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Anestesiologia • raiz motora (menor): acompanha o nervo mandibular

Por Maria Eduarda Athaide (v3), supre os músculos mastigatórios (masseter,


temporal, pterigoide medial, pterigoide lateral), milo-
Objetivo geral: relacionar os conceitos de anatomia, hióideo, ventre anterior do digástrico, tensor do
anestesiologia e terapêutica, baseando na integração tímpano, tensor do véu palatino.
entre os conteúdos, para obter sucesso nas técnicas Ao sair do crânio através de seus respectivos forames,
anestésicas. as três divisões do nervo trigêmeo dividem-se em
Objetivos específicos: empregar os recursos e técnicas vários ramos sensitivos.
anestésicas disponíveis, dominando cada condição
clínica específica, para o sucesso no bloqueio da dor;
empregar o sal anestésico adequado para cada caso,
com base no domínio da sua relação com a condição
sistêmica do seu paciente, para realizar um
procedimento odontológico seguro; habilitar na prática
das diversas técnicas anestésicas, compilando os
ensinamentos teóricos e práticos; determinar a
importância do controle da terapêutico durante o
tratamento odontológico, dominando os mecanismos I. Nervo oftálmico (v1): deixa o crânio pela fissura
fisiológicos envolvidos, para realizar uma terapia orbital superior e dirige-se para a órbita. Primeiro ramo
odontológica eficaz. do nervo trigêmeo; puramente sensitivo, menor das
três divisões; supre o globo ocular, a conjuntiva, a
Inervação da cavidade oral- aula 1 glândula lacrimal, partes da mucosa do nariz e dos
Anestesia local: método de controle da dor mais seios paranasais e a pele da testa, das pálpebras e do
utilizado na odontologia com grande eficiência, nariz; divide-se em: nervos nasociliar, frontal e
quando obedecemos todos os princípios básicos. lacrimal.
Sucesso: conhecimentos anatómicos, técnica de
injeção básica, técnica específica. II. Nervo maxilar (v2): deixa o crânio pelo forame
Inervação sensitiva da cabeça e pescoço: é feita por redondo, dirigindo-se para a fossa pterigopalatina.
meio de nervos cranianos e de ramos terminais dos Segundo ramo do nervo trigêmeo; nervo sensitivo.
nervos espinais cervicais. Os nervos cranianos podem Supre a pele (porção média da face, pálpebra inferior,
ser sensitivos ou motores, mas também mistos. lateral do nariz, lábio superior), a mucosa (nasofaringe,
seio maxilar, palato mole, tonsila palatina, palato duro)
Nervos cranianos: 12 nervos cranianos; estrutura pares; e os dentes e tecidos periodontais superiores.
parte do sistema nervoso periférico; passam através + fossa pterigopalatina: órbita (fissura orbital inferior),
dos forames ou fissuras na cavidade craniana; fossa média do crânio (forame redondo), cavidade
• as fibras aferentes ligam-se a receptores periféricos e nasal (forame estenopalatino), palato (canais palatinos
conduzem os estímulos destes ao sistema nervoso maior e menor), fossa infratemporal (fissura
central. pterigomaxilar).
• as fibras eferentes conduzem estímulos do sistema • ramos internos do crânio:
nervoso para órgãos efetuadores, como os músculos e a. nervo meningeo médio.
as glândulas. • ramos dentro da fossa pterigopalatina:
a. nervo zigomático= nervo zigomaticotemporal e
nervo zigomaticofacial.
b. nervos pterigopalatinos= ramos orbitais;
- ramos nasais= penetra na cavidade nasal por meio do
forame esfenopalatino e divide-se em: ramos nasais
posteriores superiores (inervam a parte posterior das
conchas nasais superior e média), ramos nasais
posteriores inferiores (inervam a parte posterior das
conchas nasais média e inferior) e
Nervo nasopalatino*= dirige-se anteriormente sob a
mucosa do septo nasal até chegar ao canal incisivo.
Atravessa, então, o canal e emerge pelo forame
Nervo trigêmeo: v par craniano; nervo misto;
incisivo na cavidade oral; os nervos nasopalatinos
sensibilidade cabeça; maior dos cranianos.
direito e esquerdo emergem juntos através desse
• raiz sensitiva (maior): conduz impulsos de
forame; inervação sensitiva da mucosa do septo nasal e
sensibilidade geral da pele da face, conjuntiva ocular e
do palato, na região da pré-maxila).
córnea, mucosa oral, parte da mucosa nasal, seios
- ramos palatinos=
paranasais, dentes, 2/3 anteriores da língua e maior
Nervo palatino maior*= alcança a cavidade oral por
parte da dura-mater craniana.
meio do canal e do forame palatino maior e dirige-se
anteriormente até a região de primeiro pre-molar;
inervação sensitiva da mucosa do palato duro até a
região de pré-molares) e + fossa infratemporal: fossa temporal( abertura entre o
Nervo palatino menor (alcança a cavidade oral por arco zigomático e o resto do crânio), órbita (fissura
meio do canal e do forame palatino menor e dirige-se orbital inferior), fossa pterigopalatina (fissura
posteriormente; inervação sensitiva da mucosa do pterigomaxilar), fossa média do crânio (forames oval e
palato mole, da úvula, da tonsila palatina e da região espinhoso).
adjacente. Nervo bucal*= é predominantemente sensitivo e o
- ramo faringeo. maior ramo da divisão anterior, porém conduz algumas
c. nervo alveolar superior posterior*. fibras motoras; inervação sensitiva da pele e da
• ramos dentro do canal infraorbital: penetra na órbita mucosa da bochecha e da gengiva vestibular, na região
pela fissura orbital inferior, onde passa a ser de molares inferiores.
denominado nervo infraorbital, que é a principal Nervo alveolar inferior*= é o nervo intermediário da
continuação anterior do nervo maxilar; na órbita, o divisão posterior. Ele tem trajeto descendente; antes de
nervo infraorbital percorre o sulco e o canal penetrar no forame da mandíbula, ele emite o nervo
infraorbital, emergindo na face pelo forame de mesmo milo-hióideo, um pequeno ramo motor, para o ventre
nome. Ao longo do canal infraorbital, emite os ramos anterior do músculo digástrico e o músculo milo-
alveolares superiores médios e alveolares superiores hióideo; no canal, emite diversos ramos (dentais,
anteriores; divide-se em três ramos terminais: ramo interdentais e ósseos), que são responsáveis pela
palpebral inferior, ramo nasal lateral, ramo labial sensibilidade dos dentes, do periodonto e do osso
superior. trabecular da mandíbula. Próximo ao forame mentual,
a. nervo alveolar superior médio*= deixam o nervo o nervo alveolar inferior divide-se em seus ramos
infraorbital ainda na órbita, geralmente dentro do canal terminais, o nervo mentual e os ramos incisivos.
infraorbital. Estão presentes em cerca de 60% dos Nervo mentual: é um dos ramos terminais do nervo
indivíduos (quando ausentes, sua área de inervação é alveolar inferior. Ele emerge da mandíbula pelo
suprida pelos ramos alveolares superiores posteriores e forame mental e distribui-se para gengiva, mucosa e
alveolares superiores anteriores). Inervação sensitiva pele da região. Inervação sensitiva geral da pele do
da raiz mesiovestibular do primeiro molar superior, lábio inferior e do mento, e também da mucosa do
dos pré-molares superiores, do periodonto, da gengiva lábio inferior, até o fundo de saco vestibular e parte da
vestibular dessa área, do tecido ósseo da maxila e de gengiva inserida, da região de pré-molares a incisivos.
parte da mucosa do seio maxilar. Ramos incisivos= dirigem-se anteriormente por um
b. nervo alveolar superior anterior*= deixam o canal trajeto intraósseo por meio dos espaços trabeculares da
ifraorbital cerca de 0,5 cm antes da emergência do mandíbula; inervação sensitiva geral da polpa e dos
forame infraorbital e alcançam os dentes por meio de ligamentos periodontais dos incisivos e caninos
pequenos canais ósseos na parede anterior da maxila. inferiores, da gengiva vestibular e do osso trabecular
Inervação sensitiva dos caninos e dos incisivos dessa região.
superiores, do periodonto, da gengiva vestibular dessa Nervo lingual*= é o ramo mais medial da divisão
região, do tecido ósseo da maxila e de parte da mucosa posterior. No espaço pterigomandibular, é mais
do seio maxilar. anterior e medial do que o nervo alveolar inferior e o
• ramos da face: acompanha, mantendo tal relação. Logo após sua
а. ramos palpebrais inferiores. origem, o nervo lingual recebe o nervo corda do
b. ramos nasais externos. tímpano (vii), o qual conduz impulsos gustativos
c. ramos labiais superiores. originados dos 2/3 anteriores da língua, assim como
fibras secretomotoras parassimpáticas do sna para as
glândulas submandibular e sublingual. No seu trajeto
anterior, localiza-se entre a língua e a mandíbula no
assoalho oral, passando acima do músculo milo-
hióideo; inervação sensitiva geral dos 2/3 anteriores da
língua, da gengiva lingual de todo o hemiarco inferior
e da mucosa do assoalho da cavidade oral.

