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Aparelho Digestivo

Dr.ª Teresa Costa


(Medicina Legal)

Dr. Hugo Gonçalves


(Tec. Medicina Legal)
Anatomia do Aparelho Digestivo
Aparelho Digestivo
Aparelho Digestivo

• Boca ou cavidade oral; glândulas salivares e as amígdalas


• Faringe; glândulas tubulares mucosas
• Esófago; glândulas tubulares mucosas
• Estômago; glândulas tubulares
• Intestino delgado; glândulas´- fígado, vesícula biliar e o pâncreas
Funções do Aparelho Digestivo
Aparelho Digestivo

• Ingestão
➢ introdução de alimentos líquidos ou sólidos no estômago; podem
ser introduzidos diretamente por sonda gástrica ou nasogástrica
Aparelho Digestivo

• Mastigação
➢ os alimentos introduzidos são triturados pelos dentes; os
alimentos têm de ser fracionados mecanicamente (com uma área
de superfície total maior) para que as enzimas digestivas possam
exercer a sua ação;
Aparelho Digestivo

• Propulsão
➢ movimento dos alimentos ao longo do tubo digestivo; 24 a 36
horas a percorrer o tubo digestivo;
➢ Deglutição – passagem dos sólidos e líquidos da cavidade oral para o
esófago

➢Peristaltismo
• Onda peristáltica cada 10 seg
• Intestino delgado têm percursos curtos
• Intestino grosso – movimentos de massa, segmentos maiores
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• Mistura
➢ movimento dos alimentos (quimo) nos dois sentidos de forma a
misturá-los, com secreções digestivas e fracioná-los em
fragmentos menores;
➢Contrações segmentares (intestino delgado)
Aparelho Digestivo

• Secreção
➢ lubrificam, liquefazem e digerem;
➢ o muco segregado lubrifica os alimentos e a mucosa do intestino,
reveste e protege as células epiteliais de abrasão mecânica, dos
efeitos nocivos do ácido do estômago e das enzimas digestivas;
➢ grande quantidade de água que liquefaz os alimentos, tornando
mais fácil a digestão e absorção
➢As secreções hepáticas fracionam gotas lipídicas, permitindo a
digestão e absorção de gorduras
Aparelho Digestivo

• Secreção

➢A água penetra no intestino também por osmose;


➢ as enzimas segregadas na cavidade oral, estômago, intestino e
pâncreas fracionam os alimentos em pequenas moléculas que
podem ser absorvidas pela parede intestinal;
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• Digestão

➢ Desdobramento das grandes moléculas orgânicas nos seus


componentes: glícidos em monossacarídeos, proteínas em
aminoácidos, triglicerídeos em ácidos gordos e glicerol;
➢ Digestão Mecânica envolve a mastigação e mistura de alimentos;
➢ Digestão Química realizada pelas enzimas digestivas segregadas
ao longo do tubo digestivo; as vitaminas, os minerais e a água não
são desdobradas, pois a sua modificação da sua estrutura
determina a perda da sua função;
Aparelho Digestivo

• Absorção

➢ movimento de moléculas do tubo digestivo para a circulação


sanguínea e a linfática
Aparelho Digestivo

• Eliminação

➢ Processo através do qual os resíduos da digestão (catabolitos) são


removidos do organismo;
➢ Ocorre principalmente no intestino grosso onde a água e sais são
absorvidos, tornando semi-sólido o material liquefeito do tubo
digestivo;
➢ Fezes são eliminadas pela defecação
Histologia do Aparelho Digestivo
Aparelho Digestivo
Aparelho Digestivo

• Estão presentes em todo o tubo digestivo


• 3 tipos de glândulas:
▪ Mucosas unicelulares, na mucosa
▪ Multicelulares, na mucosa e submucosa
▪ Multicelulares (glândulas anexas) no exterior do tubo digestivo

