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MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS

Conceitos e Técnicas de

Ambiente e Saúde

Manipulação e Manutenção

Qénco I Saraiva

Francesca Botelho Bonatti


Materiais e Equipamentos

Odontológicos

Conceitos e Técnicas de Manipulação e Manutenção 13 Edição

érico I Saraiva

Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder o dom da vida.

Aos os meus pais, Ary Sousa Bonatti (in memoriam), que dedicou 50 dos seus 72 anos de vida à odontologia com
a dignidade, a honestidade e o amor que a profissão merece, e Luciana Botelho Bonatti, que muito colaborou para
a realização deste projeto.

Aos meus irmãos e amigos, que sempre acreditaram na minha capacidade e me impulsionaram a prosseguir
quando eu pensei em desistir.

Aos colegas de trabalho e colaboradores do livro: Dra. Aline Dias, por auxiliar na estruturação inicial e conceder o
assunto Resinas Compostas; os estudantes de Odontologia Thomas Pinheiro e Gustavo Akino, por auxiliarem na
obtenção das fotografias; e Dra. Danielle Vieira, por compartilhar comigo todo o seu conhecimento de mestre, o
que muito contribuiu para a qualidade deste livro, por fim toda a equipe do Instituto de Bibancos de Odontologia.

Sobre a autora
Francesca Botelho Bonatti se formou em Odontologia em 1997 na Universidade de Uberaba. Começou logo
depois a se dedicar à Ortodontia, campo em que realizou diversos cursos de aperfeiçoamento e, por fim,
especialização. Teve a oportunidade de morar por sete anos na Inglaterra, onde validou seu diploma de
Odontologia e exerceu a profissão. Esta experiência enriqueceu seu conhecimento odontológico e abriu os
horizontes para outros caminhos além do dia a dia clínico, despertando a vontade de compartilhar todo o
conhecimento que adquiriu nesses 16 anos de trajetória profissional.

Sumário
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Apresentação
A odontologia é uma prática que acompanha a humanidade desde a pré-história. Nessa longa trajetória até os dias
atuais, essa ciência foi marcada na França do século XVIII por Pierre Fauchard, considerado o “pai da
odontologia” por dedicar seu trabalho e seus estudos à transformação dessa prática em ciência. De lá para cá,
inúmeras foram as contribuições que estudiosos, pesquisadores e praticantes desse ofício trouxeram para
solidificar a importância da ciência do sorriso.

A odontologia, assim como o ser humano, está em constante desenvolvimento. A cada dia surgem novas técnicas,
instrumentais, equipamentos e materiais que facilitam e aprimoram o árduo trabalho de promover e restabelecer a
função, saúde e a estética bucal.

O consultório odontológico é um ambiente fascinante para os todos profissionais envolvidos nesta área de atuação.
A habilidade de compreender e dominar este espaço é uma verdadeira arte e requer muita disciplina e dedicação de
sua equipe

Neste livro que se inicia, vamos conhecer os equipamentos básicos e auxiliares de um consultório, bem como os
materiais utilizados pelos profissionais de saúde bucal, e aprender como e quando empregá-los.

No decorrer dos quatro capítulos, esses itens serão abordados de forma simples e clara, com o intuito de capacitá-
los a reconhecer a aplicabilidade de cada item como a cadeira odontológica, o equipo, os equipamentos de
esterilização, os equipamentos periféricos como materiais restauradores, os cimento s etc.

Convido vocês a adentrar este curioso território e espero conseguir despertar o interesse e contribuir para a
formação e a educação de brilhantes profissionais no futuro.

A autora

Equipamentos Odontológicos Básicos


Equipamentos
3.7 Adesivos dentários
Materiais
Definitivos
Equipamentos Odontológicos Básicos

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Este capítulo tem por objetivo definir os conceitos referentes aos equipamentos básicos utilizados em um
consultório odontológico. Detalha também como cada um opera e suas principais funções, usando uma linguagem
bastante simples e didática, que procura mostrar ao leitor como os equipamentos interagem durante uma consulta
odontológica e durante os tratamentos dentários. A odontologia está se especializando cada vez mais, com o intuito
de resolver, da melhor maneira possível, os problemas referentes à saúde bucal da população.

As informações apresentadas neste primeiro capítulo fornecerão as bases necessárias para o entendimento gradual
do desenvolvimento do trabalho odontológico dentro de um consultório.

1.1 Cadeira
A cadeira odontológica é um equipamento essencial no consultório, tanto para o paciente como para os
profissionais envolvidos no atendimento, pois nela serão realizados os tratamentos dentários. A sua evolução
acompanhou o desenvolvimento odontologia ao longo dos anos. Nos pri-mórdios, os atendimentos eram feitos no
chão, com o profissional sentado diante do paciente. Foram inúmeros os aperfeiçoamentos e as modificações
realizados desta época até os dias de hoje, em que os modelos têm sido desenvolvidos para melhor adaptação aos
requisitos de ergonomia para profissionais e pacientes (Figuras 1.1 e 1.2).
Figura 1.1 - Cadeira odontológica antiga.

Figura 1.2 - Cadeira odontológica moderna.

No começo do século XVII, Peirre Fouchard, conhecido como o paí da odontologia, utilizava uma cadeira comum
de madeira com recosto almofadado para tratar seus pacientes. Em 1790, o dentista americano Josiah Flagg criou a
primeira cadeira feita especificamente para tratamentos odontológicos, na qual ele adaptou um encosto de cabeça
ajustável e uma extensão do braço para colocação dos instrumentais. Em 1832, surgiu a primeira cadeira reclinável
criada por James Snell, e a primeira totalmente ajustável surgiu em 1872, chamada de cadeira de Morrison. Em
1877, surgiu a cadeira de Wilkinson, a primeira movida a uma bomba hidráulica.

O mercado atual apresenta uma variedade de modelos de cadeiras com relação ao seu funcionamento:

» Semiautomática: apresenta controle automático de subida e descida e controle mecânico no encosto da cabeça.

» Totalmente automática: apresenta controle automático de subida e descida e também do encosto da cabeça.

» Totalmente automática com volta a zero: além de todos os controles automáticos citados, possui um botão
exclusivo que permite a programação do posicionamento da cadeira totalmente deitada (posição supina) e a sua
volta à posição sentada, o que contribui para um atendimento de melhor qualidade.

A localização do painel onde se encontram os botões de controle varia de acordo com o modelo. Alguns
apresentam os comandos na porção lateral do encosto da cadeira ou na sua parte posterior, permitindo que o
operador acione os controles com as mãos enluvadas. A Vigilância Sanitária recomenda que os controles sejam
acionados com os pés. Existe, portanto, uma tendência do mercado em colocar os controles da cadeira em um
comando de pé, o que permite o acionamento de todas as funções da cadeira, inclusive da luz do refletor, sem o
contato direto das mãos, a fim de diminuir o risco de contaminação cruzada (Figura 1.3).
Figura 1.3 - Cadeira odontológica moderna.

Amplie seus conhecimentos

É importante conhecer mais da história da odontologia. Para tanto, vale a pena visitar dois museus que possuem
um importante acervo:

» Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo Dr. Elias Rosenthal (Museu APCD): você pode obter
mais informações no site: <www.apcd.org.br>.

» Museu Odontológico da Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp).


Para mais informações, visite o site: <www.foar.unesp.br>.

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Além da localização dos controles nas cadeiras, outros aspectos importantes serão listados a seguir.

1.1.1 Características da cadeira

A cadeira odontológica deve apresentar algumas características indispensáveis para um bom atendimento.
Devemos lembrar que o procedimento odontológico requer que o operador trabalhe dentro da cavidade bucal do
paciente com um bom campo de visão, o que engloba uma série de itens:

» Deve ser bem confortável, com um design anatômico, simples e reto, para que o paciente possa estar com a
musculatura relaxada durante o atendimento e o profissional tenha um bom acesso ao campo de trabalho.

» O encosto deve ser ajustável para permitir o apoio da cabeça do paciente com conforto e segurança e na posição
adequada de acordo com o tratamento que será realizado, permitindo que o profissional tenha uma visão direta de
toda a cavidade bucal do paciente ao se posicionar adequadamente sentado diante da cadeira do paciente.
» Os braços da cadeira devem permitir o fácil acesso para o paciente se acomodar e precisam apoiar os braços do
paciente de forma confortável e sem exigir qualquer esforço.

» A base da cadeira precisa ter um tamanho adequadamente reduzido para proporcionar o máximo de aproximação
do dentista e do assistente com o paciente.

» As cores devem ser suaves, preferencialmente frias (verde, azul, bege) ou tons pastéis, pois produzem uma
atmosfera harmônica, agradável e calma.

A cadeira odontológica é composta das seguintes partes:

» encosto de cabeça (fixo ou móvel);

» mecanismo de subida e descida do assento;

» mecanismo de subida e descida do encosto;

» braço direito móvel (opcional);

» braço esquerdo fixo;

» assento;

» base;

tampa do motor da cadeira;

Ao término do dia, deve-se desligar a chave geral da cadeira e mantê-la em posição zero - totalmente descida.
Tomar cuidado com infiltração de água debaixo da cadeira, pois a umidade poderá provocar pontos de oxidação.

chave geral;

fusível.

1.2 Mochos
O mocho é um importante componente do consultório odontológico, que permite ao profissional e seu assistente
trabalharem sentados frente à cadeira odontológica. O mocho deve preencher alguns requisitos básicos, que
proporcionem o correto posicionamento do dentista e do auxiliar durante os procedimentos:

» Base com cinco rodízios, permitindo uma boa estabilidade e um bom deslocamento do profissional e do
assistente ao redor da cadeira sem risco de queda.

» Altura regulável do assento para permitir que o profissional ajuste a altura de acordo com sua estatura. O
mecanismo de regulagem da altura pode ser a gás ou mecânico.
» Encosto que proporcione correto apoio à coluna vertebral lombar permitindo a regulagem da altura e da
profundidade conforme o biotipo do profissional.

» Assento confortável, semirrígido, com diâmetro de aproximadamente 30 cm para permitir conforto ao


profissional e uma boa proximidade com o paciente.

» As cores devem seguir os padrões de cor da cadeira, ou seja, cores frias e tons pastéis.

Para a correta posição do profissional no mocho, o fêmur deve ficar paralelo ao solo. Esta posição permite uma
boa circulação de retorno, sem risco de compressão das safenas e do aparecimento de varizes precoces.

1.2.1 Diferenças entre o mocho do operador e o mocho do assistente

O mocho do assistente e do dentista possuem, em geral, as mesmas características citadas anteriormente. Alguns
modelos apresentam pequenas variações que proporcionam mais conforto e melhor desempenho durante o
trabalho, como um suporte para os pés em sua base, que permite maior estabilidade do auxiliar para se movimentar
e ter mais visão do campo de trabalho.

Outra variação pode ser um suporte semicircular na altura da cintura, que forma uma barreira limitadora quando o
auxiliar necessitar se inclinar para frente na cadeira.

Figura 1.4 - Mocho com apoio lateral.


Baloncici/Shutterstock.com

Figura 1.5 - Mocho sem apoio de pé.

Figura 1.6 - Mocho com apoio de pé.

É importante verificar os rodízios dos mochos no mínimo três vezes por semana para a remoção de fios de cabelo e
outras sujeiras que possam interferir em seu deslize adequado. Outro cuidado importante é checar sempre se o
mocho ou seu suporte lateral não estão debaixo do encosto da cadeira nos movimentos de subida e descida, pois é
muito comum quebrá-lo, o braço da unidade auxiliar e até o próprio encosto da cadeira nessas situações.

1.3 Equipo
Ao final do século XVIII, Adam Schneider, um dentista alemão, sugeriu que o motor elétrico, o ar e a água
utilizada pelo dentista fossem montados em um único suporte, surgindo, assim, o primeiro equipo odontológico.

O equipo, portanto, é a unidade que reúne os equipamentos básicos utilizados pelo cirurgião-dentista: as canetas de
alta e baixa rotação e a seringa tríplice, chamados, em conjunto, de pontas ativas. Esses equipamentos e suas
funções serão descritos mais detalhadamente no decorrer do capítulo.

O equipo vai fornecer os mecanismos necessários para que esses instrumentos funcionem, ou seja: eletricidade, ar
comprimido e líquido para refrigeração (água), além de possuir também uma área destinada à colocação dos
instrumentos do cirurgião-dentista (bandejas).
Os modelos modernos podem ser semimóveis, ou seja, acoplados na cadeira, ou totalmente móveis tipo kart.
Podem ter de três a cinco terminais para o funcionamento dos equipamentos utilizados no procedimento
odontológico:

» Um para a seringa tríplice: dispositivo com dois botões que permitem o uso de água e ar na cavidade oral e nos
dentes.

» Um ou dois para o motor de alta rotação: dispositivo utilizado para cortar e desgastar os dentes.

» Um para o motor de baixa rotação: dispositivo também utilizado para cortar ou polir os elementos dentários.

Alguns equipos podem possuir ainda em seu corpo:

» Um comando eletrônico para movimentos da cadeira e refletor (luz utilizada pelo dentista).

» Um terminal para fibra óptica, no qual o motor de alta rotação é acoplado.

» Um negatoscópio (utilizado para vizualização de raio X - RX).

» Equipamentos periféricos como fotopolimerizador (luz de LED que polimeriza as restaurações), ultrassom
(utilizado para fazer limpeza nos dentes) e jato de bicarbonato de sódio (auxilia na limpeza dos dentes).

1.3.1 Características gerais dos equipos

Para que um equipo cumpra com as exigências necessárias para um bom atendimento odontológico, é importante
que ele apresente algumas características:

» Respeite os princípios de ergonomia e não ocupe o espaço destinado à equipe de trabalho.

» Os motores de alta e baixa rotação devem ser acionados por um único comando.

» Os modelos devem ser ajustados e ter flexibilidade para permitir o trabalho de profissionais destros e canhotos.

» As bandejas devem ser amplas o suficiente para permitir a colocação dos instrumentais, bem como a
manipulação de materiais.

» As pontas e o aparelho de sucção devem ser ligado por mangueiras.

» Todas as mangueiras devem ter comprimento adequado para permitir acesso à zona de trabalho sem provocar
tensão.

» As mangueiras devem ser lisas para permitir uma correta desinfecção.

A seleção do tipo de equipo que será escolhido para um determinado consultório depende de alguns fatores:

» espaço disponível;

» preferência do operador em relação à transferência do instrumental;

» se o operador é destro ou canhoto;

» se o operador trabalha basicamente sozinho ou com assistente.

1.3.2 Tipos de equipos


Podemos encontrar disponível no mercado dois tipos de equipo que serão escolhidos de acordo com a preferência
do operador:

» Móveis ou tipo kart: montados sobre rodízios para permitir uma total mobilidade dentro do espaço do
consultório. A bandeja se localiza na parte superior, onde são colocados os instrumentais e os materiais são
manipulados. Em sua parte anterior, possui ligações suspensas para as peças de mão e seringa tríplice, que deve
possuir determinada angulação para facilitar a preensão e o retorno das pontas ao seu sítio.

» Semimóveis ou acoplados: são chamados de sem imóveis por possuírem mobilidade limitada em razão da
conexão existente entre os braços articulados do equipo e a haste da cadeira odontológica. Os braços articulados
permitem uma movimentação do equipo nos sentidos horizontal e vertical com um dispositivo pneumático, o qual
promove trava-mento na posição desejada. Este é o único tipo de equipo que pode posicionar-se sobre o paciente.

Figura 1.7 - Equipo kart.


Figura 1.8 - Equipo acoplado.

Dario Sabljak/Shutterstock.com tlegend/Shutterstock.com

1.3.3 Caixa de comando

A caixa de comando é responsável por todas as conexões de energia, água, ar e esgoto do consultório, além de
conter todos os circuitos do sistema de sucção a vácuo e de baixa potência. Todas as mangueiras que chegam ao
equipo odontúJógico são provenientes desta caixa de comando.

1.3.4 Cuidados importantes com o equipo

Para manter um bom funcionamento de todos os componentes do equipo e poder contar com o mínimo de
manutenção possível, é importante:

f> Ao final do expediente, limpar e secar os reservatórios para água e solução para desinfec-ção interna das
mangueiras.

f> Quando a trava do equipo for pneumática, nunca o movimente sem que esteja ligado.

» A pressão de ar nos terminais de alta e baixa rotação deve ser regulada de acordo com as
indicações do fabricante das peças de mão que Serão utilizadas.

» Nunca deve ser conectada a peça de mão de alta rotação no terminal da de baixa rotação.

» Nos equipos com fibra óptica, deve-se manter a fonte do terminal, a fim de que sejam evi

tados acidentes. Quando a peça de mão de fibra óptica não estiver sendo utilizada, a chave geral para Seu
acionamento deverá estar desligada.