III. Nervo mandibular (v3): deixa o crânio pelo forame


oval em direção à fossa infratemporal. Terceiro ramo
do nervo trigêmeo. A raiz motora inerva os músculos
da mastigação, além de outros músculos, também
derivados do primeiro arco branquial: ventre anterior
do músculo digástrico, músculo tensor do véu palatino,
músculo tensor do tímpano e músculo milo-hióideo. Materiais anestésicos- aula 2 parte 1:
• as agulhas devem ser trocadas após várias
Seringa: um dos três componentes essenciais do penetrações teciduais (três ou quatro) no mesmo
arsenal de anestesia local. paciente.
Carregamento reverso: tubete inserido na seringa a • atenção deve ser sempre dada à posição da ponta da
partir do lado inferior do tubo ou corpo da seringa. agulha descoberta, dentro ou fora da boca do paciente.
Seringa tipo carpule com aspiração: possui um arpão Isso minimiza o risco de possíveis danos ao paciente
que precisa perfurar o êmbolo do anestésico, deverá ou ao dentista.
puxar o embolo para trás para aspiração. Arpão • as agulhas devem ser descartadas adequadamente
pressiona tubete anestésico e permite identificar se após o uso para evitar possíveis ferimentos ou
houve injeção intravascular. reutilização por pessoas não autorizadas.
Seringa com auto aspiração (refluxo): sistema que • as agulhas contaminadas nunca devem ser descaradas
forma pressão negativa no tubete anestésico e permite em recipientes de lixo abertos.
identificar se houve injeção intravascular. Apresenta
uma projeção metálica no interior da carpule que Tubetes: cilindro contendo o anestésico local e outras
deprime o diafragma e direciona a agulha para dentro substâncias; são vendidos em embalagens
do tubete. esterilizadas; podem ser plásticas ou de vidro.
+ sistemas de administração de anestésicos locais Partes:
controlados por computador (c-clad): projetado para • Batoque de borracha: local onde tem dispositivo que
melhorar a ergonomia e a precisão da seringa faz pressão negativa.
odontológica, requer compra de dispositivo e curva de • Diafragma de borracha: local que a agulha é inserida.
aprendizado. Composição:
Sistema the wand sta: permite ao cirurgião dentista • Sal anestésico: bloqueia a condução nervosa.
manejar precisamente a posição da agulha com a • Cloreto de sódio: isotonicidade da solução.
acurácia das pontas dos dedos e administrar o • Agua estéril: volume.
anestésico local com um controle ativado pelo pé. • Vasoconstritor: aumenta a profundidade e a duração
Dentapen: dispositivo portátil operado por bateria que da anestesia; diminui do anestésico local.
permite três fluxos de injeção: rápido (30 s/me), médio • Melabissulfito de sódio: antioxidante.
(60 s/ml) e lento (90 s/ml). Fluxo da anestesia aumenta • Metilparabeno: agente bacteriostático
gradualmente para fornecer uma injeção indolor. Complicações: bolha no tubete, queimação durante a
injeção, vazamento durante a injeção, tubete quebrado.
Agulhas: pré-esterilizadas e descartáveis (em aço
inox). Técnicas básicas de injeção- aula 2 parte 2:
Partes: Passo l: uso de agulha esterilizada.
• Bisel: define a extremidade ou ponta da agulha. O Passo 2: verificação do fluxo da solução de anestésico
bisel da agulha deve ser virado para o periósteo, local.
trazendo o tecido de encontro à agulha. Passo 3: aquecimento do tubete anestésico ou da
• Haste: pedaço longo de metal tubular que vai da seringa.
ponta da agulha, através do canhão, até a parte que Passo 4: posicionamento do paciente.
penetra no tubete. Passo 5: secagem do tecido.
• Canhão. Passo 6: aplicação de antisséptico tópico (opcional).
• Extremidade: penetração no tubete. Passo 7a: aplicação de anestésico tópico.
Fatores para seleção: Passo 7b: comunicação com o paciente.
Calibre: o ideal é trabalhar com diâmetros 25, 27 e 30, Passo 8: estabelecimento de apoio firme para a mão.
para que não atrapalhe o refluxo sanguíneo; as agulhas Passo 9: manutenção do tecido esticado.
mais comumente usadas em odontologia são a agulha Passo 10: manutenção da seringa fora da linha de visão
curta de calibre 30 e a agulha longa de calibre 27. do paciente.
Comprimento: pode ser: longo, curto e extra curto; o Passo 11a: inserção da agulha na mucosa.
comprimento de uma agulha curta, medido de ponta a Passo 11b: observação e comunicação com o paciente.
ponta, está entre 20 e 25 mm, com um padrão de cerca Passo 12: avanço gradual da agulha em direção ao
de 20 mm, enquanto a agulha longa odontológica mede alvo.
entre 30 e 35 mm, com um padrão de Passo 13: aspiração.
aproximadamente 32 mm. Uma agulha longa é Passo 14: depósito lento da solução anestésica.
preferida para todas as técnicas de injeção nas quais a Passo 15: retirada lenta da seringa.
penetração de aproximadamente 20 ml ou mais de Passo 16: observação do paciente.
tecido mole é necessária (p. Ex., bloqueio nervoso
alveolar inferior, mandibular gow-gates, mandibular Infiltração local: a anestesia é realizada na mesma área
akinosi-vazirani, infraorbital, maxilar v2). do procedimento. Exemplo: administração de
Cuidados: anestésico na papila interproximal antes do alisamento
• as agulhas nunca devem ser usadas em mais de um radicular.
paciente.
Bloqueio de campo: infiltrativa; injeção Injeção no ligamento periodontal (lpd/intraligamentar):
supraperiosteal. O anestésico local é depositado perto recomendada como adjuvante às outras técnicas ou
das terminações nervosas terminais maiores. O para um número limitado de protocolos de tratamento.
procedimento será realizado longe do local da injeção. Injeção intrapulpar: indicada quando o controle da dor
Exemplo: injeções maxilares administradas acima do é necessário para extirpação pulpar ou algum outro
ápice do dente. endodôntico tratamento na ausência de anestesia
Bloqueio do nervo: o anestésico local é depositado adequada proveniente de outras técnicas.
próximo ao tronco nervoso principal, localizado Injeção intrasseptal: recomendada principalmente para
distante do local do procedimento cirúrgico. Exemplo: as técnicas cirúrgicas periodontais.
injeções no nervo alveolar Injeção intra-óssea: recomendada para um dente
Superior posterior (nasp), nervo alveolar inferior (nai) (principalmente os molares inferiores) quando outras
e nervo nasopalatino. técnicas falharam.

Técnicas anestésicas:
Anestesia local: método de controle da dor mais
utilizado na odontologia com grande eficiência,
quando obedecemos todos os princípios básicos.
Sucesso: conhecimentos anatômicos, técnica de ineção
básica, técnica específica.

Técnicas de injeção maxilar:


Supraperiosteal (infiltrativa): técnica mais utilizada
para a obtenção da anestesia pulpar nos dentes
superiores; infiltrativa; injeção paraperiosteal. Agulha
Técnicas de injeção: curta 27g.
Supraperiosteal (infiltração): técnica mais utilizada Indicação: anestesia de qualquer dente maxilar.
para a obtenção da anestesia pulpar nos dentes Área de inserção: altura do sulco mucovestibular
superiores. Infiltração local, injeção paraperiosteal. (fundo de saco), acima do ápice do dente a ser
Nervos anestesiados: os grandes ramos terminais do anestesiado.
plexo dentário. Área anestesiada: toda a região inervada pelos grandes
Áreas anestesiadas: toda a região inervada pelos ramos terminais desse plexo (polpa e
grandes ramos terminais desse plexo: polpa e área Área radicular do dente, periósteo, tecido conjuntivo e
radicular do dente, periósteo, tecido conjuntivo e mucosa vestibular).
mucosa vestibular. Orientação do bisel: em direção ao osso.
