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2018
Estruturas
Aula 5: Flexão Simples e Cisalhamento....................................................................................52
Utilizadas tanto em edificações urbanas tacanhas quanto nas de grande porte, as estruturas
metálicas imprimem maior produtividade e velocidade construtiva aos projetos. Em
comparação com processos convencionais, como a alvenaria, podem reduzir em até 40% o
tempo de execução da obra. Por dialogar com outros materiais, o aço — material das
estruturas metálicas — não deve ser visto como antagônico ao concreto, mas, em muito dos
casos, complementares.
1. Introdução
Imagina-se que, provavelmente, o cobre foi descoberto por acaso, quando alguma
fogueira de acampamento tenha sido feita sobre pedras que continham minério cúprico. É
presumível que algum observador mais arguto tenha notado algo “derretido” pelo calor do
fogo, reproduzindo, mais tarde, o processo propositadamente. Mas, como já se observou, o
cobre é por demais mole para que com ele se fabriquem instrumentos úteis, em especial
nos primórdios das descobertas humanas, bastante caracterizadas pelas necessidades de
coisas brutas. As técnicas de modelagem e de fusão vão se sofisticando quando surge a
primeira liga, o cobre arsênico, composto tão venenoso que logo teria que ser substituído.
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Aula 1 – Introdução e Observações
ESTRUTURAS
O passo seguinte foi a descoberta de que a adição ao cobre de apenas pequena proporção
de estanho, formava uma liga muito mais dura e muito mais útil do que o cobre puro. Era a
descoberta do bronze, que possibilitou ao homem modelar uma multidão de novos e
melhores utensílios: vasos, serras, escudos, machados, trombetas, sinos e outros. Mais ou
menos pelo mesmo período, o homem teria aprendido a fundir o ouro, a prata e o chumbo.
Todo o ferro primitivo seria hoje em dia classificado como ferro forjado. O método
para obtê-lo consistia em abrir um buraco em uma encosta, forrá-lo com pedras, enchê-lo
com minério de ferro e madeira ou carvão vegetal e atear fogo ao combustível. Uma vez
queimado todo o combustível, era encontrada uma massa porosa, pedregosa e brilhante
entre as cinzas. Essa massa era colhida e batida a martelo, o que tornava o ferro compacto e
expulsava as impurezas em uma chuva de fagulhas. O tarugo acabado, chamado ‘lupa’,
tinha aproximadamente o tamanho de uma batata doce, das grandes.
Com o tempo, o homem aprendeu como tornar o fogo mais quente soprando-o com
um fole e a construir fornos permanente de tijolos, em vez de meramente escavar um
buraco no chão. Dessa maneira, o aço daí resultante, era feito pela fusão do minério de
ferro com um grande excesso de carvão vegetal ou juntando ferro maleável com carvão
vegetal e cozinhando o conjunto durante vários dias, até que o ferro absorvesse carvão
suficiente para se transformar em aço. Como esse processo era dispendioso e incerto e os
fundidores nada sabiam da química do metal com que trabalhavam, o aço permaneceu por
muitos anos um metal escasso e dispendioso, e somente tinha emprego em coisas de
importância vital, como as lâminas das espadas.
Do ponto de vista histórico, narram alguns especialistas, que, por volta do século IV
d.C., os fundidores hindus foram capazes de fundir alguns pilares de ferro que se tornaram
famosos. Um deles, ainda existente em Dheli, tem uma altura de mais de sete metros, com
outro meio metro abaixo do solo e um diâmetro que varia de quarenta centímetros na base
a pouco mais de trinta centímetros no topo. Pesa mais de seis toneladas, é feito de ferro
forjado e sua fundição teria sido impossível, naquele tamanho, na Europa, até época
relativamente recente. Mas, a coisa mais notável nesse e em outros pilares de sua espécie,
é a ausência de deterioração ou de qualquer sinal de ferrugem.
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Aula 1 – Introdução e Observações
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Após a queda do império romano, desenvolveu-se na Espanha a Forja Catalã, que veio
a dominar todo o processo de obtenção de ferro e aço durante a Idade Média, espalhando-
se notadamente pela Alemanha, Inglaterra e França. Nesse período, o ferro era obtido como
uma massa pastosa que podia ser moldada pelo uso do martelo e não como um líquido que
corresse para um molde, como ocorre atualmente. O fim da Idade Média que prepara a
Europa moderna pela extensão do maquinismo, é também testemunha das primeiras
intervenções do capitalismo no esforço para a produção industrial.
Junta-se a isto toda uma estrutura comercial voltada para o exterior e já se pode
vislumbrar o perfil de um país que, praticamente sozinho, foi capaz de deter o privilégio de
domínio do mercado internacional de ferro, a ponto de ter sido considerada a oficina
mecânica do mundo. Apesar de não ser o único país a produzir ferro, foi o primeiro a
produzi-lo em escala comercial.
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Aula 1 – Introdução e Observações
ESTRUTURAS
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Aula 1 – Introdução e Observações
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Mas, como marco de construção, não se poderia deixar de citar, em São Paulo, o
Viaduto Santa Efigênia, que de acordo com o Eng.º Paulo Alcides Andrade, constituiu-se
num marco de São Paulo. A história desse viaduto, segundo o engenheiro, se inicia por volta
do ano de 1890, quando se obteve a licença do Conselho de Intendentes para a sua
construção. A obra, porém, não foi iniciada e o contrato para sua construção foi cancelado.
Para se resumir a história de uma obra repleta de vai-e-vem, de ordem burocrática, ela
somente teve início no ano de 1911 e terminou em 1913. A estrutura, totalmente fabricada
na Bélgica, foi apenas montada no local, pela união por rebitagem das peças numeradas –
processo de ligações estruturais adota na época – e com as furações prontas, sendo
inaugurada em 26 de setembro de 1913.
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Aula 1 – Introdução e Observações
ESTRUTURAS
O país importava praticamente todo o aço de que necessitava, tanto que as instalações
industriais da própria CSN foram construídas por empresas estrangeiras. Por aquele
período, à exceção dos produtos planos (chapas) que tinham a demanda garantida, os
demais produtos, tais como trilhos e perfis laminados, encontravam dificuldades na sua
comercialização, quando foi proposta pela USX – United States Steeel, empresa norte-
americana fabricante de aço e fornecedora de estruturas metálicas, após pesquisa de
mercado, que a CSN instalasse uma fábrica de estruturas com o objetivo de consumir a
produção de laminados e de incentivar o seu uso4.
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Aula 1 – Introdução e Observações
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
2.1. Vantagens
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Aula 1 – Introdução e Observações
ESTRUTURAS
2.2. Desvantagens
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Aula 1 – Introdução e Observações
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
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Aula 1 – Introdução e Observações
ESTRUTURAS
4. Fases de Obras
“Um bom projetista estrutural pensa de fato em sua estrutura tanto ou mais do que pensa no
modelo matemático que usa para verificar os esforços internos, baseado nos quais ele deverá
determinar o material necessário, tipo, dimensão e localização dos membros que conduzem as cargas.
A ‘mentalidade da engenharia estrutural’ é aquela capaz de visualizar a estrutura real, as cargas sobre
ela, enfim ‘sentir’ como estas cargas são transmitidas através dos vários elementos até as fundações.
Os grandes projetistas são dotados daquilo que às vezes se tem chamado ‘intuição estrutural’. Para
desenvolver a ‘intuição e sentir’, o engenheiro torna-se um observador arguto de outras estruturas.
Pode até mesmo deter-se para contemplar o comportamento de uma árvore projetada pela natureza
para suportar as tempestades violentas; sua flexibilidade é frágil nas folhas e nos galhos diminuídos,
mas crescente em resiet6encia e nunca abandonando a continuidade, na medida em que os galhos se
confundem com o tronco, que por sua vez se espalha sob sua base no sistema de raízes, que prevê
sua fundação e conexão com o solo”. (Johnstom)
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Aula 1 – Introdução e Observações
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
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Aula 1 – Introdução e Observações
ESTRUTURAS
Sendo:
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Aula 1 – Introdução e Observações
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
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Aula 1 – Introdução e Observações
ESTRUTURAS
Baseado e adaptado de
AUGUSTO CANTUSIO NETO.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
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Aula 2 – Aços Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
O aço é a mais versátil e a mais importante das ligas metálicas. O aço é produzido em uma
grande variedade de tipos e formas, cada qual atendendo eficientemente a uma ou mais
aplicações. Esta variedade decorre da necessidade de contínua adequação do produto às
exigências de aplicações específicas que vão surgindo no mercado, seja pelo controle da
composição química, seja pela garantia de propriedades específicas ou, ainda, na forma final
(chapas, perfis, tubos, barras, etc.).
1. Processo de Fabricação
Pela parte inferior desses mesmos altos-fornos, insufla-se ar quente; o carvão coque
queima produzindo calor e monóxido de carbono, que reduzem o óxido de ferro a ferro
liquefeito, com excesso de carbono. O calcário converte o pó de coque e a ganga – minerais
ferrosos do minério – em escória fundida.
Na sequência, pela parte inferior do forno, são drenados periodicamente a liga ferro-
carbono e a escória. O forno funciona continuamente e o produto do alto-forno chama-se
ferro gusa, uma liga de ferro ainda com alto teor de carbono e com diversas impurezas, cuja
maior parte é transformada em aço. O refinamento do ferro fundido em aço consiste em
reduzir-se a quantidade de impurezas a limites prefixados, quando, por exemplo, o excesso
de carbono é eliminado com a aplicação de gás carbônico; os óxidos e outras impurezas se
transformam em gases ou em escória que sobrenada o aço liquefeito.
Até há alguns anos atrás, basicamente existiam três processos de fabricação do aço:
Conversor Besemer, Forno Siemens-Martin e Forno Elétrico. No primeiro caso, o processo
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Aula 2 – Aços Estruturais
ESTRUTURAS
era mais rápido, quando se coloca no Conversor – um recipiente forrado com tijolos com
perfurações no fundo – o gusa derretido e injeta-se ar pelas perfurações ao fundo; o ar
injetado queima o carbono e algumas impurezas, produzindo calor necessário para a
operação que dura de dez a quinze minutos. O metal assim purificado pela injeção de ar é
lançado em uma panela e em seguida transferido para os moldes de lingotes, as
denominadas lingoteiras e, em seguida, enviado para a laminação.
No caso do Forno Elétrico, ainda hoje utilizado, a energia térmica é fornecida por arcos
voltaicos entre eletrodos e o aço fundido e esse processo é utilizado para refinar aços
provenientes do Conversor Bessemer ou do Forno Siemens-Martin. O aço líquido
superaquecido absorve gases da atmosfera e oxigênio da escória. O gás é expelido
lentamente pelo resfriamento da massa líquida, porém, ao se aproximar a temperatura de
solidificação, o aço ferve e os gases escapam rapidamente, que tem como consequência a
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Aula 2 – Aços Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
formação de diversos vazios no aço, que deve ser solucionada através da adição de ferro-
manganês na panela.
