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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Faculdade de Odontologia

Prevalência de Cardiopatias e Necessidade de Profilaxia


Antibiótica em pacientes portadores de Síndrome de Down.
UPPE-UFRJ

Protocolo de pesquisa apresentado a


Discipline de Odontopediatria da
Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Para apresentação em Congresso Cientifico-SBPqO.

Rio de Janeiro
2005
SUMÁRIO

1.Introdução...........................................................................................

2.Objetivo...............................................................................................

3.Metodologia.........................................................................................

3.1 Material.......................................................................................

3.1.1 Critério de Inclusão na amostra............................................

3.1.2 Critério de exclusão da amostra...........................................

3.2 Método........................................................................................

3.3 Avaliação dos Resultados........................................................

3.4 Considerações Éticas................................................................

4. Orçamento Financeiro.......................................................................

5. Cronograma de Estudo.....................................................................

Referências Bibliográficas................................................................

ANEXOS. .................................................................................................
1. Introdução

A Síndrome de Down também conhecida como Trissomia do


Cromossomo 21 ou mongolismo é considerada uma das alterações genéticas
mais evidenciadas (WILSON, 1994; SANNOMIYA et al., 1998). As primeiras
publicações encontradas na literatura foram as do médico Inglês John Langdon
Down, em 1866 (SANNOMIYA et al., 1998), as quais descrevem as inúmeras
alterações físicas dos indivíduos portadores da Síndrome de Down.
Geneticamente, os indivíduos com Síndrome de Down, apresentam
aberrações cromossômicas, possuindo 47 pares de cromossomas, isto é, uma
a mais daqueles encontrados em pessoas normais (SMITH, 1988). Estes
pacientes se apresentam com inúmeros achados clínicos característicos e
manifestações sistêmicas comuns que podem auxiliar a firmar um diagnóstico.
Dentre algumas características físicas, pode-se citar: baixa estatura, cavidades
orbitárias menor que o normal, olhos pequenos e oblíquos, nariz achatado,
mãos curtas e largas, pescoço curto e largo, macroglossia e prognatismo
(RANDELL et al., 1992)
Para alguns autores, (KORENBERG et al., 1992), o desenvolvimento
psicomotor destes pacientes geralmente é atrasado acompanhado de
deficiência mental profunda, sendo que a grande maioria é educável e
colaborador. Entretanto, praticamente todos aprendem a andar e falar.
Também é descrito que os pacientes com Síndrome de Down
apresentam alterações sistêmicas como leucemias, aumento da suscetibilidade
à doenças infecciosas, principalmente do aparelho respiratório nos primeiros
anos de vida, e, alta freqüência de cardiopatias (40%), representadas em sua
maioria por defeitos congênitos no septo e no canal átrio ventricular
(WILSON,1994; SCHROEDER-KURTH et al.,1990)
As manifestações bucais são comuns nesta síndrome. A língua é com
freqüência fissurada e aumentada em relação a uma boca pequena, embora
possa existir macroglossia verdadeira. É comum a postura de boca aberta,
devido a uma nasofaringe estreita e tonsilas e adenóides hipertrofiadas,
comprometendo a passagem das vias aéreas superiores. Protusão de língua e
respiração bucal freqüente resultam em secura e fissuração dos lábios. A
largura e o comprimento do palato estão significativamente reduzidos e úvula
bífida e fendas labiais e palatinas são observadas ocasionalmente.
Concentrações elevadas de sódio, cálcio e bicarbonato têm sido demonstrados
na saliva. (FREITAS, 1975).
A dentição exibe anomalias características e a doença periodontal é,
altamente, prevalente. Todavia, a incidência de carie dental parece não ser
maior do que nas pessoas normais. Considerando a existência de higiene oral
precária, um fator comumente encontrado, isto pode refletir maior capacidade
tampão de saliva ou a capacidade de controle da ingestão da dieta em
instituições e no lar (ALBERTSON et al., 1974; NOWAK, 1976; BROWN, 1961;
COHEN et al., 1961).
A erupção das dentições decídua e permanente é retardada em 75%
dos casos. Com freqüência, ocorrem anormalidades na seqüência da erupção.
Hipodontia ocorre nas duas dentições e microdontia é vista em freqüência.
Anomalias dentárias de desenvolvimento, incluindo malformações coronárias e
radiculares, são freqüentes. Quase 50 % dos pacientes com Síndrome de
Down exibem três ou mais anomalias dentárias. Hipocalcificações do esmalte
ocorrem em cerca de 20% dos pacientes (BARNETT et al., 1986;
McCRACKEN, 1973).
Desarmonias oclusais constituídas de maloclusões graças à
prognatismo relativo, mordidas cruzadas posteriores, apertognatia e
apinhamento pronunciado dos dentes anteriores são comuns. As mordidas
cruzadas posteriores têm origem no osso basal da maxila enquanto as
mordidas abertas anteriores resultam de discrepâncias dentoalveolares
(TOSCANO, 1994).
O tratamento dentário é direcionado no sentido da prevenção da cárie
dental e da doença periodontal e, são fundamentais esquemas rigorosos de
cuidados caseiros. Crianças altamente ativas podem ser candidatas à
intervenção ortodôntica e posterior cirurgia maxilofacial, quando necessário. As
orientações estabelecidas pela Associação Americana de Cardiologia, para
profilaxia antibiótica, devem ser seguidas para aqueles com doença cardíaca
congênita (McCRACKEN, 1973).
As doenças cardíacas, em especial, estão presentes em 30 a 40% dos
pacientes com Síndrome de Down. As anormalidades incluem canal
atrioventricular completo, anomalias parciais do coxim endocardial e defeitos
nos septos ventriculares, Tetralogia de Fallot, ducto arterioso aberto e defeitos
septais atriais secundários são vistos menos freqüentes (WILSON, 1994).
O Quadro 1 a seguir resume a recomendação pela Associação
Americana do Coração (AHA), para a profilaxia antibiótica em pacientes
cardiopatas.
Recomendações da Associação Americana do Coração (AHA).