Indicações: anestesia pulpar dos dentes superiores, Técnica: levantar o lábio e tensionar o tecido, secar a
quando o tratamento estiver limitado a um ou dois mucosa com gaze estéril e aplicar anestésico tópico,
dentes. Anestesia do tecido mole, para procedimentos introduzir a agulha na prega mucojugal acima do ápice
cirúrgicos em área circunscrita. do dente a ser anestesiado, orientar o bisel da agulha
Técnica: agulha curta 27g. Área de inserção: altura do voltado para a superfície óssea, introduzir a agulha
sulco mucovestibular (fundo de saco), acima do ápice lentamente e em uma única direção até que atinja a
do dente a ser anestesiado. Área-alvo: região apical do região apidal ou supra-apical do elemento dental a ser
dente a ser anestesiado. Pontos de referência: sulco anestesiado, injetar o anestésico lentamente (realizando
mucovestibular, coroa clínica do dente, contorno da refluxo ou aspiração) na quantidade de
raiz do dente. aproximadamente 0,6 ml ou 1/3 do tubete anestésico,
• orientação do bisel: em direção ao osso. retirar a agulha cuidadosamente, aguardar 3 a 5
• levantar o lábio e tensionar o tecido. minutos para o efeito
• secar a mucosa com gaze estéril e aplicar anestésico Anestésico.
tópico. Bloqueio do nervo alveolar superior posterior (asp):
• introduzir a agulha na prega mucojugal acima do bloqueio da tuberosidade baixa; alto índice de sucesso
ápice do dente a ser anestesiado (> 95%); deve-se verificar a profundidade da
• orientar o bisel da agulha voltado para a superfície penetração da agulha (16 mm).
óssea. Vantagem: minimiza o número de injeções e o volume
• introduzir a agulha lentamente e em uma única da solução.
direção até que atinja a região apical ou supra-apical Áreas anestesiadas: polpa do terceiro, segundo e
do elemento dental a ser anestesiado. primeiro molares superiores (primeiro mola inteiro =
• injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou 72% de índice de sucesso; raiz mesiovestibular do
aspiração) na quantidade de aproximadamente 0,6 ml primeiro molar superior não anestesiada = 28% dos
ou 1/3 do tubete anestésico. bloqueios do nervo asp). Agulha curta 27g;
• retirar a agulha cuidadosamente. Periodonto e osso vestibular cobrindo esses dentes.
• aguardar 5 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Área de inserção: altura do sulco mucovestibular Pontos de referência: sulco mucovestibular; rebordo
acima do segundo molar superior; infraorbital; forame infraorbital.
Pontos de referência: sulco mucovestibular; Orientação do bisel: em direção ao osso.
tuberosidade da maxila; processo zigomático da Técnica: secar a mucosa com gaze estéril e aplicar
maxila. anestésico tópico; localizar o forame infraorbital;
Orientação do bisel: em direção ao osso. manter o dedo sobre o forame; afastar o lábio, puxando
Técnica: secar a mucosa com gaze estéril e aplicar os tecidos no sulco mucovestibular e aumentando a
Anestésico tópico; tensionar os tecidos no local da visibilidade; inserir a agulha na altura do sulco
injeção; avançar a agulha lentamente para dentro/ para mucovestibular sobre o primeiro pré-molar, com o
trás/ para cima em um só movimento (ângulo de 45º bisel voltado para o osso; orientar a seringa em direção
com o plano oclusal); injetar o anestésico lentamente ao forame infraorbital; manter a agulha paralela ao
(realizando refluxo ou aspiração) na quantidade de longo eixo do dente à medida que ela avança para
aproximadamente 0,9 a 1,8 ml de solução anestésica; evitar o contato prematuro com o osso; avançar a
retirar a agulha cuidadosamente; aguardar 3 a 5 agulha lentamente até que o osso seja suavemente
minutos para o efeito anestésico. tocado: o ponto de contato deve ser a borda superior do
Bloqueio do nervo alveolar superior médio (asm): forame
presente em cerca de 28% da população; alto índice de Infraorbital; a profundidade média da penetração da
sucesso; agulha curta 27g. agulha é de 16 mm; injetar o anestésico lentamente
Vantagem: minimiza o número de injeções e o volume (realizando refluxo ou aspiração) na quantidade de
da solução. aproximadamente 0,9 a 1,2 ml de solução anestésica;
Áreas anestesiadas: polpa dos pré-molares superiores e retirar a agulha cuidadosamente; aguardar 3 a 5
raiz mesiovestibular do primeiro molar superior. minutos para o efeito anestésico.
Tecido periodontal e osso vestibular sobre esses • para bloqueio dos nervos alveolar superior médio e
mesmos dentes. anterior, necessário realizar as seguintes manobras:
Indicações: quando há falha no bloqueio do nervo asp manter pressão firme com o dedo sobre o local da
no fornecimento de anestesia pulpar do primeiro molar injeção de forma a aumentar a difusão da solução
superior. Procedimentos odontológicos que envolvam anestésica para o forame infraorbital; manter a pressão
apenas os pré-molares superiores. digital direta sobre o local da injeção durante 1 a 2
Área de inserção: altura do sulco mucovestibular, minutos após a aplicação do anestésico;
acima do segundo pré-molar superior. Bloqueio do nervo maxilar (v2, segunda divisão):
Pontos de referência: sulco mucovestibular, acima do método eficaz para obtenção de anestesia profunda de
segundo pré-molar superior; uma hemiarcada; indicada em procedimentos
Orientação do bisel: em direção ao osso. cirúrgicos muito extensos. Bloqueio do nervo maxilar,
Técnica: injetar o anestésico lentamente (realizando abordagem pelo alto da tuberosidade
refluxo ou aspiração) na quantidade de Bloqueio do nervo maxilar, abordagemdo canal
aproximadamente 0,9 a 1,2 ml de solução anestésica; palatino maior. Agulha longa 25g ou 27g.
retirar a agulha cuidadosamente; aguardar 3 a 5 Nervos anestesiados: o nervo maxilar e todas as suas
minutos para o efeito anestésico. divisões periféridas em relação ao local da injeção.
Bloqueio do nervo alveolar superior anterior (asa): Áreas anestesiadas: regiões temporal anterior e
ramo terminal do nervo maxilar, que caminha em zigomática; pálpebra inferior; asa do nariz; lábio
direção à face, depois de percorrer o canal infraorbital. superior; dentes superiores da hemimaxila; osso
Agulha longa 25g ou 27g. alveolar e estruturas adjacentes; palatos duro e mole;
Áreas anestesiadas: polpa dos incisivos centrais tonsila; parte da faringe; septo e assoalho nasal.
superiores até o canino, no lado anestesiado. Em Área de inserção: altura da prega mucojugal acima da
aproximadamente 72% dos pacientes, a polpa dos pré- face distal do segundo molar superior;
molares superiores e a raiz mesiovestibular do Área-alvo: nervo maxilar no ponto onde ele atravessa a
primeiro molar superior. Periodonto e o osso vestibular fossa pterigopalatina.
(labial) desses mesmos dentes. Pálpebra inferior, Pontos de referência: sulco mucovestibular;
lateral do nariz, lábio superior. tuberosidade
Indicações: procedimentos odontológicos que Da maxila; processo zigomático da maxila.
envolvam mais de dois dentes anteriores superiores Orientação do bisel: voltado para o osso;
(incisivos até pré-molares) e seus tecidos vestibulares Técnica: tensionar os tecidos no local da injeção; secar
sobrejacentes. Inflamação ou infecção. Quando as a mucosa com gaze estéril e aplicar anestésico tópico;
injeções supraperiosteais forem ineficazes por causa da introduz-se a agulha avançando lentamente para cima,
densidade do osso cortical. para dentro e para trás em um só movimento,
Área de inserção: altura do sulco mucovestibular, formando um ângulo de 45° com o plano oclusal; a
acima do primeiro pré-molar superior. profundidade da injeção da agulha é de
Área-alvo: forame infraorbital (abaixo do rebordo aproximadamente 30 mm; injetar o anestésico
infraorbital). lentamente (realizando refluxo ou aspiração) na
quantidade de aproximadamente 1,8 ml de solução
anestésica; retirar a agulha cuidadosamente; aguardar 3 primeiro molar; injeção supraperiosteal para a
a 5 minutos para o efeito anestésico. anestesia pulpar dos incisivos
Bloqueio do nervo palatino maior: agulha curta 27g. Centrais e laterais; bloqueio do nervo mandibular pela
Nervos anestesiados: nervo palatino maior. técnica de gow-gates; bloqueio do nervo mandibular
Áreas anestesiadas: porção posterior do palato duro e pela técnica de vazirani-akinosi (boca fechada).
tecidos moles sobrejacentes, limitando-se Nervos anestesiados: nervo alveolar inferior, um ramo
anteriormente à área do primeiro pré-molar e da divisão posterior da divisão mandibular do nervo
medialmente pela linha média. trigêmeo (v3), nervo incisivo, nervo mentual, nervo
Área de inserção: tecido mole ligeiramente anterior ao lingual.
forame palatino maior entre primeiro e segundo Áreas anestesiadas: dentes inferiores até a linha média;
molar). corpo da mandíbula, porção inferior do ramo;
Via de inserção: avanço da seringa do lado oposto da mucoperiósteo vestibular, mucosa anterior ao forame
boca em ângulo reto à área-alvo. mentual (nervo mentual); 2/3 anteriores da língua e
Orientação do bisel: em direção aos tecidos moles assoalho da cavidade bucal (nervo lingual); tecidos
palatinos. moles linguais e periósteo (nervo lingual).
