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Embriologia da face

Isabela Crespo Caldeira


Para início de conversa vamos lembrar de algumas
etapas do desenvolvimento

Embrião de aproximadamente
15 dias.

Blastocisto de aproximadamente 9 dias.


C
B
A

D E
Desenvolvimento dos arcos faríngeos - Capítulo 10 – Embriologia básica
 Começam a se desenvolver no início da quarta semana, quando as células da crista neural
migram para a futura região da cabeça e do pescoço.

 Cada arco faríngeo consiste em um núcleo de mesênquima (tecido conjuntivo


embrionário) e é coberto externamente pelo ectoderma e internamente pelo
endoderma.

 1º par de arcos faríngeos aparece como elevações da superfície lateral da faringe em


desenvolvimento.

 Logo aparecem outros arcos como cristas arredondadas, dispostas obliquamente em


cada lado da futura região da cabeça e do pescoço.

 O quinto e o sexto arcos são rudimentares e não são visíveis na superfície do embrião.

 Os arcos faríngeos são separados uns dos outros pelos sulcos faríngeos (fendas).
 Os arcos contribuem relevantemente para a formação da face, cavidades nasais, boca,
laringe, faringe e pescoço.
Break para tarefa!
Sigam as orientações:

1. Organizar em grupos de até 4 pessoas.


2. Analisar as peças de gesso distribuídas.
3. Esquematizar ou fotografar as peças no
caderno e identificar as principais
estruturas descritas nos slides.
Componentes dos Arcos Faríngeos

 Um típico arco faríngeo contém os seguintes componentes:

- Uma artéria de arco faríngeo que surge a partir do tronco arterioso do coração primitivo
e passa ao redor do primórdio da faringe para entrar na aorta dorsal.

- Um eixo cartilaginoso que forma o esqueleto do arco.

- Um componente muscular que é o primórdio dos músculos na cabeça e no pescoço.

- Um nervo que supre a mucosa e os músculos derivados do arco.


Estruturas Derivadas dos Componentes dos Arcos Faríngeos
Desenvolvimento do Crânio

O crânio desenvolve‑se a partir do mesênquima em torno do encéfalo em


desenvolvimento. O crânio é constituído de:
• Neurocrânio: os ossos do crânio que envolvem o encéfalo (caixa craniana).
• Viscerocrânio: os ossos do esqueleto facial derivados dos arcos faríngeos.
Desenvolvimento do Neurocrânio

Ossificação endocondral – ossos da base do crânio.


O padrão de ossificação desses ossos tem uma sequência definida, começando
com o osso occipital, o corpo do esfenoide e o osso etmoide.
A cartilagem paracordal, ou placa basal, é formada em torno da extremidade
craniana da notocorda e se fusiona com as cartilagens derivadas dos
esclerótomos de somitos occipitais.
Esta massa cartilaginosa contribui para a base do osso occipital.
Estágios do desenvolvimento do
crânio. A base do crânio em
desenvolvimento é vista
superiormente (A a C) e
lateralmente (D).
A: Sexta semana: as várias
cartilagens que se fusionarão para
formar o condrocrânio.

B:Sétima semana, após a fusão de


algumas das cartilagens pareadas.

C:12ª semana: a base cartilaginosa


do crânio é formada pela fusão de
várias cartilagens.

D: 20ª semana: derivação dos


ossos do crânio fetal.
Neurocrânio Membranoso - Face
Ossificação intramembranosa no mesênquima da cabeça.
Ocorre nos lados e na parte superior do encéfalo, formando a calvária (abóbada craniana).
Viscerocrânio

Viscerocrânio Cartilaginoso

O viscerocrânio cartilaginoso é derivado do esqueleto cartilaginoso dos dois primeiros pares


de arcos faríngeos.

Viscerocrânio Membranoso

A ossificação membranosa ocorre na proeminência maxilar do primeiro arco faríngeo (e,


posteriormente, forma os ossos temporal escamoso, maxilar e zigomático.
Os ossos temporais escamosos tornam‑se parte do neurocrânio.
A proeminência mandibular forma a mandíbula. Alguma ossificação endocondral ocorre no
plano mediano do queixo e no côndilo mandibular.
Desenvolvimento da face

 Os primórdios da face começam a aparecer no início da quarta semana em torno do


estomodeu primitivo.

 O desenvolvimento da face depende da influência indutora de três áreas organizadoras:


• Prosencéfalo (que estabelece um gradiente do fator SHH)
• Ectoderma frontonasal
• Olho em desenvolvimento

 Os cinco primórdios da face que aparecem como proeminências ao redor do estomodeu


são:
• Proeminência frontonasal
• O par de proeminências maxilares
• O par de proeminências mandibulares
 As proeminências maxilares e mandibulares derivam
do primeiro par de arcos faríngeos.