Antibiótico Nome Dosagem para Dosagem Via de


Comercial Adultos Pediátrica Administração
Esquema 2g 1h antes do 50mg/kg de
profilático Amoxicilina Amoxil procedimento peso 1 hora Oral
Padrão da antes
AHA
Incapaz de 2g IM ou IV, 50mg/kg de
tomar 30min antes do peso IM ou IV Intra-Muscular
medicamentos Ampicilina Binotal procedimento 30 min antes e Endovenosa
orais do
procedimento
Para 600mg VO 1 h 20mg/kg por
pacientes antes do VO, 1 h antes
Alérgicos à Clindamicina procedimento do Oral
penicilina procedimento.
2g VO 1 h antes 20mg/kg por
Cefalexina do VO 1 h antes Oral
ou procedimento do
Cefadroxil procedimento
500mg 1 h 15mg/kg por
Azitromicina antes do VO 1 h antes Oral
procedimento do
procedimento
Alérgicos à . 600mg VI, 20mg/kg por
penicilina 30min antes do 30min, VI
incapaz de Clindamicina procedimento. antes do Endovenosa
tomar procedimento.
medicação
por via oral
1gr IM ou VI 25mg/kg IM
Cefazolina 30min antes do ou IV de 30 Intra Muscular
procedimento min antes do e Endovenosa
procedimento

Fonte: JAMA Brasil Prevenção da Endocardite Bacteriana Recomendação da


Americam Heart Association. Março 1998-vol. 2-n2.
2. Objetivo

Avaliar a prevalência de Cardiopatias diagnosticadas e necessidade de


Profilaxia Antibiótica em pacientes com Síndrome de Down que necessitam de
atendimento Odontológico matriculados no Departamento da UPPE na
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
3. Metodologia

4.1 Material

Para este estudo, serão avaliados 50 pacientes com Síndrome de Down,


selecionados pelo Departamento de Odontopediatria da FO/UFRJ, diagnosticados
previamente com algum tipo de Cardiopatia e que necessitam de Profilaxia
Antibiótica. Cabe ressaltar que todos os pacientes selecionados para o estudo,
serão devidamente tratados de acordo com suas necessidades odontológicas
requeridas.Portanto, todos os pacientes serão beneficiados com posterior
tratamento.
Todos os responsáveis dos pacientes selecionados, assinarão termo de
consentimento livre e esclarecido (Anexo 1 ), para posterior avaliação do paciente
com o auxilio de um questionário formulado especialmente para o estudo
(Anexo 2). Para a pesquisa, será realizada adequada Anamnese e Exame Clínico
para posterior tratamento das necessidades odontológicas.

4.1.1 Critério de Inclusão na Amostra

 Pacientes diagnosticados com Síndrome de Down que permitem adequado


Exame.

 Pacientes previamente diagnosticados com Cardiopatias pelo Médico


responsável.

 Pacientes com faixa etária de 6 à 18 anos.


4.1.2 Critério de exclusão na Amostra

 Pacientes diagnosticados com Síndrome de Down que não permitem


adequado Exame.

 Pacientes sem diagnóstico prévio de Cardiopatia pelo medico responsável.

 Impossibilidade de preenchimento adequado da Anamnese

4.2 Método

Para facilitar o atendimento dos pacientes com Síndrome de Down, serão


considerados alguns requisitos importantes para a realização da pesquisa. A
avaliação do paciente com Síndrome de Down será realizada em dupla, ou seja,
pelo profissional e pelo auxiliar devidamente treinado; os instrumentais clinicos a
ser utilizado serão separados e a bandeja preparada previamente; o tempo de
trabalho para cada paciente será rigorosamente observado (não ultrapassar 30
min).
A anamnese deve ser criteriosa, principalmente no que se refere a historia
medica do paciente. Na presença do diagnostico definido, o prévio conhecimento
da doença apresentada nos fornece as informações necessárias quanto a
prováveis alterações de ordem sistêmica, bucal e comportamental, bem como o
seu prognostico e a expectativa de vida. Todas as informações declaradas pela
anamnese serão anotadas no questionário (Anexo 2), previamente formulado para
o estudo.
Para a realização do exame clinico, será utilizado uniforme completo; luvas
para procedimentos (descartáveis); luvas de borracha para lavagem do material;
substancias como glutaraldeído a 2% e detergentes para imersão antes da
lavagem do material; caixas metálicas e bandejas para esterilização dos
instrumentais; porta detrito e porta algodão; espelhos bucais; pinças para algodão;
sonda exploradora; taças de borracha e escova de robinson; sugadores
descartáveis; colher de dentina e abridor de boca. Cabe ressaltar que para
posterior tratamento dos pacientes, será utilizada pasta profilática, Ionômero de
vidro para restauração; Resinas fotopolimerizáveis; selante; anestésico tópico
entre outros.