Técnica: secar a mucosa com gaze estéril e aplicar Área de inserção: face interna do ramo mandibular.
anestésico tópico; posicionar a agulha de forma a que Área-alvo: nervo alveolar inferior à medida que ele
faça um ângulo reto com a região palatina; introduzir a passa inferiormente em direção ao forame mandibular,
agulha lentamente na profundidade média de 4mm; mas antes de adentrar o forame.
injeta-se a solução lentamente na quantidade de 0,25 a Pontos de referência: incisura coronoide (maior
0,5 ml de anestésico; retirar a agulha cuidadosamente; concavidade da borda anterior do ramo), rafe
aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestésico. pterigomandibular, plano oclusal dos posteriores
Bloqueio do nervo nasopalatino: injeção inferiores dentes (1 ст acima).
potencialmente muito traumática. Agulha curta 27g. Profundidade de penetração: a profundidade da
Vantagem: possibilita alcançar ampla área de anestesia penetração é de 20 a 25 mm (2/3 a 3/4 do comprimento
do tecido mole palatino, minimizando a necessidade de de uma agulha longa ou todo comprimento de uma
várias injeções. agulha curta).
Área de inserção: a mucosa palatina, lateral à papila Sucesso da técnica: dormência do lábio inferior e
incisiva (localizada na linha média atrás dos incisivos borda lateral da língua do lado anestesiado.
centrais). Técnica: secar a mucosa com gaze estéril e aplicar
Área-alvo: forame incisivo, abaixo da papila incisiva; anestésico tópico; introduzir a agulha seguindo os
Pontos de referência: incisivos centrais e papila parâmetros anteriores até tocar o osso, então recuá-la 1
incisiva. mm para que não ocorra injeção subperióstea; injetar
Via de inserção: aproximar-se do local da injeção em lentamente a solução anestésica, realizando refluxo ou
ângulo de 45° em direção à papila incisiva. aspiração, aproximadamente 1 ml do anestésico
Orientação do bisel: em direção aos tecidos moles durante, no mínimo, 60 segundos. Seringa entra
palatinos. contralateral, pelo lado área de pré- molares; contato
• técnica várias penetrações da agulha (agulha curta ósseo, recuar 1 mm; aspirar e infiltrar 2/3 do tubete;
27g), área de inserção: freio do lábio, na linha média, recuar 1/3 da agulha e injetar mais 0,5 ml, para
entre os incisivos centrais superiores); papila anestesia do nervo lingual; retirar a agulha
interdental, entre os incisivos centrais superiores; se cuidadosamente; aguardar 3 a 5 minutos, para o efeito
necessário, tecidos moles palatinos, laterais à papila anestésico.
incisiva. Falhas na técnica: inserção excessiva sem contato com
Primeira injeção: infiltração no freio do lábio; o osso, a agulha está posterior ao ramo mandibular e
Segunda injeção: agulha mantida em ângulo reto em abaixo do forame mandibular. Injeção do anestésico
relação à papila interdental; abaixo do forame mandibular; injeção do anestésico
Terceira injeção: agulha mantida em ângulo de 45° em anterior e lateralmente ao ramo; inervação sensitiva
relação à papila incisiva. acessória dos dentes mandibulares; anestesia
incompleta dos incisivos centrais ou laterais.
Técnicas de injeção mandibular: Complicações: hematoma local; trismo (dor muscular
V3- fibras sensitivas e fibras motoras. ou movimentos limitados); paralisia facial transitória
Bloqueio do nervo alveolar inferior: bloqueio do nervo por injeção anestésica muito posteriormente ao ramo
mandibular; técnica com maior percentual de mandibular, com difusão do anestésico para o corpo da
insucesso, devido a grande variação anatômica entre os parótida.
pacientes. Deve-se verificar a profundidade da Bloqueio do nervo lingual:
penetração da agulha; aspiração positiva: 10 a 15% Nervos anestesiados: nervo lingual.
(grande quantidade de vasos calibrosos próximos). Áreas anestesiadas: dois terços anteriores da língua,
Alternativas: bloqueio do nervo mentual para a soalho da boca e mucoperiósteo da face lingual da
anestesia dos tecidos moles vestibulares, anteriores ao mandíbula.
Técnica: a profundidade da injeção em que será Orientação do bisel: voltado para o osso.
depositada a solução anestésica será menor pelo fato Bloqueio do nervo mandibular- técnica gow gates:
de o nervo lingual posicionar-se mais superficialmente Bloqueio do nervo mandibular (ou v3), produzindo
que o nervo alveolar inferior; introduzir a agulha anestesia sensitiva em praticamente toda a distribuição
seguindo os parâmetros da técnica de bloqueio do desta divisão do nervo trigêmeo; alto índice de
alveolar inferior em uma profundidade de 5 a 10 mm. sucesso; menor incidência de aspiração positiva (2%).
Bloqueio do nervo bucal: Nervos anestesiados: nervos alveolar inferior,
Alto índice de sucesso; técnica fácil; indicado quando mentoniano, incisivo, lingual, milo-hióideo,
será necessário a manipulação dos tecidos moles auriculotemporal e bucal.
vestibulares adjacentes aos molares inferiores; agulha Áreas anestesiadas: dentes inferiores até a linha média.
curta 27g. Mucoperiósteo e mucosa vestibulares do lado da
Área de inserção: mucosa vestibular do dente molar injeção. Dois terços anteriores da língua e assoalho da
mais cavidade bucal. Tecidos moles e periósteo linguais.
Distal do arco mandibular (geralmente terceiro molar); Corpo da mandíbula, porção inferior do ramo. Pele
Pontos de referência: molares inferiores e a prega sobre o zigoma, porção posterior da bochecha e
mucojugal. regiões temporais.
Orientação do bisel: voltado para o osso Indicação: quando o bnai convencional não tem êxito.
Técnica: secar a mucosa com gaze estéril e aplicar Agulha longa 27g.
anestésico tópico; tracionar os tecidos moles da região Área de inserção: mucosa no lado medial do ramo da
vestibular para melhor visualização da região e tornar mandíbula, em uma linha que vai da incisura
o mais atraumática possível a penetração da agulha; intertrágica até o canto da boca, distal ao segundo
introduzir a agulha no fundo de vestíbulo da região molar superior.
vestibular do último molar. A profundidade de Área-alvo: lateral do colo do côndilo mandibular, logo
penetração deve ser de 2 a, no máximo, 4 mm; injetar abaixo da inserção do músculo pterigóideo lateral.
o anestésico lentamente (realizando refluxo ou Pontos de referência intraoral: altura da injeção: logo
aspiração) na quantidade de aproximadamente 0,3 ml abaixo da cúspide mesiopalatina do segundo molar
de solução anestésica; retirar a agulha cuidadosamente; superior; penetração dos tecidos moles: distal a0
aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestésico. segundo molar superior.
Bloqueio do nervo mentual: Técnica: o profissional deve colocar-se à direita e
Nervos anestesiados: nervo mentual, um ramo terminal ligeiramente à frente do paciente; o paciente deve
do nervo alveolar inferior. manter a boca amplamente aberta até que a injeção
Áreas anestesiadas: mucosa vestibular anterior ao seja concluída; traça-se uma linha imaginária da
forame mental (em torno do segundo pré-molar) até a comissura da boca até a incisura intertrágica;
linha média e a pele do lábio inferior e queixo. Bloqueio mandibular com a boca fechada de vazirani-
Indicações: quando é necessária a anestesia do tecido akinosi:
mole vestibular para os procedimentos na mandíbula, Bloqueio do nervo mandibular com a boca fechada;
anteriores ao forame mentual, como: biópsias de tecido técnica da tuberosidade.
mole e sutura de tecido mole. Nervos anestesiados: nervos alveolar inferior, incisivo,
Agulha curta 27g. mentoniano, lingual e milo-hióideo.
Área de inserção: prega mucojugal na direção de pré- Áreas anestesiadas: dentes inferiores até a linha média.
molares inferiores, sendo a área-alvo o nervo Corpo da mandíbula e porção inferior do ramo.
mentoniano (situado entre os ápices dos pré-molares Mucoperiósteo e mucosa vestibular anteriores ao
mandibulares). forame mentual. Os dois terços anteriores da língua e o
Pontos de referência: pré-molares inferiores e a prega assoalho da cavidade bucal (nervo lingual). Tecidos
mucojugal. moles e periósteo linguais (nervo lingual).
