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PREVENÇÃO DA

ENDOCARDITE
INFECCIOSA:

DIRETRIZES DA
AMERICAN HEART
ASSOCIATION (2007)

LILIAN TATIANE BASSAN, C.D.


O objetivo deste documento foi atualizar, e
simplificar, as recomendações da
AMERICAN HEART ASSOCIATION
(AHA) para a prevenção de endocardite
infecciosa (EI) publicadas em 1997.

Wilson et al, 2007.


Membros do COMITÊ DE
ENDOCARDITE, FEBRE
REUMÁTICA e DOENÇA DE
KAWASAKI em JOVENS da
AHA e um grupo de
especialistas, revisaram o
documento anterior e chegaram
às seguintes conclusões:

Wilson et al, 2007.


1) Atividades rotineiras causam MAIOR exposição à
bacteremia que procedimentos odontológicos;

2) A profilaxia pode prevenir um número extremamente


PEQUENO de casos;

3) Os riscos da antibioticoterapia EXCEDEM seus


benefícios;

4) A manutenção da saúde bucal e boa higiene


REDUZEM a incidência de bacteremia frente à
atividades diárias, sendo MAIS IMPORTANTES que a
profilaxia antibiótica.

Wilson et al, 2007.


“O papel do período de exposição à bacteremia no risco de
aquisição de ENDOCARDITE é incerto.”

Roberts (2006), estimou que a EXPOSIÇÃO ACUMULATIVA


durante 1 ano à bacteremia decorrente de atividades diárias de
rotina pode ser 5,6 milhões de vezes MAIOR que a resultante da
extração de um único dente.

Okell e Elliott (1935), notaram que em pacientes com MÁ


HIGIENE ORAL a frequência de hemoculturas positivas pouco
antes da extração dentária pode ser SIMILAR às de pós extração.

Wilson et al, 2007.


Passou-se a QUESTIONAR a REAL EFICÁCIA da
PROFILAXIA ANTIBIÓTICA em
PROCEDIMENTOS DENTÁRIOS.

AMBIGUIDADES TRABALHOS DADOS MÍNIMOS


INTERPRETAÇÕES
REALIZADOS CONFLITANTES
INCONSISTÊNCIAS ANTERIORMENTE INCONCLUSIVOS

Wilson et al, 2007.


As AMBIGUIDADES e
CONTROVÉRSIAS
encontradas levaram à
INCERTEZAS entre os
profissionais da saúde
sobre quais
PROCEDIMENTOS
deveriam receber
profilaxia.

Wilson et al, 2007.


“A PROFILAXIA ANTIBIÓTICA DEVE SER
BASEADA EM EVIDENCIAS, SENDO QUE
AINDA NÃO HÁ UM ESTUDO CONCLUSIVO
COMPLETO SOBRE SUA REAL EFICÁCIA
CONTRA ENDOCARDITE INFECCIOSA EM
PACIENTES QUE SE SUBMETEM A
PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS.”

Wilson et al, 2007.


OS ESTUDOS PUBLICADOS, CASO CONTROLE,
SÃO DE DIFÍCIL INTERPRETAÇÃO DEVIDO À:

- Baixa incidência de EI, o que requer um maior número


de pacientes por grupo de estudo;

- Grande variação de tipos e gravidades de condições


cardíacas subjacentes;

- Grande variedade de procedimentos odontológicos


invasivos e doenças dentárias.

Wilson et al, 2007.


O documento de 2007
foi interessante para
IDENTIFICAR quais pacientes
podem ser realmente
beneficiados pela
PROFILAXIA ANTIBIÓTICA

e definir quais procedimentos


odontológicos devem ser
incluídos.

Wilson et al, 2007.


BACTEREMIAS TRANSITÓRIAS RELACIONADAS
À PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS E
ATIVIDADES ROTINEIRAS:

- Exodontia: 10 a 100% - Polimento: até 40%


- Cirurgia Periodontal: 36 a 88% - Matriz/Cunha: 9 a 32%
- Raspagem: 8 a 80% - Endodontia: até 20%

- Escovação/Fio: 20 a 68% - Palito: 20 a 40%


- Irrigação com água: 7 a 50% - Mastigação: 7 a 51%

Wilson et al, 2007.


Assim, a profilaxia por via oral está indicada somente para
pacientes com alto risco cardíaco que irão se submeter a
qualquer procedimento dental que envolva:

- Manipulação de tecido gengival ou da região periapical


dentária ou perfuração de mucosa oral.

NÃO NECESSITAM DE PROFILAXIA:

- Anestesia, tomada radiográfica, colocação e remoção de


aparelhos ortodônticos, esfoliação de dentes decíduos e
sangramento causado por trauma.