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Aula 2 – Aços Estruturais
ESTRUTURAS
2. Classificação
2.1. Aço-Carbono
A recomendação básica é que não se ultrapasse o percentual de 0,40 a 0,45 %, pois até
esses valores, existe um patamar definido de escoamento.
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Aula 2 – Aços Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Esse tipo de aço é obtido pelo mesmo aço-carbono acrescido de elementos de liga em
proporções diminutas – cobre, manganês, silício, etc. A adição desses elementos promovem
alterações na microestrutura original, ampliando a resistência desse tipo de aço.
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Aula 2 – Aços Estruturais
ESTRUTURAS
composição química determina muitas das características dos aços, sendo que alguns
elementos químicos presentes nos aços comerciais são consequência dos métodos de
obtenção, outros são adicionados a fim de se atingir determinados objetivos. A influência de
alguns desses elementos, como visto na disciplina Materiais de Construção II, pode ser
descrita resumidamente:
3.1. Elasticidade
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Aula 2 – Aços Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Vem a ser a capacidade que certos elementos estruturais têm de voltar à sua forma
original após sucessivos ciclos de carregamento e descarregamento. Se recorrermos à
Resistência dos Materiais – o ramo da Mecânica Aplicada que, utilizando os conhecimentos
da Teoria Matemática da Elasticidade, bem como da Mecânica Racional, estabelece
fórmulas onde são considerados os efeitos internos nos corpos, produzidos pela ação de
forças externas – é necessário recordar-se da Lei de Hook.
Essa lei muito antiga, segundo alguns autores, data de 1676 e enunciada por Hook,
estabelece que através de numerosas observações do comportamento dos sólidos,
demonstra-se que, na imensa maioria dos casos, os deslocamentos, dentro de certos
limites, são proporcionais às cargas que atuam, ou seja, segundo seja a força, assim será a
deformação.
Partindo da condição de que as tensões são produzidas pelos esforços atuantes, elas
aumentarão com o aumento das forças aplicadas. Daí, os aumentos das tensões serão
acompanhados por aumentos das deformações, passando por uma série de estados em que
sejam de efeito desde desprezível até a condição de desagregação das moléculas no ponto
de ruptura. Para a avaliação desses estados se realizam provas do material (ensaios), por
meio de “corpos de prova”, devidamente proporcionados, submetidos à experiência de
laboratório com máquinas especiais.
No caso dos aços estruturais, os ensaios de laboratório são realizados para esforços de
tração. Como vimos acima, a elasticidade é a propriedade que certos corpos têm de
retornarem, depois de deformados – sujeitos à ação de uma carga – à sua forma inicial,
quando desaparecem as causas que motivaram a deformação. Assim, no ensaio de tração
simples, sob a ação de uma carga P, o corpo de comprimento L, é aumentado da grandeza
δ. À medida que se aumenta P, δ também aumenta, e se não for ultrapassado o “limite de
elasticidade” do material, quando se retira a carga P, o corpo volta às condições primitivas.
Por isso, devido à elasticidade, a energia potencial interna, armazenada durante o
desenvolvimento da deformação δ, é capaz de devolver ao corpo, em forma de trabalho
mecânico, o necessário para restaurar as condições primitivas.
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Aula 2 – Aços Estruturais
ESTRUTURAS
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Aula 2 – Aços Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
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Aula 2 – Aços Estruturais
ESTRUTURAS
Baseado e adaptado de
AUGUSTO CANTUSIO NETO.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
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Aula 3 – Características Geométricas
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
1. Figuras Planas
• Área;
• Centro de Gravidade;
• Momento de Inércia;
• Raio de Giração;
• Momento Resistente Elástico;
• Momento Resistente Plástico.
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Aula 3 – Características Geométricas
ESTRUTURAS
Msx = A . Yg ou Msy = A . Xg
Onde:
1.1. Área
Uma vez determinada a área de uma certa seção transversal, tal qual a que vimos
acima, a próxima etapa deverá ser a determinação do Centro de Gravidade dessa seção ou
figura plana. Considerando que todo corpo é atraído pela “gravidade” para o centro da
Terra, e que o peso de um corpo é uma força cuja intensidade é a medida do produto da
massa pela aceleração provocada pela gravidade, os pesos de todas as moléculas de um
corpo formam um sistema de foças verticais, cuja resultante é o peso do corpo e cujo centro
de forças é o centro de gravidade. No caso de figuras planas, para se determinar o centro de
gravidade da seção, assim como se trabalhou com o cálculo de área, divide-se a mesma
figura em outras tantas figuras conhecidas para que se possa determinar o centro de
gravidade de cada figura inicialmente e, posteriormente, o cálculo do centro de gravidade
da figura integral.
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Aula 3 – Características Geométricas
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Se tomarmos a figura acima, um trapézio ABCD, a fim de se obter, pelo método mais
simples o centro de gravidade da seção, prolonga-se na direção da base menor (AB) o
comprimento maior (CD) até E, e na direção da base maior (CB) o comprimento menor (AB)
até F. Unindo-se EF, esta intercepta a linha mediana traçada entre AB e CD exatamente no
ponto do C.G. (Centro de Gravidade). A medida Yg, equivale à formulação matemática:
d (2b + B)
Yg = .
3 (b + B)
Quando, por exemplo, nos detivermos diante de uma figura plana de forma quadrada,
supondo seus lados iguais com medida de 90 cm, ao aplicarmos a equação acima,
obteremos o resultado de:
90 (2 . 90 + 90)
Yg = . = 45 cm
3 (90 + 90)
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Aula 3 – Características Geométricas
ESTRUTURAS
Onde Ygi e Xgi, são as distâncias entre os centros de gravidade das figuras individuais
conhecidas (1 a 3) até os eixos auxiliares Ya e Xa.
∑ Msxi ∑ Msyi
Yg = e Xg =
∑A ∑A
Portanto:
994,95 438,75
Yg = = 17,00 cm e Xg = = 7,50 cm
58,5 58,5
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Aula 3 – Características Geométricas
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Onde:
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Aula 3 – Características Geométricas
ESTRUTURAS
Onde Ygi e Xgi, são as distancias entre os centros de gravidade das seções individuais (1
a 3) em relação aos eixos reais Y e X.
A partir dos valores enumerados na tabela acima, já podemos definir os valores dos
Momentos de Inércia.
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Aula 3 – Características Geométricas
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Ii
ri = √
A
Onde:
Ii é o Momento de Inércia;
A é a Área da figura plana.
9695 844
rx = √ = 12,87 cm e ry = √ = 3,80 cm
58,5 58,5
Para o cálculo desse Momento Resistente, basta aplicarmos, assim como para o cálculo
do raio de giração, simples equação matemática, pois:
Ix Ix Iy Iy
Wxs = e Wxi = e Wye = e Wyd =
ygs ygi yge ygd
Onde:
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Aula 3 – Características Geométricas
ESTRUTURAS
9695
Wxs = = 745,76 cm3
13
9695
Wxi = = 570,29 cm3
17
844
Wye = = 112,53 cm3
7,50
844
Wyd = = 112,53 cm³
7,50
2. Exercício Resolvido
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Aula 3 – Características Geométricas
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Resolução:
Para encontrar o Momento Estático Total, deve-se somar os Momentos Estáticos das
seções. As fórmulas são Msx = A . Yg ou Msy = A . Xg (o “ou” está utilizado aí pois a figura é
simétrica e o ponto referência é a origem, o que implica do Centro de Massa em X ficar
equidistante ao Centro de Massa em Y, portanto, será calculado apenas em um eixo e
duplicado). Utilizaremos a primeira, em função do eixo X.
Para as seções 1 e 2:
Portanto:
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Aula 3 – Características Geométricas
ESTRUTURAS
∑ Msxi 11616
Yg = = = 14,23 cm
∑A 816
Como a figura é simétrica, sabe-se que Yg é igual a Xg, portanto Xg = 14,23 cm.
Para o futuro cálculo do Momento de Inércia, ainda necessitamos as parcelas Ygi e Xgi,
que são as distâncias entre o centro de gravidade da figura em relação ao eixo i (que são x e
y).
Portanto:
Não será calculado em relação a Xgi pois conforme dito acima, a figura é simétrica em
relação à origem determinada.
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Aula 3 – Características Geométricas
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Ix = Ixi + A . Yg2
Portanto:
Ix = Ix1 + Ix2
Ix = 80147,20 + 26790,25
Ix = 106937,45 cm4
Ii 106937,45
rx = ry = √ → rx = ry = √ → rx = ry = 11,44 cm
A 816
Sob o ponto de vista do Centro de Massa (CM), a parcela que fica à sua direita em
relação a Y, é simétrica a que fica acima, em relação a X. Portanto, pode-se dizer que Wxs =
Wyd Compreenda pela figura:
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Aula 3 – Características Geométricas
ESTRUTURAS
Portanto:
Ix 106772
Wxs = Wyd = = = 4143 cm³
ygd (40 − 14,23)
Iy 106772
Wxi = Wye = = = 7503,30 cm³
yge 14,23
Baseado e adaptado de
AUGUSTO CANTUSIO NETO.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
1. Elementos Estruturais
De uma maneira geral, essas peças estruturais têm classificação (como visto em outras
disciplinas) de:
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
ESTRUTURAS
Os sistemas lineares são formados por combinações dos principais elementos lineares
constituindo estruturas portantes em geral. Na treliça, por exemplo, as barras trabalham
predominantemente à tração ou compressão simples; as grelhas planas são formadas por
feixes de barras que trabalham predominantemente à flexão; enquanto pórticos são
sistemas formados por associações de barras retilíneas ou curvilíneas com ligações rígidas
entre si que trabalham à tração e compressão simples ou mesmo à flexão.
Os sistemas lineares são formados por combinações dos principais elementos que
compõem a estrutura. A estrutura, por sua vez, para que possa ser analisada e
dimensionada, necessita da determinação das cargas ou ações atuantes sobre essa mesma
estrutura, para que uma vez determinadas essas cargas ou ações, se possa verificar os
esforços resultantes das aplicações das cargas, assim como as deformações provocadas por
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
elas. A estrutura deverá ter resistência suficiente para suportar essas cargas e suas
combinações e manter as deformações plásticas dentro de padrões determinados.
Essas cargas ou ações atuantes sobre as estruturas, definidas por Normas específicas e,
de maneira geral, são classificadas como apresentado a seguir.
São, basicamente:
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
ESTRUTURAS
As cargas provenientes da ação dos ventos nas estruturas são das mais importantes e,
suas considerações e aplicações, estão contidas em norma específica – NBR 6123 - Forças
Devidas ao Vento em Edificações.
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
As edificações costumam sofrer, além das cargas já delineadas, outras tantas cargas ou
ações, provenientes de outros tantos fatores. Dentre essas, poderíamos considerar as
cargas provenientes de pontes rolantes, que além das cargas verticais provenientes dos
pesos que transportam, também provocam cargas horizontais, decorrentes de frenagens ou
acelerações da ponte ou mesmo choque com os anteparos (para-choque) ou ainda esforços
provenientes de impacto vertical.