Orientação do bisel: voltado para o osso. Indicações: abertura limitada da boca; incapacidade de
Técnica: injetar lentamente a solução anestésica, visualizar os pontos de referência para o bnai.
realizando refluxo ou aspiração, aproximadamente 0,5 Agulha longa 27g.
a 1 me de anestésico, durante no mínimo 60 segundos; Área de inserção: tecido mole sobrejacente à borda
retirar a agulha cuidadosamente; aguardar 3 a 5 medial (lingual) do ramo da mandíbula, diretamente
minutos para o efeito anestésico. adjacente à tuberosidade maxilar na altura da junção
Bloqueio do nervo incisivo: mucogengival adjacente ao terceiro molar superior.
Ramo direto do nervo alveolar inferior, originado Técnica: o corpo da seringa é posicionado
como uma continuação direta dele; o anestésico deve paralelamente ao plano oclusal maxilar, a agulha ao
ser injetado adjacente ao forame mentoniano, e, sob nível da junção mucogengival do terceiro molar
pressão, direcionar a solução anestésica para o interior maxilar; orientar a agulha posterior e ligeiramente para
do canal; agulha curta 27g. o lado, de forma a que avance tangenciando o processo
Desvantagens: não fornece anestesia lingual. alveolar maxilar posterior e paralela ao plano de
Área de inserção: sulco mucovestibular no forame oclusão maxilar; avançar a agulha posteriormente (25
mentual, ou anterior a este.
mm) até os tecidos na face medial do ramo Dose letal: dose que leva o organismo a falência
mandibular. (morte) generalizada.
Dose máxima: maior quantidade de uma droga capaz
Farmacologia geral: de produzir efeitos terapêuticos.
Pharmakon signo droga, fármaco ou medicamento. Dose mínima: menor quantidade de uma droga capaz
Ciência que estuda as alterações provocadas no de produzir efeitos terapêuticos (eficácia).
organismo Dose tóxica: maior quantidade de uma droga que causa
Pelas drogas ou medicamentos. Estudo dos efeitos das efeitos adversos.
substâncias químicas sobre a função Posologia: é o estudo das doses.
Dos sistemas biológicos. Pró-droga: substância química que precisa
transformar-se no organismo afim de tornar-se uma
Áreas: droga ativa.
Farmacocinética: é o caminho que o medicamento faz Placebo: “vou agradar”. Em farmacologia significa
no organismo. Não estuda o mecanismo de ação, mas uma substância inativa administrada para satisfazer a
sim as etapas que a droga sofre desde a administração necessidade psicológica do paciente.
até a excreção: absorção, distribuição, Reações adversas: qualquer resposta prejudicial ou
biotransformação e excreção. indesejável e não intencional que ocorre com
Farmacodinâmica: estuda os efeitos fisiológicos dos medicamentos para profilaxia, diagnóstico, tratamento
fármacos nos organismos. Mecanismos de ação. de doença ou modificação de funções fisiológicas.
Relação entre concentração do fármaco e efeito. O Efeito colateral: efeito diferente daquele considerado
efeito da droga nos tecidos. como principal por um fármaco. Esse termo deve ser
Farmacotécnica: estuda o preparo, a manipulação e a distinguido de efeito adverso, pois um fármaco pode
conservação dos medicamentos o desenvolvimento de causar outros efeitos benéficos além do principal
novos produtos, relação com o meio biológico, Ex: a morfina e seus derivados são fármacos que, além
técnicas de manipulação, doses, formas farmacêuticas, da analgesia (seu efeito principal), provocam
interações físicas e químicas entre os princípios ativos sonolência, depressão respiratória e constipação
visando conseguir melhor aproveitamento dos seus intestinal como reações adversas ou efeitos colaterais.
efeitos benéficos no organismo. Tipos de medicamentos:
Farmacoterapêutica: refere-se ao uso de medicamentos Medicamento genérico à contém o mesmo princípio
para o tratamento das enfermidades (farmacologia ativo (na mesma dose e forma farmacêutica) de um
clínica). Envolve não só o uso de medicamentos, como medicamento de referência. É administrado pela
também outros meios para a prevenção, diagnóstico e mesma via e tem indicação idêntica. E o mais
tratamento das enfermidades. Esses meios envolvem importante: é tão seguro e eficaz quanto o
cirurgia, radiação e outros. medicamento de marca, mas em geral custa menos.
Imunofarmacologia: área nova que tem se Biodisponibilidade: é a fração de um fármaco
desenvolvido muito graças à possibilidade de se administrado que é levado à circulação sistêmica.
interferir, através do uso de drogas, na realização dos Bioequivalência: quando um fármaco pode ser
transplantes e de se utilizar com fins terapêuticos substituído por outro sem consequências clínicas
substâncias normalmente participantes da resposta adversas.
imunológica Tempo 1/2 vida: é o tempo necessário para que a
concentração plasmática do fármaco chegue em 50 %.
Conceitos básicos: É utilizado para o cálculo da posologia.
Droga: qualquer substância química, exceto alimentos, Estado de equilíbrio estável: indica quando o fármaco
capaz de produzir efeitos farmacológicos, ou seja, atinge a concentração terapêutica.
provocar alterações em um sistema biológico. Especificidade: recíproca entre substâncias e ligantes.
Fármaco: sinônimo de droga. (substância se liga somente em determinados alvos e
Forma farmacêutica: forma de apresentação do os alvos só reconhecem determinada substância)
medicamento ä comprimido, drágea, pílula, xarope, nenhum fármaco é totalmente específico, o aumento da
colírio, entre outros. dose faz com que ele atue em outros alvos diferentes
Medicamento: droga ou preparação com drogas usadas provocando efeitos colaterais.
terapeuticamente. Agonistas: causam alterações na função celular,
Remédio: palavra usada pelo leigo como sinônimo de produzindo vários tipos de efeitos.
medicamento e especialidade farmacêutica. Antagonistas: substância que se liga ao receptor sem
Nome químico: diz respeito à constituição da droga. causar ativação impedindo consequentemente a ligação
Farmacopéia: livro que oficializa as do agonista.
drogas/medicamentos de uso corrente e consagrada Dessensibilização e taquifilaxia: diminuição do efeito
como eficazes. de um fármaco que ocorre gradualmente quando
Dose: quantidade a ser administrada de uma vez a fim administrado de modo contínuo ou repetidamente.
de produzir efeitos terapêuticos. Adaptação fisiológica: pode ocorrer uma diminuição
do efeito de um fármaco, devido à sua anulação por
uma resposta homeostátia. Ex: redução de efeitos Objetivo das diferentes formas: facilitar a
colaterias como náuseas e sonolência de alguns administração, absorção, fracionamento, posologia,
fármacos quando se dá a administração contínua. conservação.
Interação medicamentosa: evento clínico em que os Líquidos: soluções, emulsões, xaropes, elixires e
efeitos de um fármaco são alterados pela presença de loções.
outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente Xarope: medicamento + açúcar + água.
químico ambiental. Elixir: medicamento + açúcar + álcool.
Superdosagem (overdose): é a administração de doses Emulsão/suspensão: medicamento obtido pela
anormalmente elevadas de um fármaco. associação de dois componentes que não se misturam.
Hipersensibilidade: compreende as reações Deve ser agitado antes de usar.
imunológicas, que podem se manifestar como uma Sólidos: em pó ou em formatos sob a compressão
simples ur=cária ou até mesmo como uma reação como comprimido, drágea, pílula, cápsula e
anafilá=ca fatal. supositório.
Efeito paradoxal: é o efeito contrário ao esperado após Comprimidos: princípio ativo + excipiente são
a administração de um fármaco. Como exemplo, pode- submetidos à compressão em um molde geralmente
se citar a manifestação de intensa agitação após o uso cilíndrico. Uso: via oral (ingeridos ou sublingual).
de diazepam, ao invés de sedação desejada. Drágeas: são comprimidos revestidos por uma camada
de substância açucarada com ou sem corante.
Fatores que podem influenciar os processos Utilidade: evitar a degradação, proteção. Uso: via oral
farmacocinéticos: (não podem ser partidos).
Fatores relacionados ao paciente: idade, sexo, Cápsulas: medicamentos em pó, grânulos ou líquido,
tabagismo, consumo de álcool (efeito de sulfuram), envolvido em gelatina solúvel, que deve ser dissolvido
uso de outros medicamentos. no intestino. Uso: via oral (não podem ser abertas).
Estados fisiopatológicos: anemias, disfunção hepática, Supositórios: forma alongado, sendo sua base de
doenças renais, insuficiência cardíaca, infecção. glicerina, gelatina ou manteiga de cacau.
Pastosos: normalmente de uso tópico como geléias,
Tipos de medicamentos: cremes, pomadas.