▪ Mucosa: epitélio mucoso interno, estratificado pavimentoso na boca,


orofaringe, esófago e canal anal; cilíndrico simples no restante tubo
digestivo
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• Plexo submucoso – plexo de Meissner: plexo ganglionar


parassimpático
• Túnica Muscular: excepção a parte superior do esófago músculo
estriado; estômago há 3 camadas de músculo liso; entre as camadas
plexo mioentérico ou de Auerbach
• Os 2 plexos formam o plexo intramural ou entérico
• 4ª camada: serosa (peritoneu) ou adventícia (revestimento de tecido
conjuntivo que se funde com o tecido conjuntivo circundante
(esófago e órgãos retroperitoniais)
Regulação do Aparelho
Digestivo
Aparelho Digestivo
• Regulação Nervosa
• Local: reflexos locais no seio do plexo intramural
▪ Neurónios entéricos (SNE)
▪ Sensitivos, detetam alterações químicas do conteúdo do tubo
digestivo ou alterações mecânicas como o estiramento das
paredes;
▪ Motores, estimulam ou inibem a contração do músculo liso e
secreções glandulares
▪ Interneurónios: estabelecem comunicação entre os neurónios
entéricos motores e os sensitivos
▪ Coordena o peristaltismo e regula os reflexos locias
▪ Atua em conjunto com o SNC
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• Regulação Nervosa
• Geral: divisão simpática do sistema nervoso vegetativo ou
autónomo, através do nervo vago
▪ Estímulos do tubo digestivo originam potenciais de ação
conduzidos pelos neurónios sensitivos do nervo vago até ao
SNC, onde são integrados;
▪ Podem ainda ser ativados pela visão, cheiro ou sabor dos
alimentos
▪ Neurónios parassimpáticos chegam ao tubo digestivo através
do nervo vago para controlar respostas ou modificar a
atividade do SNE e dos reflexos locais
▪ Alguns neurónios simpáticos inibem a contração muscular e a
atividade secretora do aparelho digestivo
Aparelho Digestivo

• Regulação Química
• Gastrina, secretina e outras enzimas segregadas pelas células
endócrinas do aparelho digestivo agir órgãos alvo do aparelho
digestivo ou outros aparelho;
• Hormonas produzidas localmente (explo histamina)
Peritoneu
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• Peritoneu visceral
• Peritoneu parietal
• Mesentério – passagem de vasos e
nervos; duas camadas de
membranas serosas, separadas por
tecido conjuntivo laxo
• Pequeno eplipon (pequena
curvatura do estômago e
porção proximal do duodeno ao
fígado e diafragma)
• Grande epiplon (grande
curvatura do estômago até ao
cólon transverso); bolsa
epipilóica
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• Ligamento coronário, liga o fígado ao


diafragma;
• Ligamento falciforme, liga o fígado à
parede anterior do abdómen
• Mesentério propriamente dito –
intestino delgado
• Mesocólon transverso, cólon transverso
à parede posterior do abdómen
• Mesocólon sigmoideu
• Mesoapêndice
• Órgão retroperitonais
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• Regulação Química
• Gastrina, secretina e outras enzimas segregadas pelas células
endócrinas do aparelho digestivo agir órgãos alvo do aparelho
digestivo ou outros aparelho;
• Hormonas produzidas localmente (explo histamina)
Cavidade Oral
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• Delimitada pelos lábios e pela


fauce (orofaringe, garganta,
abertura para a faringe), palato e
pavimento muscular
• 2 regiões:
• Vestíbulo: espaço entre os
lábios ou bochechas e os
alvéolos dentários
• Cavidade oral propriamente
dita
• Revestida por epitélio pavimentoso
estratificado, que a protege de
abrasão
Lábios e Bochechas
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• Lábios – músculo orbicular dos lábios e tecido conjuntivo; coberta por


pele, com epitélio estratificado pouco queratinizado e fino e por isso
os vasos;
• Freios superior e inferior
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• Bochechas – músculo bucinador, que achata contra os dentes e


almofada adiposa da bochecha;

• Lábios e Bochechas importantes nos processos de mastigação


(ajudam no movimentos dos alimentos da boca, mantendo-os
posicionados enquanto os dentes trituram ou despedaçam) e da fala
Palato e Amígdalas Palatinas
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• Palato duro
• Palato mole ou veu palatino
• Úvula
• Amigdalas palatinas

• Importante na deglutição,
impedindo a passagem de
alimentos para a cavidade nasal
Língua
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• Órgão muscular; ligada à boca


pela sua parte posterior, a sua
parte anterior é relativamente
livre;
• Freio da lígua
• Músculos intrínsecos,
responsáveis pela mudança da
forma, achatamento e elevação;
• Músculos extrínsecos, permitem
a protusão e retração da língua,
a sua movimentação lateral e
modificações da forma
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• Sulco terminal
• 2/3 anteriores com papilas, algumas com
receptores gustativos
• 1/3 posterior, não tem papilas, e possui
alguns terminais gustativos dispersos;
com glândulas e amígdala lingual

