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Princípios Gerais da Função Gastrointestinal -

Motilidade, Controle Nervoso e Circulação


Sanguínea

Artur Moraes
Hérika Monteiro
Ygor Dalosse
Ana Carolina Mourão
Lucas Reis
Introdução

Abastecimento de água, eletrólitos, vitaminas e


nutrientes. Requer:

● Movimentação do alimento pelo trato alimentar


● Secreções
● Absorção
● Circulação de sangue pelos órgãos gastrointestinais
● Controle de todas as funções pelo sistema nervoso e
endócrino locais
Princípios gerais da Motilidade Gastrointestinal
● O músculo liso gastrointestinal funciona
com um sincício, formando uma rede de
feixes por camada
● Camada longitudinal: longitudinalmente
● Camada circular: ao redor do intestino
● Camadas diferentes também se excitam
Princípios gerais da Motilidade Gastrointestinal
Atividade elétrica do músculo liso gastrointestinal

● Intrínseca, contínua e lenta. 2 tipos básicos:


➢ Ondas lentas: Ditam ritmicamente o potencial da
membrana do músculo. Interações com as células
Intersticiais de Cajal (marca-passo). Não são
potenciais de ação, e sim variações do potencial de
repouso da membrana
➢ Potenciais em espícula : Estimulados pela variação
das ondas lentas. Provocam a contração muscular.
Duração maior do que nas fibras nervosas. Canais
de cálcio-sódio
Princípios gerais da Motilidade Gastrointestinal

Mudanças na voltagem do potencial de repouso na membrana

● Fatores despolarizantes: estiramento do músculo, estimulação pela acetilcolina


(nervos parassimpáticos), hormônios gastrointestinais específicos
● Fatores hiperpolarizantes: norepinefrina, epinefrina; nervos simpáticos
(norepinefrina)
Princípios gerais da Motilidade Gastrointestinal

A entrada de íons cálcio na contração do músculo liso

● A contração ocorre em resposta à entrada de cálcio, não de sódio


● Agem por meio da calmodulina para ativar os filamentos de miosina ->
deslizamento
● Ocorre durante os potenciais de espícula, não durante as ondas lentas (entrada
apenas de sódio)
Princípios gerais da Motilidade Gastrointestinal

Contração tônica de alguns músculos lisos gastrointestinais

● Contração contínua, ao invés de rítmica como nas ondas lentas


● Muitas vezes causada por potenciais de espícula ininterruptos
● Pode ser provocada por:
➢ Hormônios
➢ Outros fatores que causam uma despolarização parcial contínua da membrana
do músculo liso
➢ Entrada de íons cálcio no interior da célula por modos não relacionados à
variação de potencial (mecanismos ainda não esclarecidos)
Controle Neural da Função Gastrointestinal

● O trato gastrointestinal possui um sistema nervoso próprio: sistema nervoso


entérico;
● Localiza-se na parede intestinal (esôfago-ânus)
● Possui aproximadamente 100 milhões de neurônios
● É composto basicamente por dois plexos:
○ Plexo mioentérico - controla quase todos os movimentos gastrointestinais
○ plexo submucoso - controla a secreção intestinal e o fluxo sanguíneo local
● Fibras simpáticas e parassimpáticas se comunicam com os dois plexos
● A estimulação pelo sistema de fibras simpáticas e parassimpáticas podem
intensificar muito ou inibir as funções gastrointestinais.
Guyton & Hall, 12ª Edição, Tratado de Fisiologia Médica
Plexo mioentérico

● Disposto entre as camadas longitudinal e circular do m. liso intestinal;


● Seus principais efeitos vão aumentar:
○ tônus da parede intestinal
○ intensidade da contração rítmica
○ ritmo da contração
○ velocidade de condução de ondas excitatórias
● Não é completamente excitatório, possui alguns neurônios inibitórios.
● Os neurotransmissores dos neurônios inibitórios, provoca a inibição de alguns
esfíncters intestinais.
Plexo submucoso

● Está envolvido no controle da parede interna de cada diminuto segmento do


intestino;
○ sinais sensoriais do epitélio gastrointestinal são integrados no plexo submucoso e ajuda a
controlar:
■ secreção intestinal local
■ absorção local
■ contração local do m. submucoso
Tipos de neurotransmissores secretados por
neurônios entéricos
● Pesquisadores identificaram 12 neurotransmissores;
● Entre eles:
○ acetilcolina - excita a atividade gastrointestinal
○ norepinefrina - quase sempre inibe a atividade gastrointestinal
● O restante é uma mistura de agentes excitatórios e inibitórios
Controle autônomo do trato gastrointestinal
● Estimulação Parassimpática
○ Divide-se em inervações:
■ craniais
■ sacrais
○ Neurônios pós-ganglionares do sistema parassimpático: estimulação aumenta atividade do
sistema nervoso entérico e intensifica atividade gastrointestinal.
● Estimulação Simpática
○ Fibras de origem na medula espinhal ( T5-L2)
○ inerva igualmente todo o trato gastrointestinal
○ Norepinefrina
○ Estimulação inibe a atividade gastrointestinal - intensa estimulação bloqueia a movimentação
do alimento
○ Exerce seu efeito de dois modos:
■ efeito direto da norepinefrina
■ efeito inibidor da norepinefrina sobre os neurônios do sistema nervoso entérico
Fibras nervosas sensoriais aferentes do
intestino
● Muitas se originam no intestino;
● Algumas, tem seus corpos no sistema nervoso entérico e outras nos gânglios
dorsais da medula espinhal ;
● Elas podem ser estimuladas:
○ Irritação da mucosa intestinal
○ Distensão excessiva do intestino
○ Presença de substâncias químicas
● Os sinais excitam ou inibem os movimentos ou secreções intestinais;
● Outros sinais sensoriais do intestino vão para múltiplas áreas da medula
espinhal e até mesmo do tronco cerebral.
Reflexos gastrointestinais