Quanto à origem: Gasosos à recipientes cilíndricos especiais: balas e em
Natural: extraídos de órgãos ou glândulas (extrato de geral são administrados por inalação.
fígado); extraídos de fonte de minério e princípios
ativos de diversas plantas. Quantidade a ser administrada:
Sintética: substâncias preparadas em laboratórios por Dose: representa a quantidade de medicamento no
processos químicos. Têm composição e ação idênticas local de ação, necessária para produzir o efeito
aos produtos naturais. desejado.
Posologia: descreve a quantidade de um medicamento,
Vias de administração: caminho pelo qual uma droga é que deve ser administrado de uma só vez ou de modo
colocada em contato com o organismo. A fracionado num intervalo de tempo determinado para
biodisponibilidade interfere nas propriedades que a dose seja alcançada.
farmacocinéticas de uma droga.
Tópica: efeito local, aplicação diretamente onde Nomenclaturas: os medicamentos têm nomenclatura
deseja-se sua ação: específica para
Epidérmica: à aplicação sobre a pele Serem identificados.
Colírios: sobre a conjuntiva Nome químico: é um nome cientifico que descreve sua
Gotas otológicas: antibióticos e corticóides para otite estrutura atômica e molecular (não é empregado no dia
externa a dia da clínica).
intranasal: spray descongestionante nasal Medicamento genérico: uma forma simples de
Enteral: efeito sistêmico (não-local) , via trato identificar o medicamento
digestivo Nome comercial: nome de marca ou fantasia. Nome de
Pela boca: drogas na forma de tabletes, cápsulas ou marca é selecionado pelo fabricante e, o nome seguido
gotas. do símbolo - indica que o nome está registrado e
Por tubo gástrico: astrostomia, diversas drogas e pertence ao fabricante do medicamento.
nutrição enteral.
Parenteral: efeito sistêmico, por outra forma que não Grupos farmacológicos: anestésicos, diuréticos,
pelo trato digestivo. Injeção intravenosa, intra-arterial, analgésicos, antibióticos (anti- infectantes),
intramuscular, intracardíaca, subcutânea, intradérmica antidepressivos, antiparasitários, anticoagulantes,
e intraperitoneal. antissépticos,antitérmicos, anti-arritmicos, anti-
hipertensivos, hipolipemiantes, anticonvulsivantes,
Formas farmacêuticas: estado físico no qual se vitaminas, antifúngico, antiácidos.
apresenta um medicamento.
Interações medicamentosas: evento clínico em que os • intramuscular e subcutânea: afetadas pelo fluxo
efeitos de um fármaco são alterados pela presença de sanguíneo local, evita ação gástrica ou efeito de
outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente primeira passagem, auto administração (insulina),
químico ambiental. Constitui causa comum de efeitos superdosagem (gelo, vasoconstritor ou torniquete).
adversos. Quando dois medicamentos são Inalação: superfície de absorção brônquios e alvéolos
administrados, concomitantemente, a um paciente, eles inflamados, pouco efeito sistêmico, quanto menores as
podem agir de forma independente ou interagirem partículas dos fármacos mais eficientes.
entre si, com aumento ou diminuição de efeito Mucosa: pouco efeito sistêmico (corticosteróides e β-
terapêutico ou tóxico de um ou de outro. bloqueadores).
Tópico: absorção lenta, veiculação lipossolúvel
Farmacocinética: absorção, distribuição, aumenta a eficiência, influenciados pelo fluxo
biotransformação e excreção. sanguíneo, temperatura e área, efeito local (cortizol) e
Absorção: quando o medicamento atravessa barreiras efeito sistêmico (estrogênio e nicotina).
até atingir a circulação sanguínea. As barreiras são + fatores determinantes da velocidade e absorção:
basicamente constituídas pelas membranas celulares. fluxo sanguíneo na área de absorção (quanto maior,
Diretamente relacionada com a capacidade das drogas maior e mais rápida será a absorção), área de superfície
de atravessar as membranas. Administração absorvente (quanto maior, maior será a sua capacidade
intravenosa e intra-arterial pulam essa etapa. de absorção), número de barreiras a serem transpostas
Influenciam na absorção: “a polaridade/ionização da (é inversamente proporcional à quantidade absorvida e
molécula e a lipossolubidade estão mais à velocidade de absorção).
correlacionadas com a capacidade de atravessar as Distribuição: processo no qual a substância
barreiras do que o tamanho ou a massa molecular”. reversivelmente abandona a corrente sanguínea e passa
Tamanho da molécula do fármaco e ionização: para as células ou tecidos. Os medicamentos atingem
Molécula grande e hidrossolúvel (polar / ionizado): os diferentes tecidos com velocidades diferentes,
difícil absorção. dependendo de sua capacidade de atravessar
Molécula pequena e hidrossolúvel (polar / ionizado): membranas. Medicamentos lipossolúveis atravessam
fácil absorção. as membranas celulares com mais rapidez que os
Molécula grande e lipossolúvel (apolar / não- hidrossolúveis. Os hidrossolúveis tendem a ficar no
ionizado): fácil absorção. sangue (aquoso). Outras se concentram em tecidos
Molécula pequena e lipossolúvel (apolar / não- específicos: glândula tireóide, fígado, snc e rins.
ionizado): fácil absorção. Alguns tecidos funcionam como reservatórios do
Formulações: solução, suspensão, cápsulas, medicamento, prolongando a distribuição. Alguns
comprimido. ligam-se firmemente a proteínas do sangue
Vias de administração: (abandonam a corrente sanguínea de forma muito
Sublingual e oral: os medicamentos administrados lenta).
sublingual possuem absorção mais rápida: os níveis Interferem na distribuição das drogas:
séricos são mais altos, não há metabolismo de 1a Irrigação dos tecidos: maior vascularização, maior
passagem, não passa pelo suco gástrico, não influencia distribuição. Tecidos que recebem uma porcentagem
outros medicamentos ou alimentos (aumento, redução maior do débito cardíaco tendem a receber
ou retardo) segue para a circulação sistêmica. concentrações maiores de um fármaco que se encontra
+ quando a administração de fármacos por via oral dissolvido no sangue.
deve ser evitada? Se o fármaco: causar vômitos ou Lipossolubilidade: quando excessiva pode prejudicar a
diarréia, for destruído por enzimas digestivas distribuição fazendo com que a droga se restrinja a
(insulina), não é absorvido pela mucosa gástrica determinados locais como o tecido adiposo.
(aminoglicosídeos) - for rapidamente degradado Grau de ionização: se a droga permanece em uma
(lidocaína). Se o paciente: está vomitando com grande proporção de formas ionizadas ela pode se
frequência ou incapaz de engolir (crianças, pessoas confinar a locais como o plasma ou líquido intersticial.
com retardo mental ou inconsciente). Presença de barreiras entre sangue e tecidos:
Retal: absorção imprevisível, no reto não há Barreira hematoencefálica: presença de capilares não
microvilosidades. Útil em pacientes que estão fenestrados.
inconscientes, vomitando ou com infecção intestinal Barreira placentária: por ela passam somente drogas
inflamatória. Evita o efeito de primeira passagem pelo lipossolúveis.
fígado (circulação portal). Proteínas plasmáticas: capacidade das drogas em se
Parenteral: associar às proteínas plasmáticas influi nas
• intravenosa: via mais rápida (importante em características farmacocinéticas. Alta ligação a
emergências). Imediato na circulação, rápida proteínas, baixa eliminação, maior duração do efeito.
distribuição aos tecidos, ação rápida. Evita ação Baixa ligação a proteínas, alta eliminação, menor
gástrica ou efeito de primeira passagem. Permite maior duração do efeito.
precisão na dosagem. Viável em pacientes
inconscientes.
