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Nervos Cranianos

Prof. Leandro Holgado

Os nervos cranianos são 12 pares de nervos que irão inervar grande

parte das estruturas da cabeça e do pescoço. Arranjados em 12 pares o mesmos

são:

• Nervo olfatório (I)


• Nervo Óptico (II)
• Nervo Oculomotor (III)
• Nervo Troclear (IV)
• Nervo Trigêmeo (V)
• Nervo Abducente (VI)
• Nervo Facial (VII)
• Nervo Vestíbulo-Coclear (VIII)
• Nervo Glossofaríngeo (IX)
• Nervo Vago (X)
• Nervo Acessório (XI)
• Nervo Hipoglosso (XII)

O conhecimento dos ramos de alguns desses pares de nervos é vital à prática

odontológica, sendo assim iniciaremos nosso estudo sobre os nervos cranianos

com o que talvez seja o nervo mais importante ao cirurgião-dentista, quinto par

de nervo craniano (V), o Nervo Trigêmeo.

Nervo Trigêmeo

O nervo trigêmeo é um nervo misto, ou seja, o mesmo apresenta tanto

fibras sensitivas quanto fibras motoras e é assim chamado por apresentar 3

ramos calibrosos, o nervo oftálmico (V1) - sensitivo, o nervo maxilar (V2) -

sensitivoe o nervo mandibular (V3) - misto. Esses três principais ramos se

originam a partir do gânglio trigeminal, que é o maior gânglio nervoso humano.


O mesmo, que também, pode ser chamado de gânglio de Gasser ou gasseriano,

se encontra por sobre uma estrutura encontrada na fossa intracaniana chamada

de impressão trigeminal.

A origem real desse nervo advém de quatro núcleos principais encontrados

em diferentes partes do tronco encefálico. O núcleo do tracto mesencefálico

localizado no mesencéfalo, o núcleo principal ou núcleo pontinho que se

encontra localizado na ponte e o núcleo espinhal localizado no bulbo (medula

oblonga). Esses três núcleos fornecem neurônios sensitivos ao nervo trigêmeo,

responsáveis pelas sensações de tato, dor, temperatura, pressão e

propriocepção, e um último núcleo também localizado na ponte do tronco

encefálico, o núcleo motor do trigêmeo, composto por corpos de neurônios

motores. A origem aparente encefálica do nervo trigêmeo é numa região da

ponte do tronco encefálico próximo ao pedúnculo cerebelar.

A parte motora do nervo trigêmeo irá inervar principalmente os músculos da

mastigação e sendo assim recebem o mesmo nome do músculo inervado como

nervo massetérico, nervo pterigóide medial, nervo pterigóide lateral e

nervo temporal profundo posterior e nervo temporal profundo anterior. O

trigêmeo ainda fornece inervação motora ao músculo milho-hióideo e ventre

anterior do digátrico via nervo milo-hióideo.

A parte sensitiva, maior, pode ser descrita baseada em seus principais

ramos:

• Nervo Oftálmico (V1): primeiro ramo do nervo trigêmeo, sensitivo apenas, tem

sua origem aparente craniana, ou seja, deixa o crânio pela fissura orbital

superior, e assim penetra no interior da órbita. Após penetrar na orbita irá liberar

três ramos principais: o nervo lacrimal, de trajeto lateral passa pela glândula
lacrimal e inerva a parte lateral da pálpebra superior (pele e conjuntiva). De

trajeto medial, o nervo frontal irá se ramificar em nervo supra-orbital, que

passa pela incisura ou forame supra-orbital e inerva pálpebra superior, pele da

fronte, couro cabeludo até próximo a sutura lambóide. E o outro ramo o nervo

supratroclear, que é assim chamado por passar acima da troclea e inervar a

parte da pálpebra superior, pele da fronte e couro cabeludo até a metade

superior da abóboda craniana. Medialmente temos o nervo nasociliar que possui

muitos ramos onde se destacam principalmente o nervo etmoidal posterior e

nervo etmoidal anterior que inervam a mucosa do seio etmoidal. Outro ramo

importante do nervo nasociliar é o nervo infratroclear, assim chamado por

transitar abaixo da troclea. O mesmo irá inervar a carúncula e saco lacrimal e a

parte mais medial da pálpebra superior.

• Nervo maxilar (V2): Sua origem aparente craniana é o forame redondo.

Segunda divisão do nervo trigêmeo e essencialmente sensitivo. Após deixar a

fossa intracraniana alcança a fossa pterigopalatina. O nervo palatino é um de

seus primeiros ramos e em curso descendente tem seu primeiro ramo o nervo

nasopalatino que penetra na fossa nasal por posterior e inferior e num trajeto

que vai para baixo e para frente inerva o septo nasal e emerge na porção anterior

do palato ósseo pelo forame incisivo para inervar a mucosa dessa região,

compreendida entre a mesial do incisivo central e a distal do canino superior.