• Mistura os alimentos e mantém os


alimentos posicionados durante a
mastigação; papel importante na
deglutição; órgão sensorial do paladar e
fulcral na fala;
Dentes
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• 32 dentes
• 2 Arcadas dentárias; 4 quadrantes
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• Dentes definitivos ou segunda dentição


• Dentes primários ou deciduais, que irrompem entre os 6 e 24 meses e
começam a ser substituídos entre os 5 até aos 11 anos
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• Coroa, com uma ou mais cúspides


(pontas); coroa clínica (porção do
dente visível) e coroa anatómica
(porção revestida por gengiva)
• Colo
• Raiz
Aparelho Digestivo
• Cavidade pulpar, preenchida com
vasos sanguíneos, nervos e tecido
conjuntivo (chamada canal radicular
na raiz);
• Foramen ou buraco apical
• Dentina, tecido vivo, celular e
calcificado; a dentina da coroa é
revestida por esmalte, duro, acelular e
sem vida, protegendo os dentes da
abrasão e dos ácidos produzidos pelas
bactérias da boca; na raiz está
envolvida pelo cimento, que ajuda a
fixar o dente ao maxilar
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• Alvéolos dentários
• Gengiva (tecido conjuntivo fibroso
denso e epitélio pavimentoso
estratificado)
• Ligamentos periodontais

• Mastigação e fala
Mastigação
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• Incisivos e caninos cortar e rasgar alimentos


• Pré-molares e molares esmagar e triturar alimentos
• Aumenta a superfície dos alimentos com maior
eficácia da atuação das enzimas;

• Movimentos dos maxilares: músculos temporais,


masséteres, pterigoideus internos (estes 3 cerram os
maxilares) e pterigoideus externos (abre o maxilar);
protusão e deslocamento lateral do maxilar inferior é
feito pelos músculos masséteres, pterigoideus
internos e pterigoideus externos; retração músculos
temporais;
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• Reflexo da mastigação: reflexo bulbar integrado


no tronco cerebral
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Glândulas Salivares
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• Glândulas multicelulares: parótidas, submandibulares e sublinguais – glândulas


alveolares compostas ramificadas (cachos de uvas); produzem secreções
serosas diluídas ou mucosas espessas;
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• Glândulas multicelulares: linguais, palatinas, bucais e labiais;


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• Parótida: serosas, saliva aquosa; canal


parotídeo, que atravessa a face lateral do
masséter e penetra no músculo bucinador,
entrando na cavidade oral junto ao 2º molar
superior
• Submandibulares: mistas, mais alvéolos
serosos que mucosos; o seu canal atravessa
anteriormente e em profundidade a mucosa
do pavimento bucal, que se abre na boca
junto ao freio da língua;
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• Sublinguais: as mais pequenas, mistas, mais alvéolos mucosos que serosos; não
possuem canais bem definidos e abrem-se no pavimento bucal através de 10 a
20 pequenos canais.
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• 1 a 1.5 l de saliva/dia;
• A porção aquosa contém amílase salivar (enzima que fraciona o amido em
dissacarídeos – maltose ou isomaltose);
• Amidos vegetais são revestidos por celulose, inacessível à amílase e por isso
necessitam de ser cozinhados e mastigados;
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• Saliva limpa a cavidade oral; contém lisozima (alguma atividade bacteriana) e


imunoglobulina A, que combate infeções bacterianas.
• Secreções mucosas contém mucina, proteoglicano com propriedades
lubrificantes;
• Estimulação pelo SNA, tendo o parassimpático um papel mais proeminente;
núcleos salivares do tronco cerebral aumentam a secreção salivar, emitindo
potenciais de ação pelos nervos cranianos facial e glossofaríngeo;
Faringe
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• Os alimentos passam pela orofaringe e pela laringofaringe;


Esófago
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• 25 cm; faringe até ao estômago