» Não ê recomendado o uso direto da água da torneira para preenchimento do reservatório de água. Devem
Ser utilizados somente os JiquidoS recomendados pelos fabricantes nos reservatórios de água e do sistema
de desinfecção interna das mangueiras.

» Observar para que não haja vazamento de ar nos reservatórios.

» A pressão nos reservatórios não deve ser excessiva para não causar trincas nem rachaduras nas roscas.

Os equipos odontolcgjcos devem sempre seguir os padrões ergonômicos para os profissionais e pacientes.

» Os reservatórios e as mangueiras devem ser trocados de tempos em tempos, porque o plástico perde a
resistência em razão do uso e, com a pressão, podem ocorrer rachaduras.

1.4 Refletor
O refletor odontológico surgiu em 18S3 e revolucionou a vida dos dentistas que antes trabalhavam apenas
Com a luz natural. Ele representa um dos equipamentos mais importantes para o cirurgião - dentista. Deve
ter luminosidade suficiente para garantir ao profissional “bons olhos” por muito tempo, á qualidade da luz
deve ser similar à luz do dia, não provocando distorção ou dúvidas na seleção de cores dos dentes e
materiais utilizados. Deve proporcionar uma iluminação sem sombras e, meSmO em trabalhos mais
prolongados, a luz não deve produzir calor acima do limite permitido.

Paia fornecer iluminação intensa e fria, a maioria dos refletores possui bulbos halógenOS, 0 que possibilita
uma iluminação próxima à luz do dia, contrastando pouco com a geral da sala.

O cabeçote do refletor (conjunto lâmpada + espelho) é fixado a um braço flexível, que pode estar preso à cadeira
odontológica, ao equipo, ao chão, à parede ou, até mesmo, preso ao teto. Este braço flexível permite a
movimentação do refletor tanto no sentido horizontal quanto vertical, promovendo um ajuste preciso do foco de
luz na posição desejada.

Os ajustes do refletor devem sempre ser executados pelo auxiliar odontológico. A única parte do refletor que o
auxiliar toca é o puxador, que deve estar envolto por uma barreira protetora (que deverá ser trocada a cada
atendimento clínico).
Figura 1.9 - Refletor.

1.4.1 Cuidados

A lâmpada do cabeçote aquece-se durante o uso. Para que se promova a sua limpeza, é necessário que se resfrie.
Após esse período, a limpeza do cabeçote será efetuada com um pano limpo e macio, umedecido com água e
detergente neutro.

A lâmpada tem uma vida útil determinada e, para sua maior conservação, evite deixá-la acesa sem necessidade.

1.5 Mesa auxiliar


As mesas auxiliares são consideradas armários móveis por possuírem rodízios em sua base (quatro ou mais), os
quais permitem o seu deslocamento dentro da sala. Para que seja possível utilizar este tipo de móvel, é necessário
que a sala de atendimento clínico seja projetada com espaço suficiente para a circulação do profissional e da
equipe de apoio, bem como da movimentação da mesa auxiliar, conforme a posição de trabalho exigir.

Os armários móveis na sua parte superior servem para a colocação de bandejas com instrumentais e materiais que
serão utilizados durante a intervenção clínica. Na sua parte anterior possui gavetas de forma variável de acordo
com a preferência do dentista. Deve possuir puxadores resistentes para permitir a sua movimentação, sempre
protegidos com barreiras.
Figura 1.10 - Mesa auxiliar.

1.6 Unidade auxiliar


A unidade auxiliar é responsável pelo funcionamento do processo de sucção de água e fluidos da boca do paciente
durante o procedimento odontológico. Pode ser de baixa, média ou alta potência. As unidades auxiliares de alta
potência são chamadas de bomba a vácuo. Os sugadores de baixa potência são aqueles ligados ao encanamento de
água da cuspideira, tendo pouca potência; portanto, não fazem uma sucção eficiente.

Os sugadores de média potência são ligados ao ar do compressor, têm uma potência razoável, mas com o risco de
entupimento quando há resíduos maiores. A vantagem dos sugadores de média potência em relação aos de baixa é
que, por serem acionados pelo ar comprimido, proporcionam drenagem eficiente do líquido sugado, além de uma
constância na manobra de sucção, dificultando o refluxo e o retorno de odores. Estão acoplados à unidade auxiliar,
variando em número de uma ou duas pontas suctoras.

Os sugadores de alta potência, conhecidos também como bomba a vácuo, são equipamentos opcionais dentro do
consultório odontológico, porém são mais eficientes, portanto, os mais indica-

dos para o trabalho ergonômico. São imprescindíveis em cirurgias, e deve-se tomar muito cuidado para que não
provoquem lesões nos tecidos bucais em virtude da força de sucção.

As bombas a vácuo são classificadas em dois tipos:

» Sistemas móveis: podem ser transportados. Basicamente, são ligados à energia elétrica, que promove o
funcionamento do motor, proporciona vácuo, saindo da mangueira e causando a sucção. A água e o material
removido da cavidade bucal irão para um recipiente que pode ser lavado ou descartado. Podem se apresentar em
vários tamanhos, com uma ou mais pontas aspiradoras. A grande desvantagem é o espaço que ocupa dentro da
sala clínica.

» Sistemas centrais ou fixos: são ligados próximos na unidade auxiliar, com a vantagem de não ocuparem espaço.
A central fica longe da sala clínica e a sua ligação é feita por meio de mangueiras, minimizando o barulho, além de
permitir mais de uma ligação. Em cada consultório pode ter uma ou mais pontas suctoras.

1.6.1 Cuidados

Ao final do expediente, deve ser colocado um copo com detergente diluído ou germicida para ser sugado pelos
terminais de sucção. Em seguida, deve-se despejar água limpa para retirada e excesso do produto. Quando for
sugador de alta potência, utiliza-se 1 Litro do líquido.

Mensalmente, deve-se realizar sucção de 1 Litro de solução de desencrostante diluída para evitar acúmulo de
sujeira nas paredes internas das mangueiras.

Figura 1.11 - Unidade auxiliar.


No dia a dia do consultório odontológico é importante conhecer todos os equipamentos e fazer uma lista deles com
suas principais características, bem como montar um roteiro para abertura e fechamento da clínica, levando em
consideração as informações solicitadas por cada fabricante, a fim de manter os equipamentos no seu bom
funcionamento e evitar, assim, reparações desnecessárias por falta de cuidados e negligência na manutenção dos
equipamentos. Portanto, cada equipamento precisa de um cuidado específico.

1.7 Cuspideira
É um componente da unidade auxiliar que pode ser de aço inoxidável, cerâmica esmaltada ou vidro temperado.
Normalmente, tem forma cilíndrica, cujas dimensões podem variar de acordo com o fabricante.

Considera-se que este componente está em desuso em virtude do fato de exigir o deslocamento do paciente para
cuspir, gerando uma considerável perda de tempo e acarretando em diminuição da produtividade, porém continua
sendo parte de todo consultório odontológico

1.8 Seringa tríplice


Usada para jatos de água ou ar, fica acoplada ao equipo e, em alguns modelos de equipamento, pode estar presente
na unidade auxiliar, junto aos sugadores, para ser usada pelo auxiliar, agilizando o processo da intervenção clínica,
uma vez que permite manobras concomitantes entre o operador e o assistente. A água utilizada na seringa tríplice
deve ser sempre destilada.

Figura 1.12 - Seringa tríplice.

O compressor de ar é o equipamento responsável por gerar ar comprimido, que promove o funcionamento das
peças de mão, da seringa tríplice, do sugador e de todos os equipamentos básicos e auxiliares que necessitam de ar
comprimido para funcionar.

Figura 1.13 — Compressor de ar odontológico.

Esse equipamento é ligado na rede elétrica, e deve ser instalado fora da área de atendimento, ou seja, fora do
consultório, e também afastado de locais onde haja circulação de pessoas para evitar acidentes. O lugar ideal para
sua instalação deve ser arejado, limpo, e livre de umidade. A presença de poeira, gases corrosivos e luz solar direta
podem prejudicar o funcionamento do compressor e também contaminar o ar comprimido, que, por sua vez, vai
prejudicar o ar gerado pelos motores de alta e baixa rotação. Isso pode comprometer os procedimentos
odontológicos executados.

A ausência de óleo ou ar contaminado no ar proveniente do compressor e direcionado aos motores garantirá que o
procedimento clínico seja realizado com um bom padrão de qualidade.

Os compressores utilizados no consultório odontológico são de tamanho reduzido, e produzem menos ruído que os
compressores de grande porte utilizados nas indústrias.

1.9.1 Manutenção

Para obter-se uma ótima qualidade de ar, ou seja, sem partículas de água e óleo, é fundamental que os
procedimentos de manutenção sejam rigidamente seguidos, de acordo com cada fabricante.

» Diariamente: antes de iniciar as atividades da clínica, deve-se fechar a válvula de drenagem de ar comprimido,
ligar o compressor e esgotar o filtro externo.

» Semanalmente: verificar o nível de óleo do compressor (se este for do tipo óleo-depen-dente), verificar a pressão
dos filtros internos e externos e o ruído, odor e temperatura deste equipamento.

» Anualmente: substituir os elementos de todos os filtros e manutenção mecânica, feita por pessoal técnico
especializado.

Como principais cuidados para manutenção do equipamento, devemos nos lembrar que:

» O local de instalação do compressor deve ser arejado, permitindo que o calor gerado pelo seu funcionamento seja
dissipado adequadamente.

» O local onde está instalado o compressor deve ser mantido livre de poeira e umidade.

» O compressor deve ser drenado diariamente para a retirada de água condensada no seu reservatório.
As peças de mão, ou canetas de alta e baixa rotação, recebem este nome, pois seu funcionamento ocorre por meio
da quantidade de rotações por minuto (rpm). São peças acopladas ao equipo, ao qual se ajustam os instrumentos
rotatórios (brocas) usados para cortar ou desgastar as estruturas dentais. O encaixe das brocas nas canetas de alta
rotação (liso) é diferente do das brocas usadas nas canetas de baixa rotação (denteado). Para facilitar a colocação e
retirada das brocas na caneta de alta rotação, podemos usar o saca-brocas, ou, se a caneta for com sistema de push-
button, apenas acionar o botão.

A velocidade da caneta de alta rotação pode variar de 230.000 a 450.000 rpm e a de baixa gira em torno de 19.000
rpm.

É importante que essas canetas não produzam ruído acima de 80 dB (decibéis) para não causar danos auditivos aos
dentistas.

A caneta de baixa rotação possui dois tipos de pontas: uma chamada contra ângulo, utilizada para procedimentos
dentro da boca do paciente; e outra conhecida como peça reta, que é mais utilizada pelos protéticos para realizar
procedimentos de desgastes e polimento em trabalhos como próteses totais, placas ortodônticas, e em outros
trabalhos protéticos.

Para uma boa manutenção das peças de mão, é muito importante que elas sejam lubrificadas diariamente, pelo
menos duas vezes, antes de iniciar a utilização. Os lubrificantes são especificados por cada fabricante.

Figura L. L4 - Ilaixa rotação, alta rotação (A direita c esquerda da peça reta ao fundo), contra ângulo (â direita e
esquerda da peça rota à frente) c peça reta (ao centro).
Bunwit Unseree/Shutterstock.com

Figura 1.15 - Peça reta sendo utilizada para cortar um trabalho protético.
Figura 1.16 - Micromotor sendo utilizado para polir as superfícies dentais.

Figura 1.17 - Alta rotação com ponta diamantada para cortar os tecidos dentários.

Figura 1.18- Motor antigo, movido com o pé, e por isso Figura 1.19- Pedal do motor a pedal,

chamado de motor a pedal. No início do século XX ele era utilizado no lugar do motor de alta rotação.

1.11 Estufa
A estufa foi, durante muitos anos, o principal equipamento de esterilização no consultório odontológico, porém,
com o surgimento das autoclaves, esse equipamento caiu em desuso.

O processo de esterilização na estufa é feito por calor seco. Os instrumentais ficam submetidos a altas
temperaturas por um longo período para que o calor se propague pelos instrumentais e elimine os microrganismos
existentes.

1.11.1 Ciclos

Os ciclos das estufas podem variar de 1 a 3 horas de acordo com a temperatura:

» 170 °C: o ciclo deve durar uma hora;

» 160 °C: o ciclo deve durar duas horas;

» 150 °C: o ciclo deve durar três horas.

1.1 1 .2 Vantagens da utilização da estufa

» Baixo custo;

» Não é necessário embalar os instrumentos, apenas colocá-los dentro de recipientes metálicos fechados;
» Fácil manuseio e manutenção.

1 .1 1.3 Desvantagens

» Ciclos muito longos, o que acarreta muito tempo para a esterilização;

» Não é eficiente contra todos os microrganismos.

Alguns cuidados que se deve ter ao utilizar uma estufa:

» Uma vez iniciado o ciclo, este não poderá ser interrompido para colocação de outros instrumentais.

» A limpeza deve ser cuidadosa, evitando o uso de esponjas ásperas nas paredes da estufa.

» A eficiência do vedamento da porta deve ser verificada periodicamente.

» O “suspiro” localizado na parte superior do equipamento permite a saída do ar expandido pelo aquecimento,
evitando assim o aumento da pressão no interior da câmera de esterilização e, portanto, não deve ser obstruído. É
neste local que deve ser introduzido o termômetro para aferir periodicamente a temperatura da estufa, pois o
termostato localizado na base da estufa não marca a temperatura real do equipamento, que deve ser obtida pelo
termômetro inserido no suspiro.

1.12 Autoclave
A autoclave é um equipamento de extrema importância no consultório odontológico e obrigatório de acordo com a
Vigilância Sanitária desde 2009. Ele foi projetado para esterilizar instrumentos e outros materiais clínicos. Por
meio de um sistema de calor úmido, o vapor de água gerado dentro de uma câmara realiza a destruição ou remoção
de todas as formas de vida microbiana, como bactérias, fungos e vírus dos instrumentais odontológicos. Os ciclos
de esterilização duram em média 30 minutos. Alguns modelos são automáticos e digitais, com ciclos já
programados e reservatórios específicos para água, enquanto outros necessitam da colocação de água a cada ciclo e
programação individual a cada processo. A temperatura necessária para a esterilização dos instrumentos é de 134
°C.

Principais cuidados para manutenção do equipamento:

» A limpeza da porta deve ser diária, com água e detergente neutro, bem como do filtro.

» Uma vez por mês, o reservatório de água deve ser esgotado e a limpeza das partes internas
da autoclave deve obedecer às indicações do fabricante.

» Deve-se desconectar o plugue e desligar o disjuntor quando o aparelho não estiver em uso.

» Nunca se deve tentar abrir a porta da autoclave sem antes fazer a exaustão e certificar-se de que a pressão esteja a
zero.

» O filtro deve ser limpo uma vez por mês para evitar entupimentos.

Figura 1.21 - Autoclave, vista interna.

Figura 1.22 - Autoclave, vista externa.


1.13 Raio X
O raio X é um equipamento utilizado para a realização de tomadas radiográficas da cavidade bucal do paciente. A
maioria dos consultórios odontológicos possui raios X destinados a exames radiográficos complementares. Os
aparelhos de raios X podem ser móveis ou fixos. O tipo móvel possui, na base, rodízios para a sua movimentação.
São pouco ergonômicos, uma vez que exigem demasiado esforço físico para movimentá-los, considerável perda de
tempo durante o seu deslocamento (diminuição da produtividade), além de ocupar espaço desnecessário dentro da
sala de atendimento. Os aparelhos tipo fixo possuem uma haste presa à parede, ao teto ou ao solo. Esse tipo de
aparelho é mais ergonômico por facilitar a técnica radiográhca, diminuindo o desgaste físico e

a perda desnecessária de tempo para o seu posicionamento. Nos últimos anos, o RX digital vem se popularizando.
A diferença do RX digital para o convencional é que o exame é obtido diretamente na tela do computador para ser
visualizado, enquanto no convencional, o exame é obtido em uma película para ser observado no negatoscópio.

1.1 3.1 Cuidados

Quando não estiver sendo utilizado, o cabeçote do RX deverá ficar com o cilindro na direção vertical (para cima),
para maior segurança em caso de disparos acidentais. Após o uso, a chave geral deve ser sempre desligada.
Lembre-se: não se deve utilizar o aparelho quando houver instabilidade da rede elétrica.

Figura 1.23 - Raios X Fixo (Fonte: Dabi Atlante).


4

Figura 1.24- Raios X Móvel (Fonte: Dabi Atlante).

Figura 1.25 - Aparelho de RX panorâmico.

Vamos recapitular?