 As proeminências são produzidas pelo mesênquima


das células da crista neural que migram para os arcos
durante a quarta semana do desenvolvimento.

 Essas células são a fonte principal dos componentes


do tecido conjuntivo, inclusive da cartilagem, dos
ossos e dos ligamentos nas regiões facial e oral.

 A proeminência frontonasal (PFN) circunda a parte


ventrolateral do prosencéfalo, que origina as vesículas
ópticas formadoras dos olhos.
A parte frontal da PFN forma a testa; a parte nasal, o limite rostral do estomodeu e do
nariz.

As proeminências maxilares formam os limites laterais do estomodeu, e as proeminências


mandibulares constituem o limite caudal do estomodeu.

A mandíbula e o lábio inferior são as primeiras partes da face a se formar - resultam da


fusão das extremidades mediais das proeminências mandibulares.

A “covinha do queixo” comum resulta da fusão incompleta das proeminências.


Desenvolvimento do nariz
Ao final da quarta semana, espessamentos ovalados bilaterais do ectoderma superficial –
placoides nasais – desenvolveram‑se nas partes inferolaterais da PFN.
O mesênquima das margens dos placoides prolifera, produzindo elevações em formato
de ferraduras – as proeminências nasais medial e lateral.

Como resultado, os placoides nasais situam‑se nas depressões – depressões nasais.


Simultaneamente ocorre a proliferação do mesênquima nas proeminências maxilares, elas
aumentam de tamanho e crescem medialmente em direção uma à outra e às
proeminências nasais.
A migração medial das proeminências maxilares desloca as proeminências nasais mediais
em direção ao plano mediano e uma em direção à outra.
Entre a 7ª e 10ª semana, as proeminências nasais mediais fusionam‑se uma com a outra e
com as proeminências maxilares e nasais laterais.
A fusão das proeminências nasal medial e maxilar resulta na continuidade da maxila e do lábio
e na separação das fossetas nasais do estomodeu.
Quando as proeminências nasais mediais se fusionam, elas formam um segmento intermaxilar
O segmento intermaxilar origina:
Porção mediana (filtro) do lábio superior
Porção pré‑maxilar da maxila e gengiva associada
Palato primário
Desenvolvimento do palato

Se desenvolve a partir de dois primórdios: o palato primário e o palato secundário.

A palatogênese (um processo morfogenético regulado) inicia‑se no final da sexta semana -


no entanto, não se completa antes da 12ª semana.

Vias moleculares múltiplas, incluindo Wnt e PRICKLE1 estão envolvidas.

O período crítico da palatogênese ocorre do final da sexta semana até o início da nona
semana.
A: Corte sagital da cabeça de um feto de 20 semanas ilustrando a localização do palato.
B: Palato ósseo de um adulto jovem. Em geral, a sutura entre a parte prémaxilar da maxila e os
processos palatinos fusionados da maxila é visível no crânio de pessoas jovens. A sutura não é visível
no palato duro da maioria dos crânios secos porque costuma ser de adultos idosos .
Desenvolvimento do Palato

Palato Primário:
- Originado pelo desenvolvimento e fusão do processo palatino mediano.

Palato secundário:
- Primórdio das partes duras e moles do palato.
- Começa a se desenvolver no início da sexta semana, a partir dos processos palatinos laterais
que se estendem das faces internas das proeminências maxilares.
- Durante a sétima e a oitava semanas, os processos palatinos laterais se alongam e ascendem
para uma posição horizontal superior à da língua.
- Gradualmente, os processos aproximam‑se um com o outro e se fusionam no plano mediano.
- Eles também se fusionam com o septo nasal e a parte posterior do palato primário.
- A fusão entre o septo nasal e os processos palatinos começa anteriormente, durante a 9ª
semana, e termina posteriormente, na 12ª semana.
Desenvolvimento da Língua
No final da quarta semana, uma elevação triangular mediana aparece no assoalho da faringe
primitiva - o broto lingual mediano (corpúsculo lingual).

Dois brotos linguais laterais ovais (corpúsculos linguais distais) se desenvolvem em cada
lado do broto lingual mediano.

Os três brotos linguais resultam da proliferação do mesênquima nas porções ventromediais
do primeiro par de arcos faríngeos.

Os brotos linguais laterais aumentam rapidamente de tamanho, fusionam‑se um com o


outro e crescem sobre o broto lingual mediano.

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