Próximo ao soalho da cavidade nasal se divide em dois ramos um que segue

para posterior, o nervo palatino menor, que emerge pelos forames de mesmo

nome e inerva a mucosa do véu palatino, úvula e tonsilas palatinas, e um que

segue para frete, o nervo palatino maior, que emergem pelo forame de mesmo

nome, para inervar a mucosa do palato ósseo dos 2/3 posteriores do palato
ósseo, ou seja, de terceiro molar até mesial de primeiro pré-molar superior, por

palatino. Um próximo ramo importante do nervo maxilar é o nervo alveolar

superior posterior, que desse margeando o túbef da maxila e alguns ramos

penentrarm nesse osso pelas foraminas alveolares e irão inervar tábua óssea

por vestibular e palatino da região de molares, mucosa da parte posterior do seio

maxilar e molares superiores, com exceção da raiz mésio-vestibular do primeiro

molar superior. Um ramo gengival segue para a mucosa gengival e alveolar de

molares superior por vestibular e as inerva. O nervo maxilar ainda emite o nervo

zigomático que atravessa a fissura orbital inferior em direção a órbita e se

dividira em dois ramos, o nervo zigomaticofacial que emerge pelo forame de

mesmo nome localizado no osso zigomático para inervar a pele dessa região, e

o nervo zigomaticotemporal, que também sai pelo forame de mesmo nome

para inervar a pele da têmpora. Um ramo comunicante com o nervo lacrimal que

leva fibras seretomotoras inervam a glândula lacrimal. Outro ramo, o nervo

infraorbital também penetra na órbita via fissura orbital inferior e corre pelo sulco

e após canal infraorbital para emergir na face logo abaixo da margem

infraorbitária pelo forame infraorbitário e dar origem a seus ramos terminais:

palpebral inferior que inerva a pálpebra inferior, nasal lateral que irá inervar a

asa do nariz e labial superior, que inerva pele do lábio superior, mucosa do

vermelhão do lábio superior, mucsa do lábio superior e mucosa gengival e

alveolar de incisivo central superior até segundo pré-molar superior por

vestibular. Ainda no canal infraorbital o nervo infraorbital emite o nervo alveolar

superior médio, que inerva pré-molares e raiz mésio-vestibular do primeiro

molar superior, tábua óssea dessa região por vestibular e palatino, mucosa do

seio maxilar dessa região e mucosa gengival e alveolar por vestibular de pré-
molares superiores. Já o nervo alveolar superior anterior, inerva os dentes

anteriores, tábua óssea vestibular e palatina dessa região, parte anterior da

mucosa do seio maxilar e mucosa gengival e alveolar por vestibular de dentes

anteriores.

• Nervo Madibular (V3): Nervo misto, terceiro ramo da divisão do nervo trigêmeo.

Seus ramos motores concentram-se principalmente em inervar os músculos da

mastigação e alguns músculos supra-hióideos. O nervo massetérico inervará o

músculo masseter, já os nervos pterigóides medial e lateral prestam inervação

aos músculos da mastigação de mesmo nome, e o músculo temporal é inervado

pelo nervo temporal profundo posterior e temporal profundo anterior. O

nervo milo-hióideo, que é ramo do nervo alveolar inferior inervará os músculos

milo-hióideo e ventre anterior do músculo digástrico. O nervo bucal é o próximo

ramo abordado do nervo mandibular, o mesmo tem uma trajetória descendente

que margeia a mandíbula pela face medial e cruza a borda anterior do ramo da

mandíbula e segue para a vestibular para inervar a mucosa jugal, comissura

bucal superior e inferior e mucosa gengival e alveolar por vestibular dos molares

inferiores. O nervo aurículotemporal segue para posterior e para cima e irá

inervar parte da região temporal, parte superior da orelha externa, ATM e meato

acústico externo, membrana do tímpano e glândula parótida. Os ramos mais

calibrosos do nervo mandibular são o nervo lingual que transita para baixo e

após para frente passando próxima a margem superior do rebordo alveolar por

língua e conforme se anterioriza também se aprofunda para inervar toda a

mucosa gengival e alveolar de terceiro molar a incisivo central inferior, os 2/3

anterior da língua (sensitivo) e soalho bucal. Já o nervo alveolar inferior, após

emitir o nervo-milo-hióideo, penetra na mandíbula através do forame da


mandíbula e segue para baixo e após para frente pelo canal mandibular. O

mesmo irá inervar molares inferior além da tábua óssea vestibular e lingual dessa

região. Próximo aos pré-molares inferiores, na altura do forame mentual o nervo

alveolar inferior irá se bifurcar em dois ramos, um segue internamente na

mandíbula e agora passa a se chamar nervo incisivo, que irá inervar pré-

molares, canino e incisivos inferior, além da tábua óssea vestibular e lingual

dessa região. Já o nervo mentual, irá se exteriorizar via forame mentual e irá

inervar apenas tecido mole como mucosa gengival e alveolar por vestibular de

pré-molares e incisivos inferiores, mucosa do lábio inferior, mucosa do

vermelhão do lábio inferior e pele do mento.

Fonte: MADEIRA, M.C.; RIZZOLO, R. J. C. Anatomia da Face. 8ª edição, Sarvier: São

Paulo, 2017

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