Neste capítulo foram descritos os equipamentos básicos de um consultório odontológico utilizados pelo dentista e
pelo auxiliar para a realização de procedimentos dentários. Você aprendeu sobre a cadeira em que o paciente é
atendido e as variações de modelos no mercado; o mocho onde o dentista e o auxiliar assentam para realizar o
trabalho; o equipo que contém as pontas em que são acoplados a seringa tríplice, os motores de alta e baixa
rotações (chamados de peças de mão); o refletor, que permite uma visualização adequada do campo de trabalho; a
unidade auxiliar, que contém as mangueiras de sucção de saliva; a cuspideira, em que o paciente pode cuspir e
fazer bochecho após o tratamento; o aparelho de RX, que permite a tomada de radiografias; a autoclave e a estufa,
que são utilizadas para esterilizar os instrumentais; as mesas auxiliares onde são colocados materiais e
instrumentos e o compressor, que é responsável pelo funcionamento do equipo e da unidade auxiliar. Você
aprendeu as principais características e funções destes equipamentos. Também foram abordados os cuidados que
devem ser tidos para manter o bom funcionamento dos equipamentos, bem como as principais manobras de
manutenção.

Agora é com você!

1) Dentro de um consultório odontológico, alguns equipamentos são básicos para a execução dos procedimentos.
Cite dois deles e suas principais funções.

2) Qual a importância de uma autoclave no consultório odontológico?

3) Quando o paciente chega ao consultório para o tratamento odontológico, geralmente ele está sob tensão. Quais
características dos equipamentos básicos poderíam ajudar no relaxamento do paciente?

4) Como devemos nos certificar de que uma autoclave tenha um bom funcionamento?

5) Como o cirurgião-dentista pode obter uma visão adequada do campo de trabalho?

6) Qual equipamento permite o funcionamento das canetas de alta e baixa rotação por meio de ar comprimido? O
que se deve fazer para manter um bom funcionamento desse equipamento?

7) Sugestão de atividade em aula:

Simule subjetivamente uma visita ao dentista e o que cada aluno, como paciente, consideraria importante para que
ele confiasse e se sentisse bem e seguro durante um atendimento odontológico. Relacione esses itens com aqueles
descritos no capítulo.
Equipamentos
Periféricos
Para começar

Neste capítulo você vai conhecer alguns equipamentos de apoio do consultório odontológico que possibilitam ou
facilitam a execução de alguns procedimentos pelo cirurgião-dentista. Serão descritos equipamentos de uso clínico,
como o amalgamador, o fotopolimerizador, o motor para endodontia e o aparelho de profilaxia; equipamentos
utilizados para confeccionar aparatos odontológico s, como a plas-tificadora a vácuo; equipamentos de apoio,
como câmara escura para revelação de RX e outros que facilitam o dia a dia do profissional e aumentam a
qualidade do trabalho executado como o negatoscópio, o qual é utilizado para melhor visualização os exames de
RX; e a seladora, que auxilia no processo de embalagem do instrumental. Por fim, vamos apresentar os
equipamentos que auxiliam na manutenção da desinfecção e esterilização dos instrumentais odontológicos, tais
como a cuba ultrassônica, a destila-dora de água, os indicadores biológicos e a mini-incubadora.

2.1 Cuba ultrassônica


Este é um aparelho utilizado para a lavagem dos instrumentos odontológicos. Os instrumentais são colocados
dentro de um recipiente de inox em forma de cuba que emite ondas sonoras de frequência ultra alta, causando
vibrações mecânicas que movem a água, criando milhares de bolhas microscópicas. As bolhas se aderem à
superfície do instrumental e implodem. A implosão de milhares de microbolhas ao mesmo tempo resulta em uma
ação de vácuo, que retira a sujeira da superfície dos instrumentais.

A vantagem da limpeza mecânica dos instrumentais pela utilização de uma cuba ultrassônica é que se elimina o
risco de acidentes que podem ocorrer durante a limpeza manual, como cortar ou perfurar a mão com pontas e
partes cortantes dos instrumentais, além de preservar as estruturas de corte dos instrumentais por não haver
necessidade de esfregar as superfícies cortantes de instrumentais, como uma cureta periodontal.

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Figura 2.1 - Cubeta ultrassônica fechada.

Figura 2.2 - Cubeta ultrassônica aberta.

Figura 2.3 - Cuba ultrassônica com instrumental.


Figura 2.4 - Microbolhas de água que se formam e aderem à superfície dos instrumentais.

2.2 Seladora
A seladora é um equipamento auxiliar no processo de esterilização. A sua utilização facilita e diminui o tempo de
trabalho do auxiliar no empacotamento dos instrumentais. O objetivo é realizar a selagem dos envelopes de
instrumentais, separados por categorias de uso que, posteriormente, serão levados para as autoclaves para serem
esterilizados.

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Figura 2.5 Seladora odontológica com papel especifico, chamado papel grau cirúrgico, utilizado como
embalagem na esterilização de instrumentais.
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Figura 2.6 - instrumentais embalados prontos para serem inseridos na autoclave.

2.3 Destilador de água


O destilador é um aparelho que produz água destilada, ou seja, livre de impurezas. A água destilada protege as
autoclaves, os instrumentais e outros equipamentos contra os poluentes da água de torneira. Dessa forma, a água
destilada, que é livre de partículas e quimicamente pura, é utilizada nas autoclaves, nos processos de esterilização e
a nos equipos, para fornecimento de água para a seringa tríplice e as canetas de alta e baixa rotação.

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Figura 2.7 - Destiladora de água.

2.4 Plastificadora a vácuo


A plastificadora é um aparelho que produz um vácuo forte e instantâneo, utilizado para plastificar placas de
policarbonato, acetato e silicone. Quando essas placas são colocadas na plastificadora, elas são aquecidas e
submetidas ao vácuo, produzindo uma cópia da arcada dentária que é representada por um modelo de gesso. São
utilizadas na odontologia para a confecção de placas de mordida, placas de clareamento, moldeiras individuais,
aparelhos ortodônticos transparentes e contenção ortodôntica transparente.
Figura 2.8 - Plastificadora de precisão a vácuo.
Figura 2.9 - Modelo de gesso utilizado como base para confecção de placas de silicone, policarbonato ou acetato
na plastificadora a vácuo.

Figura 2.10 - Placa de silicone confeccionada em uma plastificadora a vácuo.


Olga Miltsova/Shutterstock.com Olga Miltsova/Shutterstock.com

Figura 2.11 - Placa de silicone confeccionada na plastificadora a vácuo sendo adaptada na boca do paciente.
Figura 2.12 - Placa de acetato confeccionada na plastificadora.

2.5 Câmara escura


A câmara escura é um equipamento muito importante no consultório odontológico por ser o local em que iremos
revelar as radiografias. Ela permite que a radiografia seja revelada sem a interferência de luz, ou seja: a luz que
atinge o filme radiográfico tem um comprimento de onda que não influi no processo de revelação e não provoca o
velamento do filme radiográfico.

2.5.1 Tipos de câmara escura

A câmara escura pode variar de um quarto escuro, que idealmente deve ser construído em labirinto, a uma caixa
portátil, que mais recentemente vem sendo substituída por uma processadora automática.

A desvantagem do quarto escuro é que ocupa muito espaço físico no consultório odontológico. Muitos
consultórios e clínicas possuem esse cômodo já construído em suas dependências, mas o surgimento das caixas
portáteis e, mais recentemente, dos processadores radiográficos automáticos, reduziu muito o espaço necessário
para revelação das radiografias e facilitou efetivamente a execução deste processo.
Figura 2.13 - Câmara escura.

0 surgimento do RX digital tem se popularizado mundialmente nos consultórios odontológicos. Além de aprimorar
a qualidade da imagem obtida, o que contribui para um diagnóstico mais preciso, diminuir o tempo necessário
para a obtenção das imagens e a quantidade de radiação a que o paciente é exposto, o RX digital elimina
totalmente a necessidade de um equipamento de revelação, ou seja, de uma câmara escura, visto que as imagens
são projetadas instantaneamente na tela de um computador.
Figura 2.14 - Tomada radiográfica panorâmica digital que permite uma melhor visualização das estruturas ósseas e
dentárias.

2.6 Negatoscópio
Ao se tratar de RX em película, ou seja, em filme comum, existe um equipamento que melhora a qualidade de
visualização da película. O negatoscópio possui uma lâmpada fluorescente que permite uma melhor visualização
das radiografias. Pode ser fixado na parede, colocado sobre uma mesa ou ser acoplado no equipo, que é mais
ergonômico para o dentista.

0 negatoscópio pode também ser utilizado no processo de digitalização de radiografias feitas em filme. 0 filme é
colocado no negatoscópio para uma boa visualização e uma foto é feita da imagem. Uma vez digitalizada, a
radiografia poderá ser observada na tela do computador, do iPad ou do smartphone, dispensando o uso da película
e do negatoscópio. É importante lembrar que a qualidade do RX feito por um sensor digital e projetado
diretamente na tela do computador apresenta uma melhor qualidade que as imagens digitalizadas a partir de filmes
convencionais.
Figura 2.15 - Negatoscópio acoplado no equipo.

0 RX digital dispensa o uso de negatoscópio, pois o filme é projetado diretamente na tela do computador. Dessa
forma, a tela do computador, do iPad e até mesmo de um smartphone fará o papel do negatoscópio.

2.7 Aparelho de profiíaxia


Esse aparelho pode ser composto por uma ponta de ultrassom, a qual realiza a remoção de cálculo dentário,
biofilme dentário, manchas extrínsecas e instrumentação endodôntica; e uma ponta que libera jato de bicarbonato
de sódio, o qual remove apenas o biofilme dentário e, manchas. Essas pontas podem estar juntas no mesmo
aparelho ou cada uma num aparelho separado. O aparelho é ligado ao compressor de ar e à rede de água por meio
de mangueiras.

O ultrassom não deve ser utilizado em pacientes com marca-passo.


Figura 2.16 - Ultrassom.

Figura 2.17 - Ponta do ultrassom sendo utilizado para limpeza dos dentes.

2.8 Amalgamador
O amalgamador é um aparelho utilizado na preparação de um tipo de material utilizado para restaurar dentes, o
amálgama (uma liga metálica à base de limalha e mercúrio). Os materiais dentários restauradores serão abordados
mais detalhadamente no Capítulo 3. O amálgama é basicamente utilizado para restaurações de dentes posteriores.
Existem essencialmente dois modelos de amalgamador:

» Amalgamador tipo dosador e misturador de limalha e mercúrio: neste, o operador coloca uma certa quantidade
de limalha e mercúrio nos recipientes indicados e dosa a proporção de limalha para mercúrio pela manipulação de
um controle manual.

» Amalgamador de cápsula: contém um dispositivo triturador ou batedor, em que se adaptam as cápsulas contendo
limalha e mercúrio já dosadas pelo fabricante.

Os aparelhos devem ser manipulados cuidadosamente, considerando-se que em ambos e, especialmente, no


dosador e misturador, o mercúrio é manipulado em seu estado líquido.
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Figura 2.18 - Amalgamador.

O uso do amálgama como material odontológico foi proibido em alguns países, como Suécia, Dinamarca e
Alemanha por ser considerado tóxico à saúde.

Leia mais em: <http://mercurypolicy.orgfwp-


conten1/uplaads/2009/ll/ZMWGPresentationtoWHODentalMeeting2009.pdf>.

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2.9 Fotopolimerizador
A fotopolimerização é um processo, pelo qual um material (por exemplo, as resinas compostas utilizadas em
restaurações dentárias) é ativado por uma luz de determinada intensidade e um determinado período. O
fotopolimerizador é o aparelho utilizado para fotopolimerizar alguns tipos de materiais dentários como as resinas
compostas, os cimentos resinosos e os adesivos dentinários. Por um processo de transferência de energia pela luz,
chamado de fotopolimerização, o fotopolimerizador atua nos materiais, tornando este material rígido dentro da
cavidade dental.

O processo de polimerização de materiais pelo uso de um fotopolimerizador requer alguns cuidados:


» O tempo de polimerização deve respeitar aquele indicado pelo fabricante do material. No caso das resinas
compostas, o tempo de polimerização é normalmente de 20 a 40 segundos, considerando que a intensidade da luz
seja de pelo menos 450 mW/cm2.

» A distância da ponteira do fotopolimerizador até o material restaurador não deve ser maior que 3 mm, porém não
deve haver contato entre a ponteira e o material, pois, além de favorecer a contaminação cruzada, o contato pode
danificar a restauração, bem como a adesão de resíduos na lente da porteira pode diminuir a intensidade da luz
emitida pelo fotopolimerizador.

» Também é importante observar o posicionamento da direção da luz. A aplicação deve ser feita mantendo o
aparelho em posição fixa durante os 20 ou 40 segundos de aplicação. As ponteiras maiores permitem uma única
aplicação, enquanto as mais finas podem necessitar de aplicações múltiplas em diferentes direções para obter a
polimerização completa do material.

Quanto ao desenho do aparelho, os modelos mais recentes possuem o formato de pistola ou caneta sem fio. Os
modelos mais antigos apresentavam uma pistola, porém ligada por um fio a um recipiente fixo. O
fotopolimerizador pode também estar acoplado no equipo.

O aparelho utilizado para medir a intensidade de luz do fotopolimerizador é chamado de radiômetro. 0 uso deste
equipamento permite certificar se o fotopolimerizador está emitindo uma luz de intensidade superior a 400
mW/cm2, que é considerada a intensidade mínima para fotopolimerizar as resinas compostas nos procedimentos
odontológicos.

Figura 2.19 - Fotopolimerizador sem fio.


Ocskay Mark/Shutterstock.com Zhukov Oleg/Shutterstock.com

Figura 2.20 - Fotopolimerizador sendo utilizado para ativar o material restaurador, no caso a resina composta,
dentro da cavidade bucal.
Figura 2.21 - Ponteira do fotopolimerizador mostrando a luz azul que pode ser halógena ou luz de LED.
Figura 2.22 - Modelo de fotopolimerizador com fio.

Figura 2.23 - Modelo de fotopolimerizador acoplado no equipo.


Milos Batinic/Shutterstock.com Palabra/Shutterstock.com

Figura 2.24 - Distância correta da ponteira do fotopolimerizador até o material restaurador.

2.10 Indicadores biológicos

Figura 2.25 - Ampola utilizada como indicador biológico para realizar a checagem do funcionamento das
autoclaves.

O processo de esterilização é fundamental para o consultório odontológico no controle da infecção cruzada. Com o
surgimento das autoclaves a vapor, esse processo de eliminação dos microrganismos existentes nos instrumentais
ficou mais fácil e eficaz. No entanto, falhas no processo de esterilização podem ocorrer por vários fatores:

» Falha do operador;

» Falha do equipamento;

» Problemas com a instalação;

» Combinação dos fatores anteriores.

Os indicadores biológicos são responsáveis pelo monitoramento das autoclaves a vapor, indicando que o ciclo de
esterilização está funcionando adequadamente. Os indicadores biológicos, normalmente em forma de ampolas, são
colocados dentro da autoclave durante um ciclo de esterilização e depois são transferidos para uma incubadora na
qual, após o período de 24 a 48 horas, vão mostrar, pela mudança ou não de cor, se o ciclo de esterilização foi
eficiente. Este procedimento deve ser repetido semanalmente para garantir um bom controle do processo de
esterilização.

2.11 Mini-incubadora
A mini-incubadora é o local em que os indicadores biológicos serão colocados após passar em pelo ciclo de
esterilização na autoclave. Eles permanecerão na incubadora por um período de 24 a 48 horas, a uma certa
temperatura. Os marcadores poderão ser interpretados após esse tempo para verificar a eficácia do ciclo de
esterilização de uma autoclave.

Figura 2.26 - Mini-incubadora com quatro orifícios para a colocação de quatro indicadores biológicos.

2.12 Microscópio operatório


O microscópio operatório é um equipamento que foi introduzido na odontologia na década de 1990 e que vem
ganhando muita popularidade, em função da revolução que este instrumento proporcionou ao tratamento
endodôntico.
Ele permite ampliar em até 20 vezes a visualização dos canais radiculares, que são estruturas extremamente finas.

Tem como vantagens, facilitar e aprimorar o trabalho do endodontista na instrumentação desses canais, que deve
ser feita para limpá-los antes da obturação.

Fonte: Arquivos

Figura 2.27 - Microscópio endodôntico utilizado para melhor visualizaçao dos canais radiculares durante o
tratamento endodôntico.
Figura 2.28 - Corte dentário mostrando os canais radiculares e seu diâmetro após a instrumentação (alargamento).

Os canais antes de serem instrumentados podem ser tão finos como um fio de cabelo (0,06 mm de diâmetro) e sua
anatomia, muitas vezes, é curva.

Figura 2.29 - Instrumental endodôntico (lima endodôntica) dentro do canal radicular.

