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Vitória
2020
VLADIMIR RANGEL ZANETTI
Vitória
2020
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(Biblioteca Nilo Peçanha do Instituto Federal do Espírito Santo)
CDD 21 – 669
Elaborada por Marcileia Seibert de Barcellos – CRB-6/ES - 656
VLADIMIR RANGEL ZANETTI
COMISSÃO EXAMINADORA
The process of liquid steel production in an integrated steel making plant can be
divided in three macro processes: Pig iron pretreatment, where the
desulphurization of liquid hot metal is mainly carried out, desilication and
dephorphorization can also be treated at this stage; Primary refining, usually
performed in LD (Basic Oxygen Furnace) converters where, by means of oxygen
blowing, the following and main steps are performed: desilication,
dephosphorization and decarburization; Secondary refining, carried out after the
pouring of liquid steel to the ladle, may be performed by several processes or
kind of stations with the main objectives of chemical composition adjustment,
temperature adjustment, steel deoxidation and degassing, desulfurization and
inclusion control, as well as helping in the process synchronization. During the
secondary refining process, the temperature drops happens, and the reheating
of the liquid steel is necessary. This heating can be performed basically by
electric heating (physical) or by chemical heating (aluminothermic reaction).
Some of the aspects used for choosing the heating process as, for instance, the
economic evaluation of heating costs and metallurgical aspects such as
nonmetallic inclusions control and desulfurization were approached. From an
economic side, the comparison showed advantages for the ladle furnace
presenting costs of around 39% lower compared to IRUT. Both the desulfurization
capacity and the control of inclusions proved to be more attractive in the ladle
furnace station.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 9
2 OBJETIVOS .................................................................................... 10
6 CONCLUSÕES ............................................................................... 37
REFERÊNCIAS ............................................................................... 38
9
1 INTRODUÇÃO
Na produção de aço na etapa de refino secundário, que em geral é procedido dentro
das próprias panelas de aço, é responsável por fazer o refino ou acerto da
composição química, homogeneização, controle de inclusões, desgaseificação /
desoxidação, dessulfuração e ajuste de temperatura da corrida. Diversos são os
tipos de plantas e processos aplicados nessa etapa, podendo, o aço ser trabalhado
sob pressão atmosférica, como exemplo, IRUT, Cas-OB, Forno Panela ou sob
atmosfera controlada ou vácuo, como, RH, VOD, VAD. Cada tipo de estação de
refino tem características específicas mais adequadas à produção de famílias de
aços de acordo com as propriedades almejadas para cada aço.
Durante esta etapa de produção diferentes processos podem ser aplicados, como,
adição de elementos de ligas, correção das características da escória, agitação /
homogeneização por injeção de gás inerte ou eletromagnética e ajuste da
temperatura. Pode ser necessário resfriar a corrida, entretanto, é muito mais
frequente a necessidade de aquecimento pois tanto a agitação com gás, quanto a
adição de elementos de liga ou escória resfriam o aço, além das perdas térmicas
para o próprio ambiente e panela de aço. Por esse motivo, em geral as estações
são providas de equipamentos capazes de aquecer o banho metálico.
O aquecimento pode ser provido por meio de um processo químico, onde a queima
do próprio carbono do aço é uma das fontes de calor, entretanto a adição de
alumínio com posteriormente sopro de oxigênio é comumente usada, sendo a
reação de oxidação do alumínio extremamente exotérmica ela provem a energia
necessária para a elevação da temperatura (aluminotermia), nesse processo o
alumínio adicionado também reagem com o oxigênio dissolvido no banho metálico
promovendo a desoxidação do mesmo. Outra forma de se promover o aquecimento
é pelo aquecimento elétrico, onde a corrente elétrica circula entre eletrodos de
grafite (em geral 3 – trifásico) através do aço gerando aquecimento pelo efeito Joule
e principalmente pela energia dissipada nos arcos voltaicos. Em ambas as formas
de aquecimento é necessária a agitação do banho metálico promovendo a
homogeneização da temperatura, a agitação pode ser por meio de agitadores
eletromagnéticos, mas atualmente é mais usual a injeção de gás inerte (Ar ou N2)
por meio de lanças refratadas submersas ou plugs porosos (peças refratária porosa
montado no fundo da panela de aço por onde o gás é injetado).