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
ESTRUTURAS
Uma vez sujeita às cargas atuantes, as peças estruturais respondem, como vimos,
através de esforços resistentes. Mas, também sobre o influxo das cargas ou esforços
atuantes, surge deslocamentos em torno dos eixos transversais da seção da peça. Como
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
ESTRUTURAS
Onde:
Exemplo: Dado o perfil VS 750 x 108 em aço ASTM A36, simplesmente apoiado sob a
forma de viga com vão livre de 11,00 m, verificar a deformação máxima desse perfil sujeito
a:
Resolução:
Em primeiro lugar, não esquecer de trabalhar com as unidades em cm, que será a
unidade de medição da flecha máxima. Para as cargas, basta dividir por 10², e para o
Módulo de Deformação, dividir por 104. Exemplo:
E = 205 GPa = 205 . 109 Pa = 205 . 109 N/m² = 205 . 109 N/10000 cm² = 205 . 109 . 10-4
N/cm² = 205 . 105 N/cm² = 20500 kN/cm². Portanto:
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
5 . q . L4 5 . 0,165 . 11004
fmax = → fmax = → fmax = 1,14 cm
384 . E . I 384 . 20500 . 134197
L 11000
fadm ≤ → fadm = → fadm = 3,15 cm
350 350
P . L3 125 . 11003
fmax = → fmax = → fmax = 1,26 cm
48 . E . I 48 . 20500 . 134197
3. Método de Dimensionamento
O método a ser adotado neste trabalho será o Método das Tensões Admissíveis.
Quando o dimensionamento se efetua com base no Método das Tensões Admissíveis,
considera-se que a estrutura, submetida às cargas previstas em normas, funcione nas
condições normais de projeto. Uma estrutura tem a resistência necessária se as tensões
causadas em seus elementos pelas cargas estabelecidas (por normas) não ultrapassam as
tensões admissíveis estabelecidas, que são iguais a uma determinada parte da tensão limite
do material, que é considerada como sendo igual ao limite de escoamento, no caso do aço
(Fu). A relação entre a tensão de escoamento e a tensão admissível chama-se fator de
segurança ou coeficiente de ponderação.
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
ESTRUTURAS
PL
FS =
PA
Onde:
FS é o Fator de Segurança;
PL é a Carga Limite;
PA é a carga Admissível de Trabalho.
1ª Combinação – CP + CA
2ª Combinação – (CP + CV) x 0,80
3ª Combinação – (CP + CA + CE)
4ª Combinação – (CP + CA + CE + CV) x 0,80
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Onde:
CP é a Carga permanente;
CA é a Carga Acidental;
CV é a Carga do Vento;
CE é a Carga Excepcional.
4. Concepção Estrutural
Nos sistemas estruturais comuns que dão sustentação a edifícios de uma maneira
geral, deve-se observar os fatores que venham a proporcionar uma estabilidade adequada
entre os diversos elementos componentes da estrutura, tais como a prevenção contra
flambagem das peças, tanto local quanto global.
No caso das cargas horizontais, provenientes da ação do vento nas estruturas, essas
também devem ser transferidas ao sistema principal de contraventamento da estrutura ou
aos núcleos ou paredes de cisalhamento dos edifícios, através das lajes, que nesses casos
trabalham à exemplo de um diafragma horizontal.
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
ESTRUTURAS
O terceiro caso, de sistema misto, considera-se que as estruturas podem ter em uma
direção um sistema contraventado e na outra direção um sistema rígido.
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
ESTRUTURAS
Os sistemas mais comuns de lajes são as lajes maciças de concreto armado, as lajes
pré-moldadas de concreto (treliçadas e protendidas), as lajes alveolares protendidas, as pré-
lajes (maciças ou treliçadas) e as lajes tipo steel deck.
As lajes maciças de concreto moldadas no local são o tipo mais comum de execução de
lajes, sendo, inclusive, o sistema de laje mais eficiente do ponto de vista de rigidez
estrutural, uma vez que suas armaduras são definidas nos dois sentidos de apoio das
mesmas, ou seja, são consideradas bidirecionais, mesmo quando armadas em uma única
direção.
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Aula 4 – Sistemas Estruturais
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Finalizando, temos as lajes steel deck, ou seja, são lajes com forma metálica que já
serve como armadura servindo também como plataforma de trabalho para a obra sendo, no
entanto, a exemplo das pré-moldadas e alveolares, unidirecional.
Baseado e adaptado de
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Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
Esta Aula irá abordar dois tipos de sujeições das peças estruturais: quanto à Flexão Simples e
quanto ao Cisalhamento. Os conceitos envolvidos foram superficialmente visitados nas aulas
anteriores e também na disciplina de Estabilidade, porém, nesta parte, serão aprofundados os
estudos de acordo com a capacidade de desenvolvimento numérico compreendido no ensino
técnico, excluindo demonstrações que demandem cálculo integral.
Na maioria dos casos de flexão simples, elas ocorrem em vigas cujas cargas são
aplicadas no plano da alma do perfil, produzindo, assim, uma flexão em relação ao eixo de
maior momento de inércia do perfil. Nesses casos ocorrem uma combinação de esforços de
tração e de compressão, pois nas vigas quando a mesa superior é comprimida, a inferior é
tracionada e vice-versa. Por conseguinte, por se tratar de elemento sujeito a esforços de
compressão, a flambagem local assim como a flambagem lateral desses elementos
estruturais deverão ser levados em conta como os dois fatores que comandam a resistência
dessas peças estruturais.
h b
λ= (alma) e λ= (mesa)
tw tf
A seção é dita compacta quando pode atingir a plastificação total antes de qualquer
outra instabilidade e os limites das relações entre as dimensões e as larguras das peças que
definem a sua classificação, são determinadas pela tabela abaixo.
52
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Onde:
Fy é o Limite de Escoamento;
tf é a espessura da mesa;
tw é a espessura da alma;
b é a largura da mesa;
h é a altura da alma.
Uma viga pode ser considerada totalmente contida quando, por exemplo, a sua mesa
de compressão estiver embutida numa laje de concreto armado. Além disso, podemos
determinar essa contenção lateral verificando se a viga pode ser considerada com apoio
lateral completo e, a fim de atender essa especificação, devemos considerar Lb, a distância
entre apoios laterais e cujos valores não deverão exceder os seguintes limites:
63 . bf
Lb1 ≤ Eq. 1
√Fy
14060
Lb2 ≤ Eq. 2
d
( ) . Fy
Af
E:
Af = bf . tf Eq. 3
53
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
Onde:
Não atendendo essas condições, a peça será admitida sem apoio lateral completo.
𝑏
𝐹𝑏𝑥 = 𝐹𝑦 . [0,79 − 0,0024 . ( ) . √𝐹𝑦 ] ≤ 0,60 . 𝐹𝑦 Eq. 5
𝑡𝑓
Lb 71710 . Cb
①
rt
< √
Fy
→ Fb′x = 0,60 . Fy Eq. 6
Lb
71710 . Cb Lb 358580 . Cb Fy . ( ) ²
rt Eq. 7
② √ ≤ ≤ √ → Fb′x = [0,67 − ] . Fy ≤ 0,60 . Fy
Fy rt Fy 1075670 . Cb
54
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
8430 . Cb
Fb′′x = ≤ 0,60 . Fy Eq. 9
Lb . d
( )
Af
O valor a ser utilizado como tensão admissível à flexão será o maior entre Fb’ x e Fb”x.
Sendo rt o Raio de Giração da seção T compreendida pela flange comprimida mais 1/3
da área comprimida da alma. Assim:
Iy
rt = √ Eq. 10
Aw
2 (Af + )
6
Onde:
M1 M1 2
Cb = 1,75 + 1,05 . ( ) + 0,3 . ( ) ≤ 2,30 Eq. 11
M2 M2
Para Cb = 1,00:
55
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
As limitações que devem ser observadas para os casos de flambagem local são:
a) Para elementos enrijecidos: são os elementos que têm as duas bordas, paralelas
às tensões de compressão, apoiadas em toda a sua extensão.
h 540 Wef
② > → Qa = Eq. 15
tw √Fy Wx
Sendo:
(h − hef )2 . t w
Wef = Wx − [ ] Eq. 16
6
210 . t w 37
hef = . [1 −
h
] Eq. 17
√f ( ) . √f
tw
f = Fy para Q = 1,00
b) Elementos não enrijecidos: são os elementos que têm uma borda livre, paralela às
tensões de compressão.
56
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Onde:
h
≤ 70 → K c = 1,00 Eq. 19
tw
h 4,05
≥ 70 → K c = Eq. 20
tw h 0,46
( )
tw
Quando:
b 80
① ≤ → Qs = 1,00 Eq. 21
tf
F
√ y
Kc
b 80 b 168 b Fy
② > e ≤ → Qs = 1,293 − [0,0036 . .√ ] Eq. 22
tf tf tf Kc
F F
√ y √ y
Kc Kc
b 168 Kc
③ > → Qs = 1,842 . Eq. 23
tf
F b 2
Fy . ( )
√ y tf
Kc
Nas peças estruturais sujeitas aos efeitos de flexão, quando os valores dos limites
impostos de seção não-compacta não forem atendidos, ou seja, quando:
57
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
h 632
> Eq. 24
tw √Fbx
h 632
≤ → Q e = 1,00 Eq. 25
tw √Fbx
h 632 Aw h 632
≥ → Q e = [1 − 0,0005 . ( ) . ( − )] ≤ 1,00 Eq. 26
tw √Fbx A f t w Fbx
Onde:
Mx
fbx = ≤ Fbx . Q . Q e Eq. 27
Wx
Onde:
58
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Exemplo: Dado o perfil VS 750 x 108 em aço ASTM A36, verificar o máximo momento
fletor suportado pela viga em torno do eixo x, sabendo-se que é biapoiada e tem vão
máximo Lb = 11,00 m.
Dados:
Ix = 134197 cm4
Iy = 6830 cm4
Fy = 25 kN/cm2
Af = 32 x 1,25 = 40 cm2
Aw = 72,5 x 0,8 = 58 cm2
Resolução:
Para este passo, estamos procurando o valor Q = Qa . Qs. Para isso, obviamente,
necessitaremos os valores de Qa e Qs.
Analisemos:
Pelo tópico, sabe-se que caso esta razão apresentada seja menor que a relação
540/√Fy encontraremos diretamente Qa, caso contrário, deveremos utilizar outras relações.
Então, com estes valores, temos algumas outras relações que necessitaremos:
59
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
4,05 4,05
Kc = 0,46 → 𝐾𝑐 = → 𝐾𝑐 = 0,51
h 90,630,46
( )
tw
Analisemos:
Para encontrarmos o Qs, temos três alternativas de equações que dependem do valor
supra encontrado (12,80). Neste caso, deveremos resolver:
80 168
e
F F
√ y √ y
Kc Kc
80 80
→ → 11,43
F 25
√ y √
Kc 0,51
𝑏
= 12,80
𝑡𝑓 168 168
→ → 24
Fy 25
√ √
Kc 0,51
{
Portanto, 11,43 < 12,80 < 24 → deverá ser utilizada a Eq. 22 para o cálculo de Q s.
