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Práticas de Enfermagem IV
ALUNOS:
São Paulo – SP
LESÃO POR PRESSÃO
INTRODUÇÃO
A lesão por pressão (LPP), também conhecida como úlcera de pressão, úlcera de
decúbito ou ferida de leito, é um dano localizado na pele e tecido subjacente, que pode ser
causado por pressão, cisalhamento ou fricção.
Esse tipo de lesão é mais comum entre idosos, pessoas com a mobilidade reduzida ou
pessoas acamadas e, usualmente, são de difícil cicatrização, dolorosas, necessitam de
tratamento custoso, além de ter um impacto negativo na qualidade de vida do indivíduo.
Portanto, a LPP pode criar uma série de dificuldades (psicológicas, físicas e clínicas) para
as pessoas afetadas, cuidadores e seus familiares. (GOOGLE).
Os custos com esses pacientes são altíssimos, fato que por si só, justificaria a adoção de
medidas epidemiológicas mais abrangentes, que favorecem o conhecimento da real dimensão
do problema, isso no sentido de serem adotadas providencias compatíveis pelos sistema de
Saúde em todos os países. Entretanto existe a necessidade de se adotar critérios de abordagens
preventivas e terapêuticas consensuais e protocolos específicos de prevenção e tratamento.
Qualquer posição que o paciente adote, desde que ele seja mantido nessa mesma
posição por tempo prolongado, representa risco para o surgimento das lesões por pressão, visto
que o decúbito adotado determina as áreas de risco.
Áreas de risco
~
INTENSIDADE DA PRESSÃO NAS REGIÕES CORPORAIS
Estão listados, abaixo, alguns fatores de risco relevantes para o desenvolvimento das
lesões por pressão
O tempo de exposição e a intensidade da pressão exercida sobre as proeminências
ósseas são diretamente proporcionais à capacidade de percepção sensorial, ao grau
PRESSÃO de atividade e à mobilidade do paciente, um bom nível de percepção sensorial fará
com que o paciente sinta-se desconfortável e reaja à pressão por meio de
movimento, portanto o alívio da pressão pressupõe a redução da anoxia e da
isquemia tissular e, consequentemente, o aumento da viabilidade dos tecidos
moles, regressão e cura da lesão
A fricção do corpo do paciente contra o leito, trazendo danos irreparáveis à
FRICÇÃO integridade cutânea e ocorre todas as vezes em que a pele é movida contra uma
superfície de apoio, portanto o peso do paciente contribui para o aumento da
fricção.
PONTOS 4 3 2 1
Percepção Não Pouco limitada Muito limitada Completamente
sensorial prejudicada limitada
Umidade Livre de Ocasionalmente Úmida Constantemente
umidade úmida úmida
Atividade Caminhada Caminhada Confinamento à Confinamento
ocasional cadeira no leito
Mobilidade Sem limitações Pouco limitada Muito limitada Completamente
imóvel
Nutrição Excelente Adequada Provável Muito pobre
inadequação
A escala de Braden, por sua simplicidade, tornou-se a mais utilizada na prática clinica,
ela foi desenvolvida em 1982, nos Estados Unidos (EUA), por Barbara Braden e Nancy Bergstro,
por meio de um esquema de pontuação que avalia a percepção sensorial, a exposição da pele
`umidade, atividade física, mobilidade e nutrição. Nos três primeiros subíndices, medem-se os
fatores relacionados com a exposição à pressão intensa e prolongada, o uso da escala de Braden
é recomendada para pacientes adultos e idosos com longa permanência de hospitalização,
pacientes em cuidados intensivos e com lesão medular.
A pontuação pode oscilar entre 4 e 23, o baixo escore indica baixa habilidade funcional,
e o alto risco para o desenvolvimento de lesões por pressão.
ESTÁGIOS DAS LESÕES POR PRESSÃO
Lesão por Pressão Estágio 1 - Pele íntegra com eritema não branqueável, que pode
parecer diferentemente em pele de pigmentação escura. A presença de eritema branqueável
ou alterações na sensação, temperatura ou consistência podem preceder mudanças visuais. As
mudanças de cor não incluem a descoloração roxa ou marrom, que pode indicar LPP em
tecidos profundos.