Figura 2.30 - Desenho esquemático do percurso que o instrumental ou lima endodôntica precisa fazer dentro do
canal radicular.
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Considerando o uso de uma autoclave para esterilizar instrumentos odontológicos, quais equipamentos periféricos
poderiam ser úteis neste processo?

» A seladora para embalar os instrumentais antes de serem colocados na autoclave;

» O destilador de água para purificar a água utilizada na autoclave;

» Os marcadores biológicos e a mini-incubadora para monitorar a eficácia do processo de esterilização.

Vamos recapitular?

Foram descritos neste capítulo os equipamentos periféricos auxiliares de um consultório odonto-lógico, como a
câmara escura para a revelação de radiografias; o negatoscópio para melhor visualização do RX; o equipamento de
profilaxia utilizado para limpeza dos dentes; o fotopolimerizador que polime-riza os materiais restauradores; o
amalgamador em que é misturado o amálgama; e a cuba ultrassônica que permite a limpeza dos instrumentais
antes da esterilização.

O capítulo ensinou ainda a utilidade de uma plastificadora a vácuo muito utilizada nos dias de hoje na confecção
de placas de clareamento, contenções ortodônticas e placas de mordida; o uso de sela-doras para embalar os
instrumentos odontológicos; o uso de destiladores de água para purificar a água utilizada na autoclave e no equipo;
e, por fim a utilidade dos marcadores biológicos e da mini-incuba-dora na certificação do processo de
esterilização.

Agora é com você!

1) Considerando a limpeza dos instrumentos odontológicos, compare o processo manual com o mecânico, bem
como suas vantagens e desvantagens.

2) Quais os componentes e a utilidade do aparelho de profilaxia?

3) O que é um fotopolimerizador?

4) Durante um procedimento odontológico em que um elemento dental está sendo restaurado, como você pode se
certificar de que a resina composta está sendo polimeri-zada corretamente?

5) Como pode ser feita uma placa de clareamento de silicone?

Materiais Dentários
Agora que você já está familiarizado com os equipamentos e os aparelhos utilizados em um consultório
odontològico, bem como suas funções, vamos conhecer os materiais utilizados pelos dentistas e entender um
pouco mais do trabalho executado em odontologia.

Neste capitulo, você poderá compreender os procedimentos realizados na dentística operató-ria como as
restaurações dentárias; conhecer os materiais restauradores diretos, como o amálgama e a resina composta; os
cimentos utilizados na instalação de peças protéticas na cavidade bucal, como o cimento à base de fòstato de zinco
e os cimentos resinosos; os cimentos utilizados para proteger as cavidades profundas dos dentes como os cimentos
à base de hidróxido de cálcio e ionõmero de vidro; os agentes de união que fazem a ligação entre os materiais
resinosos e o dente, como os adesivos; os gessos e materiais envolvidos na obtenção de moldes dos dentes, como o
algínato e o gesso pedra, Ao final deste capitulo, você será capaz também de entender as propriedades existentes
nestes materiais que determinam a sua utilidade na odontologia, bem como as vantagens e desvantagens de cada
um.

3.1 Dentística operatória


Antes de abordar diretamente os materiais utilizados para restaurar um dente, vamos conhecer a disciplina
odontológica que estuda as técnicas de restabelecimento da forma, função e estética dos elementos dentais afetados
por um trauma, ou por um processo carioso, chamada de dentística operatória.

As técnicas restauradoras estudadas na dentística operatória têm como objetivo preparar o que restou do elemento
dental afetado da forma mais conservadora possível a fim de preservar ao máximo o remanescente do dente
natural, e utilizar materiais adequados que possam devolver a harmonia funcional e estética das arcadas.

Dentro deste conceito, as técnicas de restauração podem ser divididas da seguinte forma:

» Técnica direta: o preparo do elemento dental é feito e o material restaurador é colocado diretamente na cavidade
dental.

» Técnica indireta: o preparo do dente é feito, uma moldagem do dente é realizada e enviada ao laboratório de
prótese, que prepara a restauração no modelo de gesso primeiro e, posteriormente, o dentista cimenta este trabalho
na cavidade bucal.

Os materiais abordados neste capítulo são aqueles utilizados nas técnicas restauradoras diretas e, portanto,
chamados de materiais restauradores diretos. Os indiretos serão descritos a seguir.
Figura 3.1 Preparo cavitário para restaurações direta (esquerda) e indireta tipo onlay (à direita).

Figura 3.2 - Restabelecimento de forma, função e estética dentária com um material dentário estético: a resina
composta.

3.2 Características dos materiais dentários


Para que um material seja utilizado na odontologia, quer seja para restaurar um dente ou para reproduzir um molde
da arcada dentária, ele deve possuir algumas propriedades específicas necessárias ao desempenho da sua função.
Considerando que um material restaurador precisa desempenhar as mesmas funções de um dente natural, e que um
material de moldagem deve permitir a reprodução das estruturas dentais o mais próximo possível das existentes,
vamos analisar as propriedades mais importantes que eles devem apresentar:
» Resistência: um material restaurador deve oferecer resistência ao desgaste e à tração suficiente para suportar as
forças da mastigação por um longo período.

» Propriedades térmicas: quando um material é colocado na boca para substituir parte de um dente ou reproduzir
sua forma, este não pode conter temperatura nem muito alta, nem muito baixa. Também não pode permitir que as
temperaturas altas e baixas dos alimentos sejam conduzidas às estruturas internas do dente, ou seja, eles precisam
ser iso-lantes térmicos. O excesso de calor e de frio é irritante aos tecidos pulpares, podendo causar danos
irreversíveis ao dente.

» Viscosidade: os materiais de moldagem apresentam certa viscosidade, ou seja, uma certa resistência ao
escoamento, porém esta característica nos materiais de moldagem deve ser mínima, pois quanto mais viscoso um
material, menor sua capacidade de reprodução das estruturas dentais.

» Elasticidade: a elasticidade nos materiais de moldagem permite que eles não se deformem permanentemente ao
serem removidos da boca e retornem à forma adquirida antes de serem removidos, concedendo assim uma boa
reprodução das estruturas dentais e bucais. Já nos materiais restauradores, a deformação permanente é importante,
pois se houver elasticidade, esse material não ficará firme na cavidade bucal.

» Biocompatibilidade: um material utilizado na boca precisa ser o mais biocompatível possível, ou seja, precisa
desempenhar uma resposta biológica apropriada, interagindo com o corpo sem produzir efeitos adversos
indesejáveis como reações inflamatórias, alérgicas, tóxicas e até mutações genéticas.

» Propriedades ópticas: o material restaurador deve apresentar características mais próximas possível dos tecidos
naturais do dente para o restabelecimento não somente funcional e formal, mas também da estética dentária, o que
torna a cor, a translucidez e a radio-pacidade dos materiais importantes.

3.3 Agentes de proteção do complexo dentina-polpa


A polpa é o tecido responsável pela vitalidade do dente, ou seja, pela irrigação e inervação dos elementos dentais.
Dentre as suas funções, podemos destacar a formação e nutrição da dentina, bem como sua proteção, pois ela
alerta, por meio da dor, que está ocorrendo uma injúria ao elemento dentário.

Vamos imaginar que um dente, o primeiro molar inferior direito, por exemplo, foi afetado por uma cárie dental.
Após a remoção do tecido cariado, antes de proceder à etapa da restauração, seja ela direta ou indireta, é preciso
realizar a proteção da polpa do dente e para isso, utilizaremos um material dentário cuja função é, além de
proteger, estimular a recuperação da polpa. Este deve ser utilizado em combinação com o material restaurador e,
portanto, vai variar de acordo com o material escolhido e indicado para a restauração.

MaxLm/Shutterstock.com

Figura 3.4 - Desenho demonstrando a evolução da cárie dental: desde o esmalte dentário até atingir a polpa dental.
Figura 3.5 - Aspecto clínico da cárie no primeiro e segundo molares inferiores.
Figura 3.6 - Cárie sendo removida das estruturas dentais com o uso de instrumentos rotatórios.
Figura 3.7 - Aspecto lateral de um dente destruído pelo processo carioso do esmalte à polpa dental.

filmfoto/Sh utterstock.com oleandra/Shutterstock.

Figura 3.8 - Imagem virtual das principais bactérias causadoras da cárie: os Streptococcus mutam.
Figura 3.9 - Proteção pulpar utilizando ionômero de vidro fotopolimerizavel na porção mais profunda da cavidade
dentária com a função de evitar sensibilidade pós-operatória e possível irritação pulpar.

Figura 3.10 - Preparo cavitário pronto para receber a proteção pulpar e, posteriormente, a restauração.

De uma maneira geral, os agentes de proteção do complexo dentina-polpa devem possuir algumas características:

» Ter uma boa adesão ao tecido dentinário;

» Não irritar ou causar danos à polpa (a função é proteger a polpa);

» Ter a capacidade de eliminar ou neutralizar bactérias existentes na cavidade;


» Ser um bom isolante térmico e elétrico;

» Proteger contra as infiltrações de bactérias;

» Estimular a remineralização da dentina próxima à polpa para que ocorra uma completa proteção pulpar.

Descrevemos a seguir os materiais odontológicos utilizados como agentes de proteção pulpar e apresentamos as
outras finalidades a que se destinam. A proteção do complexo dentina-polpa pode ser feita desde uma camada fina
de verniz ou adesivo até uma espessa camada de cimento. Esta proteção, portanto, pode ser feita em forma de
selamento, forramento, base protetora ou cimentos para cimentação.

3.4 Verniz dentário


É um produto à base de resina copai dissolvida em clorofórmio, éter e acetona. É encontrado na forma líquida e,
quando aplicado, forma uma fina película sobre a dentina.

Quando o material de eleição para a restauração é o amálgama, os vernizes podem ser utilizados para vedar os
túbulos dentinários e evitar que o amálgama penetre-os.

» Convencionais: são compostos geralmente de resina natural dissolvida em éter, acetona ou clorofórmio.
Exemplos: Copalite e Copalex.

» Modificados ou Liners: são mais complexos que os convencionais, apresentando uma mis

tura da resina sintética com hidróxido de cálcio ou óxido de zinco na sua fórmula para potencializar seus efeitos.
Exemplos: Dentino-S e Tubulidrox.

» Modificado ou flúor: é um verniz misturado ao flúor. Exemplo: Duraphat, Duraflur. Indicações

» Vernizes convencionais ou modificados: proteção do complexo dentino-pulpar em cavidades rasas. A aplicação é


feita antes da restauração do amálgama de prata para evitar o escurecimento do dente e proteger a polpa.

» Verniz com flúor: pode ser utilizado no tratamento da sensibilidade dentinária, quando há, por exemplo, retração
da gengiva e exposição da dentina radicular. Tem também ação antibacteriana no controle da formação de cárie.

A aplicação desses vernizes é feita com um aplicador tipo microbrush, usando duas camadas. Sua direção deve ser
a mesma para manter a uniformidade, como é realizado na aplicação do esmalte de unha.
Figura 3.11 - Microbrush utilizado para a aplicação de verniz dentário.

» Reduzem a possibilidade de infiltrações nas restaurações;

» Formam uma barreira contra produtos corrosivos e ácidos;

» Evitam a pigmentação do dente.

Desvantagens dos vernizes cavitários » Não são bons isolantes térmicos

» Não podem ser utilizados com resinas compostas, pois o solvente dissolve a resina;

» Não podem ser colocados com ionómero de vidro, pois pode comprometer a adesividade

deste material.
Figura 3.12 - Aplicação de vernii cavitário anlcs da restauração dc amálgama.

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Com os avanços tecnológicos, novas substãnc'as têm sido utiizadas na composição dos vernizes cavitários
modificados para aumentar sua eficácia. Recentes estudos (Haghgoo et at., 2014J mostram que ad'ção ce
nanopartículas de prata aos vernizes utilizados antes ce restaurações de amálgama reduz o nó mero de bactérias,
prevenindo, assim, a recorrên cia ca cárie.

3,5 Cimento de hidróxido de cálcio


É um dos protetores pulpares de maior utilização na odontologia atual. Esse cimento tem ótima biocompatibilidade
e pode ser utilizado como forramenío para cavidades mais profundas ou mesmo para proteger a polpa diretamente.

3.5.1 Principais características

Protege a polpa do dente contra agressões químicas e neutraliza a acidez de alguns cimentos. Além disso, estimula
a polpa a formar a dentina terciária ou reparadora. Também possui um PH básico, alcalino, e tem ação bacíericida.

3.5.2 Apresentação

O hidróxido de cálcio pode ser encontrado em forma de pasta, cimento e pó.

» Pasta base e pasta catalisadora (a forma mais usual): os cimentos são comercializados em uma ou duas pastas.
Quando apresentados em duas pastas, uma delas é denominada de pasta base e a outra de catalisadora. Exemplos:
Hydro C, Dycal e Nucap.

» Pó: hidróxido de cálcio na forma pura ou pró-análise PA, apresenta-se na forma de pó, que, misturado ao soro
fisiológico, forma uma pasta.

» Fotopolimerizável: apresenta-se em uma única pasta e é fotoativado. Exemplo: Timeline.

Figura 3.13 - Apresentação do hidróxido de cálcio na forma de pó, também conhecido como hidróxido de cálcio
PA. Ele pode ser colocado diretamente na polpa do dente para fazer o capeamento pulpar.

3.5.3 Indicação na dentística operatória

De acordo com a forma de apresentação, o hidróxido de cálcio pode ser aplicado para diferentes finalidades:

» A forma de pasta é utilizada como forramento e cavidades mais profundas.

» A forma de pó, chamada de hidróxido de cálcio PA, pode ser utilizada para fazer a prote

ção direta da polpa, o que é denominado de capeamento pulpar.

Também é indicado em outras especialidades da odontologia:

» Cimentação provisória de provisórios protéticos;

» Medicação intracanal nos procedimentos endodônticos.


3.5.4 Técnica de espatulação das pastas

Para a espatulação do hidróxido de cálcio:

» Colocar porções iguais das pastas base e catalisadora num bloco de papel;

» Com o aplicador de hidróxido de cálcio, misturar as duas pastas até obter uma cor homo

gênea;

» Limpar a ponta do aplicador cada vez que levar uma nova porção ao dente.

3.5.5 Manipulação

A composição das pastas base e pasta catalizadora deve ser espatulada por no máximo 10 segundos em um bloco
de papel, em quantidades iguais, até se obter uma consistência uniforme. A aplicação deve ser feita com o auxílio
de um aplicador e distribuída em uma camada fina uniforme nas paredes do fundo da cavidade. O tempo de presa é
de 2 a 3 minutos.

3.5.6 Vantagens

O cimento de hidróxido de cálcio pode ser utilizado tanto como forramento para restaurações de amálgama e
resina. Ele apresenta ótima biocompatibilidade, bem como resistência à dissolução pelo ácido fosfórico, utilizado
nas estruturas dentárias nas restaurações de resina.

3.5.7 Desvantagens

Como desvantagem, apresenta uma alta solubilidade e não tem propriedades isolantes térmica ou elétrica.

Figura 3.14 - Hidróxido de cálcio na forma de pastas basee catalizador a pronto para inserção na cavidade
dentária.

Ror apresentar aolubil idade, o hidróddo de cálcio deve ser inserido na cavidade seca, e não deve haver
contato com o meio bucal.

3.6 Cimento de ionômero de vidro


O cimento de ionômero de vidro é muilo utilizado na odontologia desde a década de 1970 e, assim como o
hidróxido de cálcio, apresenta utilidade em diferentes áreas da odontologia,

O ionômero de vidro reúne as propriedades de adesão à estrutura dentinária' baixa irritação pulpar;
Capacidade de liberar flúor, Característica esta que o torna extremamente útil na odontOpe-diatria, no
combate e na prevenção da cárie bucal.

A liberação do flúor é intensa nas 24 horas iniciais da sua aplicação, e vai diminuindo após este período inicial,
mantendo a liberação em níveis mais baixos enquanto presente na cavidade bucal.
O ionômero de vidro apresenta ainda a capacidade de se “recarregar” com o flúor que chega à cavidade bucal por
outras fontes, como a aplicação tópica de verniz e gel com flúor e os bochechos fluoretados. Essa característica
torna esse material muito útil nos pacientes que possuem um alto risco de cárie dental.

Figura 3.15 - Cimento de ionômero de vidro.

3.6.1 Indicação

Na dentística operatória ele pode ser utilizado como base e forramento de cavidades, selante cavitário e material
restaurador.

Na prótese o cimento pode ser aplicado para cimentar definitivamente peças proféticas; e na ortodontia, é um bom
material para cimentação de bandas ortodônticas.

3.6.2 Classificação

A classificação de tal material foi originalmente proposta por Wilson e McLean (1988) e é composta por três
grandes grupos:

» Tipo I: indicado para cimentação de aparatos ortodônticos como bandas ou peças pro-téticas.