Seguindo-se então:
b Fy 25
Qs = 1,293 − [0,0036 . . √ ] → Qs = 1,293 − [0,0036 . 12,80. √ ] → 𝑄𝑠 = 0,97
tf Kc 0,51
60
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
63 . bf 63 . 32
Lb1 ≤ → Lb1 = → Lb1 = 403 cm < 1100 cm → sem apoio
√Fy √25
14060 14060
Lb2 ≤ → Lb2 = → Lb2 = 300 cm < 1100 cm → sem apoio
d 75
( ) . Fy ( ) . 25
Af 40
Observe que Lb não atende aos requisitos das equações, portanto, não possui apoio
lateral algum.
Outro passo para a Flambagem Lateral é a análise da tabela da página 53, onde
encontraremos se a seção é compacta, não compacta ou esbelta.
Segue-se, com o tipo de seção, que deve satisfazer as relações inerentes à alma e
mesa:
Temos, primeiro:
b/tf = 12,80
A seção fica classificada então como Elemento de seção não-compacta e sem apoio
lateral.
Com estes dados, poderemos seguir à próxima etapa que é calcular a Tensão
Admissível à Flexão. Para Elemento de seção não-compacta e sem apoio lateral (ver página
54) deveremos utilizar o caso “c”. Para isto, precisamos encontrar o Raio de Giração para
sabermos qual situação entre os casos das Equações Eq. 6, 7 e 8 este modelo se enquadra.
Utilizando-se a Eq. 10, tem-se:
61
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
Iy 6830
rt = √ → rt = √ → rt = 8,29 cm
A 58
2 (Af + w ) 2 (40 + )
6 6
Podendo-se então proceder com o cálculo da relação Lb/rt para futura utilização:
Lb 1100 Lb
= → = 132,69
rt 8,29 rt
Outro fator que necessitaremos para comparar os casos das Eq. 6, 7 e 8 é o Coeficiente
de Flexão. Conforme visto na aula e descrito no exercício (biapoiada), o Cb é 1,00. Procede-
se:
71710 . Cb 71710 . 1
√ → √ → 54
Fy 25
358580 . Cb 358580 . 1
√ → √ → 120
Fy 25
Ambos os valores são menores que Lb/rt = 132,69, portanto, a relação a ser utilizada
para Fb’x é o caso ③, ou seja, Eq. 8:
Como a Eq. 8 remete à Eq. 9 (o caso “c” deve contemplar 2 tensões admissíveis à
flexão), teremos que calcular Fb’’x e adotar o maior valor entre elas. Segue-se:
E também obedece a condição de ser menor que 0,60 . Fy = 15 kN/cm², porém, como
dito acima, utilizaremos Fb’x por ser a maior entre elas.
A relação de verificação é a Eq. 24, podendo implicar na Eq. 25 ou Eq. 26, dependendo
do resultado:
Temos:
62
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
h/tw = 90,63. Para comparar com este valor, utilizamos o resultado da expressão:
632 632
= = 242
√Fbx √6,79
Mx
fbx = → Mx = fbx . Wx → Mx = 6,59 Wx
Wx
Ix 134197
Wx = → Wx = → Wx = 3579 cm³
d 75
2 2
Portanto:
Peças sujeitas ao cisalhamento, são aquelas em que as cargas atuantes tendem a fazer
deslizar uma porção da peça em relação à outra porção da mesma peça e, por isso mesmo,
causar corte e que serão equilibrados mediante tensões de cisalhamento admissíveis,
desenvolvidas pelas mesmas.
V
fv = ≤ Fv Eq. 28
Aw
63
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
Onde:
h 316
① λ= ≤ → Fv = 0,40 . Fy Eq. 29
tw √Fy
h 316 Fy
② λ= > → Fv = ( ) . Cv ≤ 0,40 . Fy (∗) Eq. 30
tw √Fy 2,89
(*) – Leia-se “utilizar a expressão primeira quando Fv for menor que 0,40 . Fy, na
situação 2”.
O Cv a ser adotado para a situação ② será dentre as duas opções abaixo, as que se
enquadrarem em:
31640 . K v
Cv = quando este resultado der Cv ≤ 0,80 Eq. 31
h 2
Fy . ( )
tw
158 Kv Eq. 32
Cv = .√ quando este resultado der Cv > 0,80
h Fy
( )
tw
5,34 a
K v = 4,00 + quando ≤ 1,00 Eq. 33
a 2 h
( )
h
4,00 a
K v = 5,34 + quando > 1,00 Eq. 24
a 2 h
( )
h
64
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
2.3. Enrijecedores
Nos apoios de vigas com alta solicitação de cargas, em especial as vigas de rolamento –
de suporte de pontes rolantes – aconselha-se a colocação de enrijecedores verticais nas
regiões dos apoios, assim como em vigas em que não haja qualquer conexão entre a alma
dessas e os seus apoios.
te > t w
h 805 ASTM A36 → 161
be 25 → tw
> →
ASTM A572 → 137
≤ √Fy
t √Fy
{ e
65
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
h
> 260 → para qualquer aço
tw
Resolução:
Ix = 134197 cm4
Iy = 6830 cm4
66
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Fy = 25 kN/cm2
Af = 32 x 1,25 = 40 cm2
Aw = 72,5 x 0,8 = 58 cm2
316
Neste primeiro passo, deveremos encontrar IE e compará-la ao valor de para saber
√𝐹𝑦
316 316
= = 63,2
√𝐹𝑦 √25
Portanto, 90,63 > 63,2 → tem-se o caso ② e utilizaremos a Eq. 30. Para isto,
deveremos encontrar o Coeficiente de Variação da Força Cortante, já que a Eq. 30 é Fv =
Fy
( ) . Cv .
2,89
Do valor do IE, também temos que não existirão enrijecedores de apoio, pois 90,63 é
menor que 161 (ASTM A36) e também não utilizará enrijecedores intermediários, pois 90,63
é menor que 260 (qualquer aço). Portanto, para situações sem enrijecedores, adota-se Kv =
5,34.
67
Aula 5 – Flexão Simples e Cisalhamento
ESTRUTURAS
Fy 25
Fv = ( ) . Cv → F v = ( ) . 0,806 → Fv = 6,97 kN/cm²
2,89 2,89
Devemos comparar este valor com 0,40 . Fy para ver se satisfaz a condição da Eq. 30:
V
fv = → Vmax = FV . Aw → Vmax = 6,97 . 58 → Vmax = 404,30 kN
Aw
Baseado e adaptado de
AUGUSTO CANTUSIO NETO.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
68
Aula 6 – Tração e Compressão
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Esta Aula irá abordar outros dois tipos de sujeições das peças estruturais: quanto à Tração e
quanto à Compressão. Diferentemente da aula anterior, estes esforços se dão de maneira
perpendicular ao plano transversal da seção, e, portanto, possuem características próprias
que serão daqui para frente estudadas.
1. Elementos Tracionados
Os elementos tracionados são aqueles onde atua força normal perpendicular ao plano
da seção transversal. No caso de aplicação dessa força no centro de gravidade da peça
(C.G.) denominamos Tração Simples. Tendo em mente a clássica equação de Tensão, já
estudada em outras disciplinas:
F
σ =
A
A área bruta será denominada por Ag, que é o somatório da seção transversal da peça
em dimensionamento ou analise, ou seja, é o produto da espessura da peça pela sua
largura. Portanto: Ag = d . t
69
Aula 6 – Tração e Compressão
ESTRUTURAS
Numa barra com furos causados pela existência de conectores ou parafusos, surge a
necessidade de se descontar a área desses furos, passando-se a considerar a existência da
área líquida. A área liquida será, portanto, obtida através da subtração da área bruta (A g) as
áreas dos furos contidos nessa seção. An = (d . t) – Aøf
Entretanto, existem algumas considerações que devem ser levadas em conta a fim de
se determinar a área líquida (An). Ao diâmetro nominal do parafuso (фp - diâmetro do
parafuso) devemos somar 2 mm a mais e, no caso de furos padrão, acrescenta-se mais 1,5
mm ao diâmetro nominal, ou seja, o diâmetro do furo (фf) será 3,5 mm maior do que o
diâmetro do parafuso.
A área líquida An de barras com furos pode ser representada pela equação:
s2
An = [d − ∑(фp + 3,5) + ∑ ] .t
4g
70
Aula 6 – Tração e Compressão
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
• Ct = 0,90 em perfis I ou H, cujas mesas tenham uma largura não inferior a 2/3
da altura, e em perfis T cortados desses perfis, com ligações nas mesas, tendo
no mínimo três conectores por linha de furação na direção do esforço;
• Ct = 0,85 em todos os demais perfis, tendo no mínimo três conectores por
linha de furação na direção do esforço;
• Ct = 0,75 em todas as barras cujas ligações tenham no mínimo dois conectores
por linha de furação na direção do esforço.
Para chapas ligadas nas extremidades por soldas longitudinais, o valor de C t será
obtido de acordo com a relação entre l e d (comprimento de solda e largura da chapa
respectivamente):
71
Aula 6 – Tração e Compressão
ESTRUTURAS
Nas peças tracionadas o índice de esbeltez (λ) não possui fundamental importância,
uma vez que o esforço de tração tende a corrigir excentricidades construtivas. Entretanto, a
fim de se evitar deformações excessivas, efeitos danosos de impactos ou vibrações
indesejáveis, fixaram-se valores máximos para esse índice. Assim sendo o índice de esbeltez
λ = Lfl/r, ou seja, a relação entre o comprimento da haste ou barra em relação ao seu raio de
giração, deve permanecer dentro dos seguintes valores:
Exemplo: Duas chapas com espessura de 10 mm e altura de 300 mm, estão emendadas
com seis parafusos de 25 mm. Verificar se as dimensões da chapa são suficientes para
atender um esforço de 270 kN, sendo o aço utilizado o ASTM A36. Dados: Tensão limite de
resistência à tração Fy = 25 kN/cm² e Tensão última de resistência à tração Fu = 40 kN/cm².
Deve-se encontrar os limites suportados para o escoamento da seção bruta (Ftg) e para
a ruptura na seção liquida efetiva (Fte):
72
Aula 6 – Tração e Compressão
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Ag = d . t → Ag = 30 . 1,0 → Ag = 30 cm²
A Área líquida será a altura da chapa subtraída dos parafusos da seção multiplicada
pela espessura:
Neste caso (chapa), temos que a força de tração é transmitida a todos os elementos da
seção, por ligações parafusadas, portanto Ct = 1,00.
Como visto, o resultado é maior que os 270 kN que estão sendo aplicados. Portanto,
pela seção bruta, o esforço é suportável.
Portanto, suporta.
Observação: note que este tipo de exercício é similar aos do ensino médio quando se
analisavam pêndulos, onde a Força Peso era sempre igualada à Tração no Fio. Devido a isto
é que os esforços N desta seção são sempre opostos, de mesma intensidade. A diferença
agora é que estudamos as propriedades do “Fio”, no caso, as barras/chapas e suas
especificidades (se são constantes, se possuem ligações, etc.). Na disciplina Estabilidade,
perceba, foi estudado se esta barra/chapa se alonga, se deforma, de acordo com os limites
de esforços suportados pelas propriedades do material qual é constituída.