Lesão por Pressão Estágio 2: Perda de espessura parcial da pele com exposição da
derme exposta, O leito da ferida é viável, rosa ou vermelho, úmido, e também pode se
apresentar como uma flictena com exsudato seroso intacto ou rompido. Nesta lesão, o tecido
adiposo (gordura) e tecidos mais profundos não estão visíveis. O tecido de granulação, esfacelo,
e a escara também não estão presentes.
Lesão por Pressão Estágio 3: Perda total da espessura da pele na qual o tecido adiposo
(gordura) é visível na úlcera. O tecido de granulação e a borda despregada da lesão estão
frequentemente presentes. Esfacelo e/ou escara podem ser visíveis. A profundidade do prejuízo
tecidual vai variar conforme a localização anatômica; áreas de adiposidade significativa podem
desenvolver feridas profundas. Descolamento e tunelização no leito da lesão também podem
ocorrer. Fáscia, músculo, tendões, ligamentos, cartilagem e/ou osso não estão expostos. Se o
esfacelo ou escara cobrirem a extensão da perda tecidual, tem-se uma LPP não Estadiável.
Lessão por Pressão Estágio 4: Perda total da espessura da pele e perda tissular
Lesão por Pressão não Classificável Estagio: Perda da pele em sua espessura total e
perda tissular não visível.
Pele intacta ou não intacta com área localizada de vermelho escuro persistente não
branqueável, descoloração marrom ou roxa ou separação da epiderme revelando um leito da
ferida escuro ou com flictena de sangue. Apresenta dor e mudanças frequentes na temperatura
que precedem alterações na cor da pele. A descoloração pode parecer diferentemente em peles
de pigmentação escura. Esta lesão resulta de forças de pressão intensa e prolongada e
cisalhamento sobre a interface osso-músculo. A ferida pode evoluir rapidamente para revelar a
real dimensão da lesão tecidual ou pode resolver sem perda tecidual. Se o tecido necrótico,
subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas subjacentes são visíveis,
isso indica uma LPP de espessura completa (Não Estadiável, Estágio 3 ou 4). Não se deve utilizar
a classificação LPP Tissular Profunda para descrever condição vascular, traumática, neuropática
ou dermatológica.
LPP em membrana mucosa é encontrada nas regiões recobertas por mucosas com a
utilização um dispositivo médico nesse local. Devido à anatomia do tecido essas lesões não
podem ser estadiadas. Esta pesquisa segue os esforços de outras no sentido de fornecer
subsídios para ajudar os enfermeiros a identificar precocemente os sinais de LPP, sintetizar e
compartilhar conhecimentos sobre a classificação deste tipo de lesão.
A mudança da terminologia de “úlcera por pressão” para “lesão por pressão” se deu
pelo fato de que o termo “lesão” descreve com mais precisão a destruição tecidual em pele
intacta e/ou ulcerada(3). No sistema de estadiamento publicado em 2014, a Categoria 1 e a
Suspeita de lesão tissular profunda eram descritas como úlcera de pele intacta, enquanto as
outras categorias vinham descritas como úlceras abertas. Isto levou à confusão porque a
definição "úlcera por pressão" era mencionada para cada uma das categorias.
A LPP constitui um sério problema de saúde que traz várias implicações na vida do
indivíduo que a desenvolve, de seus familiares e da instituição onde se encontra, quando aquele
está institucionalizado. É fonte de dor, desconforto, sofrimento emocional, aumento do risco
para o desenvolvimento de outras complicações, influenciando na morbidade e mortalidade do
idoso. Além disso, uma vez desenvolvida, aumenta o tempo de internação, custo decorrente do
tratamento e demanda um maior tempo da equipe de enfermagem no cuidado dos pacientes,
o que sobrecarrega esses profissionais.
REGISTRO
● Registrar a classificação de risco para LPP, obtida por meio da aplicação das escalas Braden e
Braden Q, no formulário “Investigação 24 horas”, na planilha “Classificação de Risco para
LPP”(APÊNDICE A) e na placa de identificação a beira leito do cliente. (Enfermeiro)
MONITORAMENTO
●Indicadores de processo
√ Incidência de LPP.
Desta forma, as ações de Enfermagem devem estar sempre pautadas nas necessidades
do paciente e nos problemas identificados, elencando as observações em prioridades de
cuidado, de modo a contribuir para a recuperação desse paciente e favorecer a atenção
fornecida, contribuindo para a formação e compreensão de uma melhor qualidade de vida.
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