4.3 Avaliação dos Resultados

Para a análise estatística será utilizado o programa SPSS versão 11.0 para
Windows.

4.4 Considerações Éticas

Esta pesquisa será iniciada somente após aprovação do Cometê de Ética em


Pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade
Federal do Rio de Janeiro.

5 Orçamento Financeiro

O presente Trabalho será realizado com recursos financeiros do pesquisador


desta pesquisa.
6. Cronograma do Estudo

Período Protocolo Revista de Fase Análise Discussão Apresentação


Literatura Experimental dos
Dados
março  
abril 
maio 
junho  
julho
agosto  
setembro 
Referências Bibliográficas

ALBERTSON, A.; et. al. The Dental Clinics of North America. W.B. Saunders
Company, p.6, 1974.

BARNETT, M. L.; PRESS, K. P.; FRIEDMAN, D.; SONNENBERG, E. M. The


Prevalence of Periodontitis and Dental Caries in a Down’s Syndrome
Population. J Periodontol, v.57, p.288-293, 1986.

BROWN, R. H.; CUNNINGHAM, W. M. Some Dental Manifestations of


Mongolism. Oral Surg Oral Med Oral Pathol, v.14, p.664-676, 1961.

COHEN, M. M.; WINER, R. A.; SCHWARTZ, S.; SHKLAR, G. Oral Aspects of


Mongolism Part 1- Periodontal Disease in Mongolism. Oral Surg Oral Med
Oral Pathol, v.14, p.92-107, 1961.

DAJANI, A. S.; TAUBERT, K. A.; et. col. Prevenção da Endocardite Bacteriana


– Recomendações da Americam Hearth Association. JAMA Brasil, Março,
1998.

FREITAS, J. A. S. Estudo Antropométrico, Dentário e Ósseo de Brasileiros


de Três a Dezoito Anos de Idade da Região de Bauru. 1975. 178p. Tese
(Livre-Docência) – Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo,
Bauru.

KORENBERG, J. R.; BRADLEY, C.; DISTECHE, C. M. Down’s Syndrome:


Molecular Mapping of the Congenital Heart Disease and Duodenal Stenosis.
American Journal of Human Genetics, v.50, p.294-302, 1992.

McCRACKEN, P. E. The Attitudes of Parents of Severely Subnormal Children


to Dental Treatment. Proc Brit Paedodontic Soc, v.3, p.7-13, 1973.

NOWAK, A. J. Dentistry for the Handicapped Patient. The C.V. Mosby


Company, p.45-48,193-329, 1976.

RANDELL, D. M.; HARTH, S.; SEOW, W. K. Preventive Dental Health Practices


of Non-institutionalized Down Syndrome Children: A Controlled Study. J Clin
Pediatr Dent, v.16, n.3, p.225-229, Novembro, 1992.
ANEXO 1

Faculdade de Odontologia
Departamento de Odontopediatria e Ortodontia
Disciplina de Odontopediatria

Consentimento Livre e Esclarecido

Senhor Responsável

O Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia da


Universidade Federal do Rio de Janeiro está realizando um estudo para investigar
a Prevalência de Cardiopatias e Necessidade de Profilaxia Antibiótica em
Pacientes Portadores de Síndrome de Down matriculados no Departamento da
UPPE. Esta pesquisa incluirá anamnese e exame clinico do paciente
diagnosticados previamente com Cardiopatias no intuito de analisarmos quais
situações se faz necessário Profilaxia Antibiótica para procedimentos
odontológicos, e, um questionário que deverá ser respondido pelo responsável.
Esta avaliação não causará qualquer desconforto para o paciente. Os resultados
serão informados aos pais, bem como esclarecimentos sobre as necessidades de
tratamento. Será fornecida qualquer informação adicional sobre o estudo, caso
seja requisitada pelo responsável. A participação na pesquisa é voluntária. Em
caso de recusa, não haverá qualquer prejuízo para o tratamento do paciente. Os
dados colhidos durante o estudo serão intimamente sigilosos, manuseados
apenas pelo pesquisador e seu orientador sendo arquivados por período de 5
anos. É importante a colaboração dos responsáveis para o sucesso deste
trabalho, fornecendo todas as informações necessárias sobre o paciente.

Atenciosamente

______________________________ ________________________________
.

Eu, _____________________________ identidade n _____________,


Certifico que lendo as informações acima e suficientemente esclarecidas (a),
autorizo a participação de ________________________nesta pesquisa.

__________________________________________
Assinatura do Responsável

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