• Mediastino, anteriormente às vertebras e posteriormente à traqueia; passa
através do hiato esofágico do diafragma e termina no estômago;
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• Camada muscular: parte


superior – músculo
esquelético; parte inferior
músculo liso;
• Presença de glândulas
mucosas na camada
submucosa
Deglutição
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• Fase cefálica
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• Fase faríngea – recetores tácteis da


orofaringe → potenciais de ação pelos
nervo trigémeo e glossofaríngeo até
Centro de Deglutição (tronco cerebral)
→ neurónios motores através do
trigémeo, glossofaríngeo, vago e
espinhal;
• dura 1 a 2 seg
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• Fase faríngea
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• Fase Esofágica
• 5 a 8 seg
• A presença de alimentos estimula o Plexo
intramural que controla ondas peristálticas;
estimula ainda os receptores tácteis que que
enviam impulsos aferentes até ao bulbo
raquidiano através do nervo vago → impulsos
motores (fibras eferentes vagais) → reforçar as
contrações peristálticas
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Estômago
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• Parte superior esquerda do abdómen


Aparelho Digestivo

• Esfíncter esofágico inferior (cárdia)-


constritor fisiológico;
• Fundo gástrico (acima do cárdia);
• Corpo – curva para a direita; grande
curvatura e pequena curvatura;
• Região pilórica
• Piloro
• Esfíncter pilórico
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• Histologia:
• Serosa ou peritoneu visceral;
• Camada muscular (nº = 3) –
longitudinal, circular e oblíqua;
• Submucosa
• Mucosa
• Pregas gástricas (distensão da
mucosa e submucosa,
desaparecendo quando o
estômago está cheio)
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• Glândulas gástricas: 5 grupos; C. mucosas superficiais, revestem os orifícios
gástricos; C. mucosas do colo, localizadas próximas da abertura das
glândulas; células parietais, principais e endócrinas, intercaladas na porção
mais profunda da glândula;
• pH entre 1 a 3; promove a morte de bactérias e inativa a amílase salivar; desnatura muitas
proteínas, permitindo às enzimas proteolíticas aceder às ligações peptídicas internas; pH
favorável à atuação da pepsina
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• Regulação da Secreção Gástrica


• 2 a 3 l de secreções gástricas (suco
gástrico); varia segundo a
quantidade de alimentos ingeridos;
• Mecanismos nervosos (reflexos
integrados no bulbo raquidiano e
reflexos locais do plexo intramural)
e hormonais
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• Fase cefálica
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• estimulação parassimpática da mucosa gástrica conduz à libertação de


acetilcolina → produção de gastrina e histamina;
• Gastrina → células parietais, estimulando a secreção de mais HCl e
pepsinogénio; estimula ainda a libertação de histamina pelas células endócrinas,
que por sua vez estimula a células parietais;
• Receptores de H2 diferem dos receptores de H1 , envolvidos nas reações
alérgicas
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• Fase gástrica inicia-se com a presença de alimentos no estômago; estímulos:


distensão gástrica, presença de aminoácidos e péptidos no estômago;
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• Secreção de muco, HCl, pepsinogénio, factor intrínseco e gastrina;


• pH inferior a 2, este resposta à distensão é bloqueada (feedback negativo)
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• Fase intestinal
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• Presença de ácidos gordos e lípidos no duodeno e porção proximal do jejuno


provoca a libertação de polipéptido inibidos gástrico e colecistoquinina →
inibem a secreção gástrica;
• Reflexo enterogástrico, reduz a secreção gástrica
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• Movimentos do estômago
• Enchimento gástrico: volume
aumenta, pregas atenuam-se, sem
haver aumento de pressão até se
aproximar da capacidade máxima
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• Mistura do conteúdo gástrico – ondas de mistura (80%) e ondas peristálticas


(20%)
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• Mistura do conteúdo gástrico – ondas de mistura e ondas peristálticas


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• Movimentos do estômago
• Esvaziamento gástrico: esvazia-se 3
a 4 horas após a ingestão; bomba
pilórica permite a passagem de
pequenas quantidades de quimo
através do piloro;
Intestino Delgado
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• 3 porções
• 4,6 a 9 metros
• Duodeno – 25 cm
• Jejuno – 1/5 do comprimento do
intestino delgado
• Íleo – 3/5 do comprimento do
intestino delgado
• Fígado e pâncreas estão ligados ao
duodeno
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• Ocorre a maior parte da digestão e absorção