10
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 O IRUT
Silo
Sistema de de Pó
Abastecimento Ar N2
O2
Lança
Amostragem Sistema de Injeção
Ligas Sucata
Canivete de mistura De-S
Lança
O2 Máquina de injeção
de Fios
Carro Balança
Sistema de Coifa de
controle capitação
ambiental
Snorkel
Lança Ar / N2 /
Injeção de pó
Uma forma de controle da morfologia das inclusões de alumina é feita pela adição
e cálcio para a formação dos aluminatos de cálcio. Cinco fases são identificadas no
sistema binário Al2O3 – CaO e estão expostas abaixo.
16
Densida
P.F. Dureza
Nome Fórmula de
(°C) (HV)
(g/cm³)
Hexa-aluminato monocálcio CA6(CaO.6Al2O3) 1850 3,38 2200
Di-aluminato monocálcio CA2 (CaO.2Al2O3) 1750 2,91 1100
Aluminato monocálcio CA (CaO.Al2O3) 1605 2,98 930
Hepta-aluminato dodecálcio C12A7 (12CaO.7 Al2O3) 1455 2,83 -
Aluminato tricálcio C3A (3CaO. Al2O3) 1535 3,04 -
A flotação natural das partículas é regida pela lei de Stokes que estabelece uma
relação entre a velocidade de ascensão da partícula, o tamanho da partícula, a
diferença entre as densidades da partícula e do aço e da viscosidade do aço líquido.
2gr2i ∆ρ
v= (1 )
9η
Onde: [cm; s; g]
v - velocidade de ascensão;
g - Gravidade
ri - Raio da partícula;
Dr- Diferença de densidade do líquido – partícula;
h – Coeficiente de viscosidade do líquido (dina x s/cm²) – Poise.
Figura 5 – Esquema de injeção de Ca, reações e fase por posição na panela (PRIYADARSHI,
Harsh).
3.3.4 Dessulfuração
O controle do teor de enxofre é essencial em vários aços principalmente para
aplicações mais sofisticadas. Sendo as reações de dessulfuração exotérmicas
termodinamicamente elas são favorecidas por temperaturas mais baixas,
entretanto, é conhecido que o transporte de massa que promova a interação aço
escória é um dos principais fatores que comandam cinética das reações de
dessulfuração. A relação entre as fases sólidas e liquidas da escória tem especial
influência na velocidade das reações (PEZZIN, Rodrigo O. e PEHLKE RD,
FUWA ) e por esse motivo temperaturas mais elevadas que propiciem uma
viscosidade adequada da escória melhoram a eficiência do processo. Entretanto
a atividade do oxigênio no banho tem um efeito deletério muito mais significativo
e por esse motivo os processos de dessulfuração são, sempre que possível,
executados ainda no gusa líquido.
2/3 [Al] + [S] + (CaO) = (CaS) + 1/3(Al2O3) DG0 = -319343 + 111,3T [J/mol] (2 )
do formato do carro torpedo que não propicia uma boa homogeneização e pela
agitação menos vigorosa.
Nas panelas de gusa, a dessulfuração pode ser feita por meio de processos
semelhantes ao usado nos carros torpedo e pelos mesmos motivos também tem
sua eficiência limitada. Entretanto o processo KR (Kambara Reactor) propicia
uma maior agitação mecânica do que as geradas por injeção de pós
dessulfurantes com agitação por borbulhamento, levando à taxas de De-S
maiores, como mostrado na Figura 10 e a valores de enxofre < 30ppm, além da
possibilidade do uso de misturas mais baratas à base de CaO (>90%) e 0,6Al +
0,4CaF2 (<10%). Jian Wang mostrou a relação entre o aumento da rotação do
impelidor e as taxas de De-S no KR, como pode ser visto na figura 9.
100
Processo KR
90 Injeção
Mg, CaC2
De-S
(%)
Efeito da
80
forte agitação
70 Processo de Injeção
60
50
o
1250 1300 T ( C) 1350 1400
d[%S] A
=(k) � � {[%St]-[%Seq]} (4 )
dt Vm
Sendo:
A – Área de contato CaO x Metal;
k – Coeficiente de transporte de massa de S no metal (m/min);
Vm – Volume do metal líquido.
.
Figura 11 – Comparativo da eficiência de De-S para diferentes tecnologias (SENER, Bugra ).
4 MATERIAIS E MÉTODOS
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1.1 Dessulfuração
Do ponto de vista da dessulfuração os artigos avaliados mostraram vantagens
do forno panela frente ao IRUT, principalmente quando se fala da unidade
instalada na AM Tubarão. Entretanto indiferente das especificidades de cada
planta as estações tipo IRUT dificultam sobremaneira a interação entre o aço e
a escória pelo simples motivo de que o snorkel separa grande parte dessa (que
é o meio dessulfurante) da região com maior agitação do banho. E como é
conhecido o transporte de massa promovendo a interação metal escória é um
dos principais fatores que favorecem a dinâmica da reação de dessulfuração.