» Tipo II: indicado para restauração. Este tipo é subdividido em: materiais indicados para áreas de baixos esforços
mastigatórios e materiais sujeitos a esforços mastigatórios mais intensos. Estes últimos são geralmente reforçados
com prata,

» Tipo III: indicado para o selamento de cicatrículas e fissuras dentais, como base para restaurações e forramento.

3.6.3 Propriedades e vantagens

O cimento de ionômero de vidro apresenta ótima adesividade aos tecidos dentinários e boa biocompatibilidade. O
seu coeficiente de expansão térmica e sua resiliência são semelhantes aos da dentina e a liberação do flúor concede
uma propriedade anticariogênica.
3.6.4 Composição

A composição do ionômero apresenta variações de acordo com os tipos I, II e III, mas basicamente é um pó de
vidro misturado a um ácido alquenólico como solvente.

Como uma tentativa de melhorar as qualidades do cimento de ionômero, na década de 1980, foram introduzidos os
cimentos de ionômero modificados por resina. Essa alteração aumenta a resistência mecânica e diminui a
solubilidade do material.

3.6.5 Apresentação

Os cimentos podem ser encontrados na forma convencional, pó, liquida e também em cápsulas ou seringas. Podem
ser quimioativados ou fotoativados.

» Pó: partículas de vidro aluminossilicato, com elevado teor de fluoretos.

» Líquido: água e ácidos.

» Cápsulas: semelhante às cápsulas de amálgama, podem ser manipulados no amalgamador.

» Pasta única: quando utilizado como material forrador, a forma mais prática de apresentação é a pasta única
fotopolimerizável. O material pode ser aplicado na cavidade diretamente da ponteira da seringa e espalhado com
um aplicador. Exemplos: Vitremer, Vitre-bond, Vidrion R, C, F e Ionoseal.

0 ionômero de vidro fotoativado, que pode ser utilizado para forramento e restaurações, tem maior resistência, é
menos solúvel e permite um maior tempo de trabalho até a sua totoativação.
Figura 3.16 - Ionômero de vidro fotopolimerizável utilizado como proteção das paredes do fundo cavidade.

3.6.6 Instrumental necessário para a utilização do ionômero

Para a espatulação (mistura), utilize bloco de papel não absorvente e espátula plástica. Para a inserção na cavidade,
use seringa tipo Centrix®. Você também vai precisar de amalgamador e cápsulas.

3.6.7 Técnica de espatulação

A manipulação torna-se uma etapa importante da aplicação do ionômero quando usado na forma de pó ou líquido:

» Respeite as proporções estipuladas pelo fabricante.

» Coloque o pó numa extremidade da placa de vidro e o líquido na outra.

» Divida o pó em três ou quatro porções e acrescente-o aos poucos ao líquido com movimentos circulares até obter
uma consistência homogênea.

No caso do uso para restaurações, indica-se a seringa Centrix® com pontas descartáveis e seus respectivos
êmbolos; desta forma, a quantidade de bolhas é minimizada no interior da massa, além de ser facilitada a inserção
na cavidade.
Figura 3.17 - Ionômero de vidro antes da espatulação.

3.6.8 Desvantagens

O cimento de ionômero de vidro não apresenta alta resistência (modificado pode melhorar esta desvantagem).
Além disso, se contaminado por umidade durante o seu período de presa ou secagem, pode perder suas
características.

0 ionômero de vidro quando em contato com medicamentos como o eugenol perde a sua adesão, portanto deve-se
evitar o uso do ionômero em contato com o eugenol.
3.7 Adesivos dentários
Os sistemas adesivos começaram a ser utilizados na odontologia há mais de 50 anos, desde que o condicionamento
ácido do esmalte e da dentina foi introduzido, revolucionando as técnicas de restauração dentária. Vamos pensar no
adesivo como o material responsável por manter a união permanente entre as restaurações e os dentes. Imagine
que, antes do surgimento dessa tecnologia, a estabilidade de uma restauração dentro de uma cavidade dentária
dependia apenas de princípios mecânicos de retenção. Essa condição tornava os preparos das cavidades mais
complexos, pois não se restringia à remoção da cárie ou ao reparo de uma porção fraturada. O dente precisava
sofrer uma intervenção muito maior para criar uma retenção mecânica suficiente que “segurasse”
permanentemente as restaurações nos dentes.

O uso do adesivo como agente de proteção do complexo dentina-polpa e de adesão das restaurações têm muitas
vezes substituído o uso de forramentos e bases protetoras.

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Figura 3.18 - Acido fosfórico utilizado no condicionamento ácido das estruturas dentais.

A aplicação do adesivo deve ser precedida de uma etapa chamada de condicionamento ácido. Este procedimento
vai preparar o tecido dental para receber o adesivo, que, após a polimerização, formará uma camada híbrida com a
superfície dentária.
3.7.1 Condicionamento ácido

Aplique ácido fosfórico de 30 a 40% na superfície da dentina ou do esmalte para preparar este tecido antes de
receber o adesivo. Este procedimento vai “limpar” a superfície para que o adesivo penetre no esmalte e na dentina,
formando assim uma retenção química e mecânica nas estruturas dentais.

3.7.2 Classificação

Durante muitos anos, os adesivos foram classificados por gerações, porém o aprimoramento constante desses
materiais tornava esta classificação muito confusa, por isso caiu em desuso. Vamos classificar aqui os adesivos em
três categorias que são relacionadas ao número de passos necessários à sua aplicação:

» Condicionamento ácido.

» Aplicação do primer.

» Aplicação do adesivo.

Aplicação em 2 passos:

» Condicionamento ácido.

» Aplicação do primer que já contém o adesivo.

Aplicação em 1 passo (autocondicionante):

» O adesivo já possui as três fases em um único produto. São chamados de self-etching, porque já contêm o
condicionamento ácido na sua composição.

3.7.3 Composição do adesivo

A composição do adesivo vai variar de acordo com o número de passos necessários à sua utilização, mas, em
geral, são compostos por uma combinação de monômeros resinosos e solventes, por exemplo:

» Monômeros hidrófilos como o HEMA (metacrilato de 2-hidroxietila).

» Monômeros hidrófobos.

» Monômeros acídicos presentes nos adesivos autocondicionantes, de uma fase apenas de aplicação.

Os solventes mais utilizados na composição dos adesivos são:

» água;

» metanol;

» acetona.

3.7.4 Funções que um adesivo deve desempenhar

Um bom adesivo deve ser eficiente em desempenhar algumas funções básicas:

» Reter a restauração por um longo período.

» Impedir a infiltração pelo bom selamento das margens da restauração.


» Proteger a polpa dentária, evitando a sensibilidade pós-operatória ou danos à polpa do dente.

» Evitar a recorrência de cárie.

3.7.5 Indicações

Os adesivos possuem utilidade em várias especialidades da odontologia além da dentística operatória, como na
periodontia, na prótese e na ortodontia.

» Adesão de restauração direta de resina.

» Adesão de restauração direta de amálgama.

» Adesão de cimentação de peças protéticas como onlays e coroas.

» Adesão de bráquetes ortodônticos ao dente.

» Tratamento da hipersensibilidade dentinária.

» Adesão de pinos intrarradiculares para prótese.

» Adesão de contenções para dentes comprometidos periodontalmente.

Figura 3.19 - Adesivo à base de acetona.

3.7.6 Apresentação
Os adesivos são comercializados em frascos com um bico dosador. A espessura e a coloração do líquido variam de
acordo com sua classificação e com a marca do fabricante, mas normalmente se apresentam como um líquido
espesso amarelado semelhante a uma base de unha ou como um transparente que evapora facilmente. Exemplos
comerciais: Prime&Bond 2.1, MagicBond, Single Bonde.

3.7.7 Técnica de aplicação

Existem alguns passos a serem seguidos para a aplicação do adesivo que estão representados na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Passos a serem seguidos para a aplicação dos adesivos dentinários

Sequência clínica Efeitos na superfície dentária Considerações importantes

1 - Isolamento do dente Mantém o campo de trabalho seco e 0 isolamento absoluto, apesar de um pouco
ou dentes a serem livre de contaminação por sangue ou mais trabalhoso, oferece o ambiente de trabalho
trabalhados (isolamento saliva, que irão interferir com o adesivo ideal: seco e livre de contaminação. 0
absoluto preferencial e impedir sua adesão aos tecidos isolamento relativo apesar de mais simples e
mente) dentários. rápido pode facilmente ser contaminado por
fluidos bucais.

2 - Condicionamento Promove o condicionamento do esmalte 0 tempo de aplicação do ácido deve ser de 30


ácido do dente e da dentina, ou seja, a segundos para o esmalte e de 15 segundos para
desmineralização do esmalte e a a dentina.
limpeza da dentina ou remoção do
smear layer para a exposição das fibras
colágenas.

3 - Lavagem do ácido Remove o ácido da superfície do dente, 0 tempo ideal de lavagem do ácido é o mesmo
fosfórico deixando-a condicionada e pronta para de aplicação, ou seja, 30 segundos. É
receber o adesivo. importante que a lavagem seja benfeita, pois a
presença de resíduos do ácido pode
comprometer a ação do adesivo.

4 - Secagem da Elimina os resíduos de água do esmalte A secagem do esmalte deve ser feita até se
superfície dentária e o excesso de água da dentina. observar a coloração branca opaca da superfície
do esmalte. A dentina não pode ser totalmente
seca, pois isso irá causar sensibilidade pós-
operatória e até danos pulpares.

5 - Umedecimento da Expande as fibras de colágenos A dentina não pode estar ressecada como
dentina colabadas pela secagem. mencionado no item anterior. A umidificação
pode ser feita com solução de clorexidina, que,
além de manter a umidade necessária, é um
bom bactericida.

6 - Aplicação do Permite que o produto entre em contato 0 adesivo deve ser esfregado na superfície do
adesivo com o esmalte e a dentina, penetrando esmalte e da dentina e essa aplicação deve
nas micropo-rosidades criadas na levar no mínimo 10 segundos para permitir
superfície e permitindo, assim, a união uma boa infiltração dos monômeros nas
mecânica e química com a superfície do estruturas dentais.
dente.

7 - Secagem com jatos Permite a evaporação do solvente e da A aplicação do jato de ar deve ser feita a uma
de ar umidade residual da dentina. distância de 20 cm do dente para evitar que
oxigênio incorpore na camada de adesivo,
atrapalhando sua polimerização.

8 - Repetição do Permite uma melhor saturação das A camada de adesivo deve formar uma
procedimento de estruturas pelos monômeros resinosos e superfície com aspecto úmido e brilhoso após a
aplicação evita a formação de irregularidade da aplicação, se isso não ocorrer na primeira
camada, o que pode causar bolhas e aplicação, uma segunda camada deve ser
futuramente infiltração na restauração. agregada.

9 - Fotoativação do Polimeriza, ou seja, endurece o adesivo 0 tempo de polimerização varia de acordo com
adesivo pelo uso do fotopolimerizador. os diferentes tipos de adesivo, mas em geral
varia de 30 a 40 segundos.

Figura 3.20 - Isolamento relativo com algodão, antes e após a confecção de restauração direta de resina composta
para eliminar a cárie dos elementos dentais 46 e 47.
Flydragonfly/Shutterstock.com botazsolti/Shutterstock.com

Figura 3.21 - Isolamento absoluto para procedimentos dentários permite o campo operatório ideal para os
procedimentos odontológicos, evitando a contaminação com fluidos bucais como sangue e saliva.

3.8 Cimento de óxido de zinco e eugenol (agentes de base)


Esse cimento é utilizado na odontologia há mais de cem anos. Sua principal característica é sua ação sedativa da
polpa pelo eugenol.

Dentro da dentística operatória, ele pode ser utilizado como base cavitária, porém atualmente seu uso nesta
especialidade tem se restringido à restauração provisória.

Na periodontia ele pode ser utilizado como cimento cirúrgico, na endodontia como cimento obturador de canal
radicular. Já na prótese, ele é usado como cimento provisório para peças protéti-cas e até como material de
moldagem.

3.8.1 Tipos de cimentos de óxido de zinco e eugenol

Tal cimento também apresenta uma classificação:

» Tipo I: indicado para cimentação provisória de peças protéticas. Vem na forma de pasta, sendo uma base e uma
catalizadora. As pastas são manipuladas em proporções de mesma quantidade para a obtenção do cimento
provisório. Exemplo comercial: TempBond.

» Tipo II: utilizado para a cimentação definitiva de peças protéticas, este tipo apresenta um reforço na sua
composição que concede a característica de cimento definitivo. Pode ser apresentado na forma de duas pastas ou
pó e líquido. Exemplo comercial: Fynal da Dentisply.

» Tipo III: pode ser utilizado como bases e como restauração provisória. Como mencionado anteriormente, nos
dias atuais seu uso está mais restrito à restauração provisória. Exemplo comercial: IRM (Dentistply).

3.8.2 Indicações

Esse cimento é indicado para o forramento e a restauração provisória, a cimentação provisória e definitiva, bem
como para a cimentação cirúrgica e obturadora de canal radicular.

3.8.3 Técnica de espatulação

Observe as proporções do fabricante. Coloque o pó numa extremidade da placa de vidro. Então, coloque o líquido
na outra extremidade da placa de vidro. Divida o pó em várias partes. Em seguida, acrescente o pó e o líquido,
inicialmente com movimentos circulares, e, depois de ter encorpado um pouco, faça movimentos de vaivém. A
massa pode ser considerada pronta quando estiver se deslocando da placa de vidro.

0 cimento de óxido de zinco e eugenol não deve ser utilizado na mesma sessão que se faça uma restauração com
resina composta, pois ele pode interferir na polimerização da resina e na sua cor. Isso se deve à liberação de
radicais livres pelo eugenol.

3.8.4 Fatores a serem considerados

Esse cimento apresenta efeito sedativo para os tecidos dentais. Além disso, a relação pó/líquido afeta o tempo de
presa do material. Apresenta bom vedamento marginal (quando comparado ao fosfato de zinco).

3.8.5 Propriedades

A relação pó/líquido afeta o tempo de presa (quanto maior a relação pó/líquido, mais rápida é a presa). O
resfriamento da placa de vidro retarda a reação. O tempo de espatulação é de cerca de 1 minuto.

3.9 Cimento de fosfato de zinco


É considerado um dos mais antigos materiais de cimentação, tendo assim maior comprovação de aplicabilidade. É
muito empregado até os dias de hoje.

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00 Ztnco

Figura 3.22 - Cimento de fosfato de zinco (pó) utilizado para cimentação definitiva.

3.9.1 Apresentação

Esse cimento pode se apresentar em forma de pó (óxido de zinco e óxido de magnésio) ou de líquido (ácido
fosfórico). Como exemplos temos: SS White, Lee Smith etc.
3.9.2 Indicação

Cimentação definitiva de peças protéticas. Esse tipo de cimento foi utilizado por muito tempo como material de
forramento secundário e na confecção do núcleo de preenchimento.

3.9.3 Técnica de espatulação

Coloque sobre a placa de vidro uma medida de pó de cimento de fosfato de zinco e, com o auxílio da espátula nQ
24 flexível, arrume-o mesmo do lado direito da superfície da placa dando-lhe a forma retangular. A seguir divida-o
em duas porções iguais, as quais são divididas igualmente pela metade, constituindo 4 quartos.

Feito isso, coloque do lado esquerdo da superfície da placa de vidro 4 gotas de líquido do mesmo cimento. A
seguir, espatule gradativamente, aplicando a face da espátula contra a placa de vidro e realizando movimentos
circulares de translação. A mistura é gradativa e cada porção de pó, da menor para a maior, deve ser espatulada
pelos seguintes espaços de tempo.

Uma forma de aumentar o tempo de trabalho com este material antes que tome presa é o resfriamento da placa de
vidro antes da manipulação.

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Figura 3.23 - Placa de vidro com cimento de fosfato de zinco para manipulação.

0 desempenho clínico deste cimento depende consideravelmente do método de espatulação. A espatulação


indevida afeta não só as características benéficas do material, mas também a longevidade clínica. A reação que
ocorre entre o óxido de zinco e o ácido fosfórico é exotérmica; logo, a manipulação deve ser realizada sobre
superfícies com temperaturas mais baixas que o ambiente. Para que ocorra a liberação desta energia, o cimento
deve ser manipulado sobre uma grande área da placa, assim a energia será dissipada com mais facilidade.

3.10 Cimentas resinosos


Os cimentos resinosos foram introduzidos na odontologia há mais de 50 anos, porém tiveram seu uso limitado por
muito tempo em razão de vários problemas que apresentavam, como a facilidade de microinfiltraçâo, já que a
contração da resina ao ser polimerizada era excessiva e acabava gerando fissuras entre o dente e o cimento, o que
permitia a penetração de bactérias irritantes aos tecidos pulpares.