73
Aula 6 – Tração e Compressão
ESTRUTURAS
2. Elementos Comprimidos
Somente peças muito curtas podem sofrer cargas de compressão até o escoamento do
aço, porquanto a situação mais comum é a ocorrência dos efeitos de flambagem ou flexão
súbita, antes mesmo que o material atinja sua resistência última. Nas peças comprimidas,
além da flambagem global, também deve-se considerar a flambagem local.
74
Aula 6 – Tração e Compressão
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
2 . π2 . E
Cc = √
Fy
kL 2
) (Fy
Fa = [1 − r 2 ] .
2Cc FS
kL kL 3
0,375 . ( ) 0,125 . ( )
FS = 1,667 + r − r
Cc Cc 3
Onde:
12 . π2 . E 105563
𝐹𝑎 = 2 =
kL kL 2
23 . ( ) ( )
r r
75
Aula 6 – Tração e Compressão
ESTRUTURAS
Nas peças comprimidas, o índice de esbeltez (λ) é, ao contrário das peças tracionadas,
de fundamental importância, uma vez que o esforço de compressão tende a ampliar
excentricidades construtivas. E, a fim de se evitar deformações excessivas, efeitos danosos
de impactos ou vibrações indesejáveis, fixaram-se valores máximos para esse índice. Assim,
sendo o índice de esbeltez λ = Lfl/r, ou seja, a relação entre o comprimento da haste ou
barra em relação ao seu raio de giração, não deve ultrapassar λ ≤ 200.
As limitações que devem ser observadas para os casos de flambagem local são:
a) Para elementos enrijecidos – são os elementos que têm as duas bordas, paralelas
às tensões de compressão, apoiadas em toda a sua extensão.
Alma de perfis I, H ou U:
Onde:
f = Fa
b) Para elementos não enrijecidos – são os elementos que têm uma borda livre,
paralela às tensões de compressão.
76
Aula 6 – Tração e Compressão
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
Onde:
h
≤ 70 → K c = 1,00
tw
h 4,05
> 70 → Kc =
tw h 0,46
( )
tw
b 80
① ≤ → Q s = 1,00
tf
F
√ y
Kc
b 80 b 168 b Fy
② > e ≤ → Q s = 1,293 − [0,0036 . . √ ]
tf tf tf Kc
F F
√ y √ y
Kc Kc
b 168 Kc
③ > → Q s = 1,842 .
tf b 2
F Fy . ( )
√ y tf
Kc
77
Aula 6 – Tração e Compressão
ESTRUTURAS
N
fa = ≤ Fa . Q s . Q a
Ag
Exemplo: Admitindo-se um perfil H 152 x 37,1 de aço ASTM A572, com comprimento
de 4,00 m, sabendo-se que suas extremidades são rotuladas (rotação livre e translação fixa),
verificar:
Dados:
Ag = 47,3 cm2
rx = 6,43 cm
ry = 3,63 cm
Fy = 34,5 kN/cm2
Resolução:
Temos que kLx = 4,00 m = 400 cm (sentido y com contenção). Verifica-se então a
Flambagem no sentido x, e, para isso, calculemos o IE neste sentido:
Tem-se da página 75 que o Cc do aço ASTM A572 é 108. Portanto, λ < Cc < 200 →
situação “a” para o cálculo da Tensão Admissível de Compressão. Portanto:
kL kL 3
0,375 . ( ) 0,125 . ( ) 0,375 . 62,20 0,125 . 62,203
FS = 1,667 + r − r → FS = 1,667 + − → FS = 1,85
3
Cc Cc 108 1083
78
Aula 6 – Tração e Compressão
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS METÁLICAS
kL 2
) (
Fy 62,20² 34,50
Fa = [1 − r 2 ] . → Fa = [1 − ]. → Fa = 15,55 kN/cm²
2Cc FS 2 . 108² 1,85
Temos que:
Análise da Alma:
215 ℎ
Como = 36,60 e < 70, então temos que (situação ①):
√𝐹𝑦 𝑡𝑤
Qa = 1,00
Kc = 1,00
Análise da Mesa:
80
Como Fy
= 14, então Qs = 1,00 (situação ①).
√
Kc
Portanto:
N
fa = ≤ Fa . Qs . Qa → N = Ag . Fa . Q → N = 10,38 . 152,4 . 1,00 → N = 735,52 kN
Ag
79
Aula 6 – Tração e Compressão
ESTRUTURAS
400
λy = = 110,19 > Cc (108) < 200
6,63
105563
Fa = = 8,69 kN/cm²
110,192
Portanto, o perfil nessas condições suporta 45% menos carga de compressão axial do
que na referência anterior.
Baseado e adaptado de
AUGUSTO CANTUSIO NETO.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
80
Aula 7 – Introdução às Madeiras
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
No Brasil a madeira é empregada para diversos fins, tais como, em construções de igrejas,
residências, depósitos em geral, cimbramentos, pontes (grande utilização do Eucalipto),
passarelas, linhas de transmissão de energia elétrica, na indústria moveleira, construções
rurais e, especialmente, em edificações em ambientes altamente corrosivos, como à beira-
mar, nas indústrias químicas, curtumes, etc.
1. Introdução
81
Aula 7 – Introdução às Madeiras
ESTRUTURAS
82
Aula 7 – Introdução às Madeiras
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Apesar dos aspectos positivos, podem ser citadas algumas desvantagens para a
utilização da madeira. Dentre elas podem ser citadas sua susceptibilidade ao ataque de
fungos e insetos, assim como também sua inflamabilidade. No entanto, estas desvantagens
83
Aula 7 – Introdução às Madeiras
ESTRUTURAS
Vale lembrar que a madeira tem a desvantagem da sua inflamabilidade. Contudo, ela
resiste a altas temperaturas e não perde resistência sob altas temperaturas como acontece
especialmente com o aço. Em algumas situações a madeira acaba comportando-se melhor
que o aço, pois apesar dela ser lentamente queimada e provocar chamas, a sua seção não
queimada continua resistente e suficiente para absorver os esforços atuantes. Ao contrário
da madeira, o aço não é inflamável, mas em compensação não resiste a altas temperaturas.
A madeira tem um processo de formação que se inicia nas raízes. A partir delas é
recolhida a seiva bruta (água + sais minerais) que em movimento ascendente pelo alburno
atinge as folhas. Na presença de luz, calor e absorção de gás carbônico ocorre a fotossíntese
havendo a formação da seiva elaborada. Esta em movimento descendente (pela periferia) e
horizontal para o centro vai se depositando no lenho, tornando-o consistente como madeira
(Figura).
Como é sabido, a morte de uma árvore ocorrerá caso seja feita a extração da casca
envolvendo todo o perímetro a qualquer altura do tronco. Basta interromper o fluxo
ascendente ou descendente da seiva bruta ou elaborada. É como interromper o fluxo de
sangue para o coração em um ser humano.
84
Aula 7 – Introdução às Madeiras
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
As árvores para aplicações estruturais são classificadas em dois tipos quanto à sua
anatomia: coníferas e dicotiledôneas.
As coníferas são chamadas de madeiras moles, pela sua menor resistência, menor
densidade em comparação com as dicotiledôneas. Têm folhas perenes com formato de
escamas ou agulhas; são típicas de regiões de clima frio. Os dois exemplos mais importantes
desta categoria de madeira são o Pinho do Paraná e os Pinus. Os elementos anatômicos são
os traqueídes e os raios medulares.
As dicotiledôneas são chamadas de madeiras duras pela sua maior resistência; têm
maior densidade e aclimatam-se melhor em regiões de clima quente. Como exemplo temos
praticamente todas as espécies de madeira da região amazônica. Podemos citar mais
explicitamente as seguintes espécies: Peroba Rosa, Aroeira, os Eucaliptos (Citriodora,
Tereticornis, Robusta, Saligna, Puntacta, etc.), Garapa, Canafístula, Ipê, Maçaranduba,
Mogno, Pau Marfim, Faveiro, Angico, Jatobá, Maracatiara, Angelim Vermelho, etc. Os
elementos anatômicos que compõem este tipo de madeira são os vasos, fibras e raios
medulares.
2.1. Terminologia
Existem alguns termos que são normalmente utilizados para caracterizar propriedades
da madeira. Especialmente em relação ao teor de umidade são usados dois termos bastante
comuns:
85
Aula 7 – Introdução às Madeiras
ESTRUTURAS
As madeiras mais comuns (e isto depende da região brasileira e época em que se está)
são as seguintes espécies: Peroba Rosa, Ipê, Jatobá, Sucupira, Maçaranduba, Garapa,
Angico, Maracatiara, Cedril, Cumaru, Amestão, Cupiúba, e outras não muito convencionais.
Para estas espécies de madeira serrada existem algumas bitolas comerciais, comuns de
serem encontradas prontas no mercado. São elas:
São também encontrados postes de Eucalipto com seção transversal circular com
diversos diâmetros. Os diâmetros destes postes podem variar entre 15 cm a 28 cm. Quando
se trabalha com madeira roliça a norma brasileira permite que se faça um cálculo
simplificado. Em outras palavras NBR 7190/97 permite que peças com seção transversal
circular variável seja considerada como uniforme, tomando-se um diâmetro correspondente
àquele existente na seção localizada a 1/3 da extremidade de menor diâmetro. Se φ 1 e φ2
são, respectivamente, o menor e o maior diâmetro das extremidades do poste, então o
diâmetro para cálculo pode ser usado como sendo:
(ф2 − ф1 )
ф = ф1 +
3
Baseado e adaptado de
π . ф²
b= √ = 0,886 . ф Francisco A. Romero Gesualdo.
4 Edições sem prejuízo de
conteúdo.
86
Aula 8 – Propriedades da Madeira
ESTRUTURAS
A madeira é um material não homogêneo com muitas variações. Além disto, existem diversas
espécies com diferentes propriedades. Sendo assim, é necessário o conhecimento de todas
estas características para um melhor aproveitamento do material. Os procedimentos para
caracterização destas espécies de madeira e a definição destes parâmetros são apresentados
nos anexos da Norma Brasileira para Projeto de Estruturas de Madeira, NBR 7190/97.
1. Introdução
A Tabela abaixo apresenta as seções e dimensões mínimas exigidas pela norma para
peças usadas em estruturas.
86
Aula 8 – Propriedades da Madeira
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
2. Propriedades Físicas
2.1. Umidade
m1 − m2
w= . 100
m2
Onde:
m1 é a massa úmida;
m2 é a massa seca;
w é a umidade, dada em percentual.
2.2. Densidade
ms
ρ=
Vm
Onde:
2.3. Retratibilidade
Redução das dimensões pela perda da água de impregnação da madeira. Como pode
ser observado pelo diagrama da Figura, a madeira tem maior retratibilidade na direção
tangencial, seguida pela radial e axial.
87
Aula 8 – Propriedades da Madeira
ESTRUTURAS
Deve ser obtido através do ensaio de compressão paralela às fibras de madeira, cujos
procedimentos estão indicados na norma brasileira.