• principais proteínas transportadoras de drogas: célula nervosa, as moléculas ionizadas de anestésico
albumina drogas ácidas, β-globulina drogas básicas, local se ligam a receptores específicos nos canais de
glicoproteína ácida drogas básicas. sódio, reduzindo ou impedindo a entrada do íon na
Biotransformação (metabolismo): conjunto de célula → isso resulta no bloqueio da condução nervosa
transformações químicas dos fármacos após a e, consequentemente, na percepção da dor.
absorção. Muitas drogas dão origem a metabólitos • bloqueio dos canais de sódio, diminuição da
farmacologicamente ativos. De modo geral a atividade permeabilidade ao íon sódio, diminuição na velocidade
farmacológica é perdida ou reduzida. Substâncias mais e grau de despolarização, bloqueio da condução
fáceis de serem excretadas: mais polar, mais neuronal.
hidrofílico, mais hidrossolúvel. Propriedades desejáveis dos anestésicos locais: não
Eliminação: excreção (fármaco e metabólitos). deve ser irritante para o tecido no qual é aplicado. Não
Excreção renal: substâncias com menos de 60 da (não deve causar qualquer alteração permanente na estrutura
ligadas a proteínas e hidrossolúveis). Substâncias dos nervos. Sua toxicidade sistêmica deve ser baixa.
lipossolúveis são reabsorvidas. Secreção ativa (bomba Deve ser eficaz, independentemente de ser infiltrado
catiônica e aniônica, competição por sítio de ligação, no tecido ou aplicado localmente nas membranas
gera interações competitivas). Substâncias ionizadas mucosas. O tempo de início da anestesia deve ser o
tendem a ser eliminadas juntamente com a urina e mais breve possível. A duração de ação deve ser longa
substâncias não-ionizadas tendem a serem o suficiente para possibilitar que se complete o
reabsorvidas. Substâncias ácidas tendem a ser procedimento, porém não tão longa que exija uma
eliminadas com maior facilidade e substâncias recuperação prolongada
alcalinas tendem a ser eliminadas com menor
facilidade. Anestésico local: base fraca + acido clorídrico= sal
Excreção pela bile e circulação enterohepática: sistema anestésico = cloridrato. Maior solubilidade e
semelhante e tão importante quanto a secreção renal. estabilidade na solução. Anfipáticos, ou seja, possuem
Na formação da bile, o sistema hepatobiliar transfere tanto características lipofílicas como hidrofílicas.
para a bile uma série de substâncias que se encontram Podem ser ésteres ou amidas.
no plasma, dentre elas, as drogas. Fármacos não • porcão hidrofílica, que permite sua difusão nos
reabsorvidos (polares) são eliminados nas fezes. tecidos, já que 60% do corpo humano possui água em
Fármacos reabsorvidos desta forma têm seu tempo de sua composição. Porcão lipofílica, responsável pela
meia vida aumentado. difusão do anestésico através da bainha nervosa,
Excreção pulmonar: álcool e anestésicos voláteis. estrutura rica em lipídios. Cadeia intermediaria, que
Excreção cutânea e glândulas lacrimal: menor une as duas porções e classifica o tipo de al (éster ou
importância. amida).
Excreção mamária: fármacos que formam base fraca. Pka: medida da afinidade de uma molécula pelos íons
hidrogênio (h+). Quando o ph da solução tem o mesmo
Farmacologia dos anestésicos locais: valor que o pka do anestésico local, exatamente 50%
da droga existem na forma rnh+ e 50%, na forma rn.
Objetivos: ação dos anestésicos locais, farmacologia Valores da constante de dissociação dos anestésicos
dos anestésicos locais, compreender a associação dos locais, pka, variam entre 7,5 a 10.
anestésicos locais e vasoconstritores, farmacologia dos Dissociação do anestésico local: na solução anestésica
vasoconstritores, seleção do anestésico local. existem simultaneamente moléculas sem carga (rn),
também conhecidas como base, e moléculas com
Anestesia local: perda da sensibilidade em uma área cargas positivas (rnh+), o chamado cátion
circunscrita do corpo causada pela depressão da • rn: lipossolúvel, difusão através da bainha do nervo.
excitação das terminações nervosas ou pela inibição do • rnh+: hidrofílico, difusão nos tecidos.
processo de condução dos nervos periféricos; não A proporção relativa de cada forma iônica na solução
induz a perda da consciência. varia com o ph da solução ou dos tecidos em torno. Na
Estímulo doloroso: transmitido pelas fibras nervosas presença de alta concentração de íons hidrogênio (ph
desde sua origem, por exemplo: polpa dental, baixo), o equilíbrio se desloca para a esquerda, e a
periósteo, até o cérebro, na forma de potenciais de maior parte da solução anestésica existe na forma
ação, que são propagados por despolarizações catiônica.
transitórias das células nervosas, devido à entrada de Como o pka dos anestésicos locais influencia na
íons sódio (na+) através dos canais de sódio. velocidade do início de ação: o pka dos anestésicos
Como agem os anestésicos locais: os anestésicos locais locais determina a quantidade de droga existente na
suprimem a condução do estimulo nervoso de forma forma ionizada em um determinado ph. No ph
reversível, promovendo a insensibilidade de uma fisiológico (7,4) todos os anestésicos locais apresentam
determinada região do corpo. sua forma ionizada em maior proporção, visto que o
Teoria do receptor específico: os anestésicos locais, na pka de todos os al é maior que 7,4. Todavia, como
sua forma não ionizada, atravessam a membrana do cada droga possui um pka diferente, a proporção da
axônio e penetram na célula nervosa → no interior da
forma ionizada e não-ionizada (molecular) presentes Lidocaína: anestésico local mais empregado, droga
no local apresenta variabilidade. padrão de comparação para os al, ação vasodilatadora
intensa, inicio de ação rápido - 2 a 3 minutos, duração
pulpar 5 a 10 minutos (sem vasoconstritor); com
vasoconstritor 1 hora e tecidos moles 3 a 5 horas,
concentrações lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000
ou 1:50.000, meia-vida plasmática 90 minutos,
metabolização fígado, excreção rins. Toxicidade:
sobredosagem produz estimulação inicial do snc,
seguida de depressão
Mepivacaína: ação vasodilatadora discreta, potência
similar à da lidocaína, início de ação 1,5 a 2 minutos,
A presença de um anestésico local no sistema duração 20 a 40 minutos a 3% (sem vasoconstritor),
circulatório significa que a droga será transportada meia-vida plasmática aproximadamente 2 horas,
para cada célula do organismo. Os anestésicos locais metabolização fígado, toxicidade semelhante à
têm a capacidade de provocar uma alteração no lidocaína. Concentrações: mepivacaína a 2% com
funcionamento de muitas células epinefrina 1:100.000 ou com norepinefrina 1:30.000
ou com a levonordefrina 1:20.000, ou mepivacaína 3%
Farmacocinética: movimento dos fármacos pelo sem vaso.
organismo após sua administração, incluindo os Obs. Tem na suas forma 3% sem vasoconstritor uma
processos de absorção, distribuição, biotransformação ótima forma alternativa de anestesia para
e excreção. procedimentos de curta duração (em casos na qual há
• após a injeção nos tecidos, os vasos da área se contra-indicação para o uso de vasoconstritores).
dilatam, aumento da taxa de absorção do anestésico Prilocaína: ação vasodilatadora discreta, potência
pelo sistema cardiovascular, aumento dos níveis similar à da lidocaína, início de ação 2 a 4 minutos,
plasmáticos do anestésico, diminuição da profundidade meia-vida plasmática aproximadamente 2 horas,
e da duração da anestesia devido à difusão mais rápida metabolização fígado, toxicidade semelhante à
da solução anestésica para fora do local de injeção. lidocaína. Concentração: prilocaína 3% com
felipressina (ou octapressin®) a 0,03 ui/ml.
Articaína: ação vasodilatadora intensa, potência 1,5
vezes maior que da lidocaína, início de ação 1 a 2
minutos, meia-vida plasmática 30 minutos,
metabolização fígado e plasma, toxicidade semelhante
à lidocaína. A presença de um anel tiofeno em sua
estrutura química parece ser responsável pela maior
difusão tecidual da articaína. Concentração: articaína
4% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000.
Bupivacaína: ação vasodilatadora maior do que os
Ações sistêmicas dos anestésicos locais: o sistema anteriores, potência 4x maior que a lidocaína, início de
nervoso central (snc- início dos sinais e sintomas ação 6 a 10 minutos, duração pulpar até 3 horas e
clínicos da toxicidade) e o sistema cardiovascular (scv) tecidos moles até 12 horas, meia-vida plasmática 3
são suscetíveis as ações dos anestésicos locais; horas, metabolização fígado, excreção rins, toxicidade
Snc: manifestação primária de grande toxicidade é a 4x mais cardiotóxica que a lidocaína. Concentração:
convulsão tônico-clônica generalizada; bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000.
Scv: produzem depressão do miocárdio, diminuem a Benzocaína: único anestésico do grupo éster disponível
excitabilidade elétrica do miocárdio, a velocidade de para uso odontológico no brasil, anestésico tópico,
condução e a força de contração. maior incidência de reações alérgicas, são efetivos
somente em tecidos superficiais (2 a 3 mm). Na
Classificação: concentração de 20%, a benzocaína, após aplicação
Amidas: lidocaina, articaina, mepivacaina, por 2 minutos, promove anestesia da mucosa
bupivacaina, prilocaina, etidocaina, ropivacaina, superficial (previamente seca), diminuindo ou
dibucaina. eliminando a dor a punção da agulha, especialmente na
Ésteres: região vestibular.
• ésteres do ácido benzoico: butacaína, cocaína,
aminobenzoato de etila (benzocaína), hexilcaína, Ação do vasoconstritor: ação antagonista à ação
piperocaína, tetracaína: vasodilatadora do anestésico, absorção mais lenta do
• ésteres do ácido para-aminobenzoico: cloroprocaína, anestésico, maior duração do efeito anestésico,
procaína, propoxicaína. diminuição do efeito tóxico, diminuição do
Quinolinas: centbucridina. sangramento no campo operatório.