A introdução do condicionamento ácido dos tecidos dentais, o desenvolvimento das resinas compostas e o grande
avanço tecnológico dos materiais dentários permitiram o aprimoramento dos cimentos resinosos que hoje vêm
ganhando grande popularidade na odontologia.

Os cimentos resinosos são, na verdade, resinas compostas que apresentam uma textura fluída, permitindo assim o
seu uso como um cimento.

3.10.1 Composição

Os cimentos resinosos são constituídos basicamente por um monòmero, Bisfenol Glicidil Meta-crilato (Bis-GMA),
associado a outros monômeros menos viscosos e materiais inorgânicos, tratados com outras substâncias, como o
silano, para adquirir uma textura mais viscosa que a resina composta,

figura 3.2-1 - Cimente resinoso em pasta única utilizado paia cimenlaçao as facetas de porcelana.
Enquanto os cimentos convencionais, como o cimento de fosfato de zinco, se unem à restauração definitiva por
forças mecânicas, os resinosos se unem à restauração quimicamente, o que confere uma adesão muito melhor e
com menos risco de quebra e microinfiltração.

Os cimentos resinosos podem ser fotoativados e autopolimerizáveis ou ainda apresentarem associação de


polimerização química com fotoativação.

3.10.2 Propriedades

Esse cimento tem boa adesividade à resina e ao esmalte, boa resistência à compressão e baixa solubilidade. Além
disso, é esteticamente favorável por ter a cor e textura dos tecidos muito parecida com a dos tecidos dentais.

3.10.3 Vantagens

Apresentam maior resistência à infiltração, se comparados aos cimentos convencionais, tais como o ionômero de
vidro convencional e o ionômero de vidro modificado por resina.
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Figura 3.25 - Cimento resinoso dual na forma pasta/pasta antes da manipulação.

3.10.4 Indicações

É indicado para cimentação dse coroas de porcelana, de facetas de porcelana, para cimentação de inlays/onlays de
porcelana, bem como para a cimentação de trabalhos protéticos metálicos.

Figura 3.26 - Facetas de porcelana, tipo de trabalho em que se usa cimentos resinosos para a cimentação.

3.11 Materiais para cimentação


As peças protéticas são trabalhos de restauração indireta dos dentes que são feitas pelo laboratório e precisam ser
cimentadas nos remanescentes dentários. As próteses vão desde uma pequena capa protetora (inlays e facetas de
porcelana) às fixas de vários elementos.
As peças protéticas sofrem geralmente duas fases de cimentação, sendo a primeira a cimentação do provisório
confeccionado após o preparo do dente (que servirá de proteção até o laboratório de prótese completar o trabalho),
e a segunda a cimentação definitiva, quando a peça chega do laboratório.

3.11.1 Cimentação provisória

Para a cimentação de peças provisórias, podem ser usados alguns dos cimentos já descritos anteriormente, que
preenchem perfeitamente os requisitos necessários, como o cimento de hidróxido de cálcio e o cimento de óxido
de zinco, além de cimentos provisórios resinosos utilizados mais recentemente.

A apresentaçao das pastas sao:

» Pasta-base e pasta catalísadora.

» Exemplos: Temp Bond (Dentsply) e Temp Cem (Vigodent).

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Figura 3.27 - Cimento provisório à base de oxido de zinco na forma de pasta base + catai izadora. juntamente com
a espátula de manipuJaçán e o bloco de pape] impermeável.
í

A técnica de espatulação Consiste em: quantidades iguais de pasta base e pasta cataiLsadora num bloco de papei
descartável e misture até obter uma cor homogênea. Aplique o cimento na peça e no dente e realize a címentação.

3.1 1.2 Cimentação definitiva

Como o próprio nome indica, deve-se cimentar definitivamente o trabalho realizado Utilizando um dos seguintes
cimentes:

» Cimento de fosfato de zinco;

* Cimento de ionómero de vidro (descrito anteriormente);

» Cimento resinoso.
Figura 3.28 - Preparos cavitários para peças protéticas tipo onlay prévias à cimentação definitiva das peças (repare
a base de ionômero feita ao centro dos molares e nas laterais dos molares para proteger a polpa e após a
cimentação com o uso de cimento resinoso.

3.12 Cimentos de uso provisório


Como já estudado, existem vários procedimentos odontológicos que exigem a utilização de um material
restaurador provisório, por exemplo:

» Confecção de peças protéticas como coroas, inlays e onlays, que dependem do trabalho do laboratório para
serem confeccionadas.

» Tratamentos endodônticos que muitas vezes são realizados em várias sessões para que os medicamentos
colocados dentro do canal tenham tempo de agir e acabar com a infecção.

Ao longo deste capítulo, conheceremos também alguns cimentos que podem ser utilizados na cimentação de
provisórios, como o cimento de óxido de zinco e eugenol, o cimento de fosfato de zinco e o cimento à base de
hidróxido de cálcio.

Alguns cimentos utilizados como restaurações provisórias já vêm prontos, ou seja, não necessitam serem
espatulados. A restauração provisória é feita pela simples inserção do cimento na cavidade, e o material toma presa
ao entrar em contato com a saliva, pois absorvem a água, endurecem e vedam a cavidade. São práticos de serem
colocados e retirados.

3.12.1 Composição

» Óxido de zinco: alguns dos cimentos prontos para uso provisório contêm o óxido de zinco na sua composição e
são muito utilizados como restaurações provisórias entre sessões de tratamento endodôntico. Exemplos: Coltosol
Cimpat e Citodur.

» Resinosos: os cimentos de uso provisório à base de resina podem também ser utilizados como provisórios de
peças protéticas do tipo inlay-onlays, facetas e coroas por serem bastante estéticos e similares ao dente natural. O
endurecimento se dá pela fotoativação, e não pela presa química pelo contato da saliva. Exemplo: Cavit LC
Protemp.

Os cimentos para uso provisório devem ser utilizados por curtos períodos de tempo (uma ou duas semanas). A
longo prazo podem comprometer os tecidos remanescentes do dente e causar microinfiltrações.

3.13 Cimento obturador do canal radicular


Na especialidade da odontologia conhecida como endodontia, os canais radiculares dos dentes são instrumentados
para remover o tecido pulpar e devem posteriormente ser preenchidos com cones de guta-percha associado a um
cimento endodôntico. O papel do cimento endodôntico é de preencher a irregularidade das paredes dos canais e
espaços entre a guta-percha e as paredes do canal.

O cimento utilizado na obturação do canal deve preencher alguns requisitos:

» Selar a comunicação entre o canal radicular e os tecidos circundantes para não haver penetração de bactéria;

» Não ser tóxico;


» Não ser carcinogênico;

» Ser biocompatível com os tecidos bucais;

» Ser insolúvel aos fluídos teciduais e impermeável;

» Ter estabilidade dimensional;

» Ser fácil de introduzir no canal e fácil de remover, se necessário;

» Ser radiopaco para aparecer na radiografia e, assim, certificar que a obturaçao fui feita com sucesso;

» Ser bactericída uu bacteriostático;

» Nãu manchar as estruturas dentárias;

» Apresentar consistência pegajosa para aderir às paredes do canaJ e aos cones de gula percha; » O tempo de
trabalho deve ser suficiente para que o material seja inserido no canal;

» Deve ser estéril.

Cumprir à risca Com todas essas características torna-se muito difícil. A maioria dos cimen-tos endodunticos
comercializados possui, na verdade, algumas dessas características que prevalecem sobre outras.

3.13.1 Tipos de cimento utilizados na obturação de canais radiculares

Cimentas à base de hidróxido de cálcio

Já analisamos anleriormente sobre a vasta utilidade do hidróxido de cálcio na odontologia. Como material
obturador dos canais radiculares, esses cimentos apresentam excelentes características.

Atualmente no mercado, podemos encontrar diversas marcas comerciais como o Sealpex, o Apexit, o CRCS e o
Sealer 26.

Cimentos à base de óxido de zinco e eugenol

Os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol, também já apresentados anteriormente, podem ser utilizados em
várias especialidades da odontologia como cimento cirúrgico, cimento selador provisório ou cimento de
moldagem. São os cimentos mais antigos a serem utilizados para obturação dos canais radiculares. Exempios:
Endofiü, Endomelhasone, cimento tipo Grossmann e N-Rickert.

Cimentos à base de ionòmero de vidro

Os cimentos de ionòmero de vidro, assim como na dentístíca, podem ser utilizados para obtu-rar os canais
radiculares. Exemplos: Vidrion Endo e Ketac Endo.
Figura 3.29 - Cimento obturador do canal radicular à base de ionômero de vidro com solvente à base de ácidos
graxos na sua composição.

Cimentos resinosos

Foram introduzidos na endodontia na década de 1950, porém só mais recentemente têm se tornado mais populares
no Brasil. São cimentos à base de resina epóxi e resina polivinílica e apresentam boa eficiência como cimentos
endodônticos. Exemplos: AH Plus, SealerPlus e Topseal.

Agregado trióxido mineral (MTA)

Esse cimento, descrito pela primeira vez em 1993 por Lee et al., tem ótimas propriedades de vedamento e
resistência. Sua utilização é maior no tratamento de perfurações das paredes dos canais e na recuperação de ápices
abertos e reabsorções radiculares, mas podem ser também utilizados na obturação direta do canal radicular.
Exemplo: MTA Fillapex.

3.13.2 Apresentação

Os cimentos podem ser apresentados nas seguintes formas:

» Pó e líquido: N-Rickert, Endofill, Endomethasone, cimento tipo Grossmann, Vidrion Endo. » Pasta base/pasta
catalizadora: AH Plus Sealapex, MTA Fillapex, Topseal.

» Cápsula que contém as duas pastas ativadas por uma seringa própria: Ketak Endo.
Figura 3.30 - Cimento obturador dos canais radiculares à base de hidróxido de cálcio na forma de pasta base e
pasta catalizadora.

3.13.3 Técnica de espatulação

Para a apresentação em pó e líquido, coloque o pó numa das extremidades da placa de vidro polida ou despolida
para alguns cimentos, como o N-Rickert, por possuir na sua formulação componentes como a colofônia que tende
a aglutinar. O líquido deve ser colocado na outra extremidade da placa, nas proporções indicadas pelo fabricante.
Com uma espátula flexível, faça inicialmente movimentos circulares e, posteriormente, vaivém, até obter a
consistência de ponto de bala. Em seguida, faça movimentos de espatulação com pressão e utilize uma área grande
da placa de vidro, a fim de permitir a completa incorporação de grânulos que compõem o cimento.

Para a utilização de duas pastas, coloque sobre o bloco de papel descartável porções iguais da pasta base e da pasta
catalisadora. Espatule o material com movimentos circulares até obter uma cor homogênea. Os canais que forem
obturados com esse cimento devem estar bem secos, para que se atinja o resultado esperado.
Fonte: Arquivos

Figura 3.31 - Cimento utilizado para obturação do canal radicular.

Figura 3.32 - Placa de vidro utilizada para manipulação de cimentos.

3.14 Agregado trióxido mineral (MTA)


Esse material surgiu na odontologia no final da década de 199Ú e vem, desde então, sendo cada vez mais utilizado,
principal mente na especialidade de endodontia, em razão de sua ótima bio compatibilidade COm o tecido pulpar e
periodontal.

Sua composição é uma mistura de cimento de Porttland refinado com oxido de bismulo.

3.14.1 Indicações

É indicado para:

Í> Capeamento pulpar direto, ou seja, proteção direta da polpa dental exposta.

» Pulpotomia de dentes decíduos.

» Obluração de condutos endodònticos.

» Formação de uma barreira em dentes com ápices abertos.

» Reparo de perfuração radicular durante tratamentos endodònticos.

» Recentemente o MTA tem também sido utilizado na periodontia.

Figura 3.33 ■ Cimento MTA com solvente (água destilada).

F
<

se

3.15 Cimento cirúrgico


Os cimentos cirúrgicos são utilizados após cirurgias periodontais, como, aumento de coroa clínica, nas quais parte
da gengiva que recobre o dente é removida para facilitar a confecção de uma prótese.

3.1 5.1 Funções

Após um procedimento cirúrgico em que se “corta” parte da gengiva, esse cimento é colocado com as seguintes
finalidades:

» Proteger a área contra traumas;

» Manter a estabilidade da gengiva após a cirurgia;


» Evitar a ocorrência de hemorragias pós-operatórias;

» Reduzir a dor pós-operatória;

» Minimizar o risco de infecção após cirurgias;

» Diminuir a formação do tecido de granulação após a cirurgia;

» Proporcionar mais conforto para o paciente na fase de cicatrização.

3.15.2 Propriedades

Para que o cimento seja capaz de realizar as funções citadas, ele deve possuir algumas propriedades:

» Ter um tempo de presa suficiente para que o cirurgião manipule e adapte o tecido na região da cirurgia;

» Ser bactericida;

» Apresentar uma textura lisa e macia após a secagem;

» Não irritar os tecidos ou atrapalhar a cicatrização;

» Ter estabilidade dimensional, pois a alteração da dimensão após a presa pode promover o acúmulo de detritos
alimentares dentro da região da cirurgia.

3.15.3 Composição

Os cimentos cirúrgicos utilizados em odontologia podem ser:

» Cimento à base de óxido de zinco e eugenol: com várias finalidades na odontologia, as misturas de óxido de
zinco e eugenol também podem ser utilizadas como cimentos cirúrgicos. Algumas marcas adicionam o acetato de
zinco para aumentar o tempo de presa e, assim, fornecer um maior tempo de trabalho para o cirurgião. Uma
desvantagem deste material é que o eugenol pode causar uma reação inflamatória na área da cirurgia e o paciente
pode sentir uma sensação de ardor desconfortável. Exemplos: Odahcam e TechNew.

» Cimento à base de óxido de zinco sem eugenol: em consequência da reação que o eugenol pode causar, existe
uma variação do cimento à base de óxido de zinco, ácidos graxos, resinas sintéticas e resinas naturais, que não
contém eugenol. Exemplo: Coe Pak, Periobond, Pericem.

» Cimento resinoso: como nas outras áreas da odontologia, os cimentos à base de resina têm tomado um espaço
cada vez maior nas clínicas e nos consultórios, oferecendo vantagens de tempo de trabalho, estética, entre outras.
Exemplo: Barricaid.

Os cimentos cirúrgicos podem conter também a clorexidina para potencializar a ação bactericida.
Fonte: Arquivos

Figura 3.35 - Cimento cirúrgico manipulado aplicado em um modelo de gesso simulando a aplicação pós-
cirúrgica.

3.1 5.4 Apresentação

Quanto à apresentação, os cimentos podem ser:

» Pó e líquido: Odahcam e Technew.

» Pasta base + pasta catalizadora: Coe-PAk e Pericem.

» Pasta única fotopolimerizável: Barricaid.

3.15.5 Técnica de espatulação

» Duas pastas: colocar porções iguais da pasta base e pasta catalisadora sobre um bloco de papel descartável;
espatular com movimentos circulares até obter uma cor homogênea.

» Pó e líquido: colocar o pó numa extremidade da placa de vidro e o líquido na outra extremidade, incorporar o pó
ao líquido até que a massa desgrude da placa de vidro. Para adaptar o cimento na região desejada, é necessário
pulverizar os dedos com o pó do material.

» Fotopolimerizável: já vem pronto para uso, não sendo preciso nenhum tipo de espatulação, embora seja
necessário o uso do fotopolimerizador para que haja a presa do cimento.
Vamos recapitular?

Neste capítulo você aprendeu a classificar os materiais odontológicos nas diferentes categorias de utilização, tais
como os cimentos forradores à base de hidróxido de cálcio, óxido de zinco e eugenol; os cimentos de bases
protetoras como o ionômero de vidro; os cimentos para cimentação definitiva como o fosfato de zinco; os cimentos
resinosos que, assim como os de ionômero de vidro, desempenham importantes funções em diferentes
especialidades, sendo utilizados para obturação de canais radiculares e para cimentações definitivas de peças
protéticas.

Entendeu também a aplicação dos cimentos para restaurações provisórias que já vêm prontos para serem utilizados
e que se fixam à cavidade pela expansão ao absorver água.

Por fim, você teve uma visão geral da forma de apresentação desses cimentos, as técnicas de manipulação de pasta
base e pasta catalizadora, como os cimentos cirúrgicos e os cimentos provisórios para cimentação de peças
protéticas provisoriamente e definitivamente. Também aprendeu que os cimentos resinosos apresentam diversas
vantagens por possuírem uma capacidade de adesão às paredes das cavidades que nenhum outro cimento têm em
razão de se unirem quimicamente e mecanicamente aos adesivos.

Agora é com você!

1) Após a confecção de uma cavidade, que procedimento o dentista deve realizar antes da restauração e quais
materiais podem ser utilizados com essa finalidade?

