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O Cuidado de enfermagem em oncologia e

suas interfaces com clientes em tratamento Ciclo celular - fases


quimioterápico 1. GO: fase de descanso, fração não
proliferativa do tecido, pouco
● Quimioterapia: emprego de agentes vulnerável a ação dos agentes
químicos, isolados ou em antineoplasicos
combinação com o objetivo de 2. G1: intensa síntese de RNA e ptns
tratar Neoplasias malignas. (pós mitotica)
3. S: Aumento inicial na quantidade
Monoquimioterapia X poliquimioterapia de DNA polimerase e Rna (síntese
→ Mono: risco de paciente apresentar em de ADN)
algum momento resistência. Doses 4. G2: tempo adicional para o
crescimento celular, a fim de
muito elevadas. É a administração de
assegurar a completa replicação do
apenas um agente quimioterápico.
DNA. (Pré mitotica)
→Poliquimioterapia: associação de vários 5. M: mitose.
citotóxicos que atuam com diferentes
mecanismos de ação, sinergicamente,
com a finalidade de diminuir a dose de
cada fármaco individual e aumentar a
potência terapêutica de todas as
substâncias juntas. É UM SINERGISMO
DAS DROGAS. Faz retardo da
resistência e usa doses menores.

● Classificação de acordo com sua


finalidade :
1. Curativa: Tratamento definitivo ● Tem quimioterapia que destrói a
(erradicar a doença) célula independente da fase que ela
2. Adjuvante: aumentar a taxa de está no ciclo celular. E outras que
cura após o procedimento atingem a célula em fases do ciclo
cirúrgico. (Evitar o retorno do específico.
termo) ● Pessoas com câncer tem queda de
3. Neoadjuvante: antes do cabelo pois a quimioterapia atua
procedimento cirurgico. (Reduzir o em células com maior proliferação
tamanho da massa) que estão se diferenciando.
4. Paliativa: paliação das
consequências da doença De acordo com sua relação com ciclo
celular:
→ neoadjuvante a adjuvante tem relação 1. Ciclo celular específicos:
com tumor sólido (de cabeça e pescoço, metotrexato (fase s), etoposide
de mama, etc) (fase G2) e paclitaxel (fase M)
2. Ciclo celular inespecíficos Cálculo de superfície corporal (as doses da
quimio são baseadas no peso e altura)
De acordo com sua estrutura química √(peso em kg) X (altura em
1. Agente alquilantes cm) / 3600
2. Compostos de coordenação de ● Nadir: é o tempo transcorrido entre
platina a aplicação da droga e o
3. Agentes antimetabólicos aparecimento do menor valor de
4. Agente antitumorais contagem hematológica.
5. Derivados vegetais ● Resistência à quimioterapia:
6. Análogos da camptotecina envolve a resistência aos efeitos da
7. Agentes diversos quimioterapia, de agentes
hormonais ou biológicos.
● Esquemas de quimioterapia - Pode ser Natural ou adquirida
→ A sequência e o aprazamento ● droga específica + tumor específico
entre os antineoplásicos devem + hospedeiro específico.
basear-se nos aspectos
● Avaliação da efetividade do
farmacológicos e citogenéticos de
tratamento
cada droga - Levar em consideração a questão
→ Protocolo: fármacos, doses, de sobrevida do paciente
sequência, intervalos e duração de - Redução tumoral ou dos
cada ciclo. marcadores tumorais (remissão
Ex: ABVD (d1 e d15) 4 completa, remissão parcial, doença
quimioterapias no dia 1 e dia 15. estável e progressão da doença)
(Objetivo de destruir todas as - Alterações subjetivas
células doentes, destrói até mesmo
algumas células ‘boas’, pois não Manuseio seguro dos agentes
tem especificidade) antineoplasicos
Doxorrubicina- 25mg/m² 1. Os riscos são incontestáveis para os
Bleomicina- 10U/m² clientes que recebem esses agentes.
Vimblastina- 6mg/m² E para quem os manuseia a
Dacarbazina- 37mg/m² genotoxicidade, carcinogenicidade,
Obs: no geral, o intervalo entre os teratogenicidade e toxicidade em
ciclos de quimioterapia é de 21 a órgãos alvo os tornam perigosos.
28 dias. 2. Resolução cofen 210/1998: atribui
Obs ²: 1 administra a quimioterapia ao enfermeiro a responsabilidade
vesicante (ela tem risco de fazer legal pela administração de
lesão, com perda de tecido- quimioterápicos, sendo que os
necrose) técnicos e auxiliares de
Obs³: a quimioterapia irritante gera enfermagem somente poderão
um processo inflamatório se assumir o controle de infusão do
extravasar. quimioterápico em apoio
operacional ao enfermeiro, na
indispensável presença deste.
3. Resolução COFEN 569/2018: 1. Luvas de procedimento
aprova o regulamento técnico da 2. Avental impermeável
atuação dos profissionais de 3. Compressas absorventes
enfermagem em quimioterapia 4. Proteção respiratória
antineoplasica. 5. Proteção ocular
4. Riscos ocupacionais 6. Sabão
- Riscos físicos. 7. Recipientes para descarte dos
- Riscos químicos. resíduos e procedimentos de