Pode ser obtido através de ensaios específicos ou como parte do valor de E 0, dado pela
relação:
E0
E90 =
20
Pode ser obtido através de ensaios específicos ou como parte do valor de E0, dado
pela relação:
88
Aula 8 – Propriedades da Madeira
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
E0
G =
20
3(w%−12)
• Resistência: f12 = fw% . [1 + ]
100
2(w%−12)
• Elasticidade: E12 = Ew% . [1 + ]
100
A madeira passa a ser considerada por classes de resistência, onde cada classe
representa um conjunto de espécies cujas características podem ser consideradas iguais
dentro de cada classe. São definidos dois grupos básicos: o das Coníferas e o das
Dicotiledôneas, cujos valores representativos são mostrados nas duas Tabelas seguintes.
89
Aula 8 – Propriedades da Madeira
ESTRUTURAS
Para fins estruturais é tomado o menor valor característico representado por X k,inf,
dentre os dois valores com 5% de probabilidade de não ser atingido ou de ser ultrapassado.
O item “Resistência Característica” também apresenta informações complementares.
Xk
Xd = K mod .
γw
90
Aula 8 – Propriedades da Madeira
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Onde:
91
Aula 8 – Propriedades da Madeira
ESTRUTURAS
fwk
fwd = K mod .
γw
92
Aula 8 – Propriedades da Madeira
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
• Classe de umidade (1) e (2): Kmod = 0,7 . 1,0 . 0,8 → Kmod = 0,56
• Classe de umidade (3) e (4): Kmod = 0,7 . 0,8 . 0,8 → Kmod = 0,45
• γwc = 1,4;
• γwt = 1,8;
• γwv = 1,8.
fcom,mv = 70 MPa
3(w% − 12)
f12 = fw% . [1 + ]
100
3(20 − 12)
fcom,12 = fcom,20 . [1 + ]
100
fwk,12 = 0,70 · fwm,12 → fcok,12 = 0,70 . fcom,12 → fcok,12 = 0,70 . 86,8 → fcok,12 = 60,8 MPa
Kmod = Kmod,1 · Kmod,2 · Kmod,3 → Kmod = 0,7 . 1,0 . 0,8 → Kmod = 0,56
fwk 60,8
fwd = K mod . → fwd = 0,56 . → fwd = 24,32 MPa
γw 1,4
93
Aula 8 – Propriedades da Madeira
ESTRUTURAS
• Perda de equilíbrio;
• Ruptura ou deformação plástica;
• Transformação da estrutura em sistema hipostático;
• Instabilidade por deformação;
• Instabilidade dinâmica (ressonância).
• Deformações excessivas;
• Vibrações.
3. Ações
As ações são classificadas pela norma como as causas que produzem esforços e
deformações nas estruturas, de acordo com a seguinte definição:
94
Aula 8 – Propriedades da Madeira
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
95
Aula 8 – Propriedades da Madeira
ESTRUTURAS
96
Aula 8 – Propriedades da Madeira
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
3.1.3. Equações
𝑚 𝑛
97
Aula 8 – Propriedades da Madeira
ESTRUTURAS
𝑚 𝑛
𝑚 𝑛
Onde Fd,uti é o valor de cálculo das ações para estados limites de utilização,
FGi,k é o valor característico das ações permanentes, FQj,k é o valor característico
das demais ações variáveis, ψ2j é o fator de combinação correspondente a cada
uma das demais ações variáveis, ψ2j . FQj,k é o valor reduzido de combinação de
cada uma das ações variáveis.
98
Aula 8 – Propriedades da Madeira
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
𝑚 𝑛
𝑚 𝑛
99
Aula 8 – Propriedades da Madeira
ESTRUTURAS
𝑚 𝑛
Baseado e adaptado de
Francisco A. Romero Gesualdo.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
100
Aula 9 – Solicitações Normais
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
1. Peças Tracionadas
Nsd
σt0,d = ≤ ft0,d
Awn
Onde:
ft,k
ft,d = K mod .
𝛾𝑤𝑡
Sendo ftd = ft0,d para fibras com inclinação em relação ao eixo da barra. Existe um
modificador para ft,d com relação às inclinações das fibras da madeira em relação ao ângulo
de esforço. No caso deste esforço não ser paralelo (0o), considera-se ft,d = ftα,d com α sendo
101
Aula 9 – Solicitações Normais
ESTRUTURAS
o ângulo de inclinação do esforço em relação às fibras. Esta fórmula não será estudada
(Fórmula de Hankinson).
Awn = Aw – n . Af
Onde:
Tem-se, também:
102
Aula 9 – Solicitações Normais
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Resolução:
Vamos resolver este exercício de uma forma diferente. Note, aluno, que estes modelos
de exercício, seja para estrutura de aço, madeira, concreto, etc., sempre nos apresentam
uma carga ou esforço, nos dá as características do material, e pede para ver se é suportável
ou não. Desde as primeiras aulas de Estruturas Metálicas, onde exercícios foram resolvidos
passo-a-passo, é assim. Aqui, não é diferente. Deveremos pegar as características do
material, obter os coeficientes modificadores, de segurança, etc. em tabelas ou na norma, e
aplicar uma fórmula pronta para a situação descrita. É pura repetição.
Kmod = Kmod1 . Kmod2 . Kmod3 → Kmod = 0,7 . 0,8 . 0,8 → Kmod = 0,45
2º Passo: Com o Kmod, encontramos a tensão de cálculo para comparar com o esforço
que está atuando (50 MPa/Área):
ft,k 30
ft,d = K mod . → ft,d = 0,45 . → ft,d = 7,5 MPa
γwt 1,8
103
Aula 9 – Solicitações Normais
ESTRUTURAS
Awn = Aw – (n . Af) → Awn = (7,5 . 10) – (2 . 9,75) → Awn = 55,5 cm² Ruptura!
Nsd 50
σt,d = → σt,d = → σt,d = 9,0 MPa
Awn 55,5
Portanto, 9,0 > 7,5 → não suportará. Algumas outras variáveis deverão ser
consideradas e aprendidas para este tipo de cálculo, a partir de agora.
2. Peças Comprimidas
L0 I
λ= , sendo r = √
rmin A
104
Aula 9 – Solicitações Normais
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Uma peça é denominada de curta quando apresenta índice de esbeltez menor ou igual
a 40. A forma de ruptura caracteriza-se por esmagamento da madeira e a condição de
segurança da NBR 7190:1997 é expressa por:
Nsd
σc0,d = ≤ ft0,d
Awn
A forma de ruptura das peças medianamente esbeltas pode ocorrer por esmagamento
da madeira ou por flexão decorrente da perda de estabilidade.
σNd σMd
+ ≤1
fc0,d fc0,d
Onde:
σnd é definido como sendo o valor de cálculo da tensão devido ao esforço normal de
compressão:
Nsd
σNd =
Aw
105
Aula 9 – Solicitações Normais
ESTRUTURAS
M𝑑 . 𝑋𝐶𝑀
Md = N d . e d sendo σMd =
I𝑦
Note que σMd depende do eixo de cálculo, podendo variar X CM e YCM, Iy e Ix,
dependendo do eixo.
Onde ed, por sua vez, é definida como sendo a excentricidade de cálculo expressa por:
NE
ed = e1 ( )
NE − Nd
e1 = ei + ea
L0 h
ea = ≥
300 30
Mld h
ei = ≥
Nd 30
Com M1d sendo ação efetiva atuante sobre a barra que provoque flexão. Se não existir,
ei = 0. “h” é a altura seção transversal na direção referente ao plano de verificação.
106
Aula 9 – Solicitações Normais
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
π2 . Ec0,ef . I
NE =
L20
A forma de ruptura das peças esbeltas ocorre por flexão causada pela perda de
estabilidade lateral. Neste caso, a condição de segurança relativa ao estado limite último de
instabilidade impõe a relação:
σNd σMd
+ ≤1
fc0,d fc0,d
Definindo-se:
NE
Md = Nd . e1,ef ( )
NE − Nd
e1,ef = e1 + ec → e1,ef = ei + ea + ec
ec = (ei + ea ) . {exp(∆) − 1}
107
Aula 9 – Solicitações Normais
ESTRUTURAS
A função exponencial ex foi expressa como “exp” para que não se confunda com o “e”
da excentricidade, onde Δ vale:
Onde:
M1g,d
eig ≤
Ngd
Ngk e Nqk são valores característicos da força normal devidos às cargas permanentes e
variáveis, respectivamente; M1g,d é o valor de cálculo do momento fletor devido apenas às
ações permanentes; ф é o coeficiente de fluência relacionado às classes de carregamento e
de umidade, exposto na Tabela:
108
Aula 9 – Solicitações Normais
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Resolução:
1º Passo:
Em primeiro lugar, faça-se uma análise da classe de carregamento para que se possa
saber qual equação utilizar. O enunciado diz “Verificar, para a combinação última
normal...”, portanto, da Aula 08, tópico “a” (pg. 97), temos que:
𝑚 𝑛
Parcela Ações
Variáveis
Parcela Ações
Permanentes
Para as ações apresentadas, temos que o exercício nos fornece o seguinte dado: “à
carga permanente de grande variabilidade de -2400 daN”, ou seja, fazendo uso da última
tabela da página 96, temos que o coeficiente de majoração para o modelo é γG = 1,4 na
primeira parcela.
Para γQ, temos o mesmo se enquadrando como de ação variável permanente, ou seja:
1,4. Porém, deveremos mitigar a 75% de seu valor, pois, conforme tópico “Combinações
últimas normais” da página 97 da Aula 08, ações variáveis permanentes que acontecem por
curta duração deverão ser reduzidas pelo fator de 0,75 (vento). Analisando: são
permanentes pois acontecerão durante a vida toda do projeto, porém, variáveis pois não
acontecerão todo o tempo desta vida útil.
Ademais, para as ações apresentadas, existe somente uma ação variável (vento), a
qual será considerada principal. Não existe ação variável secundária, portanto, não será
necessário utilizar a parcela ∑nj=2 ψoj . FQj,k , pois não existirão comparativos a se fazer para
encontrar o maior esforço considerando, entre as variáveis, uma ou outra maior (PS: caso
existisse outra ação variável, teríamos que encontrar F d1 e Fd2, considerando, dentre as
variáveis, o vento e uma suposta outra ação como primária e secundária, achar qual dentre
elas produziria o maior valor de Fd para poder utilizar sempre a maior, como segurança, na
resolução do exercício).
Temos, portanto:
109
Aula 9 – Solicitações Normais
ESTRUTURAS
2º Passo
fc0,k
fc0,d = K mod .
γc
Kmod = Kmod,1 · Kmod,2 · Kmod,3 → Kmod = 0,7 . 1,0 . 0,8 → Kmod = 0,56
De acordo com a Aula 08 (tabela pág. 90), a madeira classe C 60 apresenta fc0,k = 600
daN/cm² e γc = 1,4. Assim sendo:
fc0,k 600
fc0,d = K mod . → fc0,d = 0,56 . → fc0,d = 240 daN/cm²
γc 1,4
3º Passo:
Note que o valor de Eco,m difere da tabela da página 90 por aquela estar em MPa e aqui
em daN.