2) O que aconteceria se uma resina composta fosse colocada em uma cavidade forrada com cimento de óxido de
zinco e eugenol?

3) Quais materiais podem ser empregados na obturação de um canal radicular?

4) Quais os cuidados que se deve ter ao manipular um ionômero de vidro?

5) Descreva resumidamente as etapas de aplicação dos adesivos dentários.

6) Quais as características do hidróxido de cálcio?

7) Após fazer uma cirurgia periodontal, um paciente recebeu um curativo na região da cirurgia. Qual material
dentário foi utilizado nesse curativo e para que serve este curativo?
Materiais
Restauradores
Definitivos
E

Para começar

Vamos estudar, neste capítulo, quais os materiais utilizados na confecção de restaurações definitivas, como o ouro,
um material que possui ótima biocompatibilidade, resistência e estabilidade mas que, no entanto, já não é mais
utilizado por ser um material caro e pouco estético; o amálgama, um material metálico à base de mercúrio e prata,
que, apesar de não ser estético, ainda é amplamente utilizado no Brasil e em vários países por possuir propriedades
excelentes de resistência às forças mecânicas e à corrosão, além de boa adaptação nas cavidades dentárias, mas que
já foi proibido em outros países por ser considerado tóxico; as resinas compostas, que são materiais estéticos por
terem cor e textura muito similares aos dentes naturais que revolucionaram os conceitos restauradores por
permitirem preparos mais conservadores, sem necessidade de retenções mecânicas pela capacidade de se ligar aos
adesivos, os quais, por sua vez, possuem um grande poder de adesão aos tecidos dentinários e de esmalte; e
também o cimento de ionômero de vidro (estudado no Capítulo 3), que oferece uma série de aplicações, inclusive a
de restauração definitiva, mas que no entanto não é mais utilizado em crianças e em áreas de menos atrito por não
possuir uma alta resistência.

Um material deve preencher os seguintes requisitos para ser considerado um bom material restaurador:

» Ter excelentes propriedades bactericidas e bacteriostáticas;

» Ser atóxico ao organismo, ou seja, ser biocompatível;

» Ter boas propriedades estéticas;

» Ser fácil de ser manipulado;

» Ser resistente e durável;

» Ter adesão permantente às estruturas dentárias.

Na verdade, nenhum material conseguiu ainda cumprir à risca todas essas propriedades de forma satisfatória, de
modo que a busca pelo material restaurador ideal é fonte constante de pesquisa na odontologia.

4.1 Materiais restauradores metálicos

A função da restauração ê restabelecer e elemento dentário devolvendo sua forma, lunção mastigatória e estética
perdidas por uai trauma ou um processo carioso.

Os metais sâo utilizados na odontologia geralmente em forma de ligas metálicas. O único metal utilizado puro
na confecção de restaurações era o ouro e, raramente, o titânio, utilizados antigamente para fazer restaurações
diretamente na cavidade dentai.

A seguir, veremos algumas dessas ligas metálicas.

4.2 Amálgama de prata


O amálgama de prata, com mais de 150 anos de aplicação em odontologia, é um material restaurador metálico
ainda muito utilizado em vários países na restauração de dentes posteriores, mesmo nao sendo um material
estético, o que vai de encontro á demanda cada vez maior da população. Ele tem um custo baixo e preenche
satisfatoriamente os requisitos de restabelecimento de forma e função dos dentes, além de ser um ótimo isolaníe
térmico. Vale lembrar que alguns países já baniram a sua utilização por considerarem um material tóxico ao
organismo. No entantoi, essa afirmação gera muitas controvérsias e inúmeros estudos já foram realizados
demonstrando a não toxicidade do amálgama.

figura 4.1 - Restauração de amálgama na face oclusal du primeiro mülar inferior.

Formado basicamente de uma mistura de limalha de prata e mercúrio (Hg), o amálgama forma uma massa
uniforme e maleável que deve ser condensada dentro da cavidade dentária antes de tomar presa.

4.2.1 Classificação

Existem duas formas de classificar o amálgama:

4.2.1.1 Classificação pelo formato das partículas

» Limalha (ou partículas irregulares): produzem uma mistura mais dura e quebradiça, mais difícil de inserir na
cavidade e de ser esculpida.

» Partículas esferoidais: produzem uma mistura mais fluida, fácil de inserir na cavidade, que pode ser esculpida
facilmente logo após a inserção, maior resistência à compressão e à tração e ao desgaste das bordas da restauração
(creep). Além, e necessitar menor quantidade de mercúrio para a sua manipulação.

» Mistura das duas formas de partículas: resulta em uma mistura intermediária entre a esfe-roidal e a limalha.

» Partículas elipsoides: o brasileiro Nagem Filho, em 1994 introduziu um novo tipo de partícula obtida por uma
sinterização da liga de partículas esferoidais, gerando as partículas elipsoides. Esse formato de partícula causa
alterações na liga que melhora suas características físicas e clínicas.

Pelas razões citadas, é preferível usar o amálgama de partículas esferoidais, porém seu custo é geralmente maior.

4.2.1.2 Classificação por composição das partículas


» Amálgama com baixo teor de cobre (convencional): as primeiras ligas de amálgama introduzidas na odontologia
possuíam baixo teor de cobre (cerca de 5%). Porém, estudos demonstraram que aumentar a proporção de cobre das
ligas poderia melhorar as características, proporcionando um amálgama com maior resistência à corrosão, ao
desgaste e à durabilidade da restauração. Com isso, surgiram as ligas com auto teor de cobre, também chamadas de
dispersão, que podem ser divididas em:

Liga com alto teor de cobre simples: formada por uma liga única de prata - estanho -cobre;

Liga com alto teor de cobre e de prata composta chamada dispersão: uma mistura de liga de prata-estanho
associada à liga de prata - cobre;

» Outros metais utilizados na liga de amálgama, porém em uma porcentagem bem inferior, são o zinco, o ouro e o
índio.

Figura 4.2 - Liga de prata utilizada para confecção do amálgama.

MERCÚRIO 1
ura 4.3 - Mercúrio: material pesado que deve ser misturado á liga metálica para confecção do amálgama.

0 tamanho das partículas vai variar entre corte regular, fino e microfino. Os dois últimos são preferíveis pois
proporcionam maior facilidade de manipulação, a restauração final vai apresentar uma superfície mais lisa, e o
amálgama produzido por essa textura de partícula vai resultar em um material com maior resistência à corrosão e à
fraturas.

As ligas que podem ser encontradas são de acordo com a classificação descrita anteriormente são:

» Liga convencional com partículas irregulares (limalha);

» Liga convencional com partículas esféricas;

» Liga com alto teor de cobre composta (dispersão) partículas mista de esférica + limalha;
» Liga com alto teor de cobre simples com partículas esferoidais;

» Liga com alto teor de cobre simples com limalha;

Vamos entender agora a função que cada um desses metais desempenha na liga de amálgama:

» Prata: responsável pela cristalização do amálgama no tempo adequado, além de aumentar a resistência mecânica
e retardar a perda de brilho e a oxidação.

» Estanho: facilita a mistura entre a liga de prata e o mercúrio.

» Cobre: aumenta a dureza, a resistência mecânica e a expansão do amálgama.

Zinco: funciona como um desoxidante, ou seja, evita a formação de ferrugem. É um agente de limpeza do
amálgama.

Mercúrio: dá a consistência de massa quando misturado à liga metálica em forma de pó.

Tabela 4.1- Porcentagem dos metais na composição dos tipos de amálgama

Porcentagem do metal na composição Prata % Estanho% Cobre % Zinco %

Convencional 68 28 4 0-2

Auto teor de cobre 60 27 13 0

Processo de obtenção do amálgama Trituração:

A mistura entre a liga de metais em forma de pó e o mercúrio resultará na massa que será inserida na cavidade
dentária. Este processo de manipulação é chamado de trituração.

Formas de trituração do amálgama

O ideal é que a trituração resulte em uma massa prateada de consistência macia para ser inserida na cavidade e que
tenha a proporção ideal entre mercúrio e liga metálica. Para facilitar este processo, a trituração pode ser feita de
forma mecânica por dois processos:

» Proporção de liga/mercúrio pré-dosadas pelo fabricante em cápsulas, colocada em um vibrador automático para
ser misturada.

» Proporção liga/mercúrio colocada manualmente dentro do dosador do amalgamador. Este aparelho dosa a
proporção dos componentes automaticamente quando é acionada. A desvantagem é que, apesar do processo de
dosagem ser feito pelo amalgamador, a liga e o mercúrio devem ser repostos manualmente no reservatório, e isso
pode influenciar na dosagem das proporções pelo amalgamador.

O tempo de trituração vai variar entre 5 e 20 segundos, de acordo com as informações do fabricante.

» Trituração com a utilização de grau e pistilo: Antes da invenção do amalgamador e das cápsulas pré-dosadas, o
amálgama era triturado com a utilização de um gral e um pistilo, e as dosagens eram feitas em balanças dosadoras
chamadas de balança de Crandall. Essa forma de manipulação não é mais utilizada atualmente, e apresenta as
seguintes desvantagens:

Risco de exposição do operador ao mercúrio durante o processo de trituração;

Necessidade de maior quantidade de mercúrio para fazer a massa, o que pode prejudicar as propriedades do
amálgama.

Por ser feita manualmente a pesagem da liga e do mercúrio na balança, as chances de ter uma proporção
liga/mercúrio incorreta são maiores.

A forma mais indicada de fazer trituração é com o uso das cápsulas dosadoras, pois as proporções são feitas por
uma balança de precisão confiável, a manipulação é segura e sem risco de exposição ao mercúrio.

Figura 4.5 - Reservatório do amalgamador mostrando o local de colocação da liga de metais e do mercúrio (Hg)
para a trituração.
Figura 4.6 - Amalgamador . Na parte superior: a tampa do reservatório; na parte frontal, o marcador de tempo em
que se coloca por quantos segundos o amálgama vai ser triturado (de 5 a 20) e o local onde o material será
dispensado, e na parte lateral, o dispositivo manual que, quando ativado (rodado), dispensa a dose de liga e de
mercúrio.
Figura 4.7 - Vibrador automático para mistura do amálgama.

Apesar da toxicidade do mercúrio, o amálgama é um material considerado seguro para a utilização no consultório
desde que respeitados os cuidados para evitar a exposição ao mercúrio. Apesar de muitos trabalhos mostrarem a
segurança da utilização do amálgama, ele já foi proibido em alguns países, como a Noruega (JONES, 2008;
RICHARDS, 2009).

Condensação

Consiste na inserção e adaptação do material dentro da cavidade. A inserção do material na cavidade é feita por
um instrumento manual chamado porta-amálgama, e condensado com o con-densador de amálgama. A cavidade
deve ser preenchida uniformemente, e a massa compactada para preencher todos os ângulos e as paredes da
cavidade.

Brunidura

O material deve ser condensado em excesso para permitir a remoção das camadas superficiais que são ricas em
mercúrio. A brunidura deve ser feita com um instrumental ovoide ou esférico, chamado brunidor, com movimentos
de pressão sobre o amálgama.

Escultura

O tempo de espera para poder realizar a escultura varia entre 3 e 15 minutos dependendo da liga utilizada.

A escultura é feita com um instrumental chamado Hollemback, e vai devolver a forma natural de cúspedes, sulcos,
fossas e fissuras do dente para permitir uma perfeita oclusão com o dente antagonista.

Acabamento e polimento
O acabamento é feito com brocas (fresas) multilaminadas de 12 ou 30 lâminas no aparelho de baixa rotação e o
polimento com taças de borracha. Nas faces proximais dos dentes, ou seja, entre um dente e outro o polimento é
feito com tiras de lixa. O objetivo é corrigir degraus deixados na escultura que podem facilitar o acúmulo de placa
bacteriana e podem produzir uma superfície mais lisa e uniforme, e também de prolongar a vida da restauração.
Esse procedimento não deve ser feito no mesmo dia da restauração, deve-se esperar 48 h, pois a restauração leva
no mínimo 24 h para atingir sua resistência máxima.

De acordo com a Anvisa, em 2005, os resíduos de amálgama devem ser estocados em um recipiente fechado e
devem ser coletados pela vigilância sanitária para serem recuperados.

Uma restauração de amálgama pode durar até 25 anos, porém o tempo de vida média é de 8 anos.

Tipos de falhas que podem ocorrer no amálgama

» Corrosão: provocada pela reação química entre o amálgama e a saliva e alimentos ingeri dos. O tipo de liga pode
influenciar, como também o tempo entre o contato da saliva com o amálgama recém-esculpido.

» Fratura: a quebra da restauração pode ocorrer por vários fatores, tais como a utilização deste material em uma
cavidade de proporções excessivas que não apresenta uma estru tura de dente restante suficiente para reter o
amálgama e dar estabilidade à restauração. Outra causa pode ser a profundidade do preparo. Se o material não tem
profundidade suficiente para se adaptar, ele pode quebrar mais facilmente. Além disso, a proporção
da liga/mercúrio e a qualidade vão interferir na resistência à fratura da massa produzida, pelo excesso de material
deixado no final da restauração.

» Alteração dimensional: o amálgama tende a encolher durante a cristalização e se expande, posteriormente, o que
causa o selamento da restauração na cavidade. A qualidade da liga e a quantidade de mercúrio podem influenciar
na expansão e conração do amálgama. Se a expansão é insuficiente, as margens da restauração podem ficar
desprotegidas e possibilitar a entrada de bactérias e a recidiva de cárie, ou até mesmo o deslocamento da
restauração. No entanto, a expansão excessiva, ou tardia, que pode ocorrer por uma reação química com o zinco da
restauração, pode causar um estresse no remanescente dentário e resultar em fratura do dente.

» Degradação marginal, chamada de creep: a forma de condensação, o polimento e o tipo de liga podem
influenciar no desgaste das margens da restauração devido ao constante atrito na mastigação. Esse desgaste pode
possibilitar a microinfiltração da restauração.

» Manchamento: o amálgama pode causar manchamento no esmalte e na dentina. Isso é causado pelo sulfeto de
prata, um produto da reação de oxidação do amálgama. Além de comprometer o dente esteticamente, pode
enfraquecer o remanescente dentário.
o

<5

Figura 4.8 - Restauração de amálgama antigo mostrando o “creep” (desgaste) das margens da restauração.
Apresentação:

Pode ser encontrado em forma de cápsulas ou de liga (limalha) e mercúrio líquido.

» Nomes comerciais: Velvolly, Standalloy e Luxalloy.

4.3 Ouro e outras ligas metálicas


Uma liga metálica para ser utilizada na odontologia deve preencher os seguintes requisitos:

» Ser resistente à oxidação, à corrosão e à compressão.

» Ter baixa contração de fundição.

» Ser biologicamente compatível.

» Ter dureza superficial.

O ouro é o material restaurador mais antigo utilizado na odontologia. Foi popularizado como material restaurador
direto a partir de 1855, quando Robert Arthur lançou o uso de uma folha de ouro que poderia ser inserida na
cavidade dentária com uma pressão mínima, porém as restaurações de ouro praticamente não são mais utilizadas.
Elas foram substituídas primeiro pelo amálgama e poste riormente pelas restaurações estéticas, por questão de
custo alto e estética desfavorável. No entanto, outras ligas surgiram de materiais não nobres e com menos
quantidade de ouro que são ainda muito utilizadas na odontologia nos trabalhos de prótese dentária.

Classificação das ligas metálicas:

» Liga altamente nobre: apresenta uma composição média de 40% de ouro, 60% de metais nobres ou mais (irídio,
platina, ródio, paládio, rutênio e ósmio).
» Liga nobre: com 25% ou mais de elementos metálicos nobres.

» Ligas predominantemente de metais básicos: mais de 75% de matais básicos e menos de 25% de metal nobre.
Ex.: liga de cromo-níquel, cromo-cobalto.

Características das ligas metálicas:

Cada metal apresenta uma função, um papel na formação da liga:

» Ouro: responsável pela resistência à oxidação, e pela maior maleabilidade e pela ductili-dade da liga.

» Cobre: produz uma liga mais homogenea, mais resistente e dura.

» Prata: aumenta a ductilidade da liga.

» Platina ou paládio: aumenta a resistência à oxidação e corrosão e a dureza da liga.

» Zinco: funciona como antioxidante.

» Alumínio: aumenta a ductibilidade.

» Cobalto: aumenta a resistência e a elasticidade da liga.

» Cromo: aumenta a resistência à corrosão.

» Estanho: aumenta a maleabilidade.

» Prata: aumenta a ductibilidade.

» Paládio: aumenta a resistência à oxidação e corrosão a dureza da liga.

Tipos de ligas de ouro utilizadas na odontologia

» Tipo I: é considerada uma liga mais fraca e maleável, indicada para áreas que não recebem muita força
mastigatória. Essas ligas não são muito utilizadas por esse motivo.

