Você está na página 1de 11

Terapêutica Medicamentosa em Odontologia 173

REFERÊNCIAS
172 Eduardo Dias de Andrade

USO DE MEDICAMENTOS Fármacos de uso odontológico


DURANTE A LACTAÇÃO

PRINCÍPIOS PARA USO DE MEDICAMENTOS NAS LACTANTES


• Avaliar a necessidade da terapia medicamentosa. Considerar o ajuste da dose, sem perder o efeito da
medicação. A troca de informações com o pediatra é sempre recomendada.
• Preferir fármacos já estudados e seguros para as crianças, que sejam pouco excretados pelo leite mater-
no. Por exemplo, optar pelo paracetamol em vez do ácido acetilsalicílico; penicilinas em vez de quinolonas.
• Evitar as associações, preferindo as formas puras dos medicamentos (p. ex., paracetamol em vez de
preparações contendo paracetamol + ácido acetilsalicílico + cafeína).
• Evitar a prescrição ou administração de fármacos de ação prolongada, dificultando a excreção pelo lac-
tente (p. ex., na sedação mínima, por via oral, optar pelo midazolam em vez do diazepam; na anestesia
local, preferir a lidocaína em vez da bupivacaína).
• Programar o horário de administração do fármaco à mãe, evitando que o período de concentração má-
xima no sangue e no leite materno coincida com o horário da amamentação. Em geral, a exposição do
lactente ao fármaco pode ser diminuída se o mesmo for empregado pela mãe imediatamente antes ou
após a amamentação.
• Orientar a mãe para observar a criança em relação aos possíveis efeitos colaterais da medicação: altera-
ção do padrão alimentar, hábitos de sono, problemas gastrintestinais, etc.
• Sob supervisão médica, orientar a mãe para retirar seu leite com antecedência e estocá-lo em congela-
dor (no máximo por 15 dias), para alimentar o bebê no caso de interrupção temporária da amamentação.
31
Fonte: Adaptado de Chaves & Lamounier.
Terapêutica Medicamentosa em Odontologia 171

MODELO DE CARTA DE REFERÊNCIA

AO MÉDICO

A Sra. ................................ é portadora de doença perio-


dontal crônica, de caráter infeccioso, cujo tratamento irá
exigir uma pequena cirurgia de acesso para descontami-
nação do local. A intervenção não pode ser adiada, pela
possibilidade de agudização do processo, que poderá
acarretar prejuízos à paciente e ao feto.

O tratamento, sob anestesia local, irá exigir o emprego de


uma solução anestésica com vasoconstritor, em virtude do
tempo estimado da cirurgia e da necessidade de hemosta-
sia. Para tal, irei empregar pequenos volumes de lidocaína
2% com epinefrina 1:100.000 (0,01 mg/mL). Para o con-
trole da dor, irei prescrever paracetamol, por um período
máximo de 24 h. Também informo que, a princípio, não ha-
verá necessidade do uso de antibióticos pela via sistêmica.

No aguardo de uma resposta, coloco-me à disposição para


que possamos discutir outros cuidados ou recomendações.

USO DO FLÚOR NA GESTAÇÃO

COMO REFERENCIAR A
GESTANTE AOS MÉDICOS
170 Eduardo Dias de Andrade

TRATAMENTO DAS INFECÇÕES DOENÇA PERIODONTAL NA


BACTERIANAS GESTAÇÃO
Terapêutica Medicamentosa em Odontologia 169

CONTROLE DA DOR: USO DE


ANALGÉSICOS E ANTI-
-INFLAMATÓRIOS

Quadro 17.1 Protocolo para a anestesia local em gestantes, nos procedimentos eletivos e nas
urgências odontológicas

PROCEDIMENTOS ELETIVOS

Programar preferencialmente para o 2o trimestre de gestação

Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000

URGÊNCIAS (DOR OU INFECÇÃO)

Intervir em qualquer período da gestação

Gestação normal
Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000

Grávidas com história de anemia


Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000

Grávidas diabéticas ou com hipertensão arterial controlada


Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000

Grávidas com hipertensão arterial não controlada*


* Avaliar risco/benefício do atendimento ambulatorial junto ao médico
Prilocaína 3% com felipressina ou Mepivacaína 3% sem vasoconstritor

Grávidas com hipertensão não controlada e história de anemia


Mepivacaína 3% sem vasoconstritor
168 Eduardo Dias de Andrade

Tabela 17.1 Sinais e sintomas em função dos


níveis de metemoglobina
Nível sanguíneo (g/dL) Sinais e sintomas
< 0,15 Nenhum – dentro de limi-
tes normais
0,75-2,25 Cianose persistente, re-
dução da função cerebral
4,5-6 Dispneia aos esforços,
cefaleia, fraqueza, tontura
7,5-9 Torpor, depressão respi-
ratória
10,5-12 Inconsciência, morte
8
Fonte: Malamed.
Terapêutica Medicamentosa em Odontologia 167

ANESTESIA LOCAL

Prilocaína e o risco de
metemoglobinemia
166 Eduardo Dias de Andrade

EXAME RADIOGRÁFICO

HORÁRIOS E DURAÇÃO DAS


CONSULTAS E POSICIONAMENTO
NA CADEIRA

SEDAÇÃO MÍNIMA
Terapêutica Medicamentosa em Odontologia 165

RELAÇÃO CIRURGIÃO-DENTISTA/
MÉDICO/GESTANTE

TIPO DE PROCEDIMENTO

ÉPOCA DE ATENDIMENTO

Quadro 17.1 Uso de medicamentos na gestação: categorias de risco potencial dos fármacos para
o feto e suas definições
Categoria
do fármaco Definição
Resultados de estudos controlados em mulheres não demonstraram risco para o feto no 1o
A trimestre de gestação e não há evidências e problemas nos trimestres posteriores. A possibi-
lidade de dano fetal é remota.
Resultados de estudos em reprodução animal não demonstraram risco fetal, mas não exis-
B
tem estudos controlados em mulheres.
Resultados de estudos em animais revelaram efeitos adversos no feto (teratogênicos, em-
C briológicos ou outros), mas não existem estudos controlados em mulheres. O benefício po-
tencial do fármaco pode justificar o risco potencial ao feto.
Existem evidências de risco fetal em humanos, mas o benefício do uso em gestantes pode
ser aceitável, apesar do risco potencial (p. ex., se o fármaco é necessário para uma situação
D
de risco de morte, ou no caso de doenças muito graves para as quais os fármacos seguros
não podem ser usados ou são ineficazes).
Resultados de estudos em animais ou humanos demonstraram anormalidades fetais ou
evidências de risco fetal. O risco do uso do fármaco em gestantes sobrepuja claramente
X
qualquer possível benefício. Não usar em hipótese alguma em grávidas ou quando existe a
possibilidade de gravidez.
2
Fonte: U.S. Food and Drug Administration.
164 Eduardo Dias de Andrade

DESENVOLVIMENTO FETAL

ALTERAÇÕES NA CAVIDADE
BUCAL
17
Gestantes ou lactantes

Você também pode gostar