4º Passo
Passaremos agora para uma segunda fase da resolução do exercício, que é a análise
dos critérios de segurança aprendidos aqui nesta aula. A fim de se determinar este critério a
110
Aula 9 – Solicitações Normais
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
ser empregado para a verificação da segurança da peça comprimida, deve ser calculado o
índice de esbeltez da mesma nas duas direções, visto que, segundo a NBR 7190:1997, a
verificação deve ser feita nas duas direções independentemente, e então, poderemos
conhecer em qual situação a peça se encaixará, pois depende de λ.
L0 I
λ= , sendo r = √
rmin A
𝐼𝑥 2048
𝑟𝑥 = √ → 𝑟𝑥 = √ → 𝑟𝑥 = 4,62 𝑐m
𝐴 6 . 16
Iy 288
ry = √ → ry = √ → ry = 1,73 cm
A 6 . 16
L0 169
λx = → λx = → λx = 36,6
rx 4,62
L0 169
λy = → λy = → λy = 97,7
ry 1,73
Assim sendo, em torno do eixo x, o banzo é considerado uma peça curta (λ ≤ 40) e em
torno do eixo y é considerado esbelto (λ > 80). Portanto, analisaremos a peça com as
equações do tópico 2.1 para o eixo x e 2.3 para o eixo y.
5º Passo:
111
Aula 9 – Solicitações Normais
ESTRUTURAS
Fd 3952
σc0,d = → σc0,d = → σc0,d = 41,17 daN ≤ 240 daN
A 6 . 16
σNd σMd
+ ≤1
fc0,d fc0,d
As equações são:
Fd
σc0,d = (esforço normal de compressão, axial);
A
Md . 𝑋𝐶𝑀
σc0,d = (tensão de compressão devido ao momento fletor);
I𝑦
NE
Md = Nd . e1,ef ( ) (momento em função da excentricidade);
NE − Nd
Calculemos:
h 6
ei ≥ → ei = → ei = 0,20 cm
30 30
PS: não confunda este h com altura da peça. Este “h” é a altura seção transversal na
direção referente ao plano de verificação. Portanto, como estamos verificando no sentido
“y”, este h será x.
112
Aula 9 – Solicitações Normais
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
L0 h 169
ea = ≥ → ea = → ea = 0,56 cm
300 30 300
L0 h
Como ≥ , utilizaremos o maior valor que é 0,56 cm.
300 30
Portanto:
ec = (ei + ea ) . {exp(∆) − 1}
Com:
Como Ngk é a carga permanente e Nqk a carga variável, (ф é dado pela classe de
carregamento em função da umidade, tabela da página 108) tem-se:
𝛥 = 0,18
Retomando a Equação:
7º Passo
NE 13654,4
Md = Nd . e1,ef ( ) → Md = 3952 . 0,91 ( ) → Md = 5061,1 daN. cm
NE − Nd 13654,4 − 3952
Como:
113
Aula 9 – Solicitações Normais
ESTRUTURAS
Md . 𝑋𝐶𝑀
σMd =
I𝑦
Então temos:
Md . XCM 5061,1 . 3
σc0,d = → σMd = → σMd = 52,71 daN/cm²
Iy 288
A verificação da segurança em torno do eixo y, dada pela relação abaixo, mostra que o
banzo está seguro.
114
Aula 10 – Flexão e Cisalhamento
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Peças fletidas são peças solicitadas por momento fletor. Acontecem na maioria das peças
estruturais disponíveis, tais como, em terças, ripas e caibros de telhados, tabuleiros de pontes,
etc. Mesmo em barras das chamadas treliças existe o efeito de flexão, que usualmente é
desconsiderado.
1. Introdução
É comum acontecer numa mesma seção transversal efeitos de flexão em duas direções
perpendiculares entre si. É o caso da chamada flexão oblíqua. Também pode acontecer
efeitos de flexão combinados com solicitações axiais de compressão ou tração, tendo-se
então o caso de flexocompressão ou flexotração.
Para esta aula, seguiremos as “receitas” das aulas anteriores. A teoria será exposta, os
exercícios serão resolvidos de maneira que consigamos enquadrá-los em algum modelo
“pré-pronto”, onde apenas aplicaremos as equações recomendadas. A dificuldade
provavelmente seja mais matemática do que técnica, já que os roteiros são previamente
determinados.
2. Solicitações de Flexão
115
Aula 10 – Flexão e Cisalhamento
ESTRUTURAS
As peças fletidas serão verificadas considerando-se um vão teórico igual ao menor dos
dois valores abaixo:
A norma define que a distância da linha neutra - neste caso coincide com a linha que
passa pelo centro de gravidade - até a fibra mais comprimida vale yc1 e até a fibra mais
tracionada vale yt2. Assim, as expressões para cálculo das respectivas tensões e suas
verificações são dadas pelas expressões a seguir:
Borda Comprimida:
Md
σc1,d = . yc1 ≤ fc0d
I
Borda Tracionada:
Md
σt2,d = . yt2 ≤ ft0d
I
116
Aula 10 – Flexão e Cisalhamento
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Onde:
As tensões σMx,d e σMy,d são as tensões máximas atuantes em relação aos respectivos
eixos de atuação e, fwd é a respectiva resistência de cálculo de tração ou compressão de
acordo com a natureza da correspondente tensão atuante. O valor de k M é chamado de
coeficiente de correção tomado como sendo:
2.3. Flexotração
As barras submetidas a esforços de flexotração serão verificadas pela mais rigorosa das
duas expressões seguintes:
2.4. Flexocompressão
2 2
σNt,d σMx,d σMy,d σNt,d σMx,d σMy,d
( ) + kM . + ≤1 ou ( ) + + kM . ≤1
fto,d fto,d fto,d fto,d fto,d fto,d
117
Aula 10 – Flexão e Cisalhamento
ESTRUTURAS
𝑉. 𝑆
𝜏𝑑 =
𝑏. 𝐼
Onde:
Para trechos localizados a menos de duas vezes a altura total da peça (2h) dos apoios
(Figura Acima), considera-se que o efeito de cisalhamento se transforma em uma solicitação
perpendicular ao eixo da viga. De acordo com a NBR 7190/97, a redução de força cortante é
permitida somente para cargas concentradas e aplicadas dentro do trecho considerado.
Neste caso pode-se utilizar um valor de força cortante reduzido (Vred) igual a:
𝑎
𝑉𝑟𝑒𝑑 = 𝑉 .
2ℎ
118
Aula 10 – Flexão e Cisalhamento
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
τd ≤ fv0,d
O valor de fv0,d deve ser obtido experimentalmente. Porém conforme permite a norma
brasileira pode-se tomar valores aproximados em função do valor da resistência na
compressão paralela, sugeridos conforme:
Vigas com reduções bruscas da altura da seção transversal, como indicado na Figura
abaixo, recebem um tratamento especial através do aumento da tensão de cisalhamento
(ou da força cortante), multiplicando-se o valor convencional pela relação h/h1. Neste caso,
a relação entre a altura total e a reduzida deve respeitar a condição: h 1 > 0,75 h.
Caso a condição anterior não seja respeitada, a norma recomenda o "uso de parafusos
verticais dimensionados à tração axial para a totalidade da força cortante a ser transmitida".
119
Aula 10 – Flexão e Cisalhamento
ESTRUTURAS
Quando uma peça fletida tem seção transversal tipo I, T, caixão, etc., diferente da
seção retangular, a NBR 7190/97, item 6.7.2, recomenda o uso de enrijecedores
perpendiculares ao eixo da viga, com espaçamento máximo de duas vezes a altura total da
viga. É importante lembrar que peças estruturais de seção transversal dos tipos citados,
devem ser calculadas com momento de inércia modificado, de acordo com as indicações
apresentadas no item 4.2, a seguir.
𝐿1 𝐸𝑐𝑜,𝑒𝑓
≤
𝑏 𝛽𝑀 . 𝑓𝑐0,𝑑
Para βM:
ℎ 3/2
1 𝛽𝐸 ( )
𝛽𝑀 = . . 𝑏
0,26 . 𝜋 𝛾𝑓 ℎ 1/2
( − 0,63)
𝑏
O valor de βM pode ser também obtido pela Tabela abaixo, dado em função da relação
h/b, considerando-se γf = 1,4 e coeficiente de correção βE = 4.
120
Aula 10 – Flexão e Cisalhamento
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
𝐿1 𝐸𝑐𝑜,𝑒𝑓
>
𝑏 𝛽𝑀 . 𝑓𝑐0,𝑑
𝐸𝑐𝑜,𝑒𝑓
𝜎𝑐1,𝑑 ≤
𝐿
( 1 ) . 𝛽𝑀
𝑏
Peças formadas por seções transversais dos tipos indicados na Figura ABAIXO sofrerão
uma redução do momento de inércia dada pelo coeficiente αr, onde:
No caso de seções do tipo duplo T, Figura (d), não incluída nas recomendações da
norma, sugere-se utilizar o coeficiente αr = 0,85.
121
Aula 10 – Flexão e Cisalhamento
ESTRUTURAS
Assim, o momento de inércia (Ief) usado para verificação da viga será dado por:
Ief = αr . Ith
Vigas formadas por mais de uma peça individual retangular interligada por conectores
metálicos para compor uma seção transversal de rigidez maior, A Figura abaixo poderá ser
dimensionada como se fosse uma seção retangular maciça, desde que seja utilizado um
valor para o momento de inércia reduzido, tal como feito para os casos anteriores onde α r
vale:
Baseado e adaptado de
Francisco A. Romero Gesualdo.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
122
Aula 11 – Ligações
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
1. Generalidades
fe0,d = fc0,d
123
Aula 11 - Ligações
ESTRUTURAS
1.1. Pré-Furação
O estado limite último da ligação pode ser atingido por insuficiência de resistência da
madeira interligada ou por insuficiência dos elementos de ligação.
Sd ≤ Rd
A norma recomenda que não seja usado apenas um pino ou cavilha, como garantia de
uma melhor distribuição de esforços e segurança.
124
Aula 11 – Ligações
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
De outro lado, ligações com 4 ou mais elementos serão consideradas rígidas, desde
que sejam respeitados os diâmetros de pré-furação especificados na Tabela da página
anterior. Em caso contrário, a ligação passa a ser considerada deformável.
Para ligações com número superior a 8 pinos, deve-se considerar uma redução da
capacidade dos pinos, isto é, considera-se que somente 8 pinos trabalhem com sua
125
Aula 11 - Ligações
ESTRUTURAS
resistência plena e os demais têm apenas 2/3 de eficiência. Assim, nestes casos a resistência
da ligação será dada pela multiplicação do valor n o pela resistência de um pino. Sendo n o
número efetivo de pinos, no vale:
2
no = 8 + . (n − 8)
3
O aço correspondente aos pregos deve ter resistência característica (fyk) mínima de
600 MPa, assim como devem ter um diâmetro de no mínimo 3 mm, conforme especificado
na Tabela acima. Para os parafusos recomenda-se um valor mínimo de fyk = 240 MPa e
diâmetro mínimo de 10 mm.
