressão em kgf
S = superfície da calota esférica em mm²
D = diâmetro do penetrador em mm
d = diâmetro da impressão em mm
O método brasileiro da ABNT para ensaio de dureza Brinell para metais (MB – 60)
prescreve:
• sempre que possível, o ensaio deve ser efetuado com esfera de 10 mm de
diâmetro;
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4,75 159
4,80 156
4,85 152
4,90 149
4,95 146
5,00 143
5,05 140
5,10 137
INSPEÇÃO DE COQUILHAMENTO
Consiste em analisar ou testar a peça fundida GL para verificar
se a mesma apresenta coquilhamento ou pontos duros Fe3C.
Métodos: - com uso de lima
- Através da Usinagem (torno ou Fresa).
- Processo e feito por amostragem (Por Reação).
Execução: Verifica-se limando ou usinando pontos finos da peça (geralmente na
parte superior, conforme a peça é vazada) ou faces, para aprovar o lote/reação, se a
peça apresentar boa usinabilidade, ou corte com a lima.
Reprovar o lote/reação, caso a lima deslize sem cortar, ou a Usinagem não
conseguiu bom acabamento na face usinada.
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III - REBARBAÇÃO
2- Generalidades
A rebarbação tem a finalidade de remover da peça todas as excrescências metálicas
inúteis, de maneira tal que a mesma tenha bom aspecto quando da entrega ao
cliente.
As características são conseqüências:
• da remoção dos canais e massalotes;
• de defeitos superficiais de moldação: rebarbas, escamas, inchação,
rugosidade excessiva, etc.
Figura 45 Figura 46
2 – Os Rebolos
É agora clássico considerar o rebolo como constituído por uma multidão de
ferramentas, grãs abrasivos com várias arestas cortantes. Estas ferramentas, sendo
inseridas numa mistura aglomerada sólida, fazem o papel de porta–ferramentas.
Cada grão de abrasivo corta uma apara de metal que se coloca parcialmente nos
poros da mistura aglomerante e é deslocada até o limite L da superfície a ser
cortada, antes de se separar do rebolo (fig. 47). A figura 48b mostra uma vista
ampliada da superfície do rebolo 48a. A figura 48c esquematiza um corte da
superfície 48b ainda mais ampliada.
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Figura 47
Figura 48
Figura 49
Quando o grão desgastado não se volta por si mesmo, necessita-se uma operação
de retificação, com o auxílio de retificador de roletes.
Figura 50
33
Figura 51
Figura 52
Figura 53
Figura 54
Figura 55
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Figura 56
Figura 57
38
Quando uma pequena pressão é aplicada sobre o rebolo, a produção não cresce em
função do aumento da velocidade linear. Ao contrário, quando a pressão de
aplicação é mais forte, verifica-se um rápido aumento da produção em função da
velocidade linear.
Destas curvas, deduz-se a importância da pressão exercida pelo operário para
aplicar a peça sobre o rebolo. Quando se trata de esmerilar uma pequena rebarba, o
operário não pode aproveitar do fator pressão e a produção diminui porque não é
possível proceder de outra maneira. Deve-se lembrar que o objetivo da rebarbação
em fundição não é produzir aparas de metal, mas sim de obter melhor apresentação
da peça.
O diagrama da figura 58 mostra a variação do rendimento do rebolo em função de
sua velocidade linear. O rendimento é expresso pela redução:
Peso de aparas
peso de rebolo desgastado
Figura 58 Figura 59
estrutura aberta, a duração diminui de 60% quando a pressão passa de 135 para
225 Kg, correspondendo, neste caso, a 62% de aumento na produção.
O diagrama da figura 61 mostra a variação do rendimento do rebolo em função da
pressão exercida sobre o rebolo e da estrutura do mesmo. Verifica-se que aos dois
tipos de estruturas correspondem variações de rendimento opostos, sendo obtido
um melhor rendimento com o rebolo de estrutura dura.
Figura 60 Figura 61
Deste conjunto de diagramas – que não deve ser considerado em valor absoluto,
mas apenas pelo sentido das variações -, deduzem-se as seguintes conseqüências
praticas:
• a velocidade linear de avanço do rebolo deve permanecer constante.
Conseqüentemente, a velocidade angular em número de rotação por minuto deve
ser aumentada à medida que o rebolo se desgasta, isto é, que seu diâmetro
diminui;
• o rebolo deve ser utilizado à velocidade linear de avanço máxima compatível
com as condições de segurança;
• o grau de coesão e a estrutura são interdependentes e têm influência
preponderante sobre a produção. Estrutura muito macia baixa a produção e impõe
retificações freqüentes do rebolo e, portanto, perda inútil de abrasivo;
• um elemento importante da escolha do grau de coesão é a areia de contato.
De fato, para que um grão usado se solte, uma certa pressão unitária é
necessária, e, para obtê-la, o esforço exigido é maior à medida que cresce o arco
de contato. Quando o operador não pode aumentar este esforço, deve- se utilizar
um rebolo mais macio cujos grãos se soltam mais facilmente;
• para uma mesma vazão, as estruturas densas necessitam de pressão mais
elevada. Se por um lado corre-se o risco de baixar o ritmo do operário por cansaço,
por outro lado as estruturas densas agüentam mais os trabalhos duros;
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3 – As Esmeriladeiras
As esmeriladeiras são classificadas em três tipos:
• fixas pedestrais ou de bancada
• portáteis.