• Entrada de cerca de 9 l de H2O (ingestão e das secreções das glândulas do tubo
digestivo); a maioria abandona o intestino delgado por osmose; uma pequena
quantidade (0,5 a 1 l) passa para o cólon;
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• DUODENO: Grande papila duodenal (desemboca o canal colédoco e canal


pancreático, formando a ampola hepatopancreática); a abertura desta ampola é
regulada pelo seu esfíncter – esfíncter de Oddi); Pequena papila duodenal;
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• DUODENO: apresenta várias modificações que aumentam 600 vezes a área


disponível, com digestão e absorção mais eficazes; pregas circulares,
perpendiculares ao eixo do tubo digestivo; vilosidades
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• DUODENO: vilosidades – revestida por epitélio cilíndrico simples, com rede


capilar e um linfático quilífero no seu interior; apresentam microvilosidades
(forma uma bordadura em escova)
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• Duodeno:
• Epitélio cilíndrico com 4 grandes tipos de células: (1) células de
absorção, com microvilosidades que produzem enzimas digestivas e
absorvem alimentos digeridos; (2) células caliciformes, produzem
muco protetor; (3) células granulares ou de Paneth, ajudam o epitélio
contra bactérias; (4) células endócrinas, produzem hormonas
reguladoras;
• Glândulas intestinais – criptas de Lieberkühn, na base das
microvilosidades
• Glândulas duodenais, de Brunner
Aparelho Digestivo
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• Jejuno e Ileo: semelhantes ao duodeno, com diminuição da espessura da parede


intestinal, do diâmetro da parede e do nçº de pregas e de vilosidades; absorção
mais intensa de nutrientes; Placas de Peyer; junção ileocecal, com o esfíncter
ileocecal, válvula ileocecal;
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• Secreções:
• Produz secreções com muco, eletrólitos e água, com a função de
proteger a parede intestinal; mantém o quimo intestinal no estado
líquido para facilitar a digestão;
• Produzidas pelo intestino, fígado e pâncreas (estes dois últimos com
produção de enzimas); a mucosa intestinal também produz enzimas
mas ficam à superfície do epitélio intestinal;
• Glândulas duodenais, intestinais e as células caliciformes produzem
grande quantidade de muco para proteção da parede intestinal;
• A secretina e colecistoquinina, estimulam as secreções hepáticas e
pancreáticas
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• Secreções:
• Enzimas nas microvilosidades: dissacaridases, peptidases, nucleases
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• Movimentos do intestino delgado


