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Ostomia de Eliminação
Joana Monteiro
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE FERNANDO PESSOA
Métodos de rastreio
• Uma ostomia consiste na abertura de um orifício (boca ou estoma) que é feito cirurgicamente na zona
abdominal - a localização exata dependerá de caso para caso e do motivo que levou à necessidade de
cirurgia - e que permite que a urina ou as fezes saiam do corpo por vias alternativas às normais.
• A palavra ostomia deriva do grego “stoma” e significa “boca” ou abertura podendo referir-se que uma
ostomia de eliminação intestinal é a exteriorização de uma parte do intestino através da parede abdominal,
construída a partir do revestimento mucoso do intestino, com o objetivo de criar uma saída artificial para o
conteúdo fecal.
(Cotrim, 1998 Cit. por Cotrim, 2007; Gesaro, 2012)
• O estoma é um orifício circular criado cirurgicamente para ligar um órgão interno oco (os mais frequentes
são uma parte do tubo digestivo ou urinário) à superfície da pele. Neste orifício da pele será, então, colocado
um saco removível e descartável que recolhe a urina ou as fezes.
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Tipos de estomas
Tipos de estomas
• Um dos tipos de ostomias urinárias é a derivação vesical, cirurgia em que se cria um trajeto
alternativo para a saída da urina contida na bexiga. Dependendo ou não do uso de cateteres, a
derivação vesical pode ser denominadas entubadas (cistostomia) e não entubadas
(vesicostomia).
• Defeitos de nascença
• Cancro do estômago (gastrostomia)
• Cancro do cólon e cancro do reto (ileostomia, colostomia)
• Cancro da bexiga, doenças renais (vesicostomia, nefrostomia)
• Doença inflamatória intestinal complicada
• Infeção abdominal grave
• Diverticulite complicada
• Incontinência
• Bloqueio intestinal ou oclusão intestinal grave de várias causas
• Trauma abdominal ou pélvico grave (por exemplo, resultante de acidentes)
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• Ostomia permanente: é uma solução a longo prazo e que pode ser feita em
situações em que uma doença ou o próprio tratamento da doença interferem
com o normal funcionamento do tubo digestivo ou urinário.
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• Deve ser de cor rosa vivo, brilhante e húmido, características das mucosas, como a parte interna
da sua boca.
• Nos primeiros dias após a cirurgia é esperado que a ostomia apresente edema, que aos poucos
vai regredindo.
• A ostomia não tem terminações nervosas, por isso não dói, no entanto pode sangra em pequena
quantidade.
• A pele ao redor da ostomia também deve ser observada frequentemente. O ideal é que esteja
integra, sem rubor, sem prurido, sem feridas ou dor.
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• Ileostomia. Fezes líquidas nos primeiros dias após a cirurgia e pastosas após a readaptação intestinal. É
importante lembrar que as principais funções do intestino grosso são absorção da água ingerida e formação
das fezes. Nas ileostomias o trânsito intestinal é interrompido, ou seja, as fezes não passam pelo cólon, o que
deixa as fezes eliminadas menos consistentes.
• Colostomia ascendente. Fezes semilíquidas nos primeiros dias após a cirurgia e pastosas após a readaptação
intestinal.
• Colostomia descendente. Fezes pastosas a sólidas (semelhante às fezes eliminadas pelo ânus).
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Complicações
Habitualmente, algumas complicações surgem no pós-operatório imediato, isto é, nas primeiras 24 a 72
horas após a intervenção cirúrgica:
• Hemorragia
• Edema
• Abcesso
• Necrose
• A troca dos equipamentos coletores pode e deve ser planeada, para evitar
extravasamentos acidentais.
• Geralmente sua troca está associada ao desgaste da resina da base adesiva, parte que
fica aderida à pele do abdómen, o que pode variar nas ostomias que tem eliminações
mais líquidas, como nas derivações urinárias e ileostomias, em relação àquelas que
tem eliminações mais pastosas, como nas colostomias.
• Para a troca é importante que defina um local calmo e bem iluminado, e mantenha os
materiais necessários organizados para o momento.
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• Organize o material no local onde vai fazer a troca, próximo a um espelho pode ajudar.
• Retire delicadamente a base adesiva no banho ou com a ajuda de um pano ou gaze
humedecida com água.
• Limpe a pele ao redor da ostomia com gases húmidas com água, com movimentos suaves.
Repita o movimento quantas vezes forem necessárias.
• Seque a pele ao redor da ostomia, também com movimentos suaves.
• Utilize o medidor de ostomias para saber o tamanho exato da sua ostomia.
• Desenhe o molde no verso da base adesiva usando as medidas obtidas com o medidor da
ostomia.
• Recorte a base adesiva.
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Produtos adjuvantes
• Protetor cutâneo ou barreiras protetoras da pele. Na forma de spray, pó, pasta ou placa, podem
ser utilizados para proteger a pele prevenindo a infiltração de fezes ou urina. Podem ainda
preencher irregularidades ou reduzir a umidade da pele ao redor da ostomia, tornando mais
fácil a adaptação da base adesiva.
• Cinto elástico. Tem encaixes que se adaptam nas hastes existentes na base adesiva ou na bolsa
coletora. São utilizados para manter a bolsa fixa, proporcionando maior segurança ao paciente.
• Filtro de carvão. Esses filtros servem para retirada dos gases retidos nas bolsas coletoras, o que
reduz o seu volume e a possibilidade de ocorrências desagradáveis.
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• Removedores de adesivo. Facilitam a remoção da base adesiva, deixando a pele ao redor da ostomia limpa.
• Polímeros de acrílico. São cápsulas que são colocadas dentro da bolsa e atuam transformando o líquido em
gel semissólido, facilitando o esvaziamento e reduzindo o risco de infiltração e consequentemente o
descolamento da placa.
• Sistema de irrigação para colostomia. O sistema de irrigação realiza uma limpeza do intestino grosso,
permitindo ao paciente sua utilização por até 72h sem bolsa coletora. O sistema é formado por uma bolsa
para colocar o líquido usado na irrigação, um cone de silicone para ser adaptado à ostomia e uma manga
coletora para permitir a drenagem do líquido.
• Sistema oclusor de colostomia. Composto por uma haste de espuma e uma película adesiva. Em contato
com a umidade do intestino a espuma se expande ocluindo a ostomia. É utilizado após a irrigação da
colostomia, com trocas realizadas periodicamente.
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• Reaprender o autocuidado
• Alteração da imagem corporal
• Ansiedade e depressão
• Stresse emocional
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Atividade física
• Manter ativo e retomar a rotina habitual antes da cirurgia. Sair de casa, passar tempo com a família e
amigos.
• Atividades mais vigorosas (exemplo: ginásio) devem ser evitadas durante 3 meses.
• Usar uma cinta para ostomizados, sempre que indicado pelos profissionais de saúde.
• Evitar conduzir durante o primeiro mês. Só deve iniciar a condução quando se sentir confortável para
realizar algum gesto necessário em situação de emergência (exemplo: travagem).
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Higiene
Vestuário
Atividade profissional
O seu cirurgião irá decidir com a pessoa quando poderá retomar a sua
atividade laboral. Geralmente, poderá retomar o trabalho 6 a 8 semanas
após a cirurgia.
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Sexualidade
Habitualmente, após a cicatrização se não tiver dor e se sentir bem, poderá retomar a sua atividade sexual.
Algumas alterações que possa sentir podem estar relacionadas com ansiedade ou medo da reação da
outra pessoa.
Algumas dicas: troque o dispositivo antes da relação sexual; utilize um “saco” opaco e pequeno.
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Viagens
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