» Tipo II: é uma liga média, que também não resiste muito aos esforços mastigatórios, mas são mais resistentes
que as do tipo um. Pode ser utilizada para a confecção de restaurações metálicas fundidas, também chamadas de
RMFs.

» As ligas do tipo I e tipo II praticamente não são mais utilizadas porque foram substituídas pelo amálgama e,
posteriormente, pelos materiais restauradores estéticos (resinas compostas).

» Tipo III: é uma liga dura. Pode ser utilizada para a confecção de RMFs como também de coroas, pônticos de
prótese fixa e retentores de prótese fixa.

» Tipo IV: liga extra dura. São ligas duras e não ductíveis. Utilizadas em áreas de grande esforço mastigatório
como em próteses parciais removíveis. Essas ligas atualmente estão sendo substituídas pelas ligas de cromo-
cobalto.

» Tipo V: liga utilizada para fazer a parte metálica das coroas metalocerâmicas, ou seja, os copings.
Figura 4.9 - Coroas de porcelana.

Figura 4.10 - Coping antes de receber uma coroa metalocerâmica.


Apesar das desvantagens do alto custo e da estética desfavorável, alguns trabalhos demonstram e defendem a
utilização do ouro na odontologia pelas boas propriedades de biocompatibilidade e durabilidade deste material.
(HENRY D, 2001; SMALL& JOHNSON, 2006)

Tipo de ligas metálicas de metais nobres utilizadas em odontologia

» Liga de prata e paládio: pode ser utilizada como uma alternativa ao uso do ouro. É indicada para RMFs, coroas
metálicas, pinos intra-canais e próteses fixas.

» Liga de prata e estanho: pode ser utilizadas para RMFs e coroas. Essa liga não é resistente o bastante para ser
utilizada em próteses fixas de mais de um elemento.

Tipo de ligas metálicas de metais básicos

» Liga de cobre/alumínio e zinco: é muito utilizada para a confecção de cororas, RMFs, pinos intra-canal, e
próteses fixas. Está sujeita a problemas de corrosão e oxidação.

» Liga de níquel/cromo: utilizada para confecção de próteses parciais fixas e coroas metalo-plásticas.

» Liga de cromo e cobalto: também aplicada em trabalhos de próteses parciais fixas e coroas metaloplásticas.

Figura 4.11 - Vários tipos de peças proféticas confeccionadas com ligas metálicas: próteses parciais fixas, coroas
metalocerâmicas, copins, coroas unitárias metálicas.
PHOTO FUN/Shutterstock.com

Figura 4.13 - Prótese parcial fixa com estrutura metálica.

4.4 Materiais restauradores estéticos


Os materiais restauradores estéticos sâo aqueles que possuem cor e textura muito similares ao dente natural Com o
surgimento das resinas acrílicas na década de 1950, os materiais restauradores estéticos começaram a se
popularizar. As resinas acrílicas eram muito utilizadas a partir do seu surgimento pela vantagem estética que
apresentavam, porém possuíam vários problemas, tais como: a contração de polimerização que era grande e
permitia a infiltração marginal e a recidiva de cárie dental muito frequentemente e a falta de adesao aos tecidos
dentais, que exigia a necessidade de retenções mecânicas nos dentes, o que era pouco conservador pois acarretava
em destruição de tecido sadio para reter a restauração.

Em 1955, o dentista Michael Buonooore introduziu o ataque ácido às estruturas dentais criando microporosidades
que permitiam uma melhor adesão das resinas acrílicas aos dentes, e isso melhorou um pouco a qualidade das
restaurações. Ü ataque ácido tornou-se parte necessária e indispensável dos processos de restauração com materiais
estéticos.

O surgimento dos sistemas adesivos revolucionaria a odontologia por permitir uma boa adesão entre as estruturas
dentais e os materiais restauradores estéticos. O adesivo funciona como uma “cola” entre o dente e o material
restaurador, o que garante maior estabilidade das restaurações e preparos mais conservadores.

Os adesivos dentários, já estudados no Capítulo 3, sofreram inúmeras transformações e melhorias e continuam


sendo aprimorados ao longo do tempo.

Figura 4.14 - Tubu dc resina composta,

As resinas compostas atuais são formadas basicamente de uma mistura entre resina e partículas de preenchimento:
uma carga orgânica, uma carga inorgânica e um silano que funcionam como agentes de união entre as cargas. A
quantidade de cada carga e o tipo delas, além do método de, influenciam nas propriedades físicas e mecânicas das
resinas compostas.

4.4.1 Resinas compostas autopolimerizáveis

Essas resinas foram desenvolvidas na década de 1970 como uma alternativa aos materiais restauradores estéticos
da época e propiciaram um grande salto na qualidade das restaurações estéticas. Dessa iniciativa e com o
desenvolvimento da odontologia e o crescente avanço na qualidade dos materiais restauradores, originaram-se as
resinas fotopolimerizáveis, que são utilizadas em grande escala nos dias atuais.

Apresentação

» Pasta-base e pasta catalizadora: Adapti, Concise, PIO, Miradpt.

Técnica de espatulação:
» Fazer preferencialmente o isolamento absoluto do dente a ser tratado.

» Realizar condicionamento ácido por 15 segundos.

» Lavar abundantemente com água.

» Secar bem com jato de ar.

» Aplicar a resina fluida (deve-se misturar num casulo uma gota da resina fluida base e outra da resina fluida
catalisador a).

» Introduzir o material espatulado no dente com o auxílio de uma espátula plástica de inserção, adaptando o
material e mantendo uma tira de poliéster em posição até a presa final da resina.

Considerações:

» Os potes de pastas não devem sofrer contaminação, porque será iniciada a reação de poli-merização.

» As duas resinas não devem ser retiradas do pote com o mesmo instrumental.

» Devem ser utilizados instrumentais plásticos ou de madeira devido à abrasão que os com-pósitos causam aos
instrumentais metálicos, podendo mudar a cor do material.
Figura 4.15 - Conjunto de resinas compostas e adesivos dentinários.
4.4.2 Resinas compostas fotopolimerizáveis

As resinas compostas fotopolimerizáveis representam a evolução das resinas autopolimerizá-veis, ditas


convencionais. Após ter sido conseguida a polimerização pela luz, essas resinas vêm evoluindo através de tempo:
das resinas do tipo macropartículas, posteriormente com as ultrafinas e chegando aos dias de hoje com as híbridas,
embora todas sejam utilizadas para diferentes fins. Essa evolução se deu na busca de obter o mesmo nível de
desgaste, cor, dureza e as características mais próximas possíveis de um dente natural, o que ainda não foi
alcançado.

Tabela 4.2 - Classificação, vantagens e desvantagens das resinas compostas fotopolimerizáveis.

Classificação Vantagens Desvantagens

MACRO - o tamanho das partículas é, em média, Apresenta grande resistência Maior aspereza da
superior a 15 nm. As cargas são quartzo e apresentam superfície Maior acúmulo
cerca de 75% de carga de placa Estética
comprometida

MICRO - o tamanho das partículas apresenta uma Superfície mais lisa Estética Baixa resistência
variação entre 0,01 e 0,1 nm. As cargas são excelente
sílica coloidal com 50% de peso

HÍBRIDA - mistura de macropartículas com Boa resistência Estética Não apresenta boa
micropartículas. As cargas são silicato ou vidro de aceitável estabilidade de cor
bário com 76% de peso
MICRO-HÍBRIDA - mistura de micropartículas como Estética excelente Boa
miniparíí-culas (com alta carga). As cargas são sílica resistência Superfície
de bário com peso variando entre 75 a 80% lisa Fácil
manuseio Estabilidade de cor

Apresentação

Já vêm pronta para utilização, acondicionadas em seringas, é necessário apenas escolher a cor a ser utilizada, a
qual deve ser selecionada por uma escala de cores fornecida pelo fabricante da resina, visto que as tonalidades
podem variar de uma marca para outra. Atualmente as escalas seguem o padrão da escala Vita, em quatro tipos
diferentes de matrizes e intensidades de cor. Existem hoje no mercado inúmeras marcas de resinas, entre as quais
destacamos as seguintes: Z100, Z250, Herculite XR, Charisma, Esthet-X, Tetric Ceram etc.

Técnica de manipulaçao:

» Fazer preferencialmente o isolamento absoluto do dente a ser tratado.

» Aplicar condicionamento ácido no dente por 15 segundos.

» Lavar abundantemente a região condicionada.

» Secar com uma bolinha de algodão e jatos de ar suaves.

» Aplicar o adesivo dentinário.

» Jogar um ligeiro jato de ar e fotopolimerizar por 20 segundos.

» Aplicar uma segunda camada de adesivo dentinário como descrito anteriormente.

» Colocar a resina na cor previamente selecionada em pequenas camadas (para evitar a contração de
polimerização) e fotopolimerizar.
» Polir preferencialmente após 24 horas.

Um dos maiores problemas das resinas compostas é a contração de polimerização que pode resultar em microin-
filtração marginal das restaurações e consequentemente em recidiva de cárie. A maioria dos aprimoramentos
desse material hoje em dia visa resolver este problema, além de aumentar a resistência mecânica das resinas.

Considerações em relação às resinas autopolimerizáveis:

» Prolongada estabilidade de armazenamento.

» Tempo de trabalho aumentado.

» Maior estabilidade de cor.

» Maior resistência ao desgaste e maior longevidade clínica.

As características físicas que mais influenciam na qualidade da resina composta são: » Contração de
polimerização;

» Elasticidade;

» Expansão térmica.

Exemplo
A Figura 4.18 representa a sequência de procedimentos para confecção de uma coroa de porcelana. De acordo com
o que você aprendeu sobre materiais dentários, nomeie cada um dos estágios do preparo representado na figura da
esquerda para direita, no sentido horário, e cite que tipo de material pode ser utilizado em cada estágio e qual
material provavelmente foi utilizado.

Solução

1) O tratamento endodôntico finalizado, ou seja, os canais radiculares, obturados com um cimento endodôntico e
cones de guta-percha.

2) O preenchimento do canal, com um pino de fibra de vidro para dar mais estabilidade à coroa.

3) A base foi feita de um cimento para base (ionômero, por exemplo), ou resina composta, e preparo pronto para
a confecção de uma coroa.

4) Coroa de porcelana cimentada com um cimento para cimentação (resinoso).

Figura 4.18 - Sequência do preparo de uma coroa de porcelana.

1
Figura 4.19 - Escolha da cor da resina composta utilizando a escala de cores.

patri sy u/Shutterstock. com

No dia a dia do consultório odontológico é importante conhecer todos os equipamentos, fazer uma lista deles com
suas principais características e montar um roteiro para abertura e fechamento da clínica, levando em consideração
as informações solicitadas por cada fabricante a fim de manter os equipamentos no seu bom funcionamento e
evitando, assim, reparos desnecessário por falta de cuidados e negligência na manutenção dos equipamentos.
Portanto, cada equipamento precisa de um cuidado específico.

Em relação aos materiais odontológicos, podemos fazer fichas com as principais indicações de cada um, com os
nomes comerciais utilizados e preferidos pelo dentista e com o passo a passo da espatulação, pois só assim ficará
na memória e o auxílio a 4 mãos ser mais eficiente.
Agora é com você!

1) Durante a sessão clínica descrita quais os principais equipamentos odontológicos usados? O paciente veio à
clinica para realizar uma consulta de controle de cáries, ao chegar realizamos o exame radiográfico, em seguida
começamos a profilaxia com o ultrassom e jato de bicarbonato. Foi realizado também polimento com pedra
pomes + pasta profilática + escova de Robbson, finalizando com a aplicação de flúor.

2) Qual a sequência de equipamentos utilizados para proceder a esterilização dos instrumentais odontológicos?

3) Depois de estudados, os materiais odontológicos seguem algumas situações clínicas, as quais gostaríamos que,
com base no que foi aprendido, fossem citados os materiais odontológicos mais indicados para cada situação.

a) Paciente chega ao consultório com a coroa metalocerâmica definitiva do dente 16 solta.

b) Paciente sofreu uma queda e quebrou o dente 21.

c) Paciente reclama de sensibilidade dentinária.

d) Paciente durante tratamento ortodôntico com a banda solta.

e) Paciente veio com o provisório do 14 solto.

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Glossário
A

Anatômico: referente à estrutura do corpo humano.

Bactericida: que tem a capacidade de matar as bactérias.

Bacteriostático: que tem a capacidade de neutralizar a ação das bactérias.

Carcinogênico: que tem potencial para causar câncer.

Circulação de retorno: circulação sanguínea quando o sangue está retornando ao coração.

Cirurgia: processo operatório no qual é necessário cortar os tecidos para sua recuperação ou remoção de algum
tecido.

Colabar: ato de contrair uma estrutura tubular, fazendo com que suas paredes se toquem.

Contração de polimerização: é a contração, ou seja, diminuição em volume de massa que um material apresenta
após ser polimerizado, ou seja, endurecido.

Copings metálico: capa metálica que é fixada ao preparo protético de uma coroa dentária, e que serve como uma
base para a colocação de uma coroa de porcelana.

Dentística operatória: disciplina que estuda e trata da recomposição de partes perdidas dos dentes por fratura ou
cárie.

Desinfecção: eliminação de microrganismos patogênicos na forma vegetativa.

Desoxidação: é o mesmo que desenferrujar.


Ductilidade: é a capacidade que um material apresenta de se deformar ao receber carga de força antes de fraturar.

Endodontia: disciplina da odontologia que estuda e trata das afecções dos canais radiculares.

Enluvada: se refere às mãos cobertas por luvas.

Ergonomia: termo derivado do grego ergon, que significa trabalho, nomos, leis ou normas. A ergonomia, portanto,
constitui um grupo de disciplinas que estuda a organização do trabalho no qual existe as interações entre seres
humanos e máquinas. Seu principal objetivo é aplicar técnicas de adaptação do homem ao seu trabalho para
encontrar as formas mais seguras e eficientes de se desempenhá-lo, aumentando a produtividade e diminuindo o
tempo de trabalho.

Hidrofibo: que não tem afinidade com a água, não se mistura à água. Hidrofilo: que possui afinidade com água, ou
seja, que absorve a água.

Infecção cruzada: causada por um microrganismo transmitido de um paciente a outro pelo contato com
equipamentos e instrumentos contaminados.

Isolamento absoluto: consiste na colocação de um lençol de borracha preso ao dente por um grampo de desenho
anatômico que isola totalmente o elemento dental da cavidade bucal.

Isolamento relativo: consiste na colocação de rolos de algodão para isolar o dente do meio bucal antes dos
procedimentos.

Monômero: composto orgânico formado por apenas uma pequena molécula que pode se ligar a outras.

Oclusão: relação entre os dentes superiores e inferiores da arcada dentária. Oxidação: deterioriação dos materiais
metálicos pela perda de elétrons.

Periodontia: disciplina da odontologia que estuda e trata os tecidos de suporte do dente (gengiva e ligamento
periodontal).

Polímero: composto orgânico formado por uma molécula grande que, por sua vez, é formada pela união de
moléculas menores, os monômeros.

Pôntico: dente falso que é preso em uma prótese.

Processo carioso: processo no qual ocorre a destruição de estruturas dentais por microrganismos, principalmente,
os Streptotoccos mutans.

Prótese dentária: peça constituída por elementos dentais falsos que substituem dentes perdidos.

Prótese fixa: substituição dos dentes perdidos por uma peça fixa a dentes remanescentes.

Prótese removível: substituição dos dentes perdidos por uma peça fixa aos dentes.

R
Retentores: partes metálicas que promovem a retenção em uma prótese. Rodízios: estrutura com rodas que
suportam os equipamentos.

Sistema push-button: vem do inglês push, que significa apertar, e button, que significa botão. É utilizado para
designar o sistema das canetas de alta rotação, no qual a colocação e a remoção das brocas são realizadas pelo
simples processo de apertar um botão.

Smear layer. camada que se forma na superfície dentinária após o preparo de uma cavidade, é composta por
detritos orgânicos resultantes da ação das brocas ou fre-sas nas paredes dentinárias.

Tecido de granulação: tecido rico em colágeno que se forma em uma ferida durante a cicatrização.

Tempo de presa: tempo que leva um material para secar ou endurecer.

Tratamento endodôntico: consiste na remoção do tecido pulpar inflamado ou necrosado de dentro dos canais
radiculares e a colocação de um material biocom-patível e selador para preencher os canais.

Tratamento periodontal: consiste na remoção da placa bacteriana e tártaro da superfície da coroa e da raiz dos
dentes para restaurar a saúde gengival.

Materiais e Equipamentos Odontológicos: Conceitos e Técnicas de Manipulação e Manutenção


Table of Contents
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS
Equipamentos Odontológicos Básicos
Equipamentos
3.7 Adesivos dentários
Materiais
Definitivos

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