- Ricos biológicos. emergência
- Riscos ergonômicos.
- Riscos acidentais Vias de administração dos agentes
5. Riscos de exposição (preparo, antineoplasicos
administração e descarte) - no
mínimo tem que usar máscara com Vantage Desvant Implica
membrana de carvão e luva. ns agens ções
Alguns usam gaze na conexão do
polifix na hora da administração, Via oral Baixo - -Avaliar
para caso ocorra um vazamento, a custo, Contrai a adesão
indolor, ndicado e
gaze irá absorver
menos para orientar
Alguns quimioterápicos podem ser tóxico paciente quanto
eliminados nas fezes ou na urina e, s com os
por mais que sejam em distúrbi efeitos
concentrações pequenas, deve os do GI colaterai
tomar cuidado de contaminação na e s
hora neuroló -Não
gicos. - macerar
6. Área de preparo
Absorçã compri
o mais midos
ADMINISTRAÇÃO lenta e sem
menos orientaç
● Lavar as mãos rigorosamente antes precisa. ão
e depois de colocação das luvas -
Manusei
● Utilizar jalecos de mangas
o com
compridas, punhos ajustados luvas de
preferencialmente procedi
● Utilizar máscaras faciais (atenção mento
para não fazer aerossóis) -Repetir
● Utilizar seringa e conectores luer a dose
lock em caso
de
● Não retirar o ar das seringas
vômito
● Sempre manter gaze próxima a (cerca
conexão para coleta de vazamentos de
ocasionais 30min
após a
KIT DERRAMAMENTO
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repouso 3. Assistência de Enfermagem
em
decúbito ● Converse com o paciente e
dorsal e familiares, buscando informações
cabeceir sobre seu estado geral
a 0° ● Cheque se apresentou qualquer
duas
mudança no estado clínico
horas
após o ● Confirme se foi avaliado pelo
procedi médico antes de iniciar a
mento quimioterapia (verifique liberação
- escrita na prescrição)
Orientar ● Puncionar acesso venoso.
, assistir ● Verifique o fluxo e refluxo antes,
e avaliar
durante e após infusão.
o cliente
sobre/du ● Não incentive a dependência do
rante o paciente a um único Enfermeiro
procedi Verifique os sinais vitais antes da
mento QT e sempre que necessário
● Somente inicie a QT com o médico
Outras vias: tópica, intravesical, ciente e alcançável
intrapleural, intraperitoneal e intra arterial. ● Certifique-se da natureza da droga
a ser administrada, os cuidados e
ADMINISTRAÇÃO DE AGENTES possíveis reações adversas.
ANTINEOPLÁSICOS ● Dê valor sempre a queixa do
paciente e interrompa a medicação
1. Análise da prescrição médica até que seja reavaliado e liberado
● Identificação completa pelo médico.
● Legibilidade do conteúdo ● Respeite rigorosamente o tempo de
● Diagnóstico/ Protocolo infusão dos quimioterápicos.
● Conferência de superfície ● Cheque as infusões contínuas
corpórea regularmente. Descarte os
● Avaliação de exames dispositivos e resíduos
laboratoriais adequadamente
● Dose, via, data e hora ● Documente a aplicação dos
quimioterápicos, vias de acesso e
2. Avaliação do paciente horário, e possíveis intercorrências
● Idade
● Performance/Status ORDEM DE ADMINISTRAÇÃO DOS
● Condições socioeconômica AGENTES ANTINEOPLÁSICOS
e cultural
● Condições emocionais ● Ciclo específico -> Ciclo
● Avaliação do acesso venoso inespecífico
● Vesicantes -> Irritantes
PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS •Realizar exame físico do cliente
pesquisando sinais e sintomas de anemia;
● Cardiotoxicidade •Monitorizar hemograma, especialmente
● Toxicidade hematológica valores de hemácia, hemoglobina e
● Toxicidade pulmonar reticulócitos;
● Disfunção reprodutiva •Incentivar períodos mais prolongados e
● Toxicidade vesical e renal frequentes de repouso;
● Reações alérgicas •Acompanhar as transfusões sanguíneas,
● Fadiga observando possíveis reações
● Toxicidade dermatológica transfusionais
● Alterações metabólicas
● Neurotoxicidade 2. Fadiga
● Toxicidade do GI
● Hepatotoxicidade Fadiga é uma sensação desagradável com
sintomas físicos, psíquicos e emocionais
1.Toxicidade Hematológica descrita como um cansaço que não alivia
● Anemia com estratégias usuais de restauração da
Consiste na redução da concentração de energia; varia em duração e intensidade e
hemácias circulantes. reduz, em diferentes graus a habilidade de
executar as atividades usuais (MOTA,
Valores normais: 14-18g/dL (H); 12- PIMENTA E FITCH, 2009).
14g/dL (M); >=10g/dL (oncologia)
3.Toxicidade Gastrointestinal
● Leucopenia (Neutropenia)
Caracteriza-se por neutrófilos inferiores a ● Náuseas e vômitos
1.500/mm³, aumentando o risco de ● Diarreia
infecções graves. ● Constipação
● Anorexia
Valores: > 1.500/mm3 - risco normal ● Mucosite - Consiste na resposta
<1.000/mm3 risco moderado inflamatória das membranas
mucosas à ação das drogas
<500/mm3-risco severo antineoplásicas.