• suspensas.
Geralmente, as esmeriladeiras portáteis funcionam com ar comprido, as outras duas
com energia elétrica.
Figura 62
42
Figura 63 Figura 64
Figura 65 Figura 66
Figura 67
Figura 68
Figura 69
A peça deve ser estável no chão, pois suas oscilações criam vibrações que
impedem manter a pressão constante e uniforme, indispensável para se obter um
bom rendimento. Por outro lado, os repiques do rebolo sobre a peça aumentam o
desgaste do abrasivo e a fadiga do operário. Quando as vibrações são bem
amortecidas, observa-se um jato constante e regular de fagulhas.
Figura 70
47
• nunca utilizar uma esmeriladeira com espaço muito grande entre o encosto
e o rebolo;
• não utilizar uma cunha para frear mais rapidamente um rebolo após desligar
a máquina;
• evitar choques contra o rebolo. Trabalhar com flexibilidade, aumentando
progressivamente a pressão.
As esmeriladeiras portáteis são particularmente maltratadas;
• muitas vezes, os operários iniciam esmerilamento com choque, sob o
pretexto de que o rebolo corta mais rapidamente deste modo;
• não utilizar um rebolo muito duro com o objetivo de reduzir o seu desgaste;
• deixa-se freqüentemente a máquina em desequilíbrio, num lugar qualquer,
depois do uso, com o risco dela cair no chão. Ganchos devem ser colocados
próximos do posto de trabalho para suspender a máquina.
Figura 71
INSPEÇÃO VISUAL
Consiste em avaliar visualmente CADA PEÇA FUNDIDA quanto a sua sanidade e
com relação a especificação do cliente.
Esta inspeção é feita geralmente em duas fases do processo:
- A 1° inspeção é feita logo após o jateamento das peças, antes da
rebarbação, onde são separadas as peças que apresentam falhas.
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1. Definições de Defeito
• Imperfeição, deficiência;
• Erro, falha, tendência habitual para certo mal, vício, mancha, mácula. // vi
desertar.
Exemplos:
Especificação
1º Formato conforme desenho;
3. Tipos de Defeitos
NÃO-APARENTE
DETECTÁVEL COM AUXÍLIO DE INSTRUMENTOS;
(ULTRA-SOM, LÍQUIDO PENETRANTE, PAQUÍMETRO, TRAÇADOR, GABARITOS, 3D,
ESPECTRÔMETRO, CORTE DA PEÇA, APÓS USINAR, LIMA, MICROSCÓPIO,
DURÔMETRO,...) SOM COM O MARTELO
Tipo Causas Típicas
Defeitos de micro estrutura • coquilhamento ou cementita;
• vermicular;
• flotação de grafita;
• grafita explodida;
• estrutura ou matriz não-conforme;
• rechupes interno;
• bolhas e pinholes internos;
Dimensões e formas incorretas • desencontro;
• inchamento;
4. Inspetor da Qualidade
Observação:
Inspetor da qualidade deve ter a postura de um ‘’juiz’’, pois este a
todo o momento julga se o produto está bom ou está ruim.
ATITUDE
É muito grande a responsabilidade do inspetor, pois é o último a inspecionar o
produto antes do cliente, podendo o defeito só ser percebido quando quebrar em
uso no caminhão, automóvel, trator, colheitadeira,..., sob risco de acidente com
vítimas.
RESPONSABILIDADE
Os inspetores de todos os turnos devem ter uma postura séria em seu trabalho.
Não é fugindo da sua responsabilidade que o cliente vai receber peças boas.
Os inspetores são parte da equipe da FUNDIMISA, e devem honrar o cargo ou
função que ocupam e desempenharem sempre sob o foco no cliente.
Observação:
A disposição não é dada pelo inspetor da qualidade.
A disposição é dada por outra pessoa com conhecimento, autoridade e
responsabilidade conforme designado pela direção da empresa.
Controle da Qualidade
Verificação sistemática pós-manufatureira de que o produto atende aos padrões de
qualidade estabelecidos. Geralmente o controle é feito por amostragem, por
exemplo, uma em cada dez unidades produzidas.
O controle da qualidade é imprescindível para a exportação de produtos
manufaturados, a fim de que estes tenham larga aceitação por suas boas
qualidades. A exportação e mesmo as vendas internas estão sujeitas ao fracasso
quando uma empresa se descuida do controle da qualidade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENAI. DR. MG. Modelos e Caixas de Machos. 3. ed. Belo Horizonte, SFP-EMC,
1990.
SENAI. DR. MG. Resfriadores. 2. ed. Belo Horizonte: DFP/DAT, 1987. 51 p. il.
(Publicação Técnica – fundição, 18).Revista Fundição & Matérias Primas. Fundidos
de Ferro: ligas essenciais para ofuturo. Caderno Técnico 5. Publicação 06, em
Julho/Agosto de 2004.
http://www.cimm.com.br/portal
http://www.abifa.com.br/portal