Tipos de vasoconstritores:
Aminas simpatomiméticas ou felipressina; as aminas utilizada como alternativa para casos com contra
simpatomiméticas podem ser catecolaminas ou não indicação absoluta a vasoconstrictores adrenérgicos.
catecolaminas. Atuam nos receptores adrenérgicos do Dose utilizada: 0,03 ui/ml.
nosso organismo, alfa (1 e 2) e beta (1, 2 e 3); sendo os
receptores a1 os principais correlacionados à Seleção do anestésico local: condições sistêmicas do
vasoconstrição. paciente, tempo de duração da anestesia pulpar, grau
Aminas simpatomiméticas: de hemostasia necessária.
• catecolaminas: apresentam um anel catecol em sua
estrutura. Exemplos: epinefrina (adrenalina), Cálculo da dose anestésica:
norepinefrina (noradrenalina) e corbadrina
(levonordefrina).
• não catecolaminas: não apresentam o anel. Exemplo:
fenilefrina.
Felipressina: análogo sintético da vasopressina.

Epinefrina: agente de escolha para procedimentos de


rotina odontológicos para pacientes saudáveis,
inclusive para crianças, gestantes e idosos. Quando
injetada estimula logo a vasoconstrição (alfa 1). Age
em b1 aumentando a frequência cardíaca, força
contrátil, consumo de oxigênio além de dilatar as
artérias coronarianas aumentando o fluxo sanguíneo
coronariano. Atua em b2 promovendo a vasodilatação Complicações anestésicas:
nos vasos da musculatura, além de broncodilatação. A
indicação em odontologia é a de 1:100.000 ou Complicações locais:
1:200.000 Quebra da agulha:
Contra indicações ao uso de epinefrina: hipertensos (pa Causas: movimento repentino e inesperado, defeito de
sistólica > 160 mmhg ou diastólica > 100 mmhg). manufatura, agulhas entortadas intencionalmente.
Histórico de infarto agudo do miocárdio ou avc com Problemas: se for visível remoção imediata, se não for
menos de 6 meses. Cirurgia recente de ponte de artéria visível acompanhamento, são envoltos por tecido de
coronariana ou stents. Angina de peito instável. Alguns cicatrização, infecções.
tipos de arritmias. Insuficiência cardíaca congestiva Prevenção: agulhas com diâmetro maior (25g) para
(descontrolada). Hipertiroidismo não controlado. injeções profundas alveolar inferior, mandibular,
Feocromocitoma. Alergias a sulfitos. Uso de derivados alveolar superior posterior, alveolar superior anterior e
de anfetaminas ou drogas ilícitas. maxilar. Agulhas longas para procedimentos com mais
Norepinefrina: atua em alfa (90%), tendo uma discreta de 20 mm de penetração. Não entortar agulhas. Não
atuação em beta 1 (10%), apresenta somente 25% da mudar trajetória no interior dos tecidos.evitar
atividade vasoconstritora da epinefrina, o grau e a movimentos bruscos.
duração da isquemia observada após a infiltração de Manejo: remova se estiver visível (manter boca aberta,
noradrenalina no palato podem levar à necrose dos usar hemostática). Se não estiver visível, registre na
tecidos moles. Dose utilizada: 1:30.000. ficha do paciente e oriente-o a procurar um cbmf para
Corbadrina: levonordefrina, ação em alfa (75%) e em avaliação.
beta (25%), potência é somente de 15% da epinefrina. Dor na injeção:
Dose utilizada: 1:20.000. Causas: falta de cuidado na técnica anestésica, falta de
Fenilefrina: alta ação em alfa (95%) e quase nenhuma aviso, deposição rápida na injeção.
ação em beta (5%), apresenta 5% da potencia Problemas: aumento da ansiedade do paciente,
vasoconstritora da epinefrina é mais estável e tem movimentos bruscos.
maior durabilidade de ação. É usada na concentração Prevenção: uso de técnica adequada, uso de anestésico
1:2.500. Os efeitos da superdosagem também são mais tópico adequadamente, injeção lenta, temperatura
duradouros (aumento de pa e cefaleia intensa na região correta da solução.
occipital). Ardência na injeção:
Felipressina: atua sobre receptores v1 da vasopressina Causas: ph da solução, injeção rápida, temperatura
na musculatura lisa da parede dos vasos, mais em inadequada da solução, contaminação da solução.
termos de microcirculação venosa do que arteriolar. Prevenção: injeção lenta, tubete na temperatura
Semelhante a ocitocina, estimulando a contração da ambiente.
musculatura lisa uterina, por este fato não causa boa Parestesia:
hemostasia, não tem qualquer ação sobre os receptores Causas: solução contaminada, trauma direto pela
adrenérgicos (alfa e beta), semelhante a ocitocina, agulha - "choque".
estimulando a contração da musculatura lisa uterina. Problema: angústia da paciente, hiperestesia,
Contraindicação em pacientes gestantes. Muito disestesia.
Manejo: resolução espontânea na maioria das vezes, Como evitar: escolha apropriada da droga, cálculo
orientação quanto a trauma local, explicar tudo ao adequado da dose, injeção lenta, aspiração, uso de
paciente, reveja-o periodicamente, registre em ficha. vasoconstrictores.
+ articaina é o anestésico mais associado a parestesia. Reação alérgica: exposição prévia (dose
Trismo: sensibilizante), síntese de ige, período de latência
Causas: injeção da solução anestésica em músculo (sensibilização de mástócitos e basófilos), reexposição
mais comum pterigóide medial, durante bloqueio do (dose desencadeante), liberação de mediadores.
alveolar inferior. Solução contaminada por álcool ou Sinais e sintomas: reações cutâneas, angioedema
geladas, grandes volumes de anestésico. (inchaço em região perioral ou periorbital, sem
Problemas: dor, limitação de abertura de boca. coceira), rinite (caracterizada por congestão nasal e
Manejo: calor local a partir de 24 horas, coriza), prurido (vermelhidão da pele), reações
analgésico/anti-inflamatório, fisioterapia, respiratórias (broncoespamo, edema de laringe),
miorrelaxante, tempo - 48/72 horas. choque anafilático (reação sistêmica aguda, mediada
Hematoma: por ige, sequências de fenômenos patológicos que o
Causa: punção venosa ou arterial, mais comum nervo tornam potencialmente ameaçador à vida).
alveolar superior posterior e nervo alveolar inferior.
Prevenção: conhecer anatomia, técnica correta.
Manejo: gelo nas primeiros 24 horas, calor local a
partir de 48 horas; analgésico. Tempo - 7 a 14 dias.
Edema:
Causa: trauma local, alergia, hemorragia, injeção de
substâncias irritantes.
Problema: edema alérgico deve ser considerado
(obstrução de via aérea)
Prevenção: técnica atraumática, avaliação médica
adequada.
Manejo: depende da causa, alergia.
Lesões autoinfringidas:
Causa: anestesia de longa duração, mordedura dos Prevenção: identificar os pacientes de risco à alergia
tecidos, crianças principalmente. por meio de anamnese, em pacientes com história de
Problema: dor, edema. alergia a fármacos específicos, fazer a substituição por
Prevenção: Alertar o paciente sobre o tempo de medicamentos alternativos. Nos asmáticos, evitar
anestesia. prescrever a aspirina e aines. No caso de sensibilidade
Manejo: Analgésico, Hidratação dos lábios. ao látex, substituir as luvas por opções que não
Paralisia facial: contenham esse produto.
Causa: paralisação do vii par de nervo craniano Metemoglobinemia: a prilocaína pode desencadear a
transitória, alveolar inferior (posterior ao lobo metemoglobinemia que pode ser congênita ou
profundo da parótida) idiopática; o metabólito formado é a orto-toluidina que
Problema: perda da função motora da musculatura em altas doses leva a metemoglobinemia; ocorre a
facial transitória, não consegue fechar pálpebra – oxidação do ferro da hemoglobina que passa do estado
cuidados específicos. ferroso para o férrico; diminuição do carreamento de
Prevenção: Protocolo/técnica adequada, Contacto com oxigênio.
osso.
Manejo: Explicar paciente, Anotar na ficha, É
transitória.

Complicações sistêmicas:
Reações tóxicas x reações alérgicas:
• reações tóxicas: dose dependente, comuns.
• reações alérgicas: dose independente, incomuns.
Superdosagem de medicamentos: sinais clínicos e
sintomas que resultam de um nível sanguíneo
excessivamente alto de um medicamento em vários
órgãos e tecidos-alvo.
• normal: administração da droga (vo, im, iv)
Absorção, corrente sanguínea, biotransformação
principalmente no fígado.
• superdosagem: administração da droga, (vo, im, iv),
absorção, corrente sangüínea, biotransformação
principalmente no fígado.

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