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PROFILAXIA ANTIBIÓTICA

SIGLAS

• EI – Endocardite infecciosa
• AB – Antibióticos
• MO – Microrganismos

HISTÓRICO

• Século XX –
o Teoria da infecção focal –
▪ Uma infecção local, geralmente em boca, tonsilas ou vesícula biliar,
podia sair daquele local, cair na corrente sanguínea e causar novas
infecções, como artrite, neuralgia, asma, câncer etc.
▪ Perdeu a força em 1930/40
• 1955 –
o Suposição: “se o AB trata, ele também previne”
o Tratamento dentário – Causava bacteremia
o EI era fatal!
• Atualmente –
o Expectativa – Redução de bactérias = prevenção da EI
o Realidade – Processos por negligência
o Ressurgimento da teoria focal
▪ Esclerose lateral amiotrófica
▪ Miastenia gravis
▪ Síndrome de Tourette
▪ Conexão oral-sistêmica

CONCEITOS

• EI – Associada a alta morbidade e alto custo de tratamento (internação hospitalar)


1. Infecção bacteriana ou fúngica, de uma ou mais valvas cardíacas ou da parede
do endocárdio
2. Formações de vegetações compostas de fibrina e plaquetas que se tornam
infectadas por MO como Estafilococos e Estreptococos
PRINCÍPIOS DA PROFILAXIA ANTIBIÓTICA

• OBS: Há poucos grupos de pacientes nos quais a profilaxia é indicada em


procedimentos odontológicos!
o Pacientes com problemas cardíacos que podem predispô-los à EI
o Pacientes que têm uma(s) articulação(ões) protética(s) e podem estar em risco
de desenvolver infecções hematogênicas no local da prótese
• Infecção comum e não fatal ou rara, mas com alta taxa de morbidade
1. Risco satisfatório e riscos < benefícios
2. O AB em elevadas concentrações no local-alvo antes do início da cirurgia ou
da bacteremia – Não adianta fazer profilaxia antibiótica após uma cirurgia,
porque o AB tem que estar no local-alvo antes da cirurgia ou da bacteremia
gerada pelo procedimento!
3. Dose de ataque do AB – Geralmente, uma dose maior do que a dose de
manutenção (2 a 4x a dose manutenção)
4. O AB escolhido deve ser eficaz contra o MO causador da infecção – A profilaxia
não deve ser feita se o MO causador for desconhecido
5. O AB é mantido somente enquanto persistir a contaminação microbiana
• FINALIDADE DA PROFILAXIA –
o Prevenir a bacteremia generalizada
o Evitar infecções pós-operatórias

EFEITOS ADVERSOS

• Alergia e toxicidade
• Superinfecção – Início de uma nova infecção durante o tratamento de outra
• Seleção de organismos resistentes a AB
• Indução de transferência de genes de resistência
• OBS: CUIDADOS!
o Grupo de risco não pode ser suficientemente definido para prevenir abuso e
exagero – Se não há certeza acerca do paciente ser de grupo de risco, a
profilaxia deve ser evitada!
o Eficácia da profilaxia é limitada ou não confiável – Não há evidências científicas
fortes de que a profilaxia vai prevenir a EI!
o A bacteremia a ser evitada raramente é a causa da infecção
o A profilaxia é indicada a todo e qualquer patógeno em vez de um único
AMERICAN HEARTH ASSOCIATION (2007)

