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Giovanna Marques

Embriologia das cavidades corporais


Cavidades corporais a partir do septo transverso

No final da 3 semana o mesoderma intraembrionário divide-se em paraxial, intermediário e


lateral. O mesoderma lateral vai formando fendas intercelulares (espaços celômicos) que vão
coalescer (se juntar), formando o celoma intraembrionário.

Ao mesmo tempo, os somitos (mesoderma paraxial) crescem promovendo o dobramento


lateral/horizontal do embrião que irá unir as pregas laterais no plano mediano, formando o
intestino médio, parede corporal ventral e o celoma intraembrionário.
- Mesoderma intra embrionário paraxial: próximo à notocorda, somitos e formação do
tubo neural
- Mesoderma intra embrionário intermediário: origina o sistema urogenital
- Mesoderma intra embrionário lateral: celoma intra embrionário

No início da quarta semana, o celoma intra-embrionário torna-se uma cavidade corporal única
do embrião. Nesse período, surge o septo transverso (uma barra de tecido
mesenquimal/mesodérmico) que cresce de anterior para posterior sem encostar na parede
posterior do corpo do embrião, separando o celoma intra-embrionário em 3 regiões:
superiormente, forma-se a cavidade pericárdica primitiva (futuro tórax); inferiormente forma-
se a cavidade peritoneal; posteriormente formam-se dois canais pericardioperitoneais, uma vez
que o septo não separa totalmente as cavidades, mantendo duas comunicações.

O interior da cavidade torácica precisa de uma região que aloja o coração e outra que aloja os
pulmões. Vindas da parede lateral da cavidade pericárdica primitiva, surgem 2 pregas
pleuropericárdicas que crescem de lateral para medial e vão se fundir, constituindo um
compartimento isolado para o coração. Elas dão origem às membranas pleuropericárdicas,
separando 2 compartimentos: anteriormente forma-se a cavidade pericárdica (contém o
coração) (ocorre concomitantemente ao dobramento cefalocaudal/ longitudinal, no qual o
coração é levado para o interior da cavidade torácica); posteriormente formam-se as cavidades
pleurais (contém o pulmão) (tem contato com canais pericardioperitoneais). As membranas
pleuropericárdicas formam uma camada internamente no adulto o pericárdio fibroso. e uma
camada externamente que vai envolver o coração formando a cavidade pericárdica definitiva.

Diafragma

O septo transverso cresceu de anterior para posterior e deixou os 2 canais pericardioperitoneais.


Cresce a prega pleuroperitoneal que irá virar a membrana pleuroperitoneais de posterior para
anterior até o septo transverso, fechando os canais pericardioperitoneais. Além disso, nessa fase
o esôfago tem uma prega peritoneal, chamada meso-esôfago dorsal (ou mesentério dorsal de
algo) (dorsal pois está preso à parede posterior). Por volta da 12 semana, os miótomos das
paredes laterais do corpo (células musculares do mesoderma da parede corporal do embrião)
vão invadir a região da membrana, auxiliando a formação do diafragma.
- Septo transverso origina o centro tendíneo do diafragma
- Meso-esôfago dorsal origina os pilares do diafragma
- Membranas pleuroperitoneais deixam pequenos remanescentes na região do
centrotendíneo
- Miótomos das paredes laterais originam grande parte da área muscular do diafragma.
Giovanna Marques

Embriologia dos arcos faríngeos


Componentes dos arcos faríngeos

Para cada arco:

- Componente esquelético (cartilaginoso)


- Componente muscular (que se diferencia nos músculos da cabeça e pescoço)
- Inervação por nervo craniano
- Suprimento vascular

Existem sulcos(fendas) externamente aos arcos, revestidos pelo ectoderma. Existem bolsas
(faríngeas) internamente (interior da faringe primitiva) entre os arcos

Arcos faríngeos

Na quarta semana, começam a aparecer no embrião os arcos faríngeos, os precursores da


cabeça, da face e do pescoço.

Primeiro arco faríngeo

Também chamado de arco mandibular, o primeiro arco consiste em duas porções, o


processo maxilar e o processo mandibular.
Inervação: nervo trigêmeo (NVC)
- Processo maxilar: origina a maxila, o osso zigomático e parte do osso temporal -
segunda inervação do trigêmeo
- Processo mandibular: cartilagem de Merkel (origina a mandíbula, o martelo e a
bigorna) – terceira
- Musculatura: músculos da mastigação, milo-hióideo, ventre anterior do digástrico,
tensor do véu palatino e tensor do tímpano

Segundo arco faríngeo


Chamado de arco hioideo
Inervação: nervo facial (NC VII)
- Cartilagem de Reichert: estribo, processo estiloide, ligamento estiloioideo e hioide
(parte superior e corno menor)
- Musculatura: músculos da mímica facial, ventre posterior do digástrico, estapédio
e estilo-hioideo
Giovanna Marques

Terceiro arco faríngeo


Inervação: nervo glossofaríngeo (NCIX)
- Hioide: parte inferior e corno maior
- Musculatura: músculo estilofaríngeo

Quarto e sexto arcos faríngeos


São pequenos e se fundem
Inervação: nervo vago (NCX) com seus dois ramos, o nervo vago laríngeo superior e o
nervo laríngeo recorrente
- Cartilagens laríngeas: tireóidea, cricóidea, aritenóidea, corniculadas e cuneiformes
- Musculatura: músculos intrínsecos da laringe, constritores da faringe e
levantadores do céu palatino

Quinto arco faríngeo: se degenera


Giovanna Marques

Sulcos faríngeos - ectoderme

Primeiro sulco (entre o 1° e o 2° arco)


- Meato acústico externo
- Revestimento epitelial da membrana timpânica
Segundo, terceiro e quarto sulcos
O 2° arco é muito importante, cresce muito e cobre os demais sulcos faríngeos (3° e 4°)
- Seio cervical (se fecha, é obliterado e reabsorvido; caso isso não ocorra, mal
formações da bolsa anterior do esternocleidomastoideo)

Bolsas faríngeas – endoderme

Primeira bolsa: cresce para encontrar o primeiro sulco


- Cavidade timpânica
- Tuba auditiva (liga orelha média à nasofaringe, tem toro tubário)
- Antro mastoideo (cavidade grande dentro do osso mastoide que faz parte da
orelha média

Segunda bolsa
- Fossa tonsilar
- Tonsila palatina

Terceira bolsa
- Dorsal (superior): glândula paratireoide inferior e depois migra para se
posicionar inferiormente à paratireoide superior
- Ventral: timo (está no mediastino, centro do tórax)
Giovanna Marques

Quarta bolsa
- Dorsal: glândula paratireoide superior
- Ventral: corpo ultimobranquial (que origina células C parafoliculares da glândula
paratireoide, responsável pela reabsorção óssea)

Orelha externa

No final da 5a semana. Entre 1o e 2o arco tem o 1o sulco que vai originar o meato acústico
externo. Da para ver boca primitiva no 1 arco (saliência mandibular). Em torno do 1o sulco e
derivados do 1o e 2o arcos começam a surgir tubérculos auriculares (pequenas elevações
nodulares). Os 3 pequenos tubérculos superiores (1,2,3) originados da saliência Mandibular (1o
arco) e 3 inferiores (4,5,6) originados do 2o arco vão rotacionar e se posicionar verticalmente. O
1,2,3 vão se localizar anteriormente e o 4,5,6 vão se localizar posteriormente. A partir dos
tubérculos que crescem e se fundem formam as cartilagens auriculares.
Giovanna Marques

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