● São essenciais para o controle gastrointestinais e são de três tipos:


○ Reflexos completamente integrados na parede intestinal do sistema nervoso entérico;
○ Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pré-vertebrais e que voltam para o trato
gastrointestinal;
○ Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral e que voltam para o trato
gastrointestinal.
Controle hormonal gastrointestinal
Ygor Dalosse
Hormônios Gastrointestinais
• Liberados no sistema porta;
• Exercem suas funções nas células alvo;
• Mesmo após as conexões nervosas terem sido rompidas, as ações dessas
substâncias persistem;
Gastrina
▪ Secretada pelas células “G” do antro
estomacal

▪ Secreção em resposta da ingestão de


alimentos:
▪ Distensão do estômago
▪ Produtos da digestão proteica
▪ Peptídeo liberador de gastrina
▪ Estimulação vagal

▪ Suas ações são:


▪ Estimulação da secreção de HCl
▪ Estimulação do crescimento da mucosa
Colecistocinina (CCK)
▪ Secretada pelas células “I” do duodeno e jejuno

▪ Secreção em resposta de:


▪ Produtos da digestão de gorduras,
ácidos graxos e monoglicerídeos

▪ Suas ações são:


▪ Contração da vesícula biliar
▪ Secreção pancreática
▪ Inibe a contração estomacal
▪ Inibe o apetite
Secretina

▪ Secretada pelas células “S” do duodeno

▪ Secreção em resposta da chegada do


conteúdo estomacal ao intestino

▪ Suas ações são:


▪ Secreção de bicarbonato pancreático
▪ Inibição da produção de HCl
Peptídeo Inibidor Gástrico (GIP)
▪ Secretada pela mucosa do intestino
delgado superior

▪ Secreção em resposta:
▪ Ácidos graxos, carboidratos e
aminoácidos

▪ Suas ações são:


▪ Diminuição da atividade motora do
estômago
▪ Estimula secreção de insulina
Motilina
▪ Secretada pelo duodeno e estômago

▪ Secreção em resposta:
▪ Jejum

▪ Suas ações são:


▪ Aumento da motilidade
gastrointestinal através de complexos
mioelétricos interdigestivos
Tipos Funcionais de Movimentos no
Trato Gastrointestinal
Tipos Funcionais de Movimentos no Trato
Gastrointestinal
Ocorrem dois tipos de movimento no TGI:

Movimentos Propulsivos: fazem com que o alimento percorra o trato a uma


velocidade compatível com a digestão e a absorção.

Movimentos de Mistura: mantêm os conteúdos intestinais bem misturados o tempo


todo.
Movimentos Propulsivos - Peristalse

Propriedade inerente a muitos tubos de músculo sincicial.

Um anel contrátil ao redor do intestino surge em um ponto e move-se adiante,


empurrando para frente qualquer material a sua frente.

O estímulo usual é a distensão do trato gastrointestinal.


Função do Plexo Mioentérico na Peristalse

Peristalse é fraca ou não ocorre em regiões do TGI com ausência congênita do plexo
mioentérico.

Pode ser deprimida ou completamente bloqueada quando uma pessoa é tratada com
atropina, por conta do bloqueio do terminais colinérgicos do plexo mioentérico.
Reflexo Peristáltico e “Lei do Intestino”

Teoricamente, a peristalse pode ocorrer em ambas as direções a partir do ponto de


estímulo, mas normalmente cessa rapidamente no sentido oral e continua por uma
distância considerável no sentido do ânus.

O intestino relaxa vários centímetros adiante do ponto de estímulo, facilitando a


passagem de material intestinal no sentido anal. Esse relaxamento é chamado de
Reflexo Peristáltico.
Movimentos de Mistura

Diferem em diversas partes do trato gastrointestinal.

As contrações peristálticas em uma região cuja progressão do bolo alimentar é


bloqueada por um esfíncter.

As contrações intermitentes locais ocorrem em regiões separadas por alguns


centímetros e duram de 5 a 30 segundos, triturando e separando o alimento.
Fluxo sanguíneo gastrointestinal

❖ Circulação esplâncnica.
❖ Irrigação que envolve o próprio intestitno,o baço,fígado e pâncreas.
❖ O sangue sai desse sistema e vai para o fígado (Sinusóides hepáticos).
❖ Os nutrientes não-lipidicos absorvidos no intestino vão para o fígado.
❖ Os nutrientes lipídicos são distribuídos pelos vasos linfáticos.
❖ Células reticuloendoteliais removem bactérias do sangue.
Anatomia da circ. gastrointestinal
Efeitos da atividade intestinal no fluxo
sanguíneo
❖ O fluxo nas artérias gastrointestinais aumenta junto com o aumento da
atividade intestinal.
❖ Aumento da absorção: Aumeto da circulação.
Motivos

❖ Liberação de substâncias vasodilatadoras (Ex: gastrina e secretina)


❖ Liberação de cininas (calidina e bradiquinina) pela parede intestinal.
❖ Redução na concentração de oxigênio.
Controle nervoso

❖ Estimulação parassimpática: aumenta o fluxo sanguíneo local e da secreção


glandular.
❖ Estimulação simpática: Provoca vasoconstrição e diminui o fluxo sanguíneo
❖ Mecanismo de controle: “escape auto-regulatório”
Importância da ativação simpática

❖ Utilizado em momentos críticos (Ex; Fuga,choque hemorrágico) ou em


momentos que o corpo prioriza a circulação em outras partes do corpo.
Referências Bibliográficas

● GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 13ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2017.

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