Wilson et al, 2007.


O protocolo ressalta que embora
a PROFILAXIA nesses
procedimentos pareça ser
RACIONAL, sua EFICÁCIA é
desconhecida.

E enfatiza a IMPORTÂNCIA da
manutenção da SAÚDE, com
técnicas corretas de
HIGIENIZAÇÃO oral e
MOTIVAÇÃO.

Wilson et al, 2007.


“Existem aproximadamente 700 tipos de bactérias na
cavidade bucal sendo que 30% fazem parte do grupo
Streptococcus viridans e são comprovadamente suscetíveis
à profilaxia antibiótica, prevenindo o aumento de
bacteremia em procedimentos odontológicos.

Sendo RECOMENDADA PARA EVITAR EI EM


PACIENTE DE ALTO RISCO, por apresentarem
condições cardíacas deficientes, uma vez que a vegetação
por infecção bacteriana instala-se somente em lesões
endoteliais e valvares prévias.”

Wilson et al, 2007.


R. Periodontia – Dezembro 2009. Volume 1.9, nº 04
...PORÉM, no INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE
CARDIOLOGIA também utilizamos como protocolo a
profilaxia antibiótica em pacientes com condições
cardíacas de risco moderado (1997):

- Mal Formações Cardíacas Congênitas;

- Disfunção Valvar Adquirida (ex: Febre Reumática);

- Cardiomiopatia Hipertrófica;

- Prolapso da Válvula Mitral com Regurgitação e/ou


Espessamento de Folheto.

Wilson et al, 2007.


As recomendações atuais levam
em consideração apenas a
realidade dos Estados Unidos,
onde os problemas de dentição e
higiene oral são bem MENOS
RELEVANTES que no Brasil,
além da prevalência de FEBRE
REUMÁTICA que aumenta a
taxa de lesões valvares
ampliando o risco de
endocardite.

Wilson et al, 2007.


- Estudos recentes sugerem que a AMOXICILINA tem
resultados positivos na redução da incidência, natureza e
duração de bacteremia, porém não mostram que tal
terapia reduz o risco ou impede a EI.

- CLOREXIDINA também foi eficaz na redução de


bacteremia, porém não atinge áreas de tecido ulcerado
(ex: bolsa periodontal), não sendo eficiente em áreas onde
as bactérias ganham entrada para a circulação.

Wilson et al, 2007.


R. Periodontia – Dezembro 2009. Volume 19, nº 04.
REGIME ANTIBIÓTICO:

• Deve ser administrado em DOSE


ÚNICA antes do procedimento;

• Se a dosagem for inadvertidamente não administrada, a


dosagem deve ser tomada até DUAS HORAS após o mesmo;

• No entanto, isto deve ser realizado apenas em casos onde o


paciente NÃO TOMOU a medicação.

* AMOXICILINA – preferida por ser bem absorvida no trato


gastrointestinal fornecendo e elevando sua concentração.

Wilson et al, 2007.


DICAS IMPORTANTES:

• Na dúvida, sempre opte por fazer a profilaxia;

• Sempre realizar bochechos com CLOREXIDINA a 0,12%;

• Realizar o maior número possível de procedimentos em uma


mesma sessão;

• Realizar o procedimento até uma hora após a administração do


medicamento;

• Sempre checar se o paciente tomou a medicação correta e no


horário determinado, antes do procedimento;
• Se forem necessárias várias sessões,
aguardar no mínimo 7 dias de intervalo
entre uma consulta e outra;

• Caso o paciente já esteja em uso


de PENICILINA, ou seja ALÉRGICO,
Administrar um antibiótico de outra
classe (ex: CLINDAMICINA);

• O paciente que já era usuário de profilaxia antibiótica antes


da atualização deve ser instruído quanto às novas mudanças,
uma vez que pode ser de difícil compreensão.
• Borges (2011), enfatizou que é responsabilidade
do cirurgião dentista o conhecimento das
recomendações da AHA, e este deve estar sempre
atualizado em relação às mudanças periódicas no
protocolo que são desenvolvidas a partir do
avanço do processo de aprendizagem sobre as
causas e a fisiopatologia da endocardite
bacteriana.
- Não devemos presumir que a manipulação de uma boca
aparentemente saudável com procedimento minimamente
invasivo reduza a probabilidade de bacteremia.

- Mais estudos devem ser realizados,


imediatamente, detectando alterações
na incidência da EI o quanto antes.

- Revisões subsequentes da American Heart Association


serão baseadas nos resultados destes estudos e outros dados
publicados.

Wilson et al, 2007.


S
OBRIGADA!

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