Para o caso de ligações pregadas também deve ser garantido que o comprimento de
penetração na peça final (que recebe a ponta do prego) seja maior que 12 vezes o diâmetro
do prego, ou seja, t4 ≥ 12d. Outra condição necessária é que este comprimento de
penetração também seja maior que a espessura (t) da peça mais delgada envolvida na
ligação, ou seja, t4 ≥ t.
126
Aula 11 – Ligações
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
No caso de ligações por pinos em corte duplo como ilustrado na próxima Figura, o
valor de t é obtido em função das espessuras das peças laterais (t 1 e t3) e da peça central
(t2), ou seja, t é igual ao menor dos valores entre t 1, t2/2 e t3.
O valor de cálculo da resistência para uma única seção de corte de um pino metálico
será fornecido de acordo com a formulação a seguir. Neste cálculo são usados os
parâmetros adicionais β e βlim, dados por:
t fyd
β= e βlim = 1,25√
d fed
t²
R vd,1 = 0,40 . .f
β ed
d²
R vd,1 = 0,625 . .f com β = βlim
βlim yd
Considerando-se:
127
Aula 11 - Ligações
ESTRUTURAS
fyk
fyd = com γs = 1,1
γs
Quando ocorrer uma ligação envolvendo peças de madeira e chapas de aço, deve-se
fazer duas verificações, considerando o efeito do pino com a madeira e do pino com a chapa
metálica. O efeito do pino com a madeira segue as mesmas considerações anteriores. O
cálculo da resistência do pino considerando o efeito pino-peça metálica será feito de acordo
com as recomendações da norma brasileira NBR 8800 - Projeto e execução de estruturas de
aço de edifícios.
t²
R vd,1 = 0,40 . .f
β c90d,cav
d²
R vd,1 = 0,40 . .f com β = βlim
βlim c0d,cav
128
Aula 11 – Ligações
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Os diâmetros dos anéis referem-se à parte interna. São permitidos pela norma apenas
anéis com diâmetros iguais a 64 mm e 102 mm. Estes devem ser sempre utilizados com
parafusos de 12 e 19 milímetros, respectivamente, inseridos no furo central que serve para
execução da ranhura onde o anel é embutido. Estes anéis devem ter espessuras mínimas de
4 mm e 5 mm, respectivamente. O parafuso usado no furo central não é considerado como
elemento resistente para a ligação.
πd²
R anel,1 = . fv0,d e R anel,2 = t . d . fcα,d
4
4. Espaçamentos
Para que uma ligação trabalhe com a resistência definida pela norma brasileira é
necessário que os elementos da ligação sejam distribuídos adequadamente, respeitando-se
os espaçamentos entre os elementos e entre elementos e bordas ou extremidades. Estes
espaçamentos mínimos estão mostrados na Figura abaixo, para pinos metálicos e cavilhas, e
na Figura posterior, para conectores metálicos.
129
Aula 11 - Ligações
ESTRUTURAS
A verificação da segurança em relação aos estados limites de utilização deve ser feita
pela condição em que o valor do efeito causado pela ação, chamado de S d,uti, seja menor ou
igual ao valor estabelecido como estado limite de utilização, chamado de S lim. Assim:
Sd,uti ≤ Slim
O cálculo das ações é feito de acordo com as expressões fornecidas na Aula 08, página
100. Observa-se que neste caso os coeficientes γf tomados como iguais a 1,0 e os
coeficientes de combinação ψ1 e ψ2 são dados pela Tabela da Aula 08, página 96, já
apresentada.
130
Aula 11 – Ligações
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Os valores limites das deformações podem ser estabelecidos por normas especiais ou
por condições especiais impostas pelo proprietário da construção.
A Tabela abaixo indica os valores sugeridos pela norma como limites de deformações
para construções correntes, associados ao valor da flecha máxima provocada pelas cargas
permanentes e acidentais.
Quando a flecha for gerada por ações correspondentes ao peso próprio, estas poderão
ser compensadas por contra-flecha, desde que esta contra-flecha não seja superior à
relação L/300 (peças biapoiadas) ou L/150, para o caso de balanços. Estas contra-flechas
devem ser distribuídas de forma parabólica ao longo do vão.
131
Aula 11 - Ligações
ESTRUTURAS
No caso de flexão oblíqua, estas verificações deverão ser feitas isoladamente para
cada um dos planos principais de flexão, sem qualquer composição para a resultante.
O cálculo das flechas pode ser feito por qualquer processo da Mecânica das Estruturas.
Normalmente, emprega-se o Princípio dos Trabalhos Virtuais, também chamado de
Processo da Carga Unitária. Algumas vezes torna-se necessário pesquisar o ponto onde
ocorre a máxima flecha. Neste caso valerá a habilidade do calculista ou a aplicação de
processo adequado para tal.
A Tabela acima forneceu algumas expressões de cálculo de flecha para casos de vigas e
carregamentos usuais, como ferramenta auxiliar para determinação de deslocamentos para
os casos usuais de estruturas. Vale lembrar que a superposição de efeitos é válida para as
situações convencionais de cálculo. Consulte a disciplina Estabilidade para rememorar estes
conceitos.
Baseado e adaptado de
Francisco A. Romero Gesualdo.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
132
Aula 12 – Cobertura
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
A princípio, uma estrutura espacial deve ter um melhor aproveitamento dos seus
elementos, uma vez que todos os componentes da estrutura têm função estrutural e de
travamento, e sempre funcionam como elementos principais (não existe o elemento
secundário). Além disto, haverá uma distribuição mais uniforme dos elementos estruturais
ao longo da área coberta, sem concentração de forças nos planos das estruturas.
133
Aula 12 - Cobertura
ESTRUTURAS
A definição destas formas nem sempre é uma tarefa fácil, pois dependerá da
experiência do projetista e não serão abordados neste curso, mas, a título de informação,
representam as estruturas de madeira do tipo treliçado, como auxílio para definição do
contorno da estrutura, bem como, de prováveis seções transversais necessárias para
absorver os esforços atuantes. Logicamente, não existe uma regra única, pois cada projeto
tem sua própria característica. De qualquer forma, é necessário ter-se um ponto de partida
(anteprojeto), que pode estar embasado nestas informações.
Em função destas características define-se o tipo de estrutura a ser usada: tesoura tipo
duas águas, com ou sem balanço, tipo shed, arco, ou outro tipo.
Feita a escolha do tipo de estrutura deve-se iniciar a definição das posições das barras.
Inicialmente define-se o contorno da estrutura, adotando-se uma relação entre altura e vão.
Sempre será necessário ter à disposição manuais dos fabricantes de telhas, para o
conhecimento real das dimensões, pesos, resistência, recobrimentos, etc., das peças usadas
na cobertura: telhas, cumeeiras, pregos e ganchos de fixação. Outro problema existente
refere-se à exata posição das barras que compõem a estrutura. Isto porque, todo o cálculo é
feito através da estrutura representada pelos seus eixos, esquecendo-se das dimensões
reais das peças (altura e largura), uma vez que o cálculo é feito para estruturas do tipo
reticulado. Sendo assim, é indispensável conhecer exatamente qual é a posição real de
todos os elementos que compõem a estrutura, jamais se esquecendo da existência das
terças e telhas. Estes parâmetros são importantes, pois deles dependem a posição real dos
eixos das barras que serão utilizados nos cálculos.
134
Aula 12 – Cobertura
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Tomando-se como referência uma estrutura de contorno triangular, Figura (a), deve-se
saber exatamente qual é a variação do comprimento da hipotenusa (banzo superior) do
triângulo retângulo ABC. Observe os detalhes das Figura (b) e (c) onde são mostrados os
detalhes dos nós da ligação entre banzo superior e inferior, e entre os banzos superiores.
Caso seja utilizado o gancho chato para fixação das telhas é importante lembrar o
detalhe da efetiva posição da extremidade da telha em relação à face superior da terça,
conforme ilustra a Figura acima.
135
Aula 12 - Cobertura
ESTRUTURAS
Neste caso deve-se considerar um deslocamento designado por "r" na Figura acima. O
valor de "r" pode ser encontrado da seguinte forma:
𝑑𝑠 2 𝑏
𝑟= 𝑡𝑔 𝜃 + −
2 2 cos 𝜃 2
Caso seja desejado considerar um deslocamento maior para a terça, ou seja, deslocá-la
para baixo em direção ao eixo central do montante, bastará subtrair o valor deste
deslocamento ao valor de r anteriormente calculado.
136
Aula 12 – Cobertura
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Também merece destaque a ligação entre o banzo inferior e o superior, pois de forma
semelhante ao caso da primeira figura da página anterior, também existe um deslocamento
da posição da terça em relação ao ponto de encontro dos eixos dos banzos convergentes
para o nó. Esta situação está ilustrada na Figura anterior.
Também desta figura, o valor de "a" deve ser determinado e considerado para efeito
de definição da posição dos eixos das barras. A seguir é mostrada a função para se chegar a
este valor.
𝑏 1
𝑎= + . (𝑑𝑖 − cos 𝜃 𝑑𝑠 )
2 2 𝑠𝑒𝑛 𝜃
Assim como existem variações de posições dos eixos na ligação do banzo inferior com
o superior, também ocorre situação semelhante no caso da ligação de cumeeira. Neste
caso, a variação é maior, pois existe um deslocamento de terça necessário para apoiar a
peça de cumeeira, conforme é recomendado pelo fabricante. A Figura abaixo ilustra este nó
e indica os parâmetros envolvidos no caso.
1
𝑥= . [𝐷 − 𝑠𝑒𝑛 𝜃 (2 . ℎ . 𝑑𝑠 )]
2 cos 𝜃
137
Aula 12 - Cobertura
ESTRUTURAS
2. Cálculo de Cargas
As cargas sobre uma treliça são consideradas como atuantes sobre os nós superiores
da estrutura. Usa-se o critério da faixa de influência, conforme ilustrado na Figura, para se
obter a carga atuante sobre cada nó.
A faixa de influência é tomada como sendo a soma das duas metades das distâncias
entre os dois nós vizinhos. Sobre cada um destes nós atuam todas as cargas provenientes
do material existente na faixa de influência: madeira (barras + terças), telhas, vento,
contraventamentos, ferragens, peças especiais e sobrecargas. Basta conhecer com exatidão
todos os elementos envolvidos em cada faixa considerada.
As forças devidas ao vento são calculadas de acordo com a norma específica (NBR
7123). Obviamente que as ações de vento não dependem do tipo de material, mas
dependem principalmente do tipo de contorno da estrutura.
138
Aula 12 – Cobertura
UNIDADE 2 – ESTRUTURAS DE MADEIRA
Para toda estrutura deverá ser calculada a flecha no ponto onde é máxima. Permite-se
considerar que a linha elástica seja uma parábola, ao longo do vão. O cálculo das flechas
pode ser feito através do Princípio dos Trabalhos Virtuais. No caso de treliças as
contribuições dos deslocamentos provêm apenas das forças normais em cada barra.
Baseado e adaptado de
Francisco A. Romero Gesualdo.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
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