• A profilaxia não se baseia mais no risco de adquirir EI, mas sim no risco mais elevado
de resultado adverso da EI
o Não há evidências de que há maior risco de EI em bacteremias mais elevadas
o O papel da duração das bacteremias é incerto
o A relação presumida entre má higiene oral e risco de EI é controversa –
Recomenda-se que as pessoas em risco de desenvolver EI estabeleçam e
mantenham a melhor saúde bucal possível para reduzir as fontes potenciais de
propagação bacteriana
o O sangramento de um procedimento odontológico é preditor incerto de
bacteremia
o Nenhum dado indica que a redução da bacteremia com Amoxicilina reduza o
risco ou previna EI
• OBS: O uso é recomendado para alguns pacientes e em alguns procedimentos
odontológicos, não em todos!
o PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS
▪ Manipulação do tecido gengival ou da região periapical do dente
• Ex.: Acesso; tratamento endodôntico; raspagem periodontal,
principalmente subgengival
▪ Perfuração da mucosa oral
• Ex.: Anestesia infiltrativa; procedimento com corte da gengiva;
cirurgia
▪ OBS: Realizar profilaxia antibiótica em profilaxia de rotina? Se a
gengiva estiver saudável, NÃO! – Se o paciente apresentar gengivite
ou alguma condição periodontal com sangramento, então a profilaxia
pode ser necessária!
o SELEÇÃO DO PACIENTE – As diretrizes declaram que o uso de AB preventivos
antes de certos procedimentos odontológicos é razoável para pacientes com:
▪ Valvas cardíacas protéticas ou material protético usado para reparo da
valva cardíaca
▪ EI prévia
▪ Cardiopatia congênita cianótica não reparada, incluindo derivações e
condutos paliativos
▪ Cardiopatia congênita reparada com dispositivo protético, durante os
primeiros 6 meses
▪ Cardiopatia congênita reparada com defeito no local ou perto de um
defeito protético
▪ Recipientes cardíacos transplantados que desenvolvem valvulopatia
cardíaca
o PACIENTES PEDIÁTRICOS – Quando a profilaxia antibiótica é necessária devido
a problemas cardíacos congênitos, eles só devem ser considerados quando o
paciente tem: (ATENTAR-SE PARA A DOSE PRESCRITA!)
▪ Doença cardíaca congênita cianótica
▪ Defeito cardíaco congênito que foi completamente reparado com
material protético ou dispositivo durante os primeiros 6 messes após o
procedimento de reparo
▪ Doença cardíaca congênita reparada com defeitos residuais
o OBS: OUTRAS CONDIÇÕES ASSOCIADAS
▪ Prótese articular ortopédica – AB profiláticos não são recomendados
antes dos procedimentos odontológicos para prevenir infecção de
prótese articular; APENAS APÓS CONSULTA COM O PACIENTE E COM
O CIRURGIÃO-ORTOPÉDICO!
▪ Abscesso cerebral
o OBS: PACIENTES INDICADOS PARA A PROFILAXIA ANTIBIÓTICA, MAS QUE
ESTÃO EM USO DE OUTRO ANTIBIÓTICO PARA OUTRA CONDIÇÃO
▪ Recomenda-se que o dentista selecione um AB de uma classe
diferente daquela que o paciente está tomando
• Ex.: Se o paciente estiver tomando Amoxicilina, o dentista
deve selecionar Clindamicina, Azitromicina ou Claritromicina
para a profilaxia

PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA

• DOSE ÚNICA DE ATAQUE


• Droga de escolha – Amoxicilina
o Crianças – 50mg/kg/dia, 1h antes do procedimento
▪ OBS: Se a criança tiver 45kg, então não deve ser dado uma dose maior
do que a dose de adulto para a criança – Atentar-se para a dose
máxima!
o Adultos – 2g, 1h antes do procedimento
• Pacientes alérgicos às penicilinas – Cefalexina ou Clindamicina ou Azitromicina ou
Claritromicina
o Crianças –
▪ Cefalexina – 50mg/kg, 1h antes do procedimento
▪ Clindamicina – 20mg/kg, 1h antes do procedimento
▪ Azitromicina – 15mg/kg, 1h antes do procedimento
▪ Claritromicina – 15mg/kg, 1h antes do procedimento
o Adultos –
▪ Cefalexina – 2g, 1h antes do procedimento
▪ Clindamicina – 600mg, 1h antes do procedimento
▪ Azitromicina – 500mg, 1h antes do procedimento
▪ Claritromicina – 500mg, 1h antes do procedimento
• Pacientes alérgicos às penicilinas e impossibilitados de tomar medicação oral –
Cefazolina ou Ceftriaxona ou Clindamicina
o Crianças –
▪ Cefazolina – 50mg/kg IM ou IV, 30’ ou 1h antes do procedimento
▪ Ceftriaxona – 50mg/kg IM ou IV, 30’ ou 1h antes do procedimento
▪ Clindamicina – 20mg/kg IM ou IV, 30’ ou 1h antes do procedimento
o Adultos –
▪ Cefazolina – 1g IM ou IV, 30’ ou 1h antes do procedimento
▪ Ceftriaxona – 1g IM ou IV, 30’ ou 1h antes do procedimento
▪ Clindamicina – 600mg IM ou IV, 30’ ou 1h antes do procedimento

PROFILAXIA CIRÚRGICA DENTÁRIA?

• Tamanho pequeno das amostras


• Ausência de grupos comparativos
• Nenhum monitoramento da obediência do paciente com o protocolo antibiótico
• Pobre monitoramento das intervenções
• OBS: COMO PROCEDER?
o Manter contato com o cardiologista do paciente para definir a melhor
conduta clínica
o Fazer sempre uma boa anamnese!

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