• Mistura e propulsão, através de contrações segmentares (misturam) e
contrações peristálticas (propulsionam); percorrem 1 cm/min;
demora 3 horas a percorrer do piloro à junção ileocecal;
• Distensão, pH e certos aminoácidos e péptidos estimulam a contração
do intestino delgado;
• Os movimentos peristálticos do intestino delgado promovem a
abertura do esfíncter ileocecal (que se encontra moderadamente
contraído) com o seu relaxamento; a distensão do cego promove a
contração do mesmo;
Fígado
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• Fígado
• Quadrante superior direito;
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• Fígado
• Vesícula biliar é um pequeno saco que armazena bílis e está localizada na
face interior do fígado; a bílis pode fluir através do canal cístico para o
canal biliar comum ou pode refluir do canal cístico para a vesícula biliar;
• Histologia Hepática Aparelho Digestivo
• Revestido por tecido
conjuntivo e peritoneu
visceral à excepção de uma
pequena área rodeada pelo
ligamento coronário – área
descoberta;
• Lóbulos hexagonais, tendo
em cada vértice, um sistema
porta constituído por 3
vasos: veia porta hepática,
artéria hepática e ducto
hepático; tem ainda nervo
hepático e vasos hepáticos;
no centro de cada lóbulo:
veia central
• Histologia Hepática Aparelho Digestivo
• Veias centrais unem-se para
formar veias hepáticas, que
drenam para a veia cada
inferior;
• Cordões hepáticos –
compostos por hepatócitos;
sinusoides hepáticos: células
endoteliais, células
fagocitárias; canículo biliar;
• Histologia Hepática Aparelho Digestivo
• O sangue vindo das vísceras,
rico em nutriente e pobre
em oxigénio, entra nos
sinóides hepáticos através
dos ramos da veia porta e
mistura-se com o sangue rico
em oxigénio e pobre em
nutrientes das artérias
hepáticas; os hepatócitos
retiram o oxigénio e
nutriente que podem ser
armazenados, desintoxicados
e utilizados como energia ou
na síntese de novas
moléculas.
• As moléculas produzidas ou Aparelho Digestivo
modificadas nos hepatócitos
são libertadas nos sinusoides
hepáticos ou canalículos
biliares; o sangue misto dos
sinusoides hepáticos drena
para a veia central, por onde sai
do lóbulo e posteriormente, do
fígado através da veias
hepáticas;
• Bilís é constituída pelos
produtos metabólicos e é
levada pelos canalículos
biliares até ao sistema porta,
saindo do fígado através dos
canais hepáticos.
• Sangue flui do sistema porta Aparelho Digestivo
para o centro de cada lóbulo
enquanto que a bílis flui no
sentido inversos, do centro do
lóbulo para o sistema porta;
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• Funções do Fígado
• Produção de Bílis: produz e segrega cerca de 600 a 1000ml de bílis por dia;
a bílis desempenha um papel importante na digestão, diluindo e
neutralizando o ácido gástrico e emulsionando as gorduras; bílis neutraliza
a acidez do quimo aumentando o pH para níveis adequados; os sais biliares
emulsionam as gorduras;
• Constituição da bílis: pigmentos biliares (bilirrubina), colesterol, gorduras,
hormonas lipossolúveis e lectina;
• Secretina: estimula a secreção de bílis, através do aumento da sua
quantidade de água e iões bicarbonato
Aparelho Digestivo
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• Funções do Fígado
• Produção de Bílis: os sais biliares aumentam a secreção biliar através de
um sistema de feedback positivo; a maioria dos sais biliares são
reabsorvidos no ileo e retornam ao fígado através da corrente sanguínea,
onde estimulam mais secreção de bilís; a secreção de bilís para o duodeno
mantém-se até que este se esvazie
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• Funções do Fígado
• Armazenamento: podem retirar açúcar do sangue e armazená-lo sob a
forma de glicogénio; armazenam gorduras, vitaminas (A, B12, D, E e K),
cobre e ferro; armazenamento temporário e quantidade de produtos
retidos nos hepatócitos, bem como o tamanho da célula variam ao longo
do dia;
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• Funções do Fígado
• Biotransformação de Nutrientes: muitas vezes os nutrientes ingeridos não
são proporcionais às necessidades dos tecidos e o fígado tem capacidade
de converter alguns nutrientes noutros;
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• Funções do Fígado
• Desintoxicação: constitui uma das primeiras linhas de defesa contra muitas
das substâncias nocivas, quer internas, quer externas, tornando-as menos
tóxica ou mais fáceis de eliminar;
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• Funções do Fígado
• Fagocitose: células hepáticas que fagocitam glóbulos vermelhos e brancos,
velhos e “desgastados”, algumas bactérias e outros detritos que entram no
fígado através da circulação;
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• Funções do Fígado
• Síntese: tem capacidade de produzir os seus novos e únicos componentes:
albumina, o fibrinogénio, as globulinas, a heparina e alguns fatores de
coagulação, são produzidos e libertados para a circulação;
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• Vesícula biliar
• Estrutura sacular, localizada na face inferior do fígado, que mede
aproximadamente 8 cm de comprimento e 4 cm de largura;
• 3 túnicas: interna (mucosa com pregas que lhe permitem expandir);
muscular (músculo liso e lhe permite contrair-se); exterior (serosa) de
revestimento;
• Liga-se ao canal biliar comum através do canal cístico;
• Capacidade de para conter 40 a 70 ml de bílis; enquanto a bílis permanece
na vesícula biliar, dá-se absorção de água e de electrolítos, tornando-se os
sais e pigmentos biliares 5 x 10 vezes mais concentrados;
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• Vesícula biliar
• Estrutura sacular, localizada na face inferior do fígado, que mede
aproximadamente 8 cm de comprimento e 4 cm de largura;

• 3 túnicas: interna (mucosa com pregas que lhe permitem expandir);


muscular (músculo liso e lhe permite contrair-se); exterior (serosa) de
revestimento;

• Liga-se ao canal biliar comum através do canal cístico;


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• Vesícula biliar
• Capacidade de para conter 40 a 70 ml de bílis; enquanto a bílis permanece
na vesícula biliar, dá-se absorção de água e de eletrólitos, tornando-se os
sais e pigmentos biliares 5 x 10 vezes mais concentrados;

