Tópicos Complementares de

Engenharia Mecânica
Prof. Edney D. Rejowski
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Aula 02 – Processos de Tratamento Térmico em Aços

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Processos de Tratamento Térmico em Aços

Uma mola para aplicação automotiva, por exemplo, necessita ser tratada
termicamente para ser utilizada no sistema de suspensão. Ao ser comprimida, na passagem do
veiculo por uma lombada, a mola acumula energia amortecendo o movimento da roda. Após a
passagem pela lombada se estende devolvendo a energia acumulada e fazendo a roda do
veiculo retornar à sua posição inicial. O tratamento térmico permite que a mola sofra
deformação elástica sem perder sua forma e geometria original. Para resistir a esses esforços é
preciso que a mola tenha dureza elevada, elasticidade e resistência mecânica par não sofrer
deformação plástica permanente.

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Aspectos da estrutura cristalina do aços no T.T.
Como já sabemos, os metais são constituídos por um aglomerado compacto de
átomos, arranjados ordenadamente, denominado estrutura cristalina. Os átomos costumam ser
representados por esferas rígidas como se fossem bolas de bilhar. Embora esta forma de
representação é bastante simplificada, ela é adequada para explicar as propriedades físicas e
mecânicas dos metais.
Os aços são ligas de ferro-
carbono e para entender como os
átomos de ferro e carbono formam a
estrutura cristalina é preciso antes
visualizar os aglomerados de átomos
de ferro (raio atômico 140 picômetros Célula unitária
Posições atômicas
- pm) e as formas cristalinas que esse (a) Empacotamento cúbico de face centrada - CFC
elemento pode assumir

Célula unitária
Posições atômicas
(b) Empacotamento cúbico de corpo centrado - CFC
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Aspectos da estrutura cristalina do aços no T.T.
Em temperaturas elevadas o aço apresenta uma estrutura, denominada cúbica de
face centrada – CFC, mostrada na parta superior da figura é formada por 8 átomos de ferro,
situados nos vértices de uma célula unitária cúbica e por 6 átomos de ferro, situados nas faces
do cubo. Veja que somente 1/8 de cada átomo situado nos vértices do cubo faz efetivamente
parte da célula unitária. Da mês forma, somente ½ de cada átomo situado no centro das faces
fica no interior da célula unitária.

Em temperaturas mais
baixas os átomos de ferro se
organizam de outra maneira
formando uma estrutura cúbica de Célula unitária
corpo centrado – CCC, com 8 átomos
Posições atômicas
(a) Empacotamento cúbico de face centrada - CFC
nos vértices da célula unitária cúbica
e um único átomo no centro do cubo,
como mostrado na parte inferior da
figura.
Célula unitária
Posições atômicas
(b) Empacotamento cúbico de corpo centrado - CFC
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Aspectos da estrutura cristalina do aços no T.T.
A estrutura CFC – denominada austenita ou fase g – é estável desde temperaturas
muita altas, logo após a solidificação do aço, passando pelas temperaturas de laminação ou
forjamento (1000 a 1200°C), até a temperatura de 912°C. A 912°C ocorre a transformação do
ferro CFC para a estrutura CCC – denominada ferrita ou fase a – estável até a temperatura
ambiente.
A austenita, nos aços de baixa liga, não é uma fase estável na temperatura ambiente.
Já a ferrita é estável e apresenta propriedades mecânicas de dureza e resistência muito baixas.
Em compensação é uma fase que apresenta alta ductilidade e alta conformabilidade.
Praticamente todos os tratamentos térmicos realizados
em aços se baseiam na transformação FeaCCC  FegCFC. Se essa
transformação não existisse não haveria a possibilidade de
endurecer os aços e obter materiais tão duros e tão resistentes
ao desgaste e à fadiga.
O carbono, por sua vez é um átomo muito pequeno
(raio atômico 70 pm), quando comparado com o átomo de ferro,
que ocupa as posições vazias existentes no reticulado cristalino
do ferro, chamadas posições intersticiais, como mostrado na
figura.
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DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C

Existem diagramas que

descrevem, para as ligas Fe-C, as faixas
de temperaturas em as fases ferrita,
austenita e cementita são estáveis e as
temperaturas em que ocorrem as
transformações. Esses diagramas são
chamados diagramas de equilíbrio.
Através desses diagramas é possível
prever quais fases se formam quando
o aço é resfriado lentamente (no
equilíbrio). Na figura o diagrama
mostra que a ferrita é uma fase que
aparece isolada somente para teores
muito baixos de carbono < 0,1%.

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DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C

Nos aços em que o teor de

carbono é maior que 0,1%, ocorre
precipitação de cementita formando
(Fe3C). A precipitação de cementita
ocorre de forma alternada com a
ferrita formando uma estrutura
lamelar denominada de perlita. Pode-
se dizer que a perlita é uma material
compósito natural pois é constituída
de lamelas alternadas de ferrita e
cementita.

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Aspectos da estrutura cristalina do aços no T.T.
ESTRUTURA DOS AÇOS REFRIADOS LENTAMENTE

Quando o teor de carbono é menor que

0,1% o aço contém somente ferrita sendo muito
mole e dúctil. Por outro lado os aços com 0,8% C
apresentam na microestrutura 100% de perlita.
No intervalo de 0,1% a 0,8% C conforme se
aumenta o teor de carbono ocorre aumento da
quantidade de perlita e diminuição da quantidade
de ferrita, desta forma , um aço com 0,4% C tem
aproximadamente 50% de ferrita e 50% de perlita.

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Aspectos da estrutura cristalina do aços no T.T.
Se agora resfriarmos o material lentamente a austenita começa a se transformas em
ferrita, dentro da zona crítica e finalmente a 727°C toda a austenita se transforma em perlita.

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Aspectos da estrutura cristalina do aços no T.T.

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TIPOS DE TRATAMENTOS TÉRMICOS

Tratamentos termoquímicos
Modificam apenas uma
camada superficial da peça

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TIPOS DE TRATAMENTOS TÉRMICOS

Tratamentos térmicos em Ferro Fundidos

Alívio de tensões ou envelhecimento artificial

Recozimento
Normalização
Têmpera e revenido
Tratamentos isotérmicos (austêmpera e martêmpera)
Endurecimento superficial (por chama ou por indução)

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TIPOS DE TRATAMENTOS TÉRMICOS
Exercícios
Sabendo-se que algumas
propriedades mecânicas são importantes
para especificação e seleção de materiais e
que AR>AQ>AP, onde AR , AQ e AP
representam as áreas sob cada curva.
Dessa forma, os materiais que possuem a
maior tensão de ruptura, o maior módulo
de elasticidade, o maior limite de
escoamento e a melhor tenacidade,
respectivamente, são:
A) Q; P; R e Q.
B) Q; R; P e R.
C) Q; P; P e R.
D) R; P; P e Q.

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FIM

“Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da

grandeza. Aquele que é humilde busca conhecimento em outras fontes,
pois reconhece que necessita alimentar o seu saber...”.

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