28
Consumo Específico Custo Custo por t aço (R$/t) Custo por t aço (US$/t) - US$/R$ = 5,0
Unidad
Itens de custo (R$/t ou
e Forno Forno
IRUT R$/Nm3) IRUT Forno Panela IRUT
Panela Panela
Perda de aço por oxidação % - 0,05% R$1.600,00 R$- R$0,80 $- $0,16 2,9%
Perda de elemento de liga
kg/t - 0,75 R$7.300,00 R$- R$5,51 $- $1,10 20,0%
por oxidação (FeMnAC)
Consumo - Energia Elétrica kWh/t°C 0,45 - R$0,19 R$4,28 R$- $0,86 25,4% $-
pelo alumínio não impede que parte do Fe do banho assim como alguns
elementos de liga, principalmente o FeMn, sejam oxidados indo para a escória e
para os fumos exauridos pelo sistema de controle ambiental.
A oxidação do ferro é pequena e muitas vezes pode ser revertida pela adição do
próprio alumínio em quantidade suficiente para promover a redução ao final do
aquecimento, Järvinen et al mostra o crescimento do FeO e MnO na escória
após o aquecimento químico em uma unidade Cas-OB (Os sistema Cas-OB e
IRUT são muito parecidos diferenciando basicamente pelo formato do snorkel
sendo fechado no caso do Cas-OB e chamado de “sino”), apresentado na Tabela
3, preparou-se uma estimativa baseada nesses resultados que mostrou uma
incorporação de ferro na escória da ordem de 0,05% do peso da corrida, para
um aquecimento de 50°C conforme adotado neste trabalho. Internamente à AM
Tubarão a perda do ferro por oxidação não é controlada, entretanto as perdas
das ligas de FeMn estão na ordem de 0,75 kg/t. Para uma corrida de 316t essas
aproximam a valores na casa de 160 kg de Fe e 240kg de FeMn por corrida,
equivalentes a R$ 0,80 e R$ 5,51 por t de aço produzido no IRUT. Essas perdas
somadas equivalem a um custo da ordem de 23% dos custo total de
aquecimento no IRUT.
Figura 14 ilustra as diferenças entre a injeção de gás por meio de lança e plugue poroso.
6 CONCLUSÕES
Foi possível identificar que, para a realidade da AM Tubarão, os custos variáveis
de aquecimento elétrico em forno panela são consideravelmente menores do
que os de aquecimento químico no IRUT, sendo cerca de 39% menores,
tornando-o extremamente atrativo. Dentre todos os custos levantados os valores
envolvido no aquecimento em si são os mais significativos para ambos os
processos, correspondendo a cerca de R$ 15,70/ t (Al + O2) para o IRUT
equivalentes à 53,5% do custo total, já no caso do forno panela os custos com
eletricidade e eletrodo somam R$ 5,50/t equivalendo à cerca de 32% do total,
destaca-se também os custos com a formação da escória no forno panela que
são da ordem de R$ 5,00/t (21% do total), entretanto cabe uma ressalva visto
que apesar do custo maior, em comparação ao IRUT, pode-se obter vantagens
na remoção do enxofre, uma comparação incluindo os custos de dessulfuração
para as corridas que passam pelo IRUT poderá complementar essa avaliação.
Na análise dos aspectos metalúrgicos o forno panela apresentou vantagens
tanto no processo de De-S quanto no de controle de inclusões principalmente
pela menor geração destas.
No entanto é importante ressaltar que uma avaliação econômica que considere
os investimentos para a construção das plantas e o “mix” de produção visado
não foi feita e isso tem influência direta na escolha do processo. Os
investimentos para a construção de uma planta de forno panelas são
consideravelmente maiores que os de um IRUT, em função da maior
complexidade e capacidade de produção. Outro fator relevante que pode
interferir nessa comparação é a disponibilidade de energia elétrica, que no caso
da AM Tubarão tem um custo baixo por dispor de produção própria.
38
REFERÊNCIAS
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KÄRNÄ, A., JÄRVINEN, M., SULASALMI, P., VISURI, V.‐V., OLLILA, S. and
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SCHRAMA, F. , BEUNDER, E. M., VAN DEN BERG, B., YANG, Y., & Boom,
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Applic, 2014, 25, 1125–1136,