• Pouco tempo depois de uma refeição, a vesícula biliar contrai-se em


resposta à estimulação pela colecistoquinina e em menor grau por
estimulação vagal lançando grandes quantidades de bílis concentrada no
intestino delgado.
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• Pâncreas
• Constituído por tecido exócrino e
exócrino com diversas funções;
• Cabeça, corpo e cauda;
• Endócrina: ilhéus pancreáticos (de
Langerhans); produzem insulina e
glucagon (controlo sanguíneo dos
níveis de nutrientes como glicose e
aminoácidos) e somatostatina (regula
a secreção de insulina e glucagina e
podem inibir a secreção da hormona
de crescimento
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• Pâncreas
• Exócrina: glândula acinar
composta, constituída por
ácinos que produzem
enzimas digestivas; lóbulos
estão ligados por canais
intercalares a canais
interlobares que se ligam ao
canal principal ou de
Wirsung, que se junta ao
canal colédoco na ampola
hepatopancreática
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• Secreções pancreáticas
• Suco pancreático tem 2 componentes: aquoso e enzimático;
• Aquoso: produzido por células epiteliais cilíndricas; contém iões de sódio e
potássio; iões bicarbonato são os principais constituintes e neutralizam o
quimo ácido; pH aumentado pelas secreções enzimáticas do duodeno
impede a digestão da pepsina mas promove um ambiente favorável à ação
das enzimas pancreáticas;
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Aparelho Digestivo

• Secreções pancreáticas
• Enzimas
Aparelho Digestivo

• Secreções pancreáticas
• Enzimas (regulação)
Aparelho Digestivo

• Intestino grosso
• Junção ileocecal até ao anús: composto pelo cego, cólon, recto e canal
anal;
• Demora a percorrer 18 a 24 horas em que o quimo é transformado em
fezes (no intestino delgado o quimo demora a percorrer 3-5 horas);
• Formação de fezes: absorção de água e sais e secreção de muco em
conjunto com ação intensiva de microrganismos;
• Diariamente produção de cerca de 1500 ml de quimo que entram no cego,
sendo 90% do seu volume reabsorvido; apenas 80 a 150 ml das fezes são
eliminadas por defecação;
Aparelho Digestivo

• Cego
• Porção proximal
• Apêndice vermiforme
Aparelho Digestivo
• Cólon
• Camada muscular circular completa;
• Camada muscular longitudinal
incompleta: 3 faixas cólicas (teniae coli);
• Haustros: saculações, que conferem um
aspeto enrugado;
• Apêndices epiploicos: pequenas bolsas
de tecido conjuntivo cheias de gordura;
• Epitélio cilíndrico simples com criptas
(glândulas tubulares retas com 3 tipos
de células: absorção, caliciformes
(predominantes) e granulares;
Aparelho Digestivo
• Reto
• Tubo muscular que termina no canal
anal;
• Túnica muscular mais espessa quando
comparada com a restante tubo
digestivo;
Aparelho Digestivo
• Canal Anal
• Termina no ânus; camada de músculo
liso é mais espessa formando o
esfíncter anal interno na sua porção
superior; na terminação inferior do
canal anal, músculo esquelético que
forma o esfíncter anal externo;
Aparelho Digestivo

• Secreções do Intestino grosso


• Muco: lubrifica a parede e permite a agregação do material fecal; a sua
secreção aumenta com estímulos tácteis e irritação das paredes do cólon
(que despoletam reflexos intramurais); aumenta também com a
estimulação parassimpática;
• Iões bicarbonato são trocados por iões de cloro, em resposta ao ácido
produzido pelas bactérias do cólon;
• Iões de sódio são trocados por iões hidrogénio;
• Fezes: contém água, substâncias sólidas, microrganismos e células
epiteliais descamadas;
Aparelho Digestivo

• Secreções do Intestino grosso


• Microrganismo representam 30% do peso seco das fezes;
• Flatos (gases): são produzidos pela atividade bacteriana no cólon; alguns
alimentos (feijão) também podem provocar flatulência;
Aparelho Digestivo

• Movimentos do Intestino grosso


• Ondas peristálticas são as principais responsáveis pela progressão do
quimo ao longo do cólon ascendente;
• Ondas peristálticas fortes com grandes intervalos entre si no cólon
transverso e descendente: movimentos de massa; percorrem grandes
distâncias (20 cm ou mais); estes movimentos pós prandiais são muito
frequentes;
• Reflexos locais do plexo intramural que integram os movimentos de massa,
iniciados no estômago são gastrocólicos
Aparelho Digestivo

• Movimentos do Intestino grosso


• Reflexos locais do plexo intramural que integram os movimentos de massa,
iniciados no duodeno são duodenocólicos;
• Reflexo da defecação: distensão da parede rectal;

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