<100/mm3 - risco extremo

● Plaquetopenia
Redução do número de plaquetas que pode
ocorrer pela própria doença de base ou em
decorrência do tratamento.

Valores normais: 140.000-400.000/mm3

Assistência de Enfermagem
•Enfatizar ao cliente e a família a
importância da manutenção de uma boa
higiene oral.
•Instituir medidas para alívio da
xerostomia.
•Avaliar aceitação da dieta.
•Administrar medidas de alívio da dor.

4.Toxicidade Dermatológica

Assistência de Enfermagem

•Inspecionar a superfície corporal


Tratamento: laserterapia
diariamente.
•Avaliar características, localização e
Assistência de Enfermagem
evolução de lesões, inclusive sobre a
resposta à intervenção aplicada.
•Avaliar a ocorrência de náuseas e vômitos
•Realizar curativos conforme
em relação a frequência, intensidade e
características da lesão.
fatores desencadeantes.
•Orientar quanto a necessidade de uso de
•Administrar medicações prescritas
protetor solar, chapéu e roupas adequadas
conforme prescrição, reavaliando após a
durante o tratamento.
administração.
•Fortalecer ações de autocuidado com a
• Oferecer medidas não farmacológicas
pele.
para alívio das náuseas e vômitos.
•Incentivar hidratação diária.
• Avaliar características, frequência e
•Oferecer apoio emocional quando
intensidade das eliminações intestinais.
necessário (alopecia em mulheres).
• Avaliar região anal e perianal
diariamente.
QUIMIOTERAPIA IRRITANTE
•Orientar quanto à higiene íntima e
cuidados de proteção.
São aquelas que provocam reação cutânea
•Orientar quanto cliente e família sobre
moderada quando extravasadas (sem
alimentação equilibrada (Apoio com o
necrose tecidual, mas causam dor e
serviço de Nutrição).
eritema).
•Avaliar a aceitação da dieta, tentando
valorizar as preferências nutricionais.
Ex: VP16, CDDP, Taxol, Taxotere
•Implementar balanço hídrico
•Observar sinais de desidratação
QUIMIOTERAPIA VESICANTE
•Inspeção/Avaliação diária de cavidade
oral.
São aquelas que provocam irritação severa
•Avaliar grau de mucosite.
com formação de vesículas e destruição
• Oferecer soluções para higiene oral.
tecidual quando extravasadas.

Ex: VCR, DOXO, DAUNO, Navelbine


5. Toxicidade renal e vesical

Assistência de Enfermagem

•Observar sinais e sintomas que indiquem


toxicidade renal e vesical.
•Monitorar sinais vitais, peso, balanço
hídrico e nível de consciência.
•Orientar o cliente quanto à ingestão
hídrica.
•Avaliar frequência e características da
diurese.
•Administrar hidratação venosa e
uroprotetora conforme prescrição médica.
•Indicar o melhor horário para
administração de CTX via oral (manhã).
•Verificar pH urinário (<7, administrar
bicarbonato de sódio).

6. Reação Anafilática

É decorrente da hipersensibilidade celular,


ou seja, de uma reação imunológica ou
alérgica imediata à administração da
droga.
Manifesta-se a qualquer momento da
administração da droga.
Apresenta-se com rush cutâneo, placas
urticariformes, edema facial, hipotensão,
dispneia, espasmo de laringe, febre,
tremores, calafrios...

Assistência de Enfermagem

•Observar sinais e sintomas de alergias e


anafilaxia
•Orientar o paciente para informar
qualquer alteração
•Interromper imediatamente a infusão aos
primeiros sinais anafilaxia - Atenção a
TOSSE
Sempre mantenha o SF 0,9% em Y
